OwenEu tive uma noite de merda, tudo porque não fui capaz de me controlar e acabei beijando Estela. Não fosse pelo lapso de sanidade, sabe lá onde aquele beijo iria terminar.Ouvir Estela, vê-la sorrir, perceber o quanto ela é doce e espontânea...Porra, ela fica linda até fazendo aquelas caretas esquisitas. Rio, passando as mãos pelos cabelos enquanto olho para o líquido preto sendo despejado pela cafeteira na caneca.Eu gosto de ficar perto dela, gosto mais do que deveria, a vontade de tocá-la e de ter seu corpo junto do meu me deixa enlouquecido.Ouvir Estela dizendo que poderia transar com outro homem despertou algo animalesco dentro de mim, um sentimento de posse que não posso ter. Precisei me controlar para não surtar bem na sua frente.O pior é saber que ela tem todo o direito de querer isso.Isso não me impede de estar incomodado, um incômodo que nunca senti antes.Algo dentro de mim deseja que ela só tenha dito aquilo por estar irritada pela minha hesitação.Mas não era iss
EstelaA música alta faz meus ouvidos doerem e as luzes, piscando o tempo todo, me deixam tonta.Até arrisquei alguns passos na pista de dança, mas o fato de não ter muito espaço para dançar não me permitiu aproveitar e me divertir como eu pensei que faria.Sem falar no quanto eu sofri para manter o equilíbrio com esses benditos saltos, mas não vou deixar transparecer meu desânimo para meus novos amigos.Evelyn está empenhada em fazer com que eu me divirta, então movimento o corpo de um lado para o outro, enquanto permaneço sentada no pequeno sofá carmim aveludado, bebendo minha limonada enquanto observo as pessoas se esbarrando na pista, dançando.Talvez se eu não ficasse pensando demais na ceninha que aquele idiota fez, só por eu insinuar que poderia transar com algum cara que eu conhecesse hoje, com certeza eu estaria me soltando mais.Foi como se ele estivesse com ciúmes, mas é claro que não foi isso.Vejo Linn ao longe na pista, tentando fazer Arttibald dançar, ele faz uns passos
OwenEstou a um passo de me trocar e ir atrás de Estela naquela merda de boate.Já são duas da manhã e não aguento mais ficar rolando de um lado para o outro na cama.Levanto e passo as mãos pelo rosto, olho para AR dormindo tranquilamente na minha cama e respiro fundo, tentando me controlar enquanto abro a porta do quarto e caminho em direção à sala.O meu erro foi mandar uma droga de mensagem para Evelyn, perguntando se elas estavam se divertindo, então sua resposta foi a merda de um vídeo de Estela, dançando sensualmente com aquele paspalho do Arttibald, que só babava em cima dela.Eu quero quebrar o pescoço daquele moleque. Não quero outro homem perto dela, só de pensar em alguém a tocando eu fico maluco.Aperto o celular com força, me segurando para não ligar para Estela ou mandar uma mensagem, enquanto atravesso a sala na penumbra.— OH, MERDA! — rosno ao sentir minha tíbia direita se chocando com a quina da mesa de centro. Isso vai virar a porra de um hematoma. — Quando foi qu
Estela—Você tem muito bom gosto — Owen fala, aumentando o volume da música. O refrão de Like a Prayer toca e balanço a cabeça no ritmo da música, enquanto canto, acompanhando o refrão. — Meu Deus! Estou realmente surpreso, você sabe todas as letras. — Ri.— Claro que sei, cresci ouvindo isso — falo alto, ainda balançando a cabeça no ritmo da música, ele sorri, tamborilando os dedos no volante.— É interessante alguém da sua idade ouvir música dos anos oitenta — diz, atento ao trânsito.— Os anos oitenta tem as melhores músicas — afirmo. — E o que quis dizer com “alguém da minha idade”? — Ele dá uma gargalhada, me deixando mais irritada. — Falando assim, parece que sou bem mais nova do que você.Ele continua rindo, porque pelo visto ele acha divertido me irritar.— São onze anos de diferença... — Seu sorriso desaparece e percebo que ele fica tenso, deixando claro que nossa diferença de idade, quando dita em voz alta, causou desconforto.— Dez anos de diferença, faço vinte no próximo s
