OwenA expressão da minha amiga é impossível de descrever.— Eu não acredito que você fez isso. — Aperta as têmporas agoniada.— Evelyn, como...? — ia perguntar como ela entrou, esquecendo que dei uma cópia do cartão de acesso e a senha.— Seu crápula, tarado de uma figa. — Vem em minha direção, dando tapas em meus braços. — Eu não acredito que você seduziu uma garota inocente.— Pare com isso, Evelyn. — Seguro seus pulsos.— Como eu pude confiar algo tão importante a um cafajeste como você? Eu vou te matar... — grita, tentando se soltar para me bater.— Evelyn, calma, está tudo bem — Estela diz atrás de mim.— Como você pode dizer que está tudo bem? Esse cafajeste te seduziu — afirma, se soltando e dando alguns passos para trás.Eu já imaginava que isso aconteceria se Evelyn descobrisse, só não esperava que aconteceria hoje.Minha cabeça lateja.— Ele não me seduziu, Evelyn — Estela diz, parando em minha frente.— Estela, me desculpe, isso tudo é culpa minha, eu não deveria ter deixa
EstelaEra a primeira vez que eu ia para a empresa com Owen, e chegar com ele, tendo todos os olhares em mim, não foi uma boa experiência.Depois de alguém tirar aquelas fotos e com nossa imagem em inúmeros perfis de fofoca, com certeza eu seria assunto nos corredores da empresa.Logo eu, que não quero chamar atenção alguma.E se ele me encontrar por causa disso? Não, isso não vai acontecer, eu estou segura.Ainda tem Evelyn, que está me ignorando, eu queria acreditar que não tem motivos para ela estar chateada comigo, mas não consigo. Evelyn parecia muito chateada quando saiu da casa de Owen ontem.Ao menos, Linna está empolgada por eu ter laçado o chefe, como ela disse. Como se isso fosse real.Owen deixou claro que não está me prometendo nada e não quero me iludir, mas está sendo um pouco difícil, não vou mentir, com ele se mostrando tão preocupado, tão cuidadoso comigo.Passamos essa noite juntos e não transamos, apenas dormimos juntos, com meu corpo aconchegado ao dele. Por um m
OwenJá estou irritado por Nikolai aparecer do nada querendo falar comigo, mas ainda mais irritado por ver o quanto Estela ficou desconfortável com sua presença.E, principalmente, incomodado com o fato de ele olhar para ela de maneira estranha.Qual é o problema desse cara? Ele se senta na cadeira de frente para a mesa com a postura arrogante intacta, porém tem algo diferente nele. Nikolai parece tenso, preocupado...Apoio os braços no tampo de madeira, olhando para ele e esperando que ele diga o que quer.— Não gosto de rodeios, então irei direto ao assunto — diz, cruzando as pernas.— Por favor! Estou curioso para saber o motivo para ter aparecido de repente, por um acaso mudou de ideia sobre o contrato? — questiono.Se ele voltasse atrás em relação ao nosso acordo, eu não insistiria, pagaria mais caro para os chineses e estaria disposto a atrasar a produção, mas pelo menos o teria longe de Estela.— Não vim falar sobre isso — diz rápido.Sobre o que mais ele falaria comigo?Nikol
EstelaEu definitivamente não gosto daquele homem, ele me causa um desconforto gigantesco.Ver Nikolai Abrovisk parado na frente da minha mesa me deixou sem reação. A voz está mais aveludada, completamente diferente de como falou comigo na primeira vez, e não, ainda assim não foi confortável.Por que ele perguntou onde eu tinha nascido? Fiquei tão aliviada quando o deixei na sala de Owen, mas só ficaria em paz quando ele não estivesse mais por perto. Apoio a cabeça entre aos mãos, apertando as têmporas.— Dor de cabeça? — alguém diz, fazendo-me erguer o rosto rapidamente. Evelyn me olha com a sobrancelha erguida, agarrada ao seu tablet, então levanto, rodeando a mesa e indo até ela, a abraçando. — Ei, o que é isso? — pergunta enquanto a aperto.— Me desculpe, eu devia ter te contado, ou melhor, eu não deveria ter permitido que nada acontecesse — digo sem soltá-la.— Estela? Você está me sufocando — Solto Evelyn, ficando automaticamente envergonhada.— Me desculpe.— Pelo que exatamen
