Será que essa tonta irá perdoá-lo?
Quando Xavier, movido pela esperança, inclina-se lentamente na direção de Joana, acreditando que está prestes a tocar seus lábios, um tapa estrondoso corta o momento. O impacto faz seu rosto arder e a surpresa o deixa imóvel por um instante.— Por que você fez isso? — ele pergunta, levando a mão ao rosto que lateja com a força do golpe, enquanto a confusão e a dor misturam-se em sua expressão.— O que você pensa que está fazendo? — Joana dispara emotiva, enquanto seus olhos denunciam uma mistura de raiva e mágoa. — Acha que pode simplesmente se aproximar de mim assim? Como se nada tivesse acontecido?— Estou tentando me desculpar com você, não percebe? — Xavier responde, tentando manter a calma, embora a humilhação o consuma por dentro.— É assim que tenta se desculpar? Eu nem sei onde você passou o dia inteiro, e acha que pode chegar aqui e dizer apenas duas palavras como se fosse suficiente? — Ela cruza os braços, mantendo o olhar fixo nele, mas sua voz já denuncia a luta interna que
Ao observar a expressão do marido, Joana percebe que sua revelação o atingiu mais profundamente do que ela esperava. Os olhos dele, que estavam exalando confiança, agora revelam um misto de surpresa e inquietação, como se ele estivesse calculando rapidamente os desdobramentos do que acabou de ouvir.— Por que ficou em silêncio? — questiona Joana, erguendo uma sobrancelha, desconfiada.— Não é nada, só estou surpreso com essa história. — Xavier responde, tentando manter a compostura. — De onde o Victor tirou isso? — Ele inclina a cabeça levemente, como se quisesse demonstrar curiosidade, mas o brilho nervoso em seus olhos o trai.— Não sei, mas quero saber de você. — Dessa vez, é Joana quem dá um passo à frente, encarando o marido com um olhar inquisidor, buscando a verdade que ele tenta esconder. — Isso é mesmo verdade, Xavier?— Claro que não! — responde ele, quase instantaneamente, elevando a voz em um tom defensivo. — Pelo amor de Deus, Joana, o que acha que sou?— Eu não sei, me di
Quando a campainha da casa toca, o som ecoa pela mansão como um golpe no clima tenso que já pairava no ar. Joana, com o coração disparado, tenta manter a compostura. Sem desviar o olhar do marido.— Vá para o nosso quarto e se esconda lá, até que eu resolva isso — declara, com a voz confiante, embora por dentro seu coração esteja em uma onda de sentimentos.Percebendo que a esposa estava disposta a ajudá-lo, Xavier não discute. Ele se move rapidamente, entrando na casa sem que nenhum dos empregados o veja. O som de seus passos apressados desaparece ao longe, deixando Joana sozinha para enfrentar a situação.Respirando fundo, ela tenta reorganizar os pensamentos enquanto caminha até a sala. Seu olhar varre o ambiente, como se precisasse se convencer de que tem tudo sob controle. Parando no meio do cômodo, ela chama uma das empregadas.— Adelina! Vá até a porta e a abra — ordena, firme, mas não completamente imune ao nervosismo.A empregada obedece e segue em direção à entrada. Joana per
Em silêncio, Joana caminha até a cama e se senta, sugerindo que o marido faça o mesmo. Mesmo nervoso, Xavier faz o que a esposa pede, já que percebe que ela é a sua única saída naquele momento.— Querida, lembra-se de quando eu te disse estar começando a sentir o peso da idade? — ele começa, com um tom cauteloso, tentando iniciar uma conversa que não apenas a convencesse de sua versão dos fatos, mas também despertasse compaixão suficiente para que ela o perdoasse e o ajudasse a escapar das acusações iminentes.— O que isso tem a ver, Xavier? — Joana responde, arqueando as sobrancelhas, claramente impaciente com a tentativa de rodeios.— É que, naquele momento, eu comecei a me sentir vulnerável, insuficiente… como se minha vida estivesse escapando pelo meio dos dedos — Xavier continua, tentando controlar o nervosismo que transparece em sua voz. — Eu estava me afogando em trabalho, em cobranças… vendo o meu rosto mudar, as minhas forças diminuírem em tudo. Foi aí que cometi o erro de pro
