Após sair da casa de Marina, Victor dirige em direção à mansão dos pais, mas sua mente está longe, absorta em pensamentos sobre Marina e seu comportamento durante a carona. É evidente que ela fica nervosa quando ele se aproxima e isso, de certa forma o diverte. Ele percebe que, por trás daquela fachada de mulher determinada e forte, Marina reage como qualquer outra à sua proximidade. Afinal, quem resistiria ao seu charme? Por mais prepotente que isso possa parecer, Victor está acostumado a conquistar todas as mulheres que deseja e nunca recebeu um “não” em sua vida.Ao chegar à mansão, se depara com Joana, sua mãe, parada à porta de entrada, aguardando-o com um semblante de curiosidade e impaciência.— Onde você estava? Por que demorou tanto? Te liguei várias vezes e seu celular estava desligado — a voz dela sai mais alterada do que ele esperava.Victor suspira, tentando conter a irritação que sente. Não suporta ser pressionado, ainda mais por sua mãe, que ele acredita estar agindo as
Enquanto caminha em direção ao escritório do irmão, Victor Ferraz mantém uma expressão ainda mais séria do que a habitual. Em sua mente, o pensamento é claro: Marina precisa sofrer as consequências por ousar se achar mais esperta do que ele. Ele quer deixar claro que ninguém o engana.Quando se aproxima da sala de Rodrigo, ele vê Katrina em sua mesa e Marina na mesa ao lado. Katrina, ao notar sua presença, ajeita rapidamente o decote da camisa e lhe lança um sorriso malicioso. Victor está ciente das intenções dela. Embora às vezes aprecie suas insinuações, não é para isso que está ali naquele momento.— Bom dia, Victor — cumprimenta Katrina, com a voz doce e melosa.Nesse instante, Marina também percebe a presença dele e, com mais formalidade, levanta a cabeça. — Bom dia, senhor Ferraz — diz ela, em tom profissional.Victor, porém, ignora Marina deliberadamente e foca apenas em Katrina. — Bom dia, Katrina. Meu irmão, pode me receber agora?Katrina sorri, satisfeita com a atenção qu
Irritado com o modo como o irmão o encara, Victor protesta mais uma vez:— Pelo amor de Deus! Existem tantas mulheres maravilhosas neste mundo que fariam qualquer coisa para estar comigo, e você acha que eu iria gostar logo da que me irrita?Rodrigo observa o irmão com um olhar afiado e responde calmamente:— Talvez seja justamente esse o motivo, Victor. Marina te desafia, e é isso que te atrai. Você está interessado nela porque ela não se curva ao seu jeito.— Eu não estou atraído por ninguém, que droga! — Exclama, batendo a mão na mesa com tanta força que o som ecoa pela sala. — Já disse que, por mim, essa garota nem estaria mais nesta empresa!Rodrigo percebe que o irmão está no limite e decide mudar o tom, cruzando os braços e se recostando na cadeira. Ele o alerta com uma voz mais séria:— Espero que você realmente não esteja interessado nela, porque sabe que isso nunca daria certo. — Victor permanece em silêncio, sentindo o peso das palavras. Sabe o que o irmão quer dizer e conc
O coração de Marina bate descompassado, ciente de que Victor está fazendo de tudo para desestabilizá-la. Ela sabe que poderia facilmente dizer que não iria nessa viagem, afinal, não faz parte de suas obrigações. No entanto, se dissesse isso, estaria dando a Victor o argumento perfeito para afirmar que ela não é uma profissional dedicada.Todos os planos que fez para a semana, imaginando que não precisaria ver Victor na empresa, agora desmoronam. A frustração e a ansiedade a invadem ao perceber que terá que passar mais tempo ao lado dele do que pensava.— Tudo bem, quando será essa viagem? — pergunta Marina, tentando manter a compostura e esconder a indignação crescente.Victor, com o olhar provocador e o sorriso irônico que parece nunca deixar seu rosto, responde:— Hoje mesmo.O nó em sua garganta aperta, e ela começa a se perguntar se isso não é um plano elaborado para forçá-la a desistir daquele emprego.— Meu Deus… — murmura baixinho, já antecipando o que a espera no Rio de Janeir
