Lorenzo consegue me convencer de que trabalhar de casa era melhor. Não só para mim, mas também para o nosso pequeno.. Ele pediu que Lorena trouxesse algumas pastas contendo os documentos que eu iria por em ordem. Eu confesso que achei a possibilidade de ficar com o meu filho o dia todo incrível, depois de todo estresse que passei.. Não iria me permitir tirar os meus olhos de cima dele. Ouvi a campainha e sabia ser Lorena, ela já havia sido anunciada no interfone.. Caminhei a passos largos até a porta. Assim que eu abri Lorena estava ali com uma pasta em mãos e um sórdido no rosto.. Um rosto de cansaço, sabia que o trabalho não deveria estar sendo fácil.. Se bem que o cansaço poderia não se pôr aquele motivo, nunca mais tínhamos conversado.. A minha vida estava uma bagunça em todos os âmbitos. Ela me ofereceu um sorriso e eu lhe dei passagem. —Trouxe os documentos —ela falou me estendendo a pasta —Eu também soube do que aconteceu.. Você e o senhor Mancini, sinto muito —ela falou e
Eu estava muito nervosa.. Mas eu tentei conter aquilo, o meu nervosismo não iria me ajudar em nada, muito pelo contrário. Eu tinha fé que tudo iria dar certo.. Eu não precisava me preocupar com nada, foi aquilo que eu coloquei na minha cabaça a para tentar conter as minhas mãos que estavam trêmulas. Assim que o táxi que eu havia pedido parou na minha frente, eu entrei nele sem olhar para trás.. Se eu fizesse talvez eu não saísse dali.Enquanto o carro fazia a o seu percurso até o restaurante.. Eu me pensando em como eu deveria conduzir tudo.. Também me peguei pensando no que Lorenzo iria fazer, logo eu balancei a minha cabeça de um lado a outro para expulsar os pensamentos, antes que aquilo me fizesse desistir. Olhei a paisagem através da janela.. Os pensamentos que povoavam a minha cabeça naquele momento era só que tudo deveria dar certo. —Está tudo bem? – olhei para frente e encontrei os olhos do motorista através do espelho, eu dei-lhe um sorriso fraco e balancei a minha ca
A minha cabeça estava pesada, eu tinha passado muito tempo revisando os documentos, como eu falei a Gabriela que o faria. A cada momento que eu confirmava o que Paola me falou, eu ficava irritado e querendo o sangue do meu próprio tio.. Quem nem merecia ser chamado assim. Ouvi uma batida na porta e logo a mesma se abriu, me deixando surpreso com quem passou por ela. —Acho que nós precisamos conversar —Diogo falou e sentou-se a minha frente, eu apenas balancei a minha cabeça e sabia que a conversa que teríamos era sobre Gabriela e o seu plano... Plano que eu não concordava, mas estava participando não por muito tempo mais. —Você tem razão.. Isso já deveria ter acontecido —falei e ele é levantou a sobrancelha em minha direção, entendi aquilo como um sinal para prosseguir. —Quero que saiba que eu não tenho controle sobre o que Gabriela faz.. Nem sobre o que ela me obriga a fazer —falei esperando vir dele um veredito arrasador.. Mas não foi bem aquilo que acabou acontecendo. —
—Cugino.. Achei que nunca fosse receber uma ligação sua, já que é da parte da Famiglia que não tem problema com a justiça —Salvatore falou ao atender a minha ligação, soltei um suspiro e segurei a vontade de revirar os olhos —Que eu saiba você também não tem problema com a justiça... Você compra todos eles —falei e ele soltou um muxoxo, como se aquilo não fosse nada demais. Eu sabia que Salvatore se colocava acima do bem e do mal e aí de quem se colocasse no caminho dele. —Eu não liguei para falar disso.. Preciso de você primo —falei e ele coçou a garganta, eu não podia vê-lo.. Mas sabia que qualquer resquícios de zombaria havia sumido do seu rosto naquele momento. Se tinha alguma que poderia me ajudar era Salvatore.. Para ter a minha mulher segura eu faria qualquer coisa, eu sabia que Salvatore tinha gente em todos os lugares.. É da Itália ele comandava muitas coisas aqui no Brasil. Nós éramos primos, ninguém leu nada errado.. Só que era uma ligação que era mantida sete chaves
