Bianca Almeida Sra. Molloy entrou no quarto com uma bolsa de lado e me cumprimentou indo até o sofá mais próximo para deixar a sua bolsa. Continuei olhando para a porta e nada de mais alguém acompanhá-la. Parece que veio sozinho, não que eu estivesse esperando que alguém viesse com ela.— Ele não vem. — Sra. Molloy me olha. — Ele quem? — Me fiz de desentendida.Sra. Molloy negou com a cabeça e abriu um dos bolsos da sua bolsa pegando o meu celular. Ela veio até mim.— Sr. Brewer, pediu para que ficasse com você essa noite. Está tudo bem entre vocês?Liguei o aparelho. Estava totalmente carregado, mas foi mantido desligado.— Por que não estaria? — olhei as notificações que recebi no meu celular, evitando ao máximo de olhar para ela.Sra. Molloy não insiste uma conversa sobre o Christopher.— Sr. Brewer pediu para te avisar que deu tudo certo sobre o seu pai. — Olhei para ela rapidamente. — Ele voltou hoje para o Brasil. Olha, não quero me envolver nos seus assuntos, mas acho que log
Bianca AlmeidaForam quase duas horas de viagem, Christopher se limitou a falar comigo o máximo que podia e procurei não insistir. A sensação de ansiedade aumentava a cada segundo e me sentia mais viva com essa sensação, os últimos dias tem sido tedioso naquele quarto. Alimentação está sendo regrada, passa a maioria do tempo no meu quarto e quando não estou no quarto estou em uma sala fazendo a fisioterapia. Nunca fui fã de hospitais e estava torcendo para poder sair logo.Subimos uma colina afastada da cidade, era parte mais fria de Nova York, o carro parou em frente a um grande casarão. Estreitei meus olhos, é uma clínica. Christopher é o primeiro a sair do carro e não me deixa sair até que vestisse um casaco, não era preciso dizer muito, apenas olhar para sua cara de poucos amigos. Vestir a peça que ficou perfeitamente bem, era do meu tamanho o sobretudo. A levantou a minha autoestima 10 vezes a mais, o que não sentia dias.— Acho que eu não vou mais te devolver. — Christopher me o
Bianca Almeida Estou deitada com Pedro em seu quarto na clínica, passava a mão pelo seu cabelo enquanto a gente conversava. Seus olhos estavam quase se fechando e ele fazia um grande esforço para se manter acordado. Faltava pouco para o horário do almoço e acho que Pedro está cansado demais para isso, o que me faz pensar que não tem dormido direito. — Tia Margot me falou que você iria morrer e a culpa seria minha. — Pedro olhava para suas mãos e mordeu o canto da boca. — Eu não… queria te machucar, queria brincar com você… Desculpa. Enrolei uma mecha de seu cabelo entre meus dedos. Christopher não está no quarto conosco, deve estar conversando com o médico de Pedro. Não sei como que funciona as coisas por aqui. — Não pense mais nisso, Pedro. — Pedi. — Olha, eu estou aqui com você agora. Pedro ergueu o rosto para mim olhar. — Minhas irmãs falaram que a Tia Margot está ficando lá em casa. — O biquinho que se formava em sua boca me dava vontade de apertar suas bochechas. Esse garoto
Bianca Almeida Assim que Pedro acordou, ele comeu e foi para o banho. Almoçamos todos juntos e a cada segundo parecia que Pedro estava melhor. Ainda acho que devolvemos ter a opinião de um segundo médico, mas sei o motivo do Pedro ter desgrenhado e tido uma piora muito grande repentinamente. Ao mesmo tempo que estou louca para ver Margot, queria que esse momento demorasse para chegar. Precisarei de muito autocontrole. — Imagino que Pedro tenha te contado o motivo de não querer voltar para casa. — Christopher estava com as mãos no bolso da frente da sua casa, olhando para a porta onde seu filho estava. — É pelo que aconteceu? Não consegue voltar para casa… Pelo que aconteceu? Não, ele não quer voltar para casa porque tem uma louca debaixo do seu teto. Uma mulher sem noção que só pensa nela mesmo e no que ganhará, ela quer ser a Sra. Brewer e me pergunto se ela ama alguém dessa família. — Não. — Sou sincera. Em partes… — O motivo é outro. Christopher me olhou. — Qual? Abaixei a c
