Meio por fim, acabei sedada. Devido a dor que estava sentindo por causa da cirurgia plástica e porquê estavam me achando muito agitada.
Flashes aparecem de repente em minha mente, como lampejos.
Primeiro uma discussão acalorada. Eu andava de um lado para o outro, nervosa, dizendo alguma coisa, enquanto gesticulava; A poucos passos de mim, estava um homem, a expressão incrédula e os olhos vazios, absorvendo tudo que era dito por mim.
A cena muda de repente. Dessa vez, ele lê algo em um papel, sorrindo por fim, erguendo os olhos na minha direção.
Eu também sorrio, levando ás duas mãos para cada lado do meu rosto.
Ele me abraça. Um abraço apertado e longo. Segurando meu rosto entre ás mãos ao se afastar, ainda sorrindo.
Acordo depois do quê me pareceu ser um bom tempo dormindo, lembrando com clareza do “sonho”. A claridade do quarto me causa uma leve dor de cabeça, quando vago meus olhos pelo cômodo sem muita cor.
Minha visão estava bem melhor e conseguia enxergar com um pouco mais de clareza, distinguindo objetos ao meu redor.
Um controle remoto estava num móvel ao lado da cama que, não hesito em pegar com uma certa dificuldade, ligando a TV de plasma em minha frente.
Passava o noticiário da manhã. Em frente de um hospital, diversos repórteres se amontoavam, filmando as pessoas que entravam e saiam do prédio.
Logo abaixo do vídeo, havia uma manchete: Segundo informações, a mulher que foi sequestrada junto com o herdeiro do petróleo, continua internada.
Na parte superior, tinha uma fotografia que deveria ser Zack. Um homem sorridente, loiro, olhos brilhantes e de sorriso contido.
O mesmo homem do meu “sonho”, que não me parecia ser mais um sonho. Talvez uma lembrança.
Encaro a fotografia, tendo a sensação de que o conhecia. Eu o conhecia, mas de onde?, pergunto para mim mesma, com os olhos fixos na tela.
Uma breve reportagem começa, lembrando da mobilização da polícia para o encontrá-lo, com a seguinte legenda: Herdeiro bilionário, Zack Cesarini, desaparece misteriosamente. Ás demais informações, consistiam em nenhuma pista encontrada nos primeiros quinze dias, além do carro do Zack encontrado em uma determinada área e que a polícia estava empenhada em descobrir o paradeiro dele.
Franzo o cenho, quando a imagem em seguida do vídeo, era no dia em que a polícia encontrou o cativeiro e para a surpresa de todos, Zack não havia sido sequestrado sozinho.
Uma câmera foca, quando a primeira maca sai da casa cinza, com paramédicos em volta do corpo de Zack, tentando o reanimar; Na segunda maca que sai, há uma mulher, coberta pelo o quê me pareceu papel iluminio, com uma mascara de oxigênio.
A polícia a todo instante, tentava impedir que os jornalistas ali presentes, ultrapassassem a faixa amarela, causando um grande alvoroço de vozes e flash’s por toda parte.
A repórter aparece novamente, ficando em silêncio por cinco segundos, antes de voltar a falar.
- A polícia ainda não descobriu a identidade da mulher encontrada no cativeiro, que levou á morte de Zack Cesarini - diz com a voz firme, quase robótica - Qualquer informação, liguem no número abaixo.
Inspirando profundamente, desligo a televisão, vasculhando meu cérebro em busca de qualquer reação que pudesse ter, com toda aquela informação, porém nada acontece.
Olho para a porta, no exato momento em que a mesma abre e um homem alto de ombros largos, musculoso, entra no meu campo de visão.
Sem quase perceber, arregalo um pouco os olhos, acreditando que aquele deus grego em minha frente, só podia ser fruto da minha mente sem memória.
- Que bom que acordou - Um leve sorriso surge em seus lábios e só então presto atenção no tom de sua voz.
- Lucius - digo baixo, identificando como sendo o do pai de Zack. Nem usando o máximo da minha imaginação, o imaginária daquela forma -... por quê tenho a impressão que o conheço? - pergunto, vagando meus olhos por cima daquela cama, sem conseguir me livrar daquela sensação.