Enquanto caminha em direção ao ponto de ônibus, Marina sente uma raiva crescente queimando em seu peito. Ela está convencida de que Victor fez tudo deliberadamente, apenas para pressioná-la a sair da empresa.— Ele não vai conseguir. Eu me recuso a deixar que ele me vença — sussurra para si mesma, com passos firmes refletindo sua determinação.De repente, o som familiar de um motor luxuoso chama sua atenção. O carro de Victor para ao seu lado. Fingindo que não o vê, continua andando com o olhar fixo à frente. Mas o estrondoso e longo barulho da buzina que ele aperta de propósito a assusta, fazendo-a tropeçar e cair no chão, deixando o seu sapato direito escapar do pé.No carro, Victor observa a cena com diversão mal contida. Ele sabe que o nervosismo dela está no auge, e isso só intensifica sua satisfação.Rapidamente, estaciona o carro e sai, caminhando em direção a ela, que tenta se levantar.— Precisa de ajuda? — pergunta, segurando o riso que ameaça escapar.— Não, eu não preciso d
— O que está acontecendo aqui? — A voz firme de Daniela corta o ar, fazendo com que Sávio solte o braço de Marina de imediato. Ela continua visivelmente abalada pela atitude dele.— Dona Daniela, a senhora sabia que a Marina vai viajar sozinha com o chefe para outro estado? — questiona Sávio, com o olhar cheio de reprovação pousado sobre Marina.Daniela franze a testa, surpresa. Até aquele momento, não sabia de nada sobre a viagem.— Não, minha mãe não sabe porque foi uma decisão de última hora, e eu ainda não tive tempo de contar — explica Marina, desapontada com a maneira como Sávio está lidando com a situação.— O que ele está dizendo, Mari? — indaga Daniela, agora olhando diretamente para a filha, esperando por uma explicação.— Vim para conversar com você e o papai mais cedo, mas parece que o Sávio não sabe respeitar o espaço dos outros — responde, com a indignação evidente em sua voz. — Podemos conversar lá dentro, mãe? — sugere, ignorando Sávio.— Tudo bem — concorda Daniela, em
Após Andressa tranquilizá-la, Marina decide aceitar a ajuda da amiga, já que estava sem muitas opções naquele momento. Ao retornar para casa, encontra metade de suas roupas já dobradas em cima da cama, revelando o quanto sua mãe está empenhada em ajudá-la.— Conseguiu? — pergunta Daniela, enquanto coloca os itens de higiene pessoal da filha em uma pequena necessaire.— Sim, a Andressa me emprestou a mala dela — responde, colocando a mala sobre a cama.Daniela observa o objeto com certa curiosidade, franzindo a testa.— Isso parece caro — comenta, após alguns segundos de avaliação.— Não só parece como é — admite Marina. — Só aceitei porque estou sem opções, mas confesso que estou um pouco preocupada.— Então leve essa mala com cuidado, sem perder de vista nem por um segundo. Quando voltar, providencie uma para você, para evitar esse tipo de situação no futuro. Já que viagens como essas devem se tornar cotidianas com o tempo.— É exatamente o que vou fazer.— Já sabe onde irá ficar? —
Enquanto esperam o voo no aeroporto, Marina sente um frio na barriga ao se lembrar de que é sua primeira vez viajando de avião. O pensamento de enfrentar essa experiência sozinha a deixa ainda mais ansiosa, especialmente sabendo que não pode contar com Victor para nenhum tipo de apoio. Sentada ao lado dele, aguardando o embarque, tenta se concentrar em outra coisa, mas seu nervosismo é visível. Victor, por sua vez, observa a mala que Marina carrega. Ele olha com atenção, analisando cada detalhe. A mala parece de grife, mas algo não b**e. Ele deduz que não passa de uma imitação bem-feita, já que acredita que Marina não teria condições de comprar uma peça original — exceto se… Aquela linha de pensamento o incomoda mais do que gostaria de admitir. A ideia de onde ela poderia ter conseguido aquela mala o deixa desconfortável, e, por mais que tente afastar esse pensamento, não consegue. A dúvida se insinua em sua mente, incomodando-o de maneira sutil, mas persistente.— Eu já volto — diz