— Quase desmaiou na porta, nós achamos que ela ia ter um infarto! — exclama a mesma mulher que ouvi na ligação, super nervosa.Jesus a repreende, mas ela não presta atenção. Com o resultado dado, os vizinhos vão embora, Luísa aproveita para contar a história de como a encontrou e como trouxe a enfermeira, que ouvi se chamar Tania. Enquanto isso, aproveito para sentar em uma cadeira no canto, para ouvir. O resto não me viu, e Jesus se esqueceu de mim.Eventualmente, os olhos da senhora Mary se fixam em mim.— É a Sarita? — ela pergunta, mais recuperada.— Acho que sim — respondo com um sorriso, e me aproximando dela.— Minha menina! Como você está?! — ela estende os braços.Eu me inclino para abraçá-la.— Melhor, que só tenha sido um susto e ela esteja bem — digo, me endireitando.— Estou bem, melhor do que nunca. Você fica para comer? Quer um cafezinho? — ela oferece.— Mãe… ela tem trabalho pendente. Não pode ficar… — diz Jesus, se levantando. — Eu… também…O rosto de preocupação e ve
Eu fui, em seu momento, uma criança travessa, depois uma adolescente problemática que adorava se meter onde não era chamada. Em seguida, sou uma adulta, que parece que os problemas a seguem sozinhos. A confissão de Jesus me deixou em choque, em completo choque.Embora depois, o comportamento de Emma faça mais ou menos sentido. Essa agressividade que ela tem comigo e que apareceu logo depois de contratar Jesus. Justo naquele dia em que ela começou a me tratar assim, antes disso, cheguei a sentir que a tinha na palma da minha mão.Já vejo por que parei de tê-la, ela deve acreditar que orquestrei isso, sozinha.— Vou assinar minha demissão ao final do dia. Desculpe pela minha falta de honestidade — diz Jesus.Volto à Terra.— Você acha que vou te deixar ir depois de soltar uma bomba dessas sem contexto? — reclamo.— Não é tão interessante ou significativo como você está imaginando… — ele menciona, sem soar convencido.— Ah, sim? Me conta uma história de vaqueiros? Se fosse irrelevante com
— Sara! Como você está? Loren me contou sobre seu acidente… foi terrível. Por que você não nos contou antes? — ela diz.Ah, bom. Lorenzo soube do meu acidente e contou a ela. Parece bom, ridiculamente bom.— Eu estava descansando e com proibição de telas… — respondo forçando um sorriso.— Que horrível deve ter sido para você. Sinto muito…— Sim…— Oi, já que você voltou ao trabalho, eu realmente queria consertar as coisas com você. Sei que da última vez fui meio volátil, mas desta vez, vou compensar, prometo.Arranho minha sobrancelha.— Quando você quer que seja essa vez?— Agora mesmo. Vou te enviar minha localização imediatamente, será um grande presente para você e minhas damas. Te espero! — ela desliga.Olho para Jesus, que está curioso com o que Emma me disse.— Ela quer me dar uma surpresa, é uma oferta de paz…— Ela vai cair nos jogos mentais dela de novo? Não faça isso de novo, senhorita Sara. Não é bom se misturar com essas pessoas, os Bianchi são perigosos e sua segurança me
Narrado por Emma BianchiDe niña, sonhava que meu primeiro amor seria o único amor que eu teria na minha vida. Ansiosamente esperei que ele viesse até mim, mas nunca me foi muito bem nesse departamento. Eu adorava meu pai naquela época, na minha visão ele era perfeito, um homem que trabalhava incansavelmente e ajudava os outros sem pedir nada em troca. No entanto, eu sabia o quão intimidador ele podia ser para os outros, e também achava que os outros não o compreendiam.Eu adorava Mauro como uma de suas seguidoras, como mais uma cidadã que acreditava cegamente em seu discurso, em suas promessas. Com a diferença de que eu era sua filha, eu era o que ele mais queria. Meu pai faria tudo por mim, eu tinha essa certeza cega.Até que eu soube que não era assim.O amor finalmente chegou quando conheci Jesus. Foi amor à primeira vista, lembro que quando o vi pela primeira vez, nunca tinha visto um sorriso tão bonito, nem conhecido um rapaz tão gentil. Jesus trabalhou para meu pai desde muito j