Assim como Zack, também sentia que o conhecia.
Ele fecha a porta atrás de si, me olhando com atenção, enquanto segurava um buquê de flores diversas.
- Lembrou de alguma coisa?
Franzo o cenho, fechando os olhos.
- Não, quer dizer, sim! - digo confusa - Tive um fragmento de lembrança, com ele.
- Alguma coisa haver com o...?
- Não - Interrompo Lucius - Não tinha haver com o sequestro - murmuro.
Ele assenti por fim, disfarçando o desapontamento.
- Trouxe flores para você - diz de repente, mostrando o buquê bem arrumado.
Sorrio levemente, ainda sem acreditar que estava diante de um homem como Lucius.
- Obrigada.
- Vou procurar um vaso, antes que fiquem murchas - diz abrindo novamente a porta, se deparando com um médico.
- Sr. Cesarini - diz o médico. Dr. Schultz, minha mente diz em seguida - Como vai?
Lucius respira fundo, forçando um sorriso.
- Bem na medida do possível.
Dr. Schultz, olha para mim, lançando um breve sorriso, antes de voltar a olhar para Lucius.
- Podemos conversar por um momento?
- Está certo - Lucius entrega o buquê para a enfermeira ao lado do médico, colocando uma distância junto com o mesmo do quarto.
Pela porta aberta, os observo com atenção. Lucius ergue as sobrancelhas, pegando um papel que o médico lhe estende, lendo o quê havia escrito ali, passando ás mãos em seguida pelo rosto.
O médico continua lhe dizendo algumas palavras, antes de afagar seu ombro. Lucius apenas assenti, absorvendo tudo que era lhe dito.
Depois disso, não demora para que voltem para o quarto. O dr. Schultz sorrindo sem mostrar os dentes, quando seus olhos se fixam em mim.
- Como você está?
- Ainda sem memória - Tento manter um tom de otimismo, apesar de não me sentir nem um pouco otimista com a minha situação naquele momento.
- Quanto á isto, ainda acreditamos que sua memória voltará em algum momento.
- Quando? E se não voltar? - Por alguma razão, sentia que minha memória não poderia voltar e passaria o restante da minha vida, sem ter ideia do que aconteceu comigo nos anos anos.
- Um passo de cada vez - Ele suspira, mantendo a postura reta - Estou com a atualização de seu exame de sangue.
- Era sobre ele, que estava falando com Lucius? - pergunto sem rodeios. Olhando para Lucius, que se mantinha perto da cama.
- Era.
Que eu não esteja com nenhuma doença incurável, peço mentalmente, quase choramingando. Era o quê faltava acontecer em minha vida e eu ser obrigada a viver cada instante como se fosse o último, já que seria se estivesse doente.
- Estou doente? - pergunto baixo, quando um breve silêncio se instala, começando a acreditar que estava.
Ele nega com a cabeça, inclinando a cabeça para o lado.
- Pelo contrário, está grávida.
