—Que te torturaram por uma m***a de semana. Ou as surras e os choques elétricos não foram suficientes? Você teve sorte que o encontramos em uma batida, mais uma hora e você teria ficado sem dedos na mão esquerda, imbecil.—Que exagero, Julia, pelo amor de Deus. Só chegaram a cortar meu dedo médio — mostro a ela encolhendo os outros para ser mais ilustrativo. As marcas dos pontos ainda estão lá — Vê? Reimplantaram. Como novo.—Filho da puta — resmunga muito irritada.—Eu sou, literalmente — sorrio desfrutando do meu cigarro.Não pretendo parecer ou agir como um homem são, porque evidentemente não sou. A dor é relativa, e depois de alguns dias sem comer ou dormir como parte do meu castigo por me deitar com a mulher de um mafioso de alto nível, sinceramente, ter um dedo amputado não foi tão ruim. Nem sentia minhas mãos àquela altura.Além disso, o mais importante é que não entreguei meu papel como agente infiltrado. Isso é algo que nem Julia, nem ninguém da equipe compreende. Que os grand
Narrado por Luciano BrownVivi uma vida muito precoce. Uma em que conheci a dor física e mental desde muito jovem. A física graças a Liam, um miserável bêbado que agora quer se passar por regenerado. Mas eu não esqueço os primeiros vestígios de dor provocados pelo meu pai. Nunca esquecerei. Podem ter quebrado meus ossos e lacerado minha carne atualmente, no entanto, aquelas pancadas de Liam doeram mais.A mental pela mulher que deveria ter me protegido e me abandonou com um boa-vida. Como não odiá-la? Como não desejar o pior para ela? O ressentimento em relação aos meus pais, o dinheiro sobrando e meu sobrenome me levaram por um caminho de incerteza e perigo, para desafiar a mim mesmo, para não me entediar, para dar valor à minha vida.Antes de completar 18 anos, já tinha feito o que outros homens só faziam aos 30. Viagens para qualquer lugar, festas selvagens, sexo intenso, drogas, problemas com a justiça dos quais minha velha Leonor me tirou. De tudo. Era egoísta, era mimado e não co
Ignorei suas advertências. Fui até as últimas instâncias com Anfisa, que me chantageou: se não fugíssemos juntos, ela não me daria o banco de dados fundamental para a operação. Esse que ela tinha roubado por seu amor por mim. Fugi com ela, o resto é história. Nos pegaram, me torturaram suspeitando da minha identidade real. Mas fui salvo pelo gongo.Minha agência me forçou a me retirar da minha posição, minha família me obrigou a assentar a cabeça pensando que esta era uma aventura sexual que foi longe demais.Eu iria dar a eles o prazer de fazer o que queriam? Não. Nunca. No dia em que Leonor morreu, morreu a última pessoa a me dar ordens. Toda minha vida adulta havia vivido fingindo ser alguém que não era e mentindo. Fingi seguir suas ordens com minha própria agenda.O plano era simples dentro do possível. Assumiria este disfarce de homem e empresário regenerado para estabelecer uma vida em um novo país. Que nesse país, eu comprasse a empresa do marido da minha mãe, era uma "coincidên
É nisso que devo pensar em uma das provas ao meu autocontrole, com minha proximidade a Julia nesta área reservada do bar. Já discutimos sobre os termos do nosso acordo. Sobre como tudo vai de acordo com meu plano, Julia em si não precisa saber.Conseguimos finalizar os tópicos necessários, e desta vez é realmente hora de partir. Não devia tentar mais minha capacidade de resistência.—Está com pressa para ir embora? Por que não fica para tomar algumas bebidas? — convida Julia balançando suas pernas. Sei que devora meu corpo com seu olhar.—Tenho que voltar — digo guardando o pendrive que ela me deu no meu paletó.—Tem certeza de que quer voltar? Sarahi está na cidade, podemos nos divertir nós três — menciona sugestivamente.Se antes a tentação era grande, agora é quatro vezes maior. Um trio com duas feras como Julia e Sarahi era uma experiência extrema. Já tinha estado lá, sabia o que me esperava. Sinto que meu olho direito vai explodir de pressão. Essa sensação aumenta quando Julia se
