OwenEstou a um passo de me trocar e ir atrás de Estela naquela merda de boate.Já são duas da manhã e não aguento mais ficar rolando de um lado para o outro na cama.Levanto e passo as mãos pelo rosto, olho para AR dormindo tranquilamente na minha cama e respiro fundo, tentando me controlar enquanto abro a porta do quarto e caminho em direção à sala.O meu erro foi mandar uma droga de mensagem para Evelyn, perguntando se elas estavam se divertindo, então sua resposta foi a merda de um vídeo de Estela, dançando sensualmente com aquele paspalho do Arttibald, que só babava em cima dela.Eu quero quebrar o pescoço daquele moleque. Não quero outro homem perto dela, só de pensar em alguém a tocando eu fico maluco.Aperto o celular com força, me segurando para não ligar para Estela ou mandar uma mensagem, enquanto atravesso a sala na penumbra.— OH, MERDA! — rosno ao sentir minha tíbia direita se chocando com a quina da mesa de centro. Isso vai virar a porra de um hematoma. — Quando foi qu
Estela—Você tem muito bom gosto — Owen fala, aumentando o volume da música. O refrão de Like a Prayer toca e balanço a cabeça no ritmo da música, enquanto canto, acompanhando o refrão. — Meu Deus! Estou realmente surpreso, você sabe todas as letras. — Ri.— Claro que sei, cresci ouvindo isso — falo alto, ainda balançando a cabeça no ritmo da música, ele sorri, tamborilando os dedos no volante.— É interessante alguém da sua idade ouvir música dos anos oitenta — diz, atento ao trânsito.— Os anos oitenta tem as melhores músicas — afirmo. — E o que quis dizer com “alguém da minha idade”? — Ele dá uma gargalhada, me deixando mais irritada. — Falando assim, parece que sou bem mais nova do que você.Ele continua rindo, porque pelo visto ele acha divertido me irritar.— São onze anos de diferença... — Seu sorriso desaparece e percebo que ele fica tenso, deixando claro que nossa diferença de idade, quando dita em voz alta, causou desconforto.— Dez anos de diferença, faço vinte no próximo s
OwenTento manter uma expressão neutra enquanto coloco minha sobrinha no chão.Nolan mede Estela com uma expressão que me causa um calafrio, me dando a certeza de que trazê-la não foi uma boa ideia.Na verdade, eu não estou agindo racionalmente desde o momento em que a tive em meus braços novamente, e o pior é que não me arrependo em momento algum de ter cedido ao meu desejo.Estela olha para mim, visivelmente desconcertada.— Vou falar para vovó que o tio Owen chegou. — Melanie sai dando pulinhos, seguindo em direção ao interior da casa.Linda mantém uma expressão tensa, olhando para mim e Nolan, aparentemente esperando o início da troca de farpas.Meu irmão dá alguns passos, parando na frente de Estela.— Olá, sou Nolan Pergatti. — Ele estende a mão para ela, com um sorriso nefasto brotando nos lábios, então percebo que minhas mãos estão suando.— Estela. — Ela estende a mão com um receio visível.Não quero que ele a toque, até um simples aperto de mãos causa um reboliço dentro de m
OwenPor um momento, me esqueci de Hugo, o motorista que estava comigo no dia que conheci Estela, e que foi ele quem me ajudou a levá-la para casa.Imagina se ele resolve dar com a língua nos dentes, e minha mãe descobre toda essa história?Ela já estava cheia de insinuações por eu ter trazido Estela e, conhecendo bem Joane, sei que não engoliu bem o fato de eu ter falado que ela era minha assistente.Mas o que eu diria? Que ela me roubou?Que eu a segui e que ela desmaiou nos meus braços?Que a levei para minha casa e que, além de ser minha assistente, eu também transo com ela?Minha cabeça dói só de pensar no show que minha mãe faria se soubesse, mas estou feliz por ela ter gostado de Estela.Ouço um barulho de música e risadas conforme cruzo o corredor, Linda passa correndo ao meu lado, seguindo por minha mãe e Estela.Joane segue arrastando Estela e eu posso estar enganado, mas parece que ela está bem confortável na companhia da minha mãe, ela só não imagina o que espera por ela.
