EmmaOs bolos já estavam prontos.— Tempo record. — Hanna disse feliz.— Nossa de verdade. — falei sorrindo.— Já podemos começar a nos arrumar? — ela perguntou.— Acho que sim. — falei.Meus pais haviam saído depois da minha pequena discussão com a minha mãe mais cedo. Ela não gosta da mãe do Giu, por ela sempre ter nos apoiado, por ter feito mais por mim do que a minha própria mãe, por as vezes me estender os braços e entender o luto, mesmo o dela sendo maior do que o meu.Comecei a procurar uma roupa.— Não sei o que usar. — falei.— Sendo roupa, já serve. — Hanna disse e eu joguei uma almofada nela.— Idiota. — falei e ela riu.— Porquê você não usa aquele macacão novo? — ela disse.— Aquele colorido? — perguntei.— É. — ela respondeu.— Não é meio depravado é uma festa de criança? — perguntei.— Tu é criança? É a mãe da criança? Não é. Então vai ficar lindo. — ela disse e me fez rir.— Você tem horas que é uma péssima amiga. — disse e ela jogou a almofada de volta.
HannaA música tocando alto. Olho para fora do vidro e vejo a cada grande. Do meu lado a minha melhor amiga, na frente Luan, filho do meu chefe e Enzo o seu melhor amigo.Como eu vim parar aqui?Eu não sei por onde eu começo. Começo como eu conheci a minha melhor amiga?Acho que esse é um bom começo.Flashback onOlho pela janela do meu quarto. Já são 06:12 da manhã. Eu já estava me arrumando pra ir para a escola. 08° ano não é para os fracos.Vejo Yago passar na porta do meu quarto.— Hanna? — ouço a sua voz baixa perguntar.— Oi o que foi? — perguntei abrindo a porta.— As nossas mães ainda não acordaram. — ele disse.— Tudo bem, se arrume, vou fazer o nosso café. — falei pra ele que apenas balançou a cabeça em afirmação. Ele foi pro quarto dele. Arrumei a minha cama e então fui pra cozinha, coloquei a água no fogo e fui fazer nosso pão do jeito que nossas mães sempre fazem. É legal ter duas mães, as vezes as pessoas ficam nos zoando, mas eu não ligo, minhas mães são
LuanEmma estava linda.Radiante, usando um macacão ou vestido aquarelado, ele tem um recorte abaixo do peito e um decote em V, que valorizava muito ela. Ela se virou de costas e deu pra ver os detalhes do macacão, ele também tinha um decote em V nas costas e os cortes na cintura.Fui caminhando até elas. Hanna também estava muito bonita, ela estava usando um vestido preto justo com um detalhe na lateral mostrando uma parte da sua cintura. — Olha só. — cheguei falando. Emma me olhou e deu um sorriso, sem mostrar os dentes é claro. — Nossa você tá bonito, só falta ficar calado o dia todo calado pra melhorar. — ela disse e Hanna e Enzo deram risada. Olha só ela me elogiou. Logo depois me insultou, mas ela me elogiou e agora vou focar nas coisas boas que ela fala sobre mim. — Não dá pra elogiar normal? — perguntei rindo. — Não. — Hanna disse rindo. — Ei eu disse que você estava bonito. — ela disse e deu uma batidinha no meu ombro. — Claro que disse, e me insultou lo
EmmaLuan foi pra um outro lugar e ficou apenas nós três perto da mesa de bebida conversando e rindo. Era nítido a troca de olhares entre o Enzo e Hanna.Até que uma música começou a tocar e eles foram dançar me deixando sozinha.Vejo o Luan entrar, ele estava com um semblante meio conturbado, não dava pra saber se estava triste ou bravo, ou então magoado com algo. Sua feição me deixou bem confusa.Ele me olhou enquanto se aproximava.— Cadê os dois? — ele me perguntou. — Dançando. O que houve? — perguntei de volta. — Nada. — ele respondeu. Mentiu é claro. Ele pegou algumas bebidas e começou a despejar dentro do seu copo como um doido. Olhei pra ele sem entender. Ele estava com a mesma cara que no dia do seu acidente, era como uma bomba relógio preste a explodir. — O que você tá fazendo? — perguntei e segurei a mão dele. Ele me encarou. Eu não poderia deixar ele fazer isso consigo mesmo. Não outra vez. — Me deixa Emma. — ele disse e tirou a minha mão da dele. —
