Narrado por Luciano BrownDei a ela o casamento que quis, a satisfiz como quis, e fui tão longe a ponto de dar-lhe a exclusividade do meu corpo. Marianne não podia reclamar de mim, mas eu tenho muitas reclamações dela. Começando por sua insistência em não se separar de Giana a estas horas da madrugada.São 2:00 da manhã, a maioria dos nossos convidados já saiu do hotel e estou dando um chute de despedida nos últimos. No entanto, olho e olho de soslaio no salão quase vazio para minha esposa rindo como uma criança de pré-escola com sua amiga.—Posso saber para onde vocês vão em lua de mel? Por quanto tempo? — pergunta Lucía com Levi dormindo em seus braços. O bebê está sem sapatos e sem camisa, ficou só de fralda.—As Maldivas, acho que ouvi... — digo distraído, olhando para trás.Marianne agora está tentando pintar os lábios de Giana. É um batom vermelho e ela borra todo o rosto. As duas morrem de rir, novamente, como duas meninas.—Não acredito! Leandro e eu também fomos para lá em lua
—Nós nos casamos mesmo ou isso é um sonho? — pergunta com os olhos fechados. Cheira bastante a álcool.—Em que momento você ficou nesse estado? Te deixei sozinha por menos de uma hora e te encontro assim. Você não precisava beber tanto esta noite, Marianne — recrimino, sentindo-me ridículo.—Como assim não devia bebel? — soluça — Se a noiva não bebe no seu casamento, quem pode beber?Entro no elevador para subir ao nosso quarto e aperto o botão. Não me complico muito com isso, era especialista em manobrar uma mulher nos meus braços e fazer outras atividades simultaneamente.—Beber pode, não o bar inteiro — lembro a ela.—Não bebi todoooo o bar. Só uma garrafinha de... de... o que foi que eu bebi? — confunde-se, e eu reviro os olhos. Saio do elevador — Era para os nervos.—Imagino que fosse — digo sarcasticamente, abrindo a porta da nossa suíte.A visão que tenho me deixa ainda mais irritado. As pétalas na cama, as velas nos móveis, o champanhe com as taças para brindar. Tudo tinha ido
Volto a me amaldiçoar mil vezes. As mulheres não deveriam ser minha fraqueza, eu é que deveria ser a fraqueza das mulheres, não o contrário. Mas com Marianne era... era... diferente.Talvez fosse porque compartilhávamos muitas cicatrizes semelhantes, ou porque a causadora de algumas delas era a mesma pessoa. Tínhamos um inimigo em comum: América. Era só isso, não é?—Quando foi que eu disse que você é chata ou careta, hein? Falei para parar de chorar. Não posso ter relações com você, está muito bêbada — explico.Ela cambaleia e parece analisar isso. Que realmente está bêbada, e que realmente eu preciso olhar para outro lado. A excitação está me matando e Satanás querendo me acrescentar outra acusação ao meu terrível histórico.—Então não tenha relações comigo, mas não me deixe sozinha. Não gosto de dormir sozinha...—Sim, Marianne. Sei que não gosta de dormir sozinha. Sempre me diz isso nesse estado e no dia seguinte eu fico como o depravado que se meteu na sua cama sem você saber — le
É mais uma manhã sentindo que o mundo gira atrás das minhas pálpebras fechadas. Abro-as com dificuldade para que a luz aumente a dor de cabeça que tenho. Acordei em uma cama branca.Minha boca tem uma sensação estranha dentro dela, por isso salivo e a abro para tirar um pedaço de pétala de rosa. Isso não só me intriga, mas me surpreende junto com as velas e a garrafa de champanhe lá na distância. Não é a única coisa distante, vejo meu vestido de noiva amassado jogado no chão.Também ao baixar o olhar para meu corpo, começo a suar frio. Estou presa pelo abraço de um homem, e sem roupa, inclusive vejo um dos meus seios fora da proteção do lençol. Pouco a pouco vou girando meu pescoço para trás para encontrar meu flamante novo marido: Luciano.Ele está nas mesmas condições que eu, nu, e me amaldiçoo mil vezes porque o que aconteceu aqui é muito evidente. Tão evidente quanto o fato de que não me lembro de como cheguei a este quarto. Tive minha segunda vez com Luciano e também não me lembro