Eu sabia que Luciano era uma obra de arte, que me casar com ele era um risco, mas desde que ele escapou aquela noite da nossa cama, a dúvida se plantou no meu coração. Não é só o fato de que ele tenha saído do apartamento por cerca de duas horas, pelo que pude calcular, mas que tenha mentido dizendo que foi ao banheiro.No início tentei ignorar, e teria feito isso justificando de qualquer maneira. No entanto, a essa escapada se juntou uma atitude das mais estranhas. Isso foi numa sexta-feira, e no fim de semana ele se tornou prestativo, atencioso e ficou grudado nas minhas costas. Ressalto que não é que Luciano seja um patife na convivência doméstica, mesmo assim, esse dengue está fora do seu padrão.E o fato mais estranho do fim de semana: ele não tinha feito sexo comigo. Nem iniciou, nem eu tentei iniciar. Depois de me perguntar se eu o amava e ambos darmos respostas ambíguas, eu teria esperado outra coisa.Enfim, não tenho que ficar quebrando a cabeça com isso durante meu horário de
O sorriso maroto de Luciano vai desaparecendo, e ele vai ficando sério.— Costumo ser assim quando entro em confiança num relacionamento. Sou um homem detalhista.— Não me diga. Em quanto tempo você costuma fazer isso? — falo quase com ironia.— Tipo... seis meses? — ele acaricia o queixo.Quanto mais ele brinca, mais vontade tenho de machucá-lo.— Então você vai continuar me enrolando com suas voltas, e não vai me dizer a verdade. Vamos negar que cada vez que você me dá um presente grande é porque aprontou alguma. Ou você esqueceu em que circunstância me deu a caminhonete? — solto minha suspeita que está se tornando uma certeza.Luciano poderia me responder com a verdade que esconde por trás daquela expressão fria. Será que vai fazer isso? Já sabemos que não. Estou prevendo que ele vai sair com uma daquelas piadas estúpidas que caem mal neste contexto.Vou até começar a contagem regressiva. 5...4...3...— Podemos mudar para um assunto em que você não apunhale meu frágil coração, mulhe
A ausência naquela noite, a falta de sexo, o colar e agora a oferta de um capital considerável para abrir minha própria empresa, deixam tudo bem claro para mim. Muito claro. Luciano não foi abduzido ou clonado na sexta-feira, já sei o que ele fez.— Com quem você transou, Luciano Brown? — acuso com uma voz de ultratumba.Ele se surpreende com minha pergunta, embora não consiga disfarçar o nervosismo que provoquei nele.— Com ninguém... Não sei por que está me acusando disso...— Diz que com ninguém? — comento com um sorriso.O sorriso é perfeito para arremessar no peito dele a caixa com seu colar. Ele tem bons reflexos e a agarra no ar antes que o atinja. Eu elogiaria seus reflexos, mas a raiva me domina.— Não podia jogar um objeto de menor valor? Não é para me gabar, mas tenha cuidado com as joias que vou te dar daqui para frente. Não gosto de dar bugigangas.— Você é um idiota e eu não fico atrás. Também sou uma idiota por acreditar que respeitaria nosso acordo — me levanto e me dir
Enquanto ele vai acariciando meu botão, volto a morder meu lábio para não levantar a voz. No entanto, não consigo resistir mais, me escapa um gemido muito alto e vai escapar outro...— Shhh... shhh... — Luciano diz isso tampando minha boca fortemente com a mão livre — Vamos tentar não ser ouvidos lá de fora.Tal gesto é martirizante para mim, porque me excita ainda mais. O desespero de querer gritar e ter sua mão varonil me impedindo é delicioso, tão delicioso que acabo ali mesmo. O prazer não termina aqui, é igualmente delicioso que, uma vez que minhas pernas estão debilitadas pelo meu orgasmo, ele me guie para me recostar na escrivaninha, levante minha saia e entre em mim de uma só vez.A intensidade de suas investidas é tão grande que tenho que me agarrar ao outro lado da escrivaninha. As coisas nela tremem com os empurrões, e quanto mais forte ele me dá, mais meus olhos se enchem de lágrimas. Quando estou quase chegando ao clímax pela segunda vez, Luciano se adianta, termina dentro