Bianca Almeida
— Danielle, eu não estou de brincadeira! — Bato em sua porta mais duas vezes.
E sua resposta foi tocar a música da Ariana Grande – Thank U, Next. Ela trocava os nomes citados na música, o que me deixa horrorosa. Essa garota está sofrendo por quantos garotos? Na idade dela ainda brincava de Barbie, forcei a fechadura mais uma vez e nada da porta abrir. Sra. Molloy parece que se sente bem o suficiente para me deixar sozinha com as crianças depois de três dias de trabalho, não tive mais nenhum momento desastroso com Christopher e é maravilhoso. Porque lidar com essas crianças já é arriscado perder meu emprego, imagina com quem me paga.
Pedro tem uma prova para fazer na escola e deixou seu caderno de anotações no quarto da irmã mais velha, Danielle tem uma prova de física para fazer e está cantando toda desafinada em vez de pegar suas coisas e ir para escola. O responsável por todo o horário das crianças, garantir que elas comprem toda a carga horária da sua agenda. Eu não tinha uma agenda cheia de coisas para fazer na idade deles, eu mal lembrava o que comia na noite passada.
Danielle sem sombra de dúvida quer que eu atrase todo o cronograma e acabe sendo demitida por conta disso. Seus irmãos estão no cartão apenas esperando que Danielle e eu desça, vendo que essa criatura maravilhosa não coopera comigo resolvi fazer o meu jogo. Entrei no quarto ao lado que é o quarto do Pedro e vou até a sua sacada, engoli em seco vendo a altura. Nossa! Fechei os meus olhos e respirei fundo, não tem para onde correr. Com cuidado comecei a subir no corrimão para chegar na varanda ao lado que é o quarto da Danielle. Definitivamente mereço um aumento de salário. Grudei na parede como carrapato gruda em um cachorro em passinho e passinho lentamente vou chegando no quarto da Danielle.
Dar para ver o chafariz lindo que fica a poucos metros da entrada da mansão da família Brewer, está ao lado do chafariz é muito melhor do que olhar ele daqui de cima. Um passo errado e poderia quebrar uma perna facilmente. Quando finalmente segurei no corrimão do da varanda do quarto da Danielle, voltei a respirar. Segurando firme no corrimão passei uma perna, mas dois passarinhos passaram voando por perto me distraindo. Arregalei os olhos abraçando o corrimão com as duas mãos quando vejo a minha perna escorregando e por pouco eu não caio. Preciso de um aumento de salário!
Agora completamente segura, abre as portas da varanda do quarto da Danielle. Ela está tão distraída que não percebe a minha presença, vou em direção ao aparelho de som e desliguei.
— Ei… — Danielle se vira e fica assustada ao me ver ali.
Ela está devidamente arrumada e está atrasada de propósito. Não estresso com ela, Danielle é uma jogadora nata ao conversar com as pessoas. Em poucos dias conversando com essas crianças posso ver muito do Sr. Brewer neles. Nesses três dias de trabalho só vi ele no primeiro dia. É bom assim, já posso perder meu emprego cuidando dos seus filhos convivendo com ele… Hum, não sei porque mais perto do Sr. Brewer sou desastrada de mais.
Peguei o caderno de Pedro em cima da cama da Danielle, ele adora personagens de super-herói e nesse caderno tinha a foto do homem de ferro na capa. Apontei para a mochila da Danielle.
— Tem uma prova para fazer, senhorita Brewer. — Danielle estreitou os olhos para mim, ainda resistente a ir à escola. — Agora.
Ela suspirou irritada e finalmente saímos da mansão dos Brewer. Uma coisa que fiquei informada é sobre o desempenho dessas crianças na escola, e em resposta fiquei chocada com as notas dessas crianças. São uns gênios mirins, agora vejo que as implicâncias são apenas para perder o meu emprego e eles possam se livrar de mim. Porque em toda a agenda deles, só tem elogios pelo desempenho deles. Pedro e Danielle frequentam a mesma escola, a escola da Lilia fica um quarteirão à frente. No momento de paz é quando eles estão na escola, é uma pena que só dura uma parte da manhã. A parte boa é que passo mais tempo com a pequena e ela é fácil de lidar.
