Perola Campbell
Ele me encara por um breve momento.
— A levei para um jantar e você nem comeu — diz como se fosse uma explicação.
— Não vou entrar em um restaurante vestida de gala — retruco, olhando para o meu vestido. — Não é exatamente o traje adequado.
— Ok — ele aceita rápido demais — Iremos para a minha casa.
O que?
— Está achando que serei o jantar? — falo rápido demais sem filtrar as minhas palavras, uma mistura de surpresa e indignação na minha voz. — Não vou dormir com você.
Se o senhor Rafael souber da minha negativa, com certeza vai ter um ataque cardíaco!
— E quem disse que eu quero transar com você?
Sinto as minhas bochechas esquentarem com o tom de surpresa misturado com deboche que ele
Perola CampbellNão tenho certeza quem atacou quem primeiro.A tensão no ar era palpável, e então tudo aconteceu de uma vez. Sou puxada de encontro a Apolo e as nossas bocas colidem em um beijo ardente. Ele está por todo lugar, me apertando como se fosse capaz de fundir os nossos corpos. Entreabro os lábios para chupar sua língua, um gesto que ele retribui com uma intensidade avassaladora.Fôlego?Opcional quando se tem esse homem roubando o meu ar.O calor que sinto com a proximidade dele é nada perto das labaredas que me consomem. Suas mãos livres em minhas costas são puro deleite e minha linha de raciocínio foi para a ilha da luxúria.Apolo agarra meus cabelos em seu punho, puxando minha cabeça para trás e expondo meu pescoço vulnerável. Ele arranha a pele delicadamente com os
Perola CampbellO encaro por alguns momentos sentindo minhas bochechas esquentarem.— Não sabia que ainda era tão inexperiente — comenta, com um toque de surpresa na voz.O encaro sem entender e largo o pedaço de pizza, limpando a boca com um guardanapo.— O que você acha que sabe, Apolo? — pergunto, tentando manter a compostura.Ele imita os meus movimentos e larga a pizza, porém, para se aproximar de mim. Como costuma acontecer, minha pele se arrepia com o leve deslizar de seus dedos por meu braço. Minha respiração fica pesada quando ele se inclina e o nariz funga perto do meu pescoço.— Você ficou linda com a minha camisa — sussurra em meu ouvido, o suspiro faz cocegas — Só o que consigo pensar é que você está apenas de calcinha embaixo dela.Para enfatizar, a falta do sutiã
Apolo BeaumontEu estou a ponto de estrangular o meu pai, passei a noite inteira acordado, sentado no sofá e com um copo de uísque na mão, tentando entender o que tinha acontecido nas últimas horas.Ou melhor, nos últimos dias!O relógio na parede marca as horas que se arrastam enquanto minha mente se revolve em pensamentos confusos e raivosos. Penso em Pérola e em tudo que ouvi dela. Quantas palavras foram ensaiadas antes de serem ditas? Cada frase era uma manipulação para me fazer desejá-la. E, como um perfeito idiota, a trouxe para a minha casa e a beijei.Levanto-me do sofá e começo a andar de um lado para o outro, sentindo o peso da traição. Pérola não é diferente do meu pai, uma dupla de mentirosos que se aproveitaram da minha boa vontade para se darem bem. Eu devia ter desconfiado que havia algo a mais do
Apolo BeaumontDecido brincar um pouco com ele.— Levei, mas porque fiquei sem escolha — falo dando de ombros — Ela é apenas uma secretária.Tenho vontade de rir quando ele parece confuso por alguns segundos, seria divertido dar corda a ele.— Só uma secretária?! — como esperado, a reação é imediata — Desde quando a classe social importa tanto?— Não importa, mas de qualquer forma ela não desperta o meu interesse — corto algumas folhas — Gosto de mulher que sabe o que fazer na cama, as puritanas não me atraem.— Você e suas mulheres sem futuro — ele fala revoltado e coloca o dedo no meu rosto — De que adianta ter uma diferente em cada noite e passar a vida sozinho?Ele arma para mim e ainda vem me dar sermão sobre o certo e errado?— E o senhor que pass