OwenTento manter uma expressão neutra enquanto coloco minha sobrinha no chão.Nolan mede Estela com uma expressão que me causa um calafrio, me dando a certeza de que trazê-la não foi uma boa ideia.Na verdade, eu não estou agindo racionalmente desde o momento em que a tive em meus braços novamente, e o pior é que não me arrependo em momento algum de ter cedido ao meu desejo.Estela olha para mim, visivelmente desconcertada.— Vou falar para vovó que o tio Owen chegou. — Melanie sai dando pulinhos, seguindo em direção ao interior da casa.Linda mantém uma expressão tensa, olhando para mim e Nolan, aparentemente esperando o início da troca de farpas.Meu irmão dá alguns passos, parando na frente de Estela.— Olá, sou Nolan Pergatti. — Ele estende a mão para ela, com um sorriso nefasto brotando nos lábios, então percebo que minhas mãos estão suando.— Estela. — Ela estende a mão com um receio visível.Não quero que ele a toque, até um simples aperto de mãos causa um reboliço dentro de m
OwenPor um momento, me esqueci de Hugo, o motorista que estava comigo no dia que conheci Estela, e que foi ele quem me ajudou a levá-la para casa.Imagina se ele resolve dar com a língua nos dentes, e minha mãe descobre toda essa história?Ela já estava cheia de insinuações por eu ter trazido Estela e, conhecendo bem Joane, sei que não engoliu bem o fato de eu ter falado que ela era minha assistente.Mas o que eu diria? Que ela me roubou?Que eu a segui e que ela desmaiou nos meus braços?Que a levei para minha casa e que, além de ser minha assistente, eu também transo com ela?Minha cabeça dói só de pensar no show que minha mãe faria se soubesse, mas estou feliz por ela ter gostado de Estela.Ouço um barulho de música e risadas conforme cruzo o corredor, Linda passa correndo ao meu lado, seguindo por minha mãe e Estela.Joane segue arrastando Estela e eu posso estar enganado, mas parece que ela está bem confortável na companhia da minha mãe, ela só não imagina o que espera por ela.
OwenMas de que merda Nolan está falando? Eu jamais tocaria em Carina, eu a adorava, mas jamais olhei para ela dessa forma.Eu sabia dos casos extraconjugais, mas escolhi não me meter pois até eu sabia que seu relacionamento estava uma droga.Conhecendo meu irmão e sua obsessão pelo trabalho e por ser o melhor, era nítido que deixava o casamento em último plano.Ainda estou furioso por ele agir daquele jeito com Estela, mas preciso entender o que passa na cabeça dele.— Me responda, Nolan, do que está falando?Ele ri com escárnio.— Não se faça de desentendido. — Fecha o semblante.— Não estou me fazendo de desentendido, só quero entender de onde você tirou isso, cara? — Passo as mãos pelos cabelos. — Eu e Carina?— Ela mudou e parou de me cobrar por trabalhar demais, deixou de se importar com nosso casamento e com nossa filha. — Respira fundo, apertando as têmporas.Ele me culpa e sempre me olhou com desprezo, mas agora seu olhar está repleto de mágoa, ressentimento e ódio.Ele podia
EstelaOwen não falou uma palavra enquanto voltávamos para casa, e ele me ignorou desde que chegamos.Não estou chateada por isso, na verdade, estou preocupada com ele. Ele está cabisbaixo e pensativo, seja lá o que tenha conversado com o irmão, de alguma maneira, o deixou mal.Ele nem quis se despedir da mãe, mesmo sendo aniversário dela.Nolan se mostrou uma pessoa cruel e só de me lembrar do que ele me disse, sinto o estômago embrulhar.O ódio que ele sente do próprio irmão, o quanto ele está disposto a fazer para atingir Owen...Tenho tantas perguntas.Realmente sou importante para Owen? Por que Nolan fez questão de enfatizar isso?Passo a mão pelo meu rosto, respirando fundo.E se Nolan estiver dizendo a verdade e Owen realmente tinha um caso com a mulher dele? Todas essas perguntas permeiam minha mente desde o momento em que saí da casa da mãe de Owen, mas algo dentro de mim se recusa a acreditar que Owen foi escroto a ponto de se envolver com a mulher do próprio irmão.Ou tal