Na parte da tarde precisa deixar o Pedro na aula de karatê, Danielle na aula de pintura e a Lilia no balé. Fiquei com a Lilia na aula de balé, o seu sorriso acompanhava seus movimentos e via a tranquilidade em estar aqui. Em casa Lilia parecia muito acuada e sempre pensativa, tudo parecia tão controlado, mais controlado do que o seu cronograma da semana.
— Oh, essa menina tem talento. — Ouço uma das mães dizer. — Lilia, Dafne e Stephanie, tem muito potencial.
As outras mães concordaram.
Sorri toda boba como se fosse a mãe da Lilia.
Depois da aula, Lilia corre na minha direção como se fossemos melhores amigas. Falei que ela era a mais facial de lida! As mães de outras meninas me olham surpresas, mas não diz nada. Que bom, posso ser a babá, mas não queria ter que ouvi alguma besteira dessas mulheres. Antes de irmos embora, a professora da Lilia me entregou um convite de aviso da apresentação da Lilia nesse final de semana.
— Quero fazer um solo. — Lilia penteava o cabelo da boneca enquanto irmos buscar o Pedro.
— Solo? Uma apresentação sozinha? — Fiquei surpresa com sua tamanha ambição.
— Sim! — diz, animada. — Tia Bi, sou uma Brewer.
Sentia vontade de revirar os olhos, não pela vontade dela se apresentar sozinha, mas pelo sobrenome. É outra coisa que eles se orgulhava bastante, agora espero que esteja fazendo porque gosta e não para elevar o sobrenome.
— Tia Bi, você via vir na minha presentação. — O seu olhar pidão me quebra.
Não acho que Christopher vai me querer nessa apresentação, não sei como era com as outras babás, mas como vejo ele com as crianças deve ser um momento familiar entre eles.
— Olha, talvez seu pai…
— Papai, não vai. — Ela olha para a boneca. — Ele sempre tem que trabalhar e a mana Dani está de namoradinho. Acho que nem pedrinho quer ir.
Ai, meu Deus! Ok, informação nova, Danielle tem namorado. A menina tem apenas treze anos e vejo problemas vindo. Outra coisa, Christopher não vai na apresentação de balé da filha? Tenho medo de perguntar, mas alguma coisa me diz que Christopher não tem ido nas apresentações da Lilia.
— Lilia, quantas apresentações teve esse ano?
Ela me olha estranhando minha pergunta.
— Quatro. — Faz o número em sua mão.
— Quantas seu pai foi?
Lilia fica desconfortável e não diz nada. Continuei olhando para ela, esperando a minha resposta.
— Nenhuma.
Buscamos Pedro na aula de Karatê e o menino estava com o olho roxo. Meu Deus! É hoje que sou demitida.
— O que aconteceu no seu olho, menino?! — Me abaixei na sua frente, olhando seu rosto melhor.
Pedro tentava desviar o seu olhar, Lilia parou ao seu lado olhando para o rosto do irmão sem piscar.
— Um garoto veio implicar comigo. — Pedro está emburrado e um bico do tamanho do mundo. Seria a coisa mais linda e fofa se ele não estivesse com um olho roxo.
— Ah, mas eu vou falar com seu professor agora! Onde ele estava quando isso aconteceu… — Levantei, Pedro segura na minha mão desesperado.
— Não! Uma mulher me defendendo? Que vergonha!
— Foi aquele chato do Fernandinho, não foi? — Lilia pergunta com a mesma cara do irmão, mas sem o olho roxo.
Pedro olha para irmã e concorda. Lilia sai de perto da gente em passos firmes, Pedro e eu nos olhamos sem entender, mas Pedro entra novamente em desespero quando ver Lilia indo em direção a um menino branquinho do cabelo loiro. Lilia dá um soco na cara do garoto, levei minhas mãos ao rosto com os olhos arregalados e Pedro desmaia ao meu lado.