Também não foi ele, quando me levou a um ginecologista amigo dele naquela noite. Ele fez com que me examinasse, com ele presente, ele mesmo queria ver o monitor com meu útero vazio. Ele falou sobre um aborto naquela mesma noite, um aborto que não fazia sentido porque… Jesus e eu nunca tínhamos feito sem proteção. Ele me cuidava tanto, e eu o amava tanto. Cada vez que fizemos amor, foi lindo, foi perfeito, foi espiritual. Mas naquele momento… tudo se sentiu tão sujo.Talvez eu devesse protestar, talvez eu devesse tentar escapar, mas eu não era eu. Eu não… conseguia assimilar. Também não conseguia assimilar como Mauro conseguiu me tirar naquele estado e ninguém disse nada. Nenhum funcionário com quem eu troquei olhares me ajudou, nem o médico que me viu machucada fez isso. Ele se limitou a examinar entre minhas pernas.Foi… traumático.Mauro decidiu falar comigo no dia seguinte, ele me enviaria com minha mãe para o exterior. Adeus aos planos de estudar onde eu queria, adeus a Jesus. E qu
Meus pés batem no chão com constância e meu coração bate com uma força sobrenatural. Eu finalmente consegui, uma promoção no meu trabalho, e o primeiro que tinha que saber disso era Andrew, meu noivo. Caminho pelo corredor tão emocionada e agarrada à minha pasta que agradeço por ninguém estar neste corredor. Vão pensar que estou louca ou que não sei me controlar pelo sorriso enorme que tenho no rosto. Mas quem poderia me culpar.Minha vida estava se transformando no que sempre deveria ter sido. Uma vida feliz e abençoada. Eu me casaria em alguns meses com o amor da minha vida, e finalmente deixaria de servir café na empresa. As lágrimas, humilhações e solidão acabariam. Eu, Marianne Belmonte, deixaria de ser o saco de pancadas da minha família, seria a esposa de um promissor empresário. Finalmente, todos me respeitariam e aceitariam.—Querido? Tenho boas notícias... — digo abrindo a porta do apartamento do meu futuro marido.As luzes da sala estão apagadas e há uma melodia suave de Jaz
Na manhã de ontem, acordei com o homem que amava conversando sobre como estávamos animados com o casamento dos nossos sonhos. Na manhã de hoje, acordei em um quarto de hotel barato com os olhos inchados de tanto chorar. Não haveria casamento, não haveria um final feliz para mim, não teria a família com a qual sonhei. Fiquei praticamente sem nada. Sem um teto, e quem sabe se Andrew teria a decência de me devolver minhas roupas. A única coisa que me restava era meu trabalho. Um ao qual voltei a me trancar em meu cubículo para mergulhar no meu mundo, os números. Trabalho para a Belmonte Raízes, uma imobiliária de bom tamanho dedicada ao que todas as imobiliárias fazem: comprar e vender imóveis. E eu, que tinha quase três anos de formada em administração de empresas, trabalhava nela desde então. O fato de compartilhar o mesmo sobrenome no nome da empresa não é coincidência. Seu dono é meu pai, Belmonte Raízes é uma empresa familiar. Uma na qual conquistei meu posto por mais que meus col
Tenho uma lista interminável de humilhações provocadas pela minha família em minha memória. A vez em que vim a esta casa me ajoelhar diante do meu pai para que me desse dinheiro para o tratamento da minha mãe. A vez em que Amanda e sua mãe me deram uma caixa com roupas usadas e rasgadas, porque eu "precisava me vestir melhor".Mas me pedir para ajudar a organizar o casamento do meu ex-parceiro com sua amante grávida, que é minha meia-irmã, essa devia ser uma das mais sádicas da lista.—Não ajudarei Amanda a organizar seu casamento com Andrew. Por que eu faria tal coisa? — digo lentamente como se estivesse dando tempo ao meu pai para confessar que isso é uma piada de mau gosto.Sergio me olha com desaprovação, Amanda o faz com um sorriso que tenta esconder enquanto come sua salada de frutas.—É decepcionante que você não decida ser uma pessoa melhor neste assunto. Se não for, me verei obrigado a reconsiderar seu contrato em nossa empresa. Ouvi dizer que você conseguiu assinar para ser u