Perola Campbell— Está se sentindo melhor? — Jade pergunta, sua voz cheia de preocupação, enquanto me entrega uma xícara de café que aceito com relutância, sem um pingo de vontade de comer ou beber alguma coisa. Ela se senta ao meu lado, os olhos ansiosos esperando por uma resposta que eu não sei se posso dar.Ela acha que estou doente. E como eu gostaria que fosse isso. Já é terça-feira e ainda não tive coragem de contar que perdi o emprego e que, consequentemente, ela precisará sair da escola que tanto ama. O peso dessa verdade não dita cresce a cada minuto, comprimindo meu peito e roubando o meu sono.O que deu na minha cabeça para contar a verdade para o Apolo?Eu fui uma tola, o plano era fingir que estava tentando para o velho e depois de um ano eu e a Perola estaríamos seguras. Mas, não! Eu tinha que deixar a minha consciência e os meus hormônios comandarem!Coloco a caneca na mesinha da cabeceira e me jogo no travesseiro para encarar o teto, tentando encontrar alguma resposta
Perola CampbellDuvido, esses músculos são apenas de enfeite.— O que você quer? — questiono, sem me mover, minha voz tensa.— Se você abrir essa porta, posso contar — ele responde, a impaciência evidente em seu tom.Reviro os olhos para a arrogância dele e, relutantemente, abro a porta um pouco, o suficiente para encarar aquele rosto que agora parece uma mistura de frustração e determinação.— Como entrou? — pergunto, tentando manter minha voz firme.— O portão não estava trancado — aponta para o pior equipamento de segurança do mundo. É mais fácil aquele portão nos dar um tétano do que nos proteger de um ladrão — Sabia que isso é um perigo?— E por que você se importa? — retruco, cruzando os braços.
Apolo Beaumont— Pode ficar parada por alguns minutos? — pergunto pela terceira vez, tentando manter a calma na voz.É difícil manter uma conversa civilizada quando a pessoa não para de se mexer. Indo de um lado para o outro, varrendo enquanto mantem a comida no fogo e conversa comigo. Obviamente, ela sabe ser mil e uma utilidades. Pois, a cima de tudo, é uma grande distração.Inclusive, por um breve momento, esqueci o motivo de ter ido ali. Ela se inclina para arrumar o forro do sofá, fico obcecado por uma área especifica da sua pele, o inicio da sua bunda.E implora para ser tocada.Poderia fazer muito mais do que admirá-la, queria enchê-la com a minha mãe e acariciar, ou melhor, lhe mostrar que não deve mentir para os outros. Principalmente se esse outro for eu.Controle-se, Apolo!Pense com a cabeça de cima e não com a de baixo!— Tenho que terminar a faxina, o jantar e me livrar de você o quanto antes — ela explica, com um tom exasperado — E como você ficar bem longe de mim é a p
Perola CampbellEssa é uma realidade alternativa, só pode ser. Porque quando eu saio do meu quarto após um banho rápido vejo Apolo e Jade colocando a comida na mesa enquanto riem de alguma piada.— Posso saber o que é tão engraçado? — pergunto, cruzando os braços e encarando os dois.Apolo e Jade se entreolham, e ela é a primeira a responder, ainda rindo.— Apolinho estava contando do dia que você tropeçou e quase caiu no escritório — Jade conta aos risos.Apolinho?Ela acabou de chamar o meu chefe poderoso, mal-humorado e casca grossa de Apolinho?Levanto uma sobrancelha para ele, que pisca um olho para mim antes de se servir de um copo com água. Quem é esse homem carismático e prestativo?— Venha P, se sentar para comer, estávamos esperando por você — Jade fala me tirando dos devaneios.Apolo coloca uma mão na minha cintura e me empurra de leve em direção a mesa.— Venha querida, está meio pálida, acho que precisa comer um pouco — ele diz de forma cordial — Deixe que eu lhe sirvo.O