—Você leu o itinerário que te enviei no início da semana? — questiono para convidá-lo a falar.—Por cima — diz desinteressado, concentrado em seu celular.—O que achou? Gostou? Já visitou esses destinos antes?Ele dá um grande suspiro e me olha irritado. Depois se levanta de seu assento.—Vou ao banheiro — comunica antes de ir.Vê-lo se trancar novamente em um banheiro para me evitar não me agrada. Minha mente continua em branco, precisando de respostas que só ele poderia me dar. Deixo meu livro de lado e vou direto ao banheiro. Quero bater na porta, levanto meu punho, mas me arrependo e ajo de maneira melhor. Abro a porta e entro no espaço. Luciano, que está apenas desafivelando o cinto da calça, me olha surpreso e depois impaciente.—O que você está fazendo?Uma loucura, digo a mim mesma, trancando nós dois neste elegante, mas diminuto banheiro de avião.—Descobrindo o quão ruim foi nossa noite de núpcias para que você me trate desta maneira, Luciano — disparo.Ele morde o lábio infe
Não são delicadas, nem suaves. São poderosas e contundentes. Pode ser que a sensação de que me partirá em dois seja impossível ou equivocada, mas juro que é o que estou sentindo. Estou me afogando em meus próprios gemidos lastimosos por culpa da excitação e do prazer que experimento.Poderia ficar assim por muito mais tempo. No entanto, para Luciano não é suficiente, ele se cansa desta posição e me guia até a porta. Desta vez com minhas mãos apoiadas nela, e com ele se apoderando das minhas costas. Sei o que ele fará antes que o faça, desfruto novamente como ele entra em mim amassando minhas nádegas sob suas fortes mãos.Minha voz me trai novamente de tão aguda que soa. Outra vez me falha quando ele segura meu cabelo para se firmar em seu balanço. Minha testa e mãos batem na porta, buscando onde me apoiar, como suportar o que meu marido estava me fazendo. Queria que continuasse, e continuasse, nada era suficiente para mim. Nem prestava atenção aos estranhos tremores que percebia ao meu
A felicidade de Luciano deveria ser estudada pelos níveis absurdos que alcançou em nossa viagem ao Sri Lanka. O homem que subiu naquele avião foi diferente daquele que desceu comigo, cheio de piadas, risadas e muito confiante com suas mãos sobre mim. Embora, claro, reclamar do contrário seria tolo depois das coisas imprudentes que fizemos naquele banheiro.Também devo admitir que aproveitei mais do que esperava nossa segunda vez, e que de fato estava aproveitando muito este dia. Como Luciano estava tocando minhas costas ou minha mão tanto em nossa chegada a Negombo, aproveitei para apoiar minha cabeça em seu ombro no carro que nos levou ao hotel. E como estava tão feliz, pedi que voltássemos a dormir abraçados porque meu corpo não aguentava mais. Tivemos assim uma boa noite de descanso ao chegar ao país.Mas o descanso acabou com o alarme do meu celular tocando neste lindo quarto de hotel. Era hora de explorar este canto do mundo com florestas, planícies, praias, natureza selvagem em a
Ele era um descarado. No entanto, eu devia aceitar que tinha me casado com um descarado e trabalhar com isso. Tudo nos casamentos era sobre mediações, não é?—Não vejo por que não podemos fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Durante os dias, aproveitar as belezas do Sri Lanka e durante as noites... fazer o que você quer — ofereço.Com isso, Luciano se interessa.—Você não vai usar como desculpa que está muito cansada à noite? Este não é um lugar para vir e relaxar. E desculpe, mas não quero montar em elefantes, quero estar com minha esposa.Fecho os olhos pelo fato de Luciano soltar semelhantes pérolas sem filtro algum. É como se me dissesse qualquer coisa que lhe viesse à cabeça. Não sei se isso é bom ou ruim a esta altura.—Tenho energia de sobra. Posso com ambas as coisas — presumo.—Você pode mesmo? — aproxima-se perigosamente do meu rosto.—Obviamente que posso — afirmo sem recuar.—Prove agora — exige Luciano, colocando-me em seu colo de um puxão.Solto um grito de surpresa diant