— De tudo aconteceu. Sofia subiu no lustre de 100 anos do clube. Quase caiu de lá, quase chamaram os bombeiros — relata animada Ana Maria — Ah, e Amber se agarrou com Ryan no terraço do quarto dele.Emma se engasga com sua bebida diante do comentário de Ana Maria, Amber está a ponto de gritar com ela, eu não me surpreendo. É notícia velha para mim.— Cala a boca, Ana Maria! Não divulgue minha privacidade! — exclama Amber.— Isso conta como privacidade quando você faz num terraço? — comento divertida.— Pensávamos que ninguém nos veria, e mesmo assim, não tenho nada a esconder, estamos ficando desde meu aniversário. Mais alguma crítica para me fazer? — ela fala para Ana Maria.— Não por enquanto, embora não me falte vontade. Ryan é o pior. Com quantas ele dormiu em nossa última viagem? — menciona Ana Maria.— Ele tem boa imaginação e amor por lugares proibidos, tá? — defende-se Amber — Quem não gosta de fazer ao ar livre?— Parece que Emma não gosta. Você está se envergonhando por essa
Emma titubeia demais, não me dá a resposta que quero ouvir. Não sei por que é tão difícil para ela. Para piorar, seu celular começa a tocar. Ela atende, começa a responder com monossílabos e a se afastar de mim. Seu corpo se afasta de mim. Termina desligando e se levantando.— Não vamos fazê-las esperar mais... ok?Emma pode tentar ir embora, mas agora sou eu quem segura sua mão, impedindo que vá.— Não sou sua inimiga. Pode confiar em mim — digo a ela.— O-obrigada... Entramos?Suspiro de frustração. Mas foi um avanço. Algo muito estranho havia entre esses dois. Se eu tinha suspeitas de que Emma estivesse apaixonada por Lorenzo, elas estão se enfraquecendo. Voltamos para onde as meninas estão.— Fico feliz que tenham voltado, porque o retorno de vocês confirma minha suspeita — fala coquete Ana Maria — Você tem um novo admirador que não para de olhar para você, nem de segui-la. Ali.O queixo de Ana Maria aponta para... surpresa, surpresa. É Jesus. Volto a olhar para minhas amigas, amba
Não costumo ser uma mulher ciumenta, porque se algo a experiência me deu foi a compreensão de que uma traição depende de quem a comete. Agora, neste contexto atual, meu ciúme surge das profundezas das minhas entranhas porque três coisas podem estar acontecendo:1. Lorenzo e Emma estão noivos por interesse. O namoro deles é falso, não têm relação física alguma.2. Lorenzo e Emma estão noivos por interesse. O namoro deles é falso, mas têm sexo por despeito e diversão.3. Lorenzo e Emma estão noivos por amor. O namoro deles é real, muito sexo que não a deixa dormir, e eu me tornei aquilo que tanto odiei: uma rouba-namorados.Em duas dessas opções eu fico como uma estúpida, e pelo clima deste brunch, nem preciso dizer. Emma está esperando uma resposta depois do último comentário que me fez, enquanto Ana Maria e Amber também estão me esperando, embora ligeiramente preocupadas.Pego um guardanapo, desdobro-o com paciência e controle. O controle é o que mantém unidas minhas feições. Limpo min
— De onde você conhece a Emma? — pergunto.Notei que Jesus responde diretamente o que pergunto, para ele não existem floreios ou pelo menos, não em sua personalidade como motorista. Mesmo assim, desta vez ele hesita, e percebo como suas mãos inquietas tateiam o volante.— De um dos meus trabalhos anteriores.— De algum dos trabalhos anexados no seu currículo? — investigo.Sua boca se contrai.— Antes deles.— Poderia ser mais específico? Não quero continuar te torturando com perguntas tão simples como estas...A ironia atinge Jesus, que se esforça para me responder.— Ela... tem relação com meus antigos empregadores. Nos conhecemos lá.Eles se conheceram no trabalho que lhe custou a sabotagem por aqueles anos. Interessante.— O que ela disse no restaurante? Parecia alterada — pergunto novamente.— Queria saber desde quando estou trabalhando para a senhora, e como consegui o emprego.— Você disse a verdade? — questiono, me recostando na janela.— Pedi que me deixasse sozinho. Não quero
