Nollan HoffamannFechando meus olhos na tentativa de afastar aquelas lembranças, direcionei a atenção para a porta quando Laysla entrou, e com o arquivo em mãos, ela arqueou a sobrancelha em confusão quando olhou para mim. — Estou atrapalhando?Engoli em seco e franzi a testa ao estranhar minha própria melancolia e neguei com a cabeça em resposta e ela se sentou na poltrona em frente a mim e perguntou num fio de voz. Ela percebeu algo em mim que talvez nem eu estava entendendo. — Eu… Está tudo bem?Mordi o lábio confuso e confirmei com a cabeça, não conseguindo dizer absolutamente nada, e ela continuou enquanto depositava o arquivo sobre a mesa. — O senhor Mavis…Eu assenti em resposta, e cocei a garganta quando respondi. — Ele… está bem… melhor.Suas sobrancelhas se uniram por alguns segundos e ela assentiu com a cabeça e disse. — Você precisa de algo? Quer que eu faça…Eu neguei com um gesto e respondi a primeira coisa que veio na minha cabeça.Na verdade, acho que era a única
Nollan HoffmannMinhas sobrancelhas se uniram em descrença e logo perguntei. — Mas por que…Ela negou com a cabeça e respondeu. — É como se você fosse outra pessoa.Ela suspirou enquanto finaliza com uma expressão diferente da que estava a segundos atrás. — A mesma pessoa que eu conheci antes do chefe.Engoli em seco quando reconheci aquela expressão de acordo com as suas palavras finais. Ela estava ressentida comigo obviamente, mas era muito além disso, para ela, eu não era aquele mesmo homem, e sim um personagem que a conquistou e depois a enganou.Mas o que ela não sabe, é que eu sempre tentei ser o mais transparente e verdadeiro possível, apenas omitindo a informação de que o chefe desgraçado era eu.Sim, eu sei, fui um tirano. Nem em sonhos eu sou assim com meus colaboradores, mas a gente erra, infelizmente.Engoli em seco enquanto afrouxava a gravata e então perguntei. — O que faz pensar que eu não sou aquela mesma pessoa?Ela desviou a atenção de mim e respondeu na
Laysla AlbuquerqueParece que minhas pernas viraram gelatina no instante em que ouvi aquelas malditas palavras e tudo se tornou pior quando resolvi responder a altura.Meu corpo não estava querendo obedecer aos comandos do meu cérebro mas ainda assim, falei o que precisava falar para o meu chefe e sai em seguida, caso contrário, Nollan iria presenciar a maior crise de choro com direito a máscara de cílios derretendo nos olhos e muita secreção nasal, graças a Deus.Droga, nem mesmo na humilhação eu tenho paz.Me encolhendo, abracei meu próprio corpo enquanto ouvia as palavras de Nollan ecoarem na minha cabeça como se fossem um áudio sendo recebido.A tentativa dele de aproximação está me deixando à beira de um ataque nervoso, porque ao mesmo tempo que eu quero, também não quero.Dá para entender? Sei que não faz sentido.Poxa, ele é o chefe, e também é o homem que me enganou assim que me conheceu. Como poderia confiar?Nada disso deveria estar acontecendo, e quando digo “nada” me refi
Laysla AlbuquerqueUm sorriso largo surgiu em seu rosto, mas não era um sorriso de vitória e sim de satisfação ou alívio por ter sido ouvido e acariciando meu rosto, Lann depositou um beijo em minha bochecha antes de fechar a tela do seu notebook e alcançar o seu paletó, chaves e carteira e franzindo a testa, eu murmurei quando me afastei dele. — O seu notebook…Ele negou com a cabeça enquanto jogava o paletó por cima do antebraço e entrelaçou meus dedos, nos direcionando através da porta. — Ele não é importante agora. Posso pegá-lo amanhã.Naquele momento, estremeci ao saber que ele está deixando tudo de lado para ter um tempo comigo, o que me soou um pouco perigoso, pois gostei disso.Gostei da sensação de que Nollan Hoffmann está prestes a sair do trabalho com a sua secretaria após um dia de trabalho.E sim, eu estou muito emocionada para alguém que foi enganada pelo mesmo homem.Assim que peguei meus pertences, nos direcionamos para o elevador e de repente, aquela ideia de termo
