Camila narrando:Chegamos em casa já era tarde, o céu ainda escuro e o silêncio dominando tudo. As luzes da varanda apagadas, a casa tranquila… todo mundo tava dormindo. Graças a Deus.Eu só queria silêncio, o conforto do nosso quarto, e o calor dos braços do Guilherme.Entramos devagar, ele fechou a porta com cuidado, e fomos direto pro quarto. Assim que entrei, senti o cheiro familiar do nosso cantinho. Me deu um alívio tão grande, parecia que eu tinha voltado à vida.Sentei na beirada da cama e olhei pra ele.— Você contou o que aconteceu pra sua mãe? Ou pra Dona Maria? — perguntei baixinho, com medo até de acordar alguém com a minha voz.— Não falei nada não, amor. — ele respondeu tirando o casaco e jogando de lado. — Amanhã a gente conta, com calma. Hoje você só vai descansar.Ele veio até mim, me olhou com carinho e começou a tirar minha roupa devagar, com o maior cuidado do mundo. Como se cada botão fosse uma ferida sendo curada, cada peça removida com amor.— Deita um pouquinh
Camila narrando:Acordei com a luz suave do sol entrando pela fresta da cortina. O quarto tava silencioso, calmo… e pela primeira vez em muito tempo, eu acordei em paz.Pisquei devagar, os lençóis ainda cheirando a amaciante, o travesseiro com o perfume do Guilherme… mas ele não tava ali.Estiquei a mão na cama, sentindo o lugar dele já frio. Sentei devagar, com o corpo ainda cansado, mas leve. Tudo doía um pouco, mas era uma dor de quem sobreviveu. De quem voltou.Levantei e fui direto pro banheiro.Ainda me sentia com o cheiro da fumaça presa na pele.Liguei o chuveiro, deixei a água quente cair sobre meu corpo, escorrer pelas costas, pela nuca… e por alguns minutos, só fiquei ali. De olhos fechados, em silêncio. Respirando. Sentindo a vida me abraçar de novo.Lavei meu cabelo com calma, usei aquele creme que eu sempre guardava pra ocasiões especiais e, pela primeira vez, senti que hoje era uma dessas ocasiões. Hidratei o corpo com carinho, como se cada toque fosse parte da cura.Me
Camila narrando:Depois de toda aquela bagunça gostosa com a Gabi, a gente se ajeitou de novo na cama. Guilherme me olhou com aquele sorriso calmo, cheio de amor, e se aproximou devagar.Passou a mão no meu rosto com carinho, afastando uma mecha molhada do meu cabelo, e me deu um beijo demorado, cheio de emoção. Quando se afastou, encostou a testa na minha e sussurrou:— Eu te amo. E tô indo, tá? Tenho uma reunião cedo. Depois vou me arrumar lá na empresa mesmo…— Por que não se arruma aqui? — perguntei, quase manhosa, querendo ele por perto.— Porque eu sei que se eu ficar aqui, vou querer te ver, te tocar… e não vou conseguir respeitar a tradição. E hoje, eu quero te ver só no altar. Desse jeitinho que você sempre sonhou. — ele sorriu e beijou minha testa.Eu sorri, com o coração derretido.— Vai, então. Mas volta lindo. Quero casar com o homem mais gato do Rio.— Mais gato e mais apaixonado. — ele piscou e levantou da cama, indo pegar a roupa.Gabi foi atrás dele, fazendo mil pergu
Camila narrando : Saí do quarto com o coração apertado, as mãos suando dentro das luvas rendadas, o véu leve balançando com meus passos lentos. Cada degrau que eu descia parecia um passo rumo a uma nova vida. Mas quando cheguei na metade da escada, a porta da casa se abriu. E quem entrou foi ele. Seu Jorge. Meu pai. Os olhos marejados, o rosto cansado, mas com uma ternura que eu nunca tinha visto antes. Parou ali, bem na entrada, me olhando como se visse um milagre. — Você tá linda, filha… — ele disse, com a voz embargada, se aproximando devagar. Meu coração apertou ainda mais. Eu não esperava por ele. Não hoje. Não depois de tudo. Ele me abraçou forte, como se quisesse compensar o tempo perdido com aquele gesto. E eu me segurei pra não desabar. — Obrigada… — murmurei, tentando manter a voz firme. — Achei que o senhor não viria… — falei, olhando nos olhos dele. — Eu não podia perder seu casamento. — ele respondeu, e então olhou em direção ao jardim. — E… eu
