Acham que Victor deve contar ao irmão o seu plano?
O olhar confuso que o irmão lhe lança acaba divertindo Victor, que não consegue conter o riso. — Por que acha que eu estaria aprontando alguma coisa? — Indaga, com ironia. Rodrigo caminha até a mesa do irmão e se senta à sua frente, analisando o olhar de cinismo que provem dele. — Porque sou o seu irmão e te conheço desde que nasceu. Então me diga o que está aprontando. Victor inclina a cabeça para o lado, sentindo o estresse acumulado em seu pescoço. Com um movimento firme, ele estala os músculos, soltando um leve suspiro de alívio enquanto relaxa os ombros, depois volta a ficar sério e encara o irmão. — Não estou planejando nada de ruim, não se preocupe — responde, tentando tranquilizar o irmão. — Só quero que a névoa se dissipe, para que os inocentes não sejam engolidos pela escuridão. Rodrigo estreita os olhos, sem entender a resposta do irmão. — Agora deu para falar em metáforas? — zomba. — Vamos, Victor, por acaso não confia em mim? — Claro que confio em você, nunca duvid
— Não quero que diga nada — Victor interrompe, tentando retomar o foco na conversa — Me desculpe por parecer tão surpreso — responde Rodrigo, levantando as mãos em um gesto de rendição. — É que isso realmente é muito novo para mim. Nunca imaginei que veria você, o Victor “inacessível”, caído por uma mulher assim tão cedo. — Então finja que eu não te disse nada — retruca Victor, ficando mais sério. Rodrigo dá um leve sorriso antes de perguntar: — E como a Marina está lidando com tudo isso? Victor suspira, apoiando os cotovelos na mesa e cruzando os dedos. — Está arrasada. A punhalada que levou da própria amiga destruiu muita coisa dentro dela. Mas fiz o possível para que relaxasse e ficasse bem. No momento, pedi que ela se afastasse de tudo e de todos, para se proteger. — Coitada… — comenta Rodrigo, sinceramente preocupado. — Imagino o quanto isso está sendo difícil para ela, ainda mais após ter que se afastar do emprego. Sei o quanto ela amava trabalhar aqui. — Bem, de qualquer
Rapidamente, Victor pega uma toalha e cobre o peitoral exposto, ajustando a câmera para focar apenas em seu rosto. Ele mantém a compostura, apesar da interrupção inesperada. Do outro lado, José o saúda com um leve aceno. — Boa noite, Victor — diz José, com um tom educado, mas direto. — Boa noite, senhor, como está? — pergunta, sério. José suspira, com um peso visível em sua expressão. — Bem… acredito que a Marina já tenha contado o que aconteceu com a minha mãe. — Sim, ela mencionou. E como está o quadro de saúde dela agora? — pergunta, inclinando-se ligeiramente para frente, demonstrando genuína preocupação. — Os médicos continuam avaliando, mas ela está estável no momento. Precisará de mais exames e acompanhamento constante — explica José, carregado de preocupação. Victor assente, numa expressão séria, mas respeitosa. — Espero que ela melhore logo, senhor. Se precisarem de algo, por favor, me avise. José agradece com um leve aceno de cabeça, enquanto Marina, ao fundo, observ
Quando é avisado de que o jantar está pronto, Victor solta um leve suspiro, antes de vestir uma camisa casual e sair de seu quarto. Descendo as escadas lentamente, ele sente o cheiro familiar da comida caseira preparada pelos chefs da família, um contraste curioso com o clima tenso que paira no ar.Ao entrar na sala de jantar, encontra toda a família já reunida em torno da longa mesa de madeira escura. A iluminação dourada do lustre reflete nos pratos de porcelana impecáveis e nos talheres de prata dispostos com perfeição. Ele avança em silêncio e ocupa seu lugar, sentindo os olhares dos familiares pesarem sobre ele. Sua mãe lança um sorriso quase forçado, tentando aliviar o ambiente.— Bem, que bom que você chegou, querido — comenta, num tom afável, enquanto pede que um dos empregados sirva sua taça com vinho. — Estávamos esperando você para começarmos.Victor apenas assente, pegando o guardanapo de tecido e colocando-o sobre o colo, sem dizer uma palavra. Ele nota Xavier, mantendo os
