O sorriso maroto de Luciano vai desaparecendo, e ele vai ficando sério.— Costumo ser assim quando entro em confiança num relacionamento. Sou um homem detalhista.— Não me diga. Em quanto tempo você costuma fazer isso? — falo quase com ironia.— Tipo... seis meses? — ele acaricia o queixo.Quanto mais ele brinca, mais vontade tenho de machucá-lo.— Então você vai continuar me enrolando com suas voltas, e não vai me dizer a verdade. Vamos negar que cada vez que você me dá um presente grande é porque aprontou alguma. Ou você esqueceu em que circunstância me deu a caminhonete? — solto minha suspeita que está se tornando uma certeza.Luciano poderia me responder com a verdade que esconde por trás daquela expressão fria. Será que vai fazer isso? Já sabemos que não. Estou prevendo que ele vai sair com uma daquelas piadas estúpidas que caem mal neste contexto.Vou até começar a contagem regressiva. 5...4...3...— Podemos mudar para um assunto em que você não apunhale meu frágil coração, mulhe
A ausência naquela noite, a falta de sexo, o colar e agora a oferta de um capital considerável para abrir minha própria empresa, deixam tudo bem claro para mim. Muito claro. Luciano não foi abduzido ou clonado na sexta-feira, já sei o que ele fez.— Com quem você transou, Luciano Brown? — acuso com uma voz de ultratumba.Ele se surpreende com minha pergunta, embora não consiga disfarçar o nervosismo que provoquei nele.— Com ninguém... Não sei por que está me acusando disso...— Diz que com ninguém? — comento com um sorriso.O sorriso é perfeito para arremessar no peito dele a caixa com seu colar. Ele tem bons reflexos e a agarra no ar antes que o atinja. Eu elogiaria seus reflexos, mas a raiva me domina.— Não podia jogar um objeto de menor valor? Não é para me gabar, mas tenha cuidado com as joias que vou te dar daqui para frente. Não gosto de dar bugigangas.— Você é um idiota e eu não fico atrás. Também sou uma idiota por acreditar que respeitaria nosso acordo — me levanto e me dir
Enquanto ele vai acariciando meu botão, volto a morder meu lábio para não levantar a voz. No entanto, não consigo resistir mais, me escapa um gemido muito alto e vai escapar outro...— Shhh... shhh... — Luciano diz isso tampando minha boca fortemente com a mão livre — Vamos tentar não ser ouvidos lá de fora.Tal gesto é martirizante para mim, porque me excita ainda mais. O desespero de querer gritar e ter sua mão varonil me impedindo é delicioso, tão delicioso que acabo ali mesmo. O prazer não termina aqui, é igualmente delicioso que, uma vez que minhas pernas estão debilitadas pelo meu orgasmo, ele me guie para me recostar na escrivaninha, levante minha saia e entre em mim de uma só vez.A intensidade de suas investidas é tão grande que tenho que me agarrar ao outro lado da escrivaninha. As coisas nela tremem com os empurrões, e quanto mais forte ele me dá, mais meus olhos se enchem de lágrimas. Quando estou quase chegando ao clímax pela segunda vez, Luciano se adianta, termina dentro
Digo isso para depois secar minhas bochechas molhadas, Luciano coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.— Não entendo seu apego a esta empresa. Não deixe que o que você está conquistando te cegue. Os mesmos que te menosprezaram no passado são os mesmos que beijam seus pés hoje. E isso inclui Sergio. Ele não vai mudar, e não acredito que seu afeto seja sincero. É interesse, não amor — recomenda.Pensei que tínhamos deixado o assunto espinhoso para trás. Surpresa, havia outro mais para tocar.— Sincero ou não, já esclareci para ele que ainda não consegui perdoá-lo...— Ainda? Você está pensando em fazer isso? — fala cansado, julgando em silêncio minha ingenuidade.— Seria tão ruim assim fazê-lo? Mesmo que seu afeto seja falso ou hipócrita, seu orgulho não é. Ele tem falado comigo nestes meses sobre... me transferir algumas de suas ações. Ele quer que eu seja-Com rapidez, Luciano segura meu rosto entre suas mãos firmemente. Sua expressão é de tal advertência que me assusta.