Nollan HoffmannApesar de eu transparecer tranquilidade, parece que meu coração está prestes a saltar pela boca. É como se eu tivesse voltado aos tempos de adolencente, onde estou conversando com a menina que gosto pela primeira vez.O que me faz pensar no que realmente sinto pela Laysla. Não é só físico. Não é só desejo. Existe sim um sentimento maior e confesso que gosto disso.Olhando para o lado, vejo que Laysla está tensa e em silêncio e franzindo a testa, estiquei o braço para alcançar a sua mão e ela logo me olhou quando entrelacei nossos dedos. — Está pensando em quê?Ela abaixou a cabeça e respondeu num tom firme. — Se estou fazendo a escolha certa em estar aqui com você.Senti um bolo se formar na minha garganta ao ouvir isso, mas ainda assim perguntei. — E qual foi a conclusão que chegou?Ela deu de ombros e disse. — Que todo idiota merece uma segunda chance.Soltei uma risada ao ouvir isso, e confirmei com a cabeça enquanto levei a mão dela até minha boca e depositei
Laysla AlbuquerqueNão acredito que apertei as bolas do meu chefe.Fechei os olhos enquanto repassava a situação na minha cabeça e realmente, não tem como dizer que não fiz aquilo.Poderia fingir demência mas é impossível esquecer por que além de pegar nas bolas eu ainda falei que ele era broxa.Minha vida não poderia ser menos humilhante?Soltei o ar com força tentando esconder a vergonha do que fiz até que ouço o motorista olhar pelo retrovisor e dizer em um resmungo. — Tá passando mal? Eu não quero ninguém vomitando no meu carro.Revirei os olhos quando neguei com a cabeça e logo respondi. — Não senhor, só estou respirando.Franzi a testa enquanto trocava olhares cheio de farpas com o senhor através do retrovisor e em silêncio, ele desviou a atenção e ficou sem dar uma palavra pelo restante da viagem.Assim que cheguei no meu apartamento, soltei o ar mais uma vez com toda a força que eu tinha e relaxei a postura. Abrindo a porta do meu quarto, coloquei os meus sapatos na sapateira
Laysla AlbuquerqueDe onde estou, vejo que ele está diferente. Sua pose dono da porra toda sumiu, dando lugar a um homem comum, uma pessoa normal.Alguém como eu. — Lann…Murmurei enquanto o olhava fixamente, e erguendo o olhar em minha direção, sua expressão mudou quando nossos olhares se encontraram e eu disse. — Não precisa ficar aí.Dei alguns tapas sobre a mesa de mármore e prossegui. — Nosso jantar vai ficar pronto em alguns minutos, então já pode vir aqui.Ele engoliu em seco enquanto se levantava e afrouxando a gravata, ele veio andando em minha direção, fazendo meu coração acelerar no peito diante daquela naturalidade e elegância que eu tanto gostava.Impossível não se abalar com a visão que tenho.Se acomodando na minha frente, Lann me olhou receoso e perguntou. — Posso ajudar em alguma coisa?Assentindo, passei a língua nos lábios enquanto escondia um sorrisinho e respondi. — Abra o vinho.Ele assentiu com um gesto enquanto se levantava e pegando nossos talheres, prat
Nollan HoffmannEstou com ela em meus braços. Seu corpo quente está colado ao meu enquanto ela está com seus cabelos molhados e soltos, sem maquiagem e com um outro pijama.Tão natural e linda que só me faz ter a vontade de consertar as coisas para ter acesso a mais momentos íntimos como esse.Uma intimidade além da cama. — Prometo ouvir tudo o que tem a dizer.Eu assenti com um gesto, me sentindo mais confiante para me abrir com alguém pela primeira vez. Laysla não sabe, mas ela será a primeira a saber sobre minha relação familiar.Estou disposto a deixá-la conhecer minha parte mais infantil, na qual me fez viver longe do meu pai, mesmo que eu não conte as entrelinhas.Nos acomodando em nossos assentos, servi o vinho em nossas taças enquanto Laysla colocava nosso jantar na mesa e então eu disse. — Minha mãe faleceu quando eu ainda era uma criança.Comecei a falar sem nem tocar na comida e sentindo seus olhos em mim, Laysla soltou o garfo sobre a mesa e ficou em silêncio. — Meu pai