EmmaTodos os dias parecem ser iguais.Talvez sejam.E talvez eu esteja extremamente cansada disso.Olho pra janela do ônibus, a caminho da faculdade. Enfim quarta feira. Eu achei que ela nunca chegaria.De três meses pra cá os dias tem sido melhores pra mim, a dor da saudade tem me invadido menos. As vezes eu já consigo me lembrar dele e não ter a sessão do meu coração sendo dilacerado dentro do meu peito.Eu tenho falado muito sobre ele, sobre nós dois, sobre o infinito amor e cuidado que tivemos um com o outro, como nós dois jovens adultos criamos algo incrível e como isso foi destruído em apenas uma noite.Eu tenho sido menos cruel comigo, me sentido menos culpada, me permitindo viver mais, sentir coisas diferentes. Me permitido sorrir, me divertir e recomeçar.De alguma forma eu tenho estado muito mais feliz e isso tem sido tão bom, eufórico.As duas primeiras aulas na faculdade foram chatas e cansativas, como todo o meu curso.Depois de passar o intervalo todo conv
LuanOlho no relógio.Hora de ir pro trabalho.Vesti um dos meus ternos depois de tomar banho. Desci pro café. Meus pais estavam vestido para ir ao consultório.— Mais um dia de trabalho sozinho? — perguntei ao meu pai.— Boa sorte querido. — meu pai disse rindo.— Engraçadinho. — disse.Me sentei a mesa e tomei café. Ana estava falando sobre a sua prova de vestido hoje, que ela estava animada e ansiosa, minha mãe disse a ela que convidou a Emma para a festa, ela não fez uma cara muito boa, mas meu irmão disse não se importar.Depois do café peguei as minhas coisas e fui pro carro. O motorista me deixou no escritório, como sempre Heloisa já estava trabalhando. — Bom dia. — falo passando por ela que me olha com um olhar meio triste. — Bom dia. — ela diz com a cabeça baixa. Entrei na minha sala. Já havia alguns papeis pra assinar e foi o que eu fiz, depois tinha algumas visitas pra fazer. Não é o que eu gosto de fazer, colocar o meu lado corretor pra jogo, mas as vezes
EmmaApertei a campainha. Não demorou muito e Yago abriu a porta. Por sorte o bolo estava em uma caixa preta e não dava pra saber o que era.Ele estava sem camisa com uma bermuda e mão na cintura.— Olha se não é o aniversariante de hoje. —falei e ele deu um sorriso.— Vai me dar o que de presente? — Yago perguntou rindo.Entrei na casa e ele fechou a porta e eu coloquei o bolo em cima da mesa.— O que você quer? — perguntei.Ele ficou me olhando e então a Hanna surgiu.— Que pergunta besta, tá na cara que ele quer você. — Hanna disse rindo.— Eu não falei nada. — Yago disse e ergueu as duas mãos em sinal de rendição.— Nem precisa falar, tá escrito na sua testa. — ela disse rindo.Fui até ele e dei um abraço dele, seu corpo estava quente, ele com 20 é bem maior do que eu com 22 o que não é justo.— Feliz aniversário bicudo. — falei e ele riu.— Faz tempo que ele não faz mais o bico. — Tia Mayara disse rindo.— Lá vem vocês com essas histórias de quando eu era menor. — Y
LuanOlho pro meu relógio. Já era quase hora de sair de casa.— Você tem que buscar seu terno na alfaiataria. — Minha mãe disse.— Tá bom, busco no horário do almoço. — falei.— Tá bom querido. — ela disse e me deu um beijo na bochecha.Depois do café fiquei esperando meu pai do lado de fora de casa. Ele não demorou muito e saiu ajeitando a gravata.— Sabe aquela festa de renovação de votos? — meu pai disse assim que entrou no carro.— Seu casamento com a minha mãe? — perguntei.— Sim, eu já comecei a planejar, posso te pedir uma coisa? — ele perguntou.— Pode. — falei.— Acho que a sua mãe ficaria muito feliz se a Emma fizesse o bolo e eu tenho que concordar que ela faz bolos deliciosos.— Posso falar com ela.— Obrigada filho.Chegamos no trabalho. Fui pra minha sala. Os documentos pra compra da casa que eu levei os pais do noivo e a noiva já estava pronta.Ouço alguém bater na porta.— Pode entrar. — falei.— Sou eu. — Heloisa apareceu.— Olha só. — falei sorrindo —