OwenMas de que merda Nolan está falando? Eu jamais tocaria em Carina, eu a adorava, mas jamais olhei para ela dessa forma.Eu sabia dos casos extraconjugais, mas escolhi não me meter pois até eu sabia que seu relacionamento estava uma droga.Conhecendo meu irmão e sua obsessão pelo trabalho e por ser o melhor, era nítido que deixava o casamento em último plano.Ainda estou furioso por ele agir daquele jeito com Estela, mas preciso entender o que passa na cabeça dele.— Me responda, Nolan, do que está falando?Ele ri com escárnio.— Não se faça de desentendido. — Fecha o semblante.— Não estou me fazendo de desentendido, só quero entender de onde você tirou isso, cara? — Passo as mãos pelos cabelos. — Eu e Carina?— Ela mudou e parou de me cobrar por trabalhar demais, deixou de se importar com nosso casamento e com nossa filha. — Respira fundo, apertando as têmporas.Ele me culpa e sempre me olhou com desprezo, mas agora seu olhar está repleto de mágoa, ressentimento e ódio.Ele podia
EstelaOwen não falou uma palavra enquanto voltávamos para casa, e ele me ignorou desde que chegamos.Não estou chateada por isso, na verdade, estou preocupada com ele. Ele está cabisbaixo e pensativo, seja lá o que tenha conversado com o irmão, de alguma maneira, o deixou mal.Ele nem quis se despedir da mãe, mesmo sendo aniversário dela.Nolan se mostrou uma pessoa cruel e só de me lembrar do que ele me disse, sinto o estômago embrulhar.O ódio que ele sente do próprio irmão, o quanto ele está disposto a fazer para atingir Owen...Tenho tantas perguntas.Realmente sou importante para Owen? Por que Nolan fez questão de enfatizar isso?Passo a mão pelo meu rosto, respirando fundo.E se Nolan estiver dizendo a verdade e Owen realmente tinha um caso com a mulher dele? Todas essas perguntas permeiam minha mente desde o momento em que saí da casa da mãe de Owen, mas algo dentro de mim se recusa a acreditar que Owen foi escroto a ponto de se envolver com a mulher do próprio irmão.Ou tal
OwenAceitar que eu nunca teria uma boa relação com Nolan foi importante para tirar todo o peso que eu estava carregando, mesmo isso não anulando o fato de eu ter errado em não impedir o envolvimento de Wesley e Carina.Na verdade, todos nós temos nossa parcela de culpa nessa merda, mas me martirizar não vai resolver.Não posso voltar no tempo e mudar isso. Então escolhi não estragar meu final de semana e passar meu tempo na companhia de Estela, estar perto dela faz com que eu me sinta estranhamente bem, não importa o que estejamos fazendo, não é só o sexo que é incrível, a companhia dela é fantástica.Ela é inteira incrível.Nunca consegui falar com ninguém sobre meu pai, ou que o relacionamento dos meus pais fez com que eu tivesse uma infância de merda.Nem mesmo compartilhei a mágoa que sinto, nunca fui capaz de dizer nada disso em voz alta, mas eu senti necessidade de contar para Estela, algo dentro de mim queria que ela soubesse, e eu me sinto bem mais leve por isso.Seu olhar d
OwenA expressão da minha amiga é impossível de descrever.— Eu não acredito que você fez isso. — Aperta as têmporas agoniada.— Evelyn, como...? — ia perguntar como ela entrou, esquecendo que dei uma cópia do cartão de acesso e a senha.— Seu crápula, tarado de uma figa. — Vem em minha direção, dando tapas em meus braços. — Eu não acredito que você seduziu uma garota inocente.— Pare com isso, Evelyn. — Seguro seus pulsos.— Como eu pude confiar algo tão importante a um cafajeste como você? Eu vou te matar... — grita, tentando se soltar para me bater.— Evelyn, calma, está tudo bem — Estela diz atrás de mim.— Como você pode dizer que está tudo bem? Esse cafajeste te seduziu — afirma, se soltando e dando alguns passos para trás.Eu já imaginava que isso aconteceria se Evelyn descobrisse, só não esperava que aconteceria hoje.Minha cabeça lateja.— Ele não me seduziu, Evelyn — Estela diz, parando em minha frente.— Estela, me desculpe, isso tudo é culpa minha, eu não deveria ter deixa