Guilherme narrando:Quando ela apareceu no começo do corredor, o tempo… parou.O barulho sumiu. As vozes, as cadeiras, os convidados… tudo virou plano de fundo. Era como se só existisse ela, caminhando na minha direção, com aquele vestido branco de renda, o sorriso tímido e os olhos marejados.Minha noiva. Minha mulher. Minha vida.E quando o Seu Jorge colocou a mão dela na minha…Eu senti.Senti que tudo que eu passei valeu a pena. Que cada luta, cada dor, cada cicatriz… me trouxeram até aquele momento.Ela tava ali. Inteira. Viva. Minha.— Você tá… inacreditável. — eu sussurrei, segurando a emoção com todas as forças.Mas a verdade é que por dentro… eu tava desabando de amor.— Tô aqui… por você. — ela respondeu, com aquele olhar que sempre me desmonta.Entrelaçamos os dedos e nos viramos pro celebrante. O vento batia leve, e eu ouvi o som das folhas balançando lá atrás. O jardim tava lindo, mas nada se comparava ao que tava na minha frente.Ela.O celebrante começou a falar, e eu t
Camila narrando:Dançar com o Guilherme ali, no meio do jardim, com todas aquelas luzes piscando ao nosso redor, a música suave, a Gabi sorrindo perto… foi o momento mais feliz da minha vida.Tudo parecia ter parado só pra nós dois. Eu me sentia leve, viva, amada como nunca antes. E por um instante, esqueci de tudo o que já tinha doído. Agora era só alegria. Só amor.Foi quando ouvi uma das meninas gritar:— Camila! Tá na hora de jogar o buquê!Todo mundo riu, bateu palma, e eu fui puxada gentilmente até o centro da pista. As mulheres se aglomeraram atrás de mim, algumas empolgadas, outras fazendo graça, mas todas sorrindo, com os olhos atentos ao que viria.— É agora, hein! Quero ver quem vai ser a próxima! — falei rindo, já de costas, segurando firme o buquê.— Um, dois, três… e já! — gritei, jogando com força pra trás.O buquê voou no ar, rodopiando, e caiu direto nas mãos de uma das funcionárias da empresa, a Letícia, uma das mais tímidas, que ficou sem saber onde enfiar a cara qu
Camila narrando:A festa tava linda, mágica, mas já começava a dar aquele ar gostoso de fim. As luzes continuavam piscando suavemente no jardim, o som agora era mais leve, algumas pessoas conversavam sentadas, outras ainda dançavam, e eu… tava ali, comendo docinho com a Gabi, as duas rindo feito criança.Ela pegava um brigadeiro, dava uma mordida, e logo já enfiava o dedo no outro.— Mãe, esse aqui é de quê? Tem gosto de nuvem! — ela disse com os olhos brilhando.— É de leite ninho, filha. Você vai acabar virando um docinho desse jeito.Ela deu uma gargalhada, mas logo começou a esfregar os olhinhos, bocejando e se encostando em mim.Minha sogra percebeu na hora e se aproximou com aquele jeitinho doce dela.— Essa princesinha já tá caindo de sono. Vou levar ela lá pro quarto, tá bom, filha? Pode deixar comigo.Gabi nem reclamou. Só abraçou a avó e foi com ela, com a cabecinha apoiada no ombro, e o vestidinho branco todo amassado de tanto brincar.Antes delas saírem, Guilherme chegou p
Camila narrando:Ele me olhou com aquele desejo queimando no olhar, e quando veio me beijar, eu já senti o corpo inteiro reagir. As mãos dele seguraram meu rosto com carinho, mas o beijo foi urgente, profundo… daqueles que fazem a gente esquecer onde tá.Fui desfazendo o terno dele devagar, botão por botão, enquanto nossas bocas se encontravam com sede. A gravata caiu no chão, a camisa se abriu e meu peito colou no dele. A pele quente, o cheiro do perfume misturado com o nosso… era tudo muito intenso.Guilherme me virou de costas com calma, mas com firmeza. As mãos dele desceram pelas minhas costas, puxando o zíper do meu vestido devagar, fazendo cada segundo parecer uma eternidade. Ele espalhou beijos pelo meu ombro nu, subiu pra minha nuca e sussurrou:— Tu não tem ideia do quanto eu esperei por isso…O vestido escorregou pelo meu corpo e caiu no chão, e eu fiquei só de lingerie, tremendo de expectativa. Ele me virou de novo, me olhando com aquele brilho de admiração, como se eu fos