Emma— Vem mostrar, é sua essa força! Vem mudar o que sempre foi. Há muito tempo esperei para te conhecer. Vem me mostrar. — parei de cantar e o Luan não tirava os olhos de mim.As crianças ficaram todas me olhando.— Eu não acredito que você me fez tocar frozen. — Luan disse rindo. — Pra alguém que não tocava a muito tempo, você mandou muito bem. — falei e ele riu. — E você cantou muito bem. — ele disse e sorri. — Sabe o que vocês podiam fazer? — Agatha disse se aproximando da gente. — O que? — Luan perguntou. — Um dueto. — Nanda disse. — Bom, quem sabe depois, porque agora é hora da história. — falei levantando da cadeira. Fui ler histórias paras as crianças, eu amei ver o rostinho delas. Eles faziam caras e bocas, olhando pra mim enquanto eu lia a história. No final da história todas elas bateram palmas. Elas foram brincar do outro lado do pátio. A tarde foi chegando bem de mansinho. As crianças já estavam alimentadas então duas mães vieram buscá-las — Bom,
LuanMe olho no espelho.Percebi que aquela gravata era diferente das que eu estava acostumado a usar. Ou seja, eu não sei dar o nó nela.Vou até a porta do quarto do meu pai e bati, minha mãe abriu a porta com um leve sorriso. — O que foi querido? — ela me perguntou. — Vim pedir ajuda com a gravata, ela é diferente. — falei e apontei pra gravata. — Ah tudo bem, entre. — ela disse com um leve sorriso. — Espero vocês lá em baixo. — Está bem querida. — meu pai disse. Minha mãe fechou a porta atrás de mim. — Pode me ajudar com isso? — perguntei e apontei pra gravata. — Venha até aqui. — ele disse. Parei na frente dele, então ele ajeitou a gravata no meu pescoço. — Espero um dia estar vestindo um terno caro como esse para o seu jantar de noivado. — meu pai disse e deu um meio sorriso. Pelo andar da carruagem acho que não vai ser possível realizar esse desejo dele. — Complicado. — falei e dei risada. — Por que? Não achou ninguém a sua altura ainda? — ele perguntou
EmmaLá estava eu, no carro com o Luan, minha cabeça estava em seu ombro. Sua pergunta ecoava na minha cabeça.Me fazia ir pra longe, pensar em toda a minha vida até agora. Não é fácil ouvir de alguém, que está gostando de você. Afinal quem é que gosta de uma pessoa grossa como eu? Que machuca as outras pessoas pra tentar se defender.Não é como se eu pudesse escolher isso, e o que eu disse é verdade, se eu pudesse mudar tudo o que eu sinto aqui dentro, eu escolheria gostar dele, escolheria me apaixonar por esse novo Luan, que tem sido bondoso, legal e menos babaca.— Tudo bem? — Luan perguntou me olhando.— Sim, só estou com sono. — respondi.Não demorou muito e a gente chegou na casa da Hanna.— Obrigada por me trazer. — disse assim que o carro parou na porta da frente. Ele desceu e ficou segurando a porta pra eu descer. Então ele fechou a porta e estendeu o braço pra mim. Me apoiei nele e levantei a ponta do vestido pra não pegar no asfalto.. Ele me acompanhou até a
Luan"Se eu pudesse escolher alguém pra amar, eu escolheria você"Essas palavras ecoavam na minha cabeça de uma forma incontrolável.Isso não era um "sim".Mas também não era um "não".Mas não parece soar como um "talvez".O que deixa tudo pior e mais confuso dentro da minha cabeça que não funciona direito desde de sábado, quando eu tive a coragem e a falta de vergonha na cara de dizer a Emma que eu estava "talvez gostando dela".Talvez eu me arrependa de ter dito isso. Não que eu não esteja gostando dela, porque eu claramente talvez esteja. Eu nem sei mais o que sentir e como agir. O depois de tudo isso foi pior ainda, levei ela pra casa e ela foi a viagem inteira com a cabeça em meu ombro e seu braço por dentro do meu.O que me faz entender que isso é um sinal de um possível "eu acho que consigo gostar de você, um dia, não agora e nem amanhã".Achei que esse lance de mulheres indecifráveis fosse coisa de filme de romance. Mas acho que achei uma na vida real que dá um