Não consigo desviar os olhos do rosto do médico, olhando cada traço com atenção, enquanto minha mente assimilava suas palavras.- Eu saberia se estivesse grávida - digo. Ou não, como saberia, se havia acordado recentemente sem memória?- Mas está - Ele me entrega um amontoado de folhas, indicando com o dedo a palavra reagente - Para ser exato de três meses.Olho para Lucius no mesmo instante, entendo sua reação quando o médico o chamou para conversar.- É do Zack?! - pergunto num tom acima.- Só iremos ter certeza com um exame de DNA - diz Lucius, engolindo em seco - E para isso preciso da sua...- Autorização - Completo, sentindo minha boca seca, sustentando seu olhar - Tudo bem.Ele assenti, baixando a cabeça.- Em br
Lucius senta na poltrona perto da janela, fixando o olhar no vazio.- Diz alguma coisa, Lucius - digo impaciente, após alguns segundos.Seus olhos sustentam os meus.- O bebê é de Zack - diz baixo.Franzo o cenho, inclinando a cabeça para o lado.Então estava mesmo grávida e ainda por cima grávida de Zack, um herdeiro bilionário do petróleo. Abro e fecho a boca, procurando as palavras para rebater aquela afirmação. Desistindo quando não consigo pensar em nada coerente. Lucius pega seu celular de repente.- O que foi? - Consigo perguntar. Ele não
Algum tempo depois, deixamos a cidade para trás, literalmente. Acabando por sermos envolvidos por floresta nos dois lados da estrada.Uma floresta densa e num verde vivido.Suspiro, conseguindo sentir a paz que estava transmitindo.Por alguma razão, me senti bem e quase que em paz, se não fosse o fato de ter alguém querendo me matar e minha mente não colaborar para acabar com aquele inferno logo.Virando á direita, entramos em uma estrada de areia, continuando rodeados por todo aquele verde. Mais alguns metros e vejo quando um grande portão de ferro, se abre lentamente e dois seguranças param diante dele. Olhando com atenção quem
- Tenha uma boa noite, Ivy - Lucius murmura, quando passo por ele no corredor do segundo andar, após o delicioso e constragedor jantar.Lhe dou um leve sorriso por cima do ombro, ao deixá-lo na primeira porta do corredor do lado direito.Em meu quarto, parada perto da cama, encaro o silêncio, decidindo ligar a TV.Tirando meu short, me coloco em baixo da coberta, fixando meus olhos na tela do aparelho, até ser vencida pelo sono.Como ás outras vezes, não sonho, tenho um sono profundo, porém sem nenhum sono para enfeitar.No dia seguinte, o sol serve como despertador, já que esqueci de fechar ás cortinas pesadas.<
Depois de ser pega por Lucius em seu quarto, algo que iria demorar para esquecer, decido me trancar no quarto de hospedes.Nas horas seguintes, até o jantar, tentei parar de ruborizar toda vez que lembrava de ter sido pega por ele xeretando em seu quarto.Uma tarefa impossível, mesmo zapeando todos os canais da televisão em busca de algo que prendesse minha atenção. Perto da hora do jantar, saio da minha “toca”, voltando para o primeiro andar, que continuava sem nenhuma movimentação.A mesa do jantar já estava posta e não havia nenhum sinal de Lucius por perto. Deste modo, ainda permaneci
Parada em frente ao espelho embaçado do banheiro, após o banho, olhava a mulher ali refletida, ansiando para entendê-la.A forma como Lucius segurou minha mão e me conduziu em segurança para fora da floresta, de alguma forma, ascendeu alguma coisa em mim, que não sabia se já estava ali ou se estava crescendo gradativamente. Lucius era um homem atraente, apesar da idade que aparentava ter, próximo da casa dos quarenta e cinco anos. Eu perto dele, passava como sua filha facilmente, pois não me dava mais de vinte e cinco anos. Respiro fundo, me obrigo a sair da linha de pensamento que havia criado em minha cabeça, indo me vestir.
Horas mais tarde, quando começo a sentir um calor inexplicável e um calor repentino, vou até o banheiro, parando diante do lavatório, planejando lavar o rosto.Porém, ao abrir a torneira, a mesma simplesmente se solta e a forte pressão da água me atinge em cheio, tirando completamente minha reação.Tento por minhas mãos sobre o buraco, pelo qual estava saindo a água, conseguindo fazer apenas a água ir para diversas direções, molhando o banheiro por completo em segundos.Olho ao redor em pânico, pensando em chamar os seguranças ou qualquer outra pessoa. Mas o quê pensariam de mim? Com certeza que era uma vândala
Acabou que Mattie precisou ir até uma loja, comprar um novo terno para Lucius e algo para eu vestir. Apesar de já ter passado algum tempo, desde a visita de Stela, estava sendo difícil esquecer o quê havia dito. Me chamar de golpista, sem ao menos me conhecer, não era justo mas, conseguiu fazer uma dúvida se instalar em minha cabeça. E se eu fosse? E se tivesse me aproximado de Zack apenas para engravidar ou pior, tivesse dado um jeito para engravidar por conta própria? Poderia muito bem, depois de ter descoberto a gravidez, ter ido atrás dele, em busca do reconhecimento da paternidade, já que isso o faria dar uma pensão alta. &nb