Bianca AlmeidaEstamos no hospital. Bem, antes o hospital do que a delegacia. A mãe do Fernandinho surtou quando a Lilia deu um soco no olho do seu filho, então precisei agir. Fingir tropeça na calça e cai batendo o braço no chão sem dar um grito bem exagerado. Pedro acordou em um segundo e veio até mim desesperado, nunca vir esse menino tão desestabilizado. Lilia pareceu, o motorista também e logo um monte de gente. Virei a palhaça no final de treno? Sim, mas evitei uma discussão com a mãe do Fernandinho.— Você não deveria ter feito…— Te ajudei bobão! — Lilia estava irritadíssima, nunca a vi assim.— Olha a boca. — Corrijo-a.Estou com o braço todo arranhado e meu tornozelo doendo. Meus cálculos foram piores do que o imaginado e me machuquei muito.— Que vergonha! — Pedro passa a mão pelo rosto de um jeito dramático. — Que vergonha! Fui defendido pela minha irmã mais nova, CINCO ANOS e tenho uma babá maluca.— Ei! — Me senti ofendida.— Mal-agradecido. — Lilia cruza os seus braços
Bianca AlmeidaEstou no escritório da casa do Sr. Brewer, neste momento estou sozinha e no caminho para a casa da sua família tomei liberdade em mandar uma mensagem para minha melhor amiga para preparar meu funeral. Claire conseguiu o papel que tanto sonhou, sendo um teatro da Broadway a sua rotina mudou completamente. Fico muito feliz pela minha amiga, mas confesso que sinto sua falta. Ela saberia muito bem como sair dessa encrenca que me meti ou agora estaria na cadeia, segunda opção é bem provável.No banco de trás as crianças ficaram quietinha, Pedro sentou entre mim e a Danielle, Lilia sentou no meu colo. Percebi quando Christopher olhava para nós pelo retrovisor. Agora estou em um escritório sombrio na espera do meu chefe. Margot não fez questão de me olhar quando chegamos na casa da família Brewer, não posso arrumar problema com essa mulher. Talvez esteja com Christopher agora para decidi minha sentença. A porta é abre e dou um pulinho, me assustando.— Não sabia que te causava
Bianca Almeida Logo na entrada do prédio onde aconteceria a apresentação encontramos com a Claire. A loira esbanja sorrisos ao nos ver. Minha amiga parecia estar bem animada, além do normal. Parece que os últimos dias têm sido bem movimentados em sua vida e estou louca para saber dos detalhes.— Olá, pequeninos. — Claire ignorada com sucesso, faz uma cara. — Lindos, mas mal-educados.Sra. Molloy dá um sorriso discreto, sabemos que essas crianças não são fáceis. Lilia ignora a loira e se despede correndo para uma das professoras. Dou um abraço na minha amiga e agradeço por vir. Sra. Molloy tentou entrar em contato com o tio das crianças, Joseph Brewer, irmão de Christopher. Infelizmente ele está fora da cidade e não poderia vir assistir à sobrinha, a parte boa é que ele chegou a ir em duas apresentações dos quatro que teve esse ano.Nos apressamos para sentar em nos nossos lugares. Sra. Molloy está com a câmera ligada, outra novidade que fiquei sabendo é que Christopher não vinha, mas
Christopher BrewerEsse lugar já teve um atendimento melhor. Não é sempre que trago a minha família aqui, mas eles sabem quem sou eu?! É claro que meus seguranças estão espalhados pelo estabelecimento, não deixarei meus filhos exposto para algum engraçadinho. Na supervisão dos seguranças ou estaríamos todos aqui no andar de cima esperando. Lilia ama esse lugar, Amanda costumava trazer as crianças aqui com frequência. Tudo era mais fácil e eficiente quando estava conosco.— Por Deus, Sr. Brewer. — Bianca choraminga. — Pare de andar de um lado para o outro. Está me deixando tonta.E nervosa também, porque Bianca estava se segurando para não reclamar. No fim, não aguentou. Minutos atrás quase tive a oportunidade de sentir o gosto de sua boca. Essa mulher vem me fazendo sentir algo estranho, quero gritar com ela e ser tão rude como sou com os outros. Mas não faço, quase nunca.— Fique quieta. — Olho para qualquer canto, menos para ela. — Deveria está irritada com eles.— Tem muita gente a