Percebendo que Victor não quer deixar aquele clima carregado na mesa ir embora, Xavier decide tomar a palavra. Ele limpa a garganta discretamente, atraindo a atenção da família.— Bem… — começa, num tom hesitante, tentando transparecer o peso do ressentimento em cada palavra. — Eu queria aproveitar que estamos todos aqui reunidos para dizer algo importante — faz uma pausa, como se buscasse as palavras certas, e então continua:— Quero pedir perdão pelo que aconteceu. Estou profundamente arrependido por ver o quanto os meus erros interferiram na vida de todos vocês.Enquanto fala, ele olha para Joana e estende a mão para segurar a dela. O gesto é suave, quase teatral, mas eficaz o suficiente para tocar o coração dela.— Jamais deveria ter tido olhos para outra mulher, sabendo da mulher incrível que tenho ao meu lado — declara com a voz trêmula, num peso emocional que parece genuíno, como se estivesse à beira das lágrimas. — Eu realmente não sei onde estava com a cabeça quando permiti qu
Em Nova Iorque, Andressa está hospedada em um dos hotéis mais luxuosos da cidade, uma obra-prima da arquitetura moderna com sua fachada de vidro cintilante que reflete as luzes vibrantes da cidade. O interior é igualmente deslumbrante, com um lobby amplo decorado em mármore branco e detalhes dourados, poltronas de veludo macio em tons de azul e verde-esmeralda, e um lustre de cristal que domina o espaço. Cada detalhe exala sofisticação, desde os arranjos florais frescos até os uniformes impecáveis dos atendentes.No quarto dela, o luxo é evidente. A suíte tem paredes em tons neutros e decoração minimalista, mas cuidadosamente escolhida, com móveis de design contemporâneo. As janelas panorâmicas oferecem uma vista espetacular do Central Park, que brilha sob a iluminação noturna. Para Andressa, cada momento ali é uma celebração, como se fosse o auge de suas conquistas.Após uma tarde relaxante em um spa exclusivo, onde aproveitou massagens, tratamentos faciais e até um banho de aromatera
Andressa permanece em silêncio por alguns segundos, mesmo que a ligação com o seu amante ainda continue, ela não consegue encontrar palavras para dizer algo naquele momento. Sua mente está dividida, tentando processar o homem à sua frente, que, até então, não havia percebido sua presença. Sua postura rígida e o olhar fixo nele revelam o choque que a atinge inesperadamente.— Está me ouvindo, Andressa? — Xavier pergunta do outro lado da linha, com a voz soando confusa.Percebendo o que está fazendo, ela pisca, forçando-se a retornar à realidade.— Claro, claro que estou ouvindo — responde apressadamente, tentando controlar o tom da voz, ainda lutando para se recompor.— Quando chegar, tenho uma surpresa para você — continua Xavier, num tom provocante que normalmente a faria sorrir.— Surpresa? — responde com uma voz ligeiramente animada, embora sua mente ainda esteja distraída pelo homem que acabara de entrar no ambiente.— Sim, mas não te direi mais nada. Apenas espere por mim — ele i
É uma manhã ensolarada de sexta-feira, e Marina está em frente ao espelho, ajustando os últimos detalhes de sua roupa. Embora esteja exausta com a rotina dos últimos dias, há uma segurança tranquila em seus movimentos. Desde que chegou à cidade para ficar com a avó, ela, os pais e um primo têm se revezado para garantir que a idosa nunca fique sozinha no hospital. O avô, apesar de se esforçar para ajudar, é um homem de idade avançada e não pode passar muito tempo fora de casa, tornando a responsabilidade ainda maior para os demais. Marina prende os cabelos em um coque simples e verifica se a bolsa está organizada com os itens de que pode precisar, dentre eles, um livro para ler enquanto acompanha a avó é essencial. — Estou indo, nos vemos à noite — diz ela, se aproximando do avô e dando um beijo no rosto dele. — Vai com Deus, meu amor, dê um beijo na Lurdes por mim — Seu avô, Antônio, responde. Daniela aparece próximo à porta da cozinha e se despede da filha. — Nos deixe informados