Narrado por Lorenzo LewisAo me comprometer com Emma e manter a distância que sempre deveria ter mantido com Sara, não esperava por isso. De todas as probabilidades que calculei, nunca o que aconteceu foi uma delas. Tentei justificar o que aconteceu naquele armário pela escuridão, pelo desejo proibido, pelo álcool. Também tentei agir com ela como se nada tivesse acontecido, mas isso também não funcionou.Acabamos brigando debaixo de chuva depois de eu dizer mais algumas mentiras para afastá-la de mim, e mesmo assim nos beijamos. Ou melhor, eu não consegui me conter e a beijei. Depois de tanta abstinência que pratiquei da minha droga favorita, lá estava eu voltando a reincidir, mas pior, muito pior.Esse foi o primeiro beijo que dei em Sara. A realidade superou a fantasia. Seus lábios eram mais macios do que eu tinha sonhado, senti eletricidade percorrendo cada parte do meu corpo, foi indescritível e aterrorizante.Extremamente aterrorizante.Tão aterrorizante que fiquei sem palavras, e
O melhor tratamento e atenção em casa, esse era o que meu pai estava recebendo. No entanto, nem o tratamento milionário, nem a atenção esmerada dessas pessoas poderá salvá-lo. No final da vida, o dinheiro só podia comprar o material. Não substituir um corpo destinado à morte.Estou perturbado pela condição de Lorenzo, tanto que não percebo de imediato que meus dois irmãos estão no quarto. Julián está bocejando de tédio em uma das poltronas, Richard está à beira das lágrimas perto da cama de Lorenzo.O médico se aproxima de mim para explicar sua condição. Não é esperançosa, nem boa. O que resta agora é sedá-lo para que não sofra mais do que já sofreu por esses meses. Ele prevê que lhe resta um mês de vida. Não sei se acredito nele a esta altura, ele disse o mesmo no mês passado e no anterior. No entanto, a dor nunca acabava, nem para ele, nem para nós.Todos nesta casa estão sofrendo à sua própria maneira ao cuidar de um doente terminal nessas condições. Isso, é claro, inclui meus irmão
— Olá Emma, também é bom ouvir você novamente... — respondo exausto.— Quero que você me explique isso, Lorenzo — exclama irritada.Honestamente, meu cérebro não está funcionando para adivinhas neste momento.— Quem é ela? Como estamos zombando de você?Ouço um som de exasperação da parte dela.— Eu sabia que algo estava errado quando pedi a Jesus que trabalhasse para mim e ele acabou me rejeitando. Como você pôde cair tão baixo? — a ouço chorar.Não me agrada que Emma esteja reclamando comigo que seu amante não aceitou a "proposta de trabalho". Também não tínhamos esse tipo de intimidade, e esperava nunca ter com ela. Menos ainda tenho tempo para acusações que nem sei de onde vêm. Estou exausto.— Ponha seus problemas em ordem longe de mim. Não me interessa ouvi-los — aviso.— Espere um minuto! Não ouse desligar na minha...Desligo a chamada mesmo assim e desligo meu celular para que não interrompam meu sono quando for me deitar. Chego ao meu edifício, me ajudam com as malas e as saco
Esta manhã não acordei planejando vir aqui para tirar a paciência do Loren, muito menos para que estivéssemos nos beijando desta forma. Mas o jeito como ele segura meu corpo junto ao dele, e a maneira como nossas línguas estão dançando selvagemente, me deixam à beira do abismo.Eu não sabia que ele beijava tão bem, nem que era tão bom fazendo o que quer que esteja fazendo com meu corpo. Meus olhos permanecem fechados enquanto aproveito senti-lo tão perto de mim. É tão natural e, ao mesmo tempo, novo e emocionante.Minhas mãos não param de tocar seus braços e costas, quero senti-los mais de perto, por isso tiro a jaqueta que ele está vestindo. Como ele não reclama e está muito distraído apertando minha bunda, vou desabotoando sua camisa.— Sara... não... não está certo fazermos isso — sussurra ele, interrompendo nosso beijo.— Fazer o quê? — aproveito que há um sofá atrás dele, conduzo-o a se sentar e eu monto em seu colo, com as pernas abertas.Quando nossos centros se conectam, ouço u