Christopher BrewerNão entendo esse chilique todo, não tem como agradar essa mulher? Não que eu queira agradá-la. Só não quero que morra na hora do expediente. Na mesa tem dois x-burgues, três mistos quentes, um hambúrguer, duas latas de guarana para que ela consiga engolir tudo. Também tem dois pedaços de pizzas e pensei em completar com doces, Bianca tem cara que gosta de doces, então comprei um pedaço de bolo de chocolate, um brigadeiro, um botinho de doce de leite e um milkshake de morango.— Já sei! Você está fazendo dieta. — Nego com a cabeça, essas mulheres. — Infelizmente não tem muitas coisas saudades aqui. Para haver um equilíbrio comprei duas saladas de frutas, você é tolerante a lact
Bianca AlmeidaÉ como se eu tivesse recebido uma grande quantidade de anestesia e não corresponde ao beijo do Christopher, não no primeiro momento. Senti seus lábios no meu no primeiro instante foi como se visse toda minha vida diante dos meus olhos, sabe quando a pessoa diz que antes da morte passa um filme da sua vida? Então! E nessa foi como ver a parte ruim de beijar o meu chefe, Christopher é um homem lindo e gostoso. Não tem como falar do contrário! É claro que sinto atração por ele. E esse beijo foi algo totalmente inesperado, parecia errado e Christopher percebeu também. Ele iria se afastar. Porém, foi a minha vez de reagir.Deixei com que o copo caísse no chão, não se importando com o gosto nada agradável do Gim.Envolvi meus braços em volta do seu pescoço e ao mesmo tempo empurrando seu corpo para trás fazendo com que sentasse novamente. Com uma perna cada lado do seu corpo, sentei em seu colo. Não sou a mulher mais ousada que conheço, mas sentia meu corpo esquentar e a cor
Bianca AlmeidaA semana seguiu e queria poder dizer que foi uma semana tranquila. Pedro quase colocou fogo na escola e uma experiência de ciência feita em sala de aula. Lilia correu pela casa e acabou quebrando o braço. Danielle cismou que quer ir passar o final de semana na casa de campo dos pais da sua melhor amiga, e o casal passaria o final de semana fora e convidou a Danielle por ser melhor amiga da sua filha. O problema é que Christopher nunca deixou esse tipo de evento acontecer. E no caso iria apenas a Daniele e os mais novos não, sou babá dos três. O Sr. e a Sra. Wise garantiu toda a segurança e que teria duas babás, sendo uma para cada.— Mas papai…— Sem mais, Danielle. — Christopher dá um olhar severo para a filha. — Você não vai e já discutimos sobre esse assunto durante a semana.Danielle fecha seus punhos com tanta força que imagino que tenha sentido dor.— Eu te odeio! — grita e corro para seu quarto.— Eu também te amo. — Christopher revira os olhos e tira o seu tern
Bianca AlmeidaChegou finalmente a hora do jantar, comi uma coisa e outra durante o dia, mas nada que realmente me enchesse. Andei pela casa toda procurando o Pedro e Lilia, um dos funcionários me informou que as crianças já estavam com Christopher na sala de jantar. Vou até eles. Na sala de jantar encontro tudo menos comida, canetinhas estavam espalhadas pela mesa toda. Christopher estava de um lado e Pedro de outro, Lilia estava no meio e ria.estavam espalhadas— O que estão fazendo?— Pintando o gesso da Lilia. — Christopher responde sem ao menos me olhar. Está bem concentrado.Me aproximo deles e arregalei os olhos. O gesso estava tão branquinho, ela tem uma metade rosa e uma metade azul-escuro.— Olha, tia Bianca. — Pedro pintava a parte azul. — Ai eu vou fazer uma letra P em branco para destacar no azul.— Não, rosa…— Branco!— Rosa!— Mas eu quero branco!— O braço é meu! — Lilia grita. — E eu quero rosa!— Ei, ei! — Christopher olha para os dois filhos. — Continua gritando as