Eu tinha a terrível mania de me envolver em enrascada.. Talvez só naquele momento eu estava me dando conta de que eu não era mais sozinha para agir com uma adolescente irreparável, eu tinha um filho e qualquer coisa que me acontecesse ele poderia ficar só.. Sem a presença de uma mãe, por isso eu não resisti ou tentei nada contra Rodolfo. Ver a insanidade nos olhos dele me fez saber que eu tinha que ir sem protestar, eu sabia que ele era perigoso e quis me colocar nessa situação.. Só torcia para isso ser rápido, seja lá o que fosse.Ele tinha colocado alguma coisa em minha cabeça e eu não conseguia enxergar nada, só conseguia sentir que nos movíamos.. Até percebi que o carro fez várias e várias voltas, eu tinha assistido filmes e sabia para quê aquilo funcionava, Rodolfo não era nenhum pouco burro e sabia que eu poderia dar algumas informações.. Ele tinha a intenção de me deixar falar com Lorenzo pra pressioná-lo ainda mais.—Venha —ele falou assim que o carro parou seu movimento —v
Dizem que quando você está para morrer a sua vida passa diante dos seus olhos, só que aquilo não aconteceu comigo.. Foi um momento muito rápido, em que eu estava sob a mira de Rodolfo e no momento seguinte eu já estava correndo em direção a Lorenzo. Senti o meu corpo atingir o chão e nenhuma dor além da do impacto da queda foi manifestada em meu corpo.. O que era aquilo, será que eu tinha morrido?—Aaaa maldito... A Minha mão — escutei o grito de desespero de Rodolfo e um baque forte, ele continuou a gritar.. Eu mantinha os meus olhos apertados até as vozes ao meu redor se misturar e eu senti que o meu corpo estava sendo levantado. —Você está bem meu amor? Gabriela? —a voz desesperada de Lorenzo me fez abrir os olhos e a primeira coisa que fiz foi beijá-lo com tudo o que havia em mim.. Tudo pareceu sumir a nossa volta até a dor que eu estava sentindo, se fosse para morrer. Aquela iria ser a melhor morte possível, nos braços do homem que eu amo. —Tira ela daqui.. Ela não foi ating
—Aqui está tudo o que é preciso para acabar com o Figlio di puttana.. Cortesia do Salvatore —Olhei o homem que acabará de entrar na sala sendo seguido por meu irmão. Não que eu estivesse com medo depois de saber que ele era da máfia.. Eu só estava desconfortável por aquela ligação de Lorenzo com eles, eu realmente não sabia muitas coisa sobre o pai do meu filho.. Pois eu sempre era capaz de descobrir mais. —Eu serei grato a ele.. Eternamente —Lorenzo falou e eu engoli a seco. Tudo aquilo era por minha causa se eu não tivesse me metido com Rodolfo.. Serena e o tio de Lorenzo, nada disse teria acontecido. Ter a percepção daquilo me fez murchar cada vez mais. —Mio fratello saberá cobrar na hora certa, Cugino —arregalei os olhos ao ouvir aquilo —Signorina sinto muito por não me apresentar direito —ele falou ao se voltar pra mim, e eu não consegui me livrar da visão hipnotizante dos seus olhos —Romeo Bianchini.. Consigliere da máfia e também salvador da pátria nos momentos vagos —fa
Em torno desses dois anos eu não podia dizer que não imaginei exatamente isso.. Perdia hora acordado pensando em como seria revê-lo e ter uma vida com ele e nosso filho, agora tudo parecia tão certo e depois de tudo e do que ele estava demonstrando era quase uma possibilidade indiscutível. Senti as lágrimas escorrer pelo meu rosto, eu ainda estava na mesma posição.. O choque do momento tornava impossível que eu me movesse e sinceramente eu não queria aquilo. —Você.. O que? Como? —as palavras saíram desconexas da minha boca, senti ele percorrer o caminho que as lágrimas tinham feito no meu rosto. Lorenzo as limpou suavemente, enquanto eu ainda continuava embasbacada com a sua pergunta.. O seu pedido, eu havia ficado daquele jeito pois de todas as possibilidades que eu cogitei nada pareceu tão certo e encaixado como naquele momento depois de todas as palavras que ele me disse. —Casa comigo Bella? —ele falou segurando o meu rosto entre as mãos. Eu juro que se eu estivesse em pé na