Ser uma trabalhadora comum em tempo integral, investigadora particular nas horas vagas e uma recém-casada com um marido como o meu, não é fácil. Não é simples ser Marianne Belmonte atualmente, embora nunca tenha sido. No entanto, consegui no meu próprio ritmo. A prova mais concreta disso é que estou aqui na primeira fila da inauguração do New Century.Atrás de mim há mais pessoas sentadas para este evento de abertura, enquanto nas laterais os repórteres estão tirando fotos de quem está falando no palco. Que é o Mateo, ele está há alguns minutos falando sobre as grandes expectativas deste shopping center e sua visão de futuro.Ele tem se saído muito bem, posso ver o rosto de satisfação do próprio pai dele que está sentado a alguns lugares de mim, assim como o de Ernesto. Quem também está de excelente humor é o Sergio, que insistiu para que eu me sentasse à sua direita no lugar de Andrew, que esteve a dois segundos de fazer um chilique por isso.Mateo finaliza seu discurso demonstrando q
Para minha infelicidade, as coisas que descobri neste tempo justificam minha paranoia e mais.....Depois de um percurso extenso pelas instalações para a imprensa, vários discursos sobre as ambições do projeto e pés muito cansados nestes saltos, finalmente estamos a caminho do jantar de encerramento das atividades do dia.Estamos no carro de Andrew com ele dirigindo, o senhor Dominic no banco do passageiro e tanto Sergio quanto eu na parte de trás. Tínhamos sido os únicos convidados da Belmonte Raízes para o jantar naquele restaurante com estrelas Michelin. Ah, e Luciano, claro, que deveria aparecer em algum momento da noite. Ele sempre exclusivo.— Isso foi um sucesso sem precedentes. Você fez um trabalho maravilhoso, filha — elogia Sergio.— Nem pensar que teria sido melhor se você tivesse se atido ao contrato original, Marianne — acrescenta o simpático do Andrew.Se eu mantivesse uma conta de todas as vezes que Andrew me trouxe o assunto da SMB, perderia a sanidade.— Se eu tivesse
—Filha, não entendo. Por que você não quer parte das minhas ações? Ser acionista vai te ajudar na sua candidatura à gerência — explica papai, soando preocupado comigo.Será que ele está realmente preocupado comigo? Também não é como se eu pudesse voltar atrás na minha candidatura. Nisso eu não segui o conselho de Luciano.—Não me sinto preparada. Ainda há muito futuro pela frente — comento. Papai não está satisfeito.—O futuro é agora porque-—Pare de confundir sua pobre filha. Já fez bastante por você — interrompe o senhor Dominic, sempre sendo um amor.Sergio deixa de insistir porque ele muda de assunto e acabamos chegando ao jantar com os Nichols.….Um sucesso após outro sucesso, isso é o que vivemos com este jantar. Sergio encarregou-se de falar mais sobre negócios com a família de Mateo, e eu de tentar acompanhar o ritmo. Luciano ainda não chegou ao jantar. O jantar acabou, e agora todos os convidados estamos aqui e ali em pequenos subgrupos pelo salão VIP.Estou escrevendo para
Luciano reclamando de uma situação que ele mesmo provocou não é nem surpreendente, nem digna de alguma reação forte da minha parte. Que esteja olhando como se fosse partir para cima de Mateo em três segundos, também provoca o óbvio, que este se sinta intimidado.—Não estávamos falando de nada importante. Estão me chamando ali... — comenta Mateo para depois se afastar de nós.Meu marido agora é para mim que olha com essa expressão de valentão. Não me incomodo em repreendê-lo ou me defender. Não tinha sentido.—Estou esperando uma explicação — diz.—Eu também estou esperando uma. Por que você chega a essa hora? Nem ao jantar conseguiu ser pontual — lembro a ele.De repente, a expressão de Luciano muda, ele sorri e pede a uma garçonete que passa por perto uma das bebidas que ela leva em sua bandeja. Ele bebe.—Estou cansado de fazer essa cena de ciúmes para você. Vamos pular isso e chegar à oferta de uma recompensa para acalmar minha possessividade — fala esse louco.Estreito meus olhos.