Ao ouvir as palavras da esposa, um sorriso discreto surge nos lábios dele. Então, ele se levanta do chão rapidamente e a envolve em um abraço apertado, deixando transparecer uma emoção genuína.— Obrigado, meu amor. Prometo que nunca mais vou te decepcionar — diz ele, beijando o rosto da esposa com a reverência de quem contempla algo divino. — Eu sabia que você não iria me abandonar. Tudo isso que está fazendo por mim só prova o quanto você é a mulher perfeita. Vou fazer tudo valer a pena, querida. Tudo! — exclama, com uma alegria evidente de quem conseguiu o que queria.Joana, no entanto, permanece firme, embora sua expressão denuncie um conflito interno.— Me solte — pede ela, com a voz baixa. Ela sente que está à beira de ceder aos caprichos do marido, e isso a incomoda profundamente. — Como já disse, não estou fazendo isso por você, Xavier. Estou fazendo para evitar os escândalos que podem surgir daqui em diante.— Eles não vão aparecer, querida — garante, tentando acalmá-la. — Eu
É manhã de segunda-feira, e Marina acorda com a voz suave do namorado sussurrando em seu ouvido.— Bom dia, loirinha.Antes mesmo de abrir os olhos, um sorriso surge em seus lábios. O calor daquela voz e as lembranças do fim de semana passado nos braços do homem que ama fazem seu coração bater mais forte. Ela se vira lentamente na cama, enquanto seus cabelos caem sobre os ombros, e encara finalmente o rosto de Victor.— Bom dia, meu amor — responde, com a voz ainda rouca pelo sono. — Que horas são? — Ela procura o celular na mesinha de cabeceira, como um hábito automático.Segurando a mão dela delicadamente antes que alcance o aparelho, ele a puxa para mais perto.— São sete e meia — responde, observando-a com um sorriso encantador.Marina suspira, mas não consegue esconder o brilho nos olhos ao olhá-lo. Victor percebe o movimento sutil dela de se levantar e arqueia uma sobrancelha, divertido.— Já quer sair da cama, tão cedo? — provoca.— A semana começou e eu não posso perder tempo —
Antes de seguir para o trabalho, Victor faz questão de deixar Marina na casa dos pais dela. Demonstrando seu respeito habitual, ele desce do carro assim que estaciona e acompanha Marina até a porta. José e Daniela já estão atendendo na padaria.— Bom dia, senhor José, dona Daniela — diz ele, estendendo a mão para José e logo depois cumprimentando Daniela com um leve aceno de cabeça.— Bom dia, Victor — responde José, apertando a mão dele com firmeza, mantendo um semblante amigável.— Já tomou café? — Daniela pergunta. — Fiz uma torta maravilhosa e ela acabou de sair do forno.Victor ri educadamente, colocando as mãos nos bolsos do paletó.— Acredite, dona Daniela, adoraria tomar um café com vocês, mas o trabalho me espera. Tenho uma reunião importante logo cedo — explica, lançando um olhar breve e cúmplice para Marina, que observa a cena com satisfação.— Sempre tão dedicado — comenta José, acenando com a cabeça, claramente impressionado. — Um exemplo, não é, filha?Marina sorri, des
Aproveitando o momento, enquanto falavam sobre o mundo dar voltas, Daniela não perde a oportunidade de tocar em outro assunto que lhe despertava curiosidade.— E a Andressa, filha? — pergunta, baixando o tom de voz e inclinando-se um pouco mais. — O que acha que vai acontecer com ela?Suspirando, Marina pousa o copo de café com cuidado na mesa, como se estivesse ponderando as palavras.— A Andressa… — começa, escolhendo bem o que dizer. — Ela levou uma surra do Xavier e foi parar no hospital.Sua mãe arregala os olhos, completamente surpresa.— O quê? — ela pergunta, quase sussurrando, levando a mão à boca. — Mas como isso aconteceu?— Depois que ele descobriu que ela estava traindo-o, eles tiveram uma discussão feia. O Xavier perdeu a cabeça e ela acabou machucada — explica.— Mas isso foi grave? Ela está bem? — insiste Daniela, ainda processando a notícia.— Foi muito feio, ela me ligou na madrugada do sábado e pediu que eu fosse até lá — Marina revela. — Então isso acabou virando u