EmmaE lá estava eu, ainda nos bolos.— Me passa o leite morno. — pedi pra Hanna.Meu pai também estava nos ajudando, ele cortou todos os bolos, e também deixava tudo na medida que eu pedia, Hanna estava mexendo um dos recheios.— Isso daqui está com um cheiro incrível. — meu pai disse apontando pro bolo pronto.— O gosto também deve estar tio. — Hanna disse.É o que eu espero também. Os bolos estavam prontos. Eu acabada e horrível. — Meu Deus a gente precisa dar um jeito em você. — Hanna disse e me colocou de frente para o espelho. — Obrigada por não me ofender. — disse e ela riu. Eu já tinha tomado banho, então enquanto eu maquiava ela procurava uma roupa pra mim no meu guarda roupa. — Um vestido preto? — ela perguntou. —Curto demais. — respondi. — O rosa com detalhe vermelho? — ela perguntou outra vez. — Chamativo demais. — respondi. — Lilás? — Claro demais, bem capaz de eu me sujar. — Preto e branco. — Vou parecer um jogo de xadrez e esse vestido é da min
LuanA segunda chegou bem rápida.Mas o domingo ainda não saia da minha cabaça.Muito menos o final do sábado, que aconteceram tantas coisas que me deixaram sem sentido em alguns aspectos.Finalmente eu vi uma camada de proteção da Emma comigo se romper. Pude de alguma forma me abrir pra ela. Acho que ela me entendeu. Na verdade ela me entendeu tão bem, como ninguém havia feito.Mas a conceda com a Thaynara ainda ecoava na minha cabeça também. Eu não sei o que fiz a ela pra que não se sentisse a vontade de falar a verdade pra mim.Ela me mandou mensagem no domingo de tarde, mas resolvi não responder, até porque eu estava levando a Emma embora pra sua casa, depois que ela veio fazer a prova de bolos da Ana pro noivado dela. Emma estava linda, usando um vestido verde longo, de amarrar nas alças, com um leve decote em u. Olho pro relógio e ainda são 13:22 da tarde. Hanna já chegou a um tempo, meu pai não veio para o trabalho hoje, porque ele tinha uma cirurgia bem grande
EmmaTodos os dias parecem ser iguais.Talvez sejam.E talvez eu esteja extremamente cansada disso.Olho pra janela do ônibus, a caminho da faculdade. Enfim quarta feira. Eu achei que ela nunca chegaria.De três meses pra cá os dias tem sido melhores pra mim, a dor da saudade tem me invadido menos. As vezes eu já consigo me lembrar dele e não ter a sessão do meu coração sendo dilacerado dentro do meu peito.Eu tenho falado muito sobre ele, sobre nós dois, sobre o infinito amor e cuidado que tivemos um com o outro, como nós dois jovens adultos criamos algo incrível e como isso foi destruído em apenas uma noite.Eu tenho sido menos cruel comigo, me sentido menos culpada, me permitindo viver mais, sentir coisas diferentes. Me permitido sorrir, me divertir e recomeçar.De alguma forma eu tenho estado muito mais feliz e isso tem sido tão bom, eufórico.As duas primeiras aulas na faculdade foram chatas e cansativas, como todo o meu curso.Depois de passar o intervalo todo conv
LuanOlho no relógio.Hora de ir pro trabalho.Vesti um dos meus ternos depois de tomar banho. Desci pro café. Meus pais estavam vestido para ir ao consultório.— Mais um dia de trabalho sozinho? — perguntei ao meu pai.— Boa sorte querido. — meu pai disse rindo.— Engraçadinho. — disse.Me sentei a mesa e tomei café. Ana estava falando sobre a sua prova de vestido hoje, que ela estava animada e ansiosa, minha mãe disse a ela que convidou a Emma para a festa, ela não fez uma cara muito boa, mas meu irmão disse não se importar.Depois do café peguei as minhas coisas e fui pro carro. O motorista me deixou no escritório, como sempre Heloisa já estava trabalhando. — Bom dia. — falo passando por ela que me olha com um olhar meio triste. — Bom dia. — ela diz com a cabeça baixa. Entrei na minha sala. Já havia alguns papeis pra assinar e foi o que eu fiz, depois tinha algumas visitas pra fazer. Não é o que eu gosto de fazer, colocar o meu lado corretor pra jogo, mas as vezes