Bianca AlmeidaBruno me olhava querendo respostas e não parecia me dar opções de enrolar ou querer mudar de assunto. Porém, não iria desconversar. Não gostei das suas palavras, parece que as minhas meninas estão bem. São minhas, ainda sou babá delas, ainda sou babado Pedro e é meu dever cuidar deles.— Como assim estou indo de mal a pior? — Antes que Bruno começasse a falar, me adiantei. — Se você quer respostas, terá que me passar mais informações. Sou eu que estou deitada nessa cama e é você que precisou vir até mim para responder às suas perguntas.O seu olhar muda impressionado com a minha atitude. Não tem nada de anormal, a meu ver.— Você se preocupa bastante com eles. — Comentou.— Sou a babá.— E parece que você leva seu trabalho muito a sério. — Sempre!Bruno balança a cabeça, concordando. Ele me olha atento e me analisando constantemente, não faço questão de fazer o mesmo, sei que Bruno entrou naquele modo de novo de me analisar e ver se sou confiável.— Danielle teve seu c
Bianca AlmeidaQuando Christopher e Pedro voltaram para o quarto, Bruno estava no banheiro. Bruno dum bom ator diferente de mim para que Christopher não percebesse nada. Pedro tinha dois picolés em mãos e veio me entregar um, agradeci. Olhando para Pedro podia ver a grande diferença de quando ele estava na clínica, não quero vê-lo nunca mais naquele lugar.— Ah, chegaram…— Pedro, que tal cobrar aquela coisinha ao seu padrinho? — Christopher sorrir para o seu filho.Ele está é atuando, porque dava para perceber a raiva dele por sair do quarto.— Sim! — Pedro vai até Bruno que havia acabado de sair. — Padrinho, me leva no parque? Por favor! Queria brincar um pouquinho.— Mas o parque mais próximo é longe…— Tive que ir a dois quarteirões para conseguir os picolés, seu cretino. — Sussurrou a parte do xingamento. Pedro fingiu não ter ouvido nada. — Então você vai levar ele, sim, até o bendito parquinho e não volta aqui antes das 3:00 da tarde.Fiquei em silêncio olhando para eles. Bruno
Christopher BrewerA cada respiração profunda sentia uma dor em meu peito. Uma sensação tão estranha e agoniante, me sentei novamente, encostei minha cabeça no encosto do sofá e fechei os meus olhos. Hoje é o dia dos meus exames, não pude dormir com a Bianca no hospital, Joseph preciso de ajuda na empresa e fiquei até tarde no trabalho. Pedro ficou fazendo companhia para ela, assim como a Sra. Molloy. Danielle e Lilia estão sabendo que o irmão está com a Bianca, senti um ciúme vendo das meninas, mas elas não escondem como estavam felizes pelo irmão está bem de novo. Margot, por outro lado, achou que fosse muito irresponsabilidade da minha parte e que estava confiando demais na Bianca.Apenas concordavam com o que dizia e não respondia, o que acabou deixando Margot bem irritada.— Papai? — Ouvir a voz da Lilia. Abre os meus olhos e virei o meu rosto para olhá-la. — Você está bem?A chamei com a mão para que viesse sentar ao meu lado, Lilia correu e ao chegar perto do sofá diminuiu a su
Bianca Almeida Sentei na minha cama, me respirei profundamente. Havia acabado de tomar meu banho e estava me sentindo tão bem por estar aqui. Uma sensação boa e gostosa por está com as crianças novamente, algo que não tenho com meu pai. Hoje foi minha primeira conversa com Michel, Pedro ainda estava dormindo e a conversa não foi das melhores.Michel simplesmente odeia Christopher e quer voltar para Nova York e me levar de volta para o Brasil. Ele falou e falou, sem querer ouvir minha opinião.Dois anos e as coisas continuam as mesma.Olhando para trás vejo que foi a melhor decisão vim no lugar da Claire. Quando sentir Danielle me abraçando com tanta força pela cintura e Lilia abraçando com a mesma intensidade a minha perna, senti uma paz interior tão grande e muito amada por elas. Pedro também participou do abraço e podia sentir aquela sensação de família novamente que anos não sentia.Christopher havia comentado que as meninas haviam ficado enciumadas, e confesso que não acreditei m