OwenCaminho de um lado para o outro sob o olhar atento de Ares, ele parece tão nervoso quanto eu.Saí da empresa sem me importar com mais nada, só queria trazer Estela para casa, seu choro e o olhar carregado de mágoa doía em mim.Nunca tinha visto alguém em tamanho estado de desespero e me sentia impotente por não poder fazer nada para mudar essa situação, mas estou disposto a qualquer coisa para proteger Estela, não importa o que aconteça.Um latido de Ares, seguido da campainha, me faz ir até a porta, então Chris entra sem dizer nada, seguido por Evelyn, ambos caminhando em direção à sala.— Onde ela está? — Evelyn pergunta, afagando Ares.— Dormiu — digo. — Ela chorou até pegar no sono.— O exame é real, o resultado não foi adulterado — Chris fala sério, olhando para mim.— Me obriguei a falar com Edward. — Evelyn revira os olhos.— E o que ele disse? — questiono.— Ele confirmou toda a história do pai, Estela é realmente uma Abrovisk — diz, se sentando.— Como algo assim é possí
EstelaAndo de um lado para o outro, mas tenho a sensação de que não estou saindo do lugar. Os corredores parecem ficar cada vez mais estreitos, então o ar foge dos meus pulmões e sinto minha boca seca, mas continuo andando, sem saber para onde estou indo. Começo a me desesperar, sendo sufocada pelo medo, olhando para todos os lados enquanto as paredes se fecham mais e mais ao meu redor.Então ouço uma voz me chamando, é quase um sussurro, mas quando olho ao redor, não vejo ninguém.É quando eu paro, bem em frente a uma porta escura, viro o rosto para trás e vejo as paredes dos corredores se encontrarem, fazendo um barulho assustador. Eu não posso voltar.Minha mão encontra a maçaneta, girando e abrindo a porta pesada.Quando me acostumo com a iluminação do outro lado, o pavor me invade.Estou parada e olhando para o que está do outro lado da porta, ou melhor, quem está.É George, e ele sorri com os dentes absurdamente brancos enquanto me encara com sangue escorrendo de sua orelha.
Owen Já tem quase dois meses que só sei dormir dividindo a cama com Estela, e o pior é que isso não está me enlouquecendo, muito menos quero que ela vá embora.E, mesmo sendo um cafajeste, nunca mais consegui olhar para outra mulher.É como se só Estela existisse, ela é a única que eu desejo.Isso foi alguma praga que Chris jogou em mim, ele falava que uma hora ou outra isso aconteceria, e foi da maneira mais improvável possível.Sinto como se estivesse perdendo o controle, como se tivesse caído em um abismo sem fundo.Prometi a mim mesmo que nunca me permitiria cair nesse jogo perigoso do amor, mas então Estela apareceu e tudo mudou.Seu sorriso, sua voz, seus olhos... Ela virou meu mundo de cabeça para baixo. Agora me vejo mergulhado em um oceano de sentimentos que sempre rejeitei, e é assustador, eu admito, sinto o medo do que isso significa para mim, para nós, mesmo assim, não consigo negar a intensidade do que cresce dentro de mim, apesar de todos os meus esforços para resistir
OwenMinha cabeça dói e minhas pálpebras parecem pesar uma tonelada. Parece que fui atropelado por um trator, tamanha é a dor no meu corpo.Abro os olhos, vendo um teto emoldurado, então me sento na cama, olhando ao redor e percebendo que estou no meu antigo quarto, o que fica na casa dos meus pais.Como vim parar aqui? Então flashs começam a invadir minha mente.Estela me contando que estava grávida...Eu ficando apavorado...Eu a deixando sozinha e saindo do apartamento, parando no primeiro bar que encontrei e bebendo uma garrafa de whisky sozinho.Estela está grávida... Eu vou ser pai.Meu coração está acelerado e um frio percorre minha espinha desde que recebi a notícia.Eu, pai? A ideia me apavora mais do que consigo expressar. Nunca quis um filho, nunca me vi capaz de ser o pai que uma criança merece.Os fantasmas do passado me assombram, os mesmos erros que meu próprio pai cometeu ecoam em minha mente, me fazendo tremer de medo.Não posso ser como ele, não posso repetir os me