Camila narrando:A festa tava linda, mágica, mas já começava a dar aquele ar gostoso de fim. As luzes continuavam piscando suavemente no jardim, o som agora era mais leve, algumas pessoas conversavam sentadas, outras ainda dançavam, e eu… tava ali, comendo docinho com a Gabi, as duas rindo feito criança.Ela pegava um brigadeiro, dava uma mordida, e logo já enfiava o dedo no outro.— Mãe, esse aqui é de quê? Tem gosto de nuvem! — ela disse com os olhos brilhando.— É de leite ninho, filha. Você vai acabar virando um docinho desse jeito.Ela deu uma gargalhada, mas logo começou a esfregar os olhinhos, bocejando e se encostando em mim.Minha sogra percebeu na hora e se aproximou com aquele jeitinho doce dela.— Essa princesinha já tá caindo de sono. Vou levar ela lá pro quarto, tá bom, filha? Pode deixar comigo.Gabi nem reclamou. Só abraçou a avó e foi com ela, com a cabecinha apoiada no ombro, e o vestidinho branco todo amassado de tanto brincar.Antes delas saírem, Guilherme chegou p
Camila narrando:Ele me olhou com aquele desejo queimando no olhar, e quando veio me beijar, eu já senti o corpo inteiro reagir. As mãos dele seguraram meu rosto com carinho, mas o beijo foi urgente, profundo… daqueles que fazem a gente esquecer onde tá.Fui desfazendo o terno dele devagar, botão por botão, enquanto nossas bocas se encontravam com sede. A gravata caiu no chão, a camisa se abriu e meu peito colou no dele. A pele quente, o cheiro do perfume misturado com o nosso… era tudo muito intenso.Guilherme me virou de costas com calma, mas com firmeza. As mãos dele desceram pelas minhas costas, puxando o zíper do meu vestido devagar, fazendo cada segundo parecer uma eternidade. Ele espalhou beijos pelo meu ombro nu, subiu pra minha nuca e sussurrou:— Tu não tem ideia do quanto eu esperei por isso…O vestido escorregou pelo meu corpo e caiu no chão, e eu fiquei só de lingerie, tremendo de expectativa. Ele me virou de novo, me olhando com aquele brilho de admiração, como se eu fos
Guilherme narrando:Ela tava ali, deitada no meu peito, o corpo ainda suado, a respiração aos poucos voltando ao normal. Eu passava a mão nas costas dela devagar, sentindo a pele quente, os fios do cabelo grudando no meu ombro.Tava tudo em silêncio, só o som da nossa respiração misturada com aquele barulhinho das velas queimando no canto do quarto. O coração dela batia acelerado ainda, bem ali colado no meu.— Tu tá bem? — sussurrei, beijando o topo da cabeça dela.Ela só balançou a cabeça que sim e apertou o rosto no meu peito, soltando um suspiro satisfeito. Eu sorri.— Mulher da minha vida…Ficamos ali mais um tempo, só curtindo aquele momento. Sem pressa, sem ninguém, sem mundo lá fora. Só a gente.Depois de um tempo, senti ela se mexendo, os olhos me olhando com aquele brilho preguiçoso de quem tava leve, mas ainda com fogo guardado.— E se a gente fosse aproveitar aquela banheira, hein? — falei, sorrindo de canto.Ela mordeu o lábio e assentiu.Levantei da cama, fui até a banhe
Camila narrando:Já faz cinco dias que a gente tá aqui nesse paraíso… e, sinceramente, eu perdi até a noção do tempo. Parece que o mundo lá fora parou e só existe esse quarto, essa vista, esse homem… e esse amor que só cresce a cada segundo.A gente mal sai do quarto. Só de vez em quando que resolve dar um pulinho na piscina, andar pelo jardim, fazer massagem no spa… mas a maior parte do tempo é aqui, entre esses lençóis bagunçados, essa varanda com vista pro lago, e os nossos corpos colados um no outro.Guilherme virou meu vício. Meu remédio, meu abrigo. Ele me toca como se fosse a primeira vez sempre, me olha como se eu fosse a coisa mais linda que ele já viu, e fala com uma calma que acalma até a minha alma.— Tá pensando em quê? — ele perguntou agora há pouco, me puxando de volta dos pensamentos, com a voz rouca, aquele sorriso de canto e só de toalha na cintura.— Tô pensando que eu queria morar aqui… pra sempre.Ele riu, veio até mim e me abraçou por trás, beijando minha nuca.—
Camila narrando – Dois anos depoisDois anos se passaram desde aquela lua de mel que parecia um sonho… e olha, até hoje eu acordo às vezes, olho em volta, vejo minha família e penso: caramba, eu tô vivendo mesmo tudo isso?A vida mudou. Mudou muito. Mas mudou pra melhor.Eu continuo trabalhando com o Guilherme na empresa. A gente formou um time da porra, sabe? Ele com aquele jeito mais centrado, calculista, e eu com minha visão mais prática, meu toque de cuidado com as pessoas. Crescemos juntos, como casal e como sócios. E mesmo com as correrias do dia a dia, nunca deixamos de ser parceiros. Ainda nos pegamos trocando olhares no escritório como se fosse o primeiro dia.Aqui em casa, minha sogra continua morando com a gente e ainda é aquela mãezona de sempre. Dona Maria também continua aqui, firme e forte, como uma avó de coração. As duas se ajudam demais e são minha base quando eu tô virada do avesso com a rotina de mãe.Porque né… agora não é só a Gabi que corre pelos cantos da casa.
EpílogoA vida seguiu.Sem pressa, sem roteiro fixo, mas com uma beleza que só o tempo sabe revelar.Os dias foram passando, e a casa que antes era cenário de descobertas virou um verdadeiro lar, com cheiro de café pela manhã, brinquedo espalhado pela sala, risadas infantis ecoando pelos cômodos e uma paz silenciosa que só existe quando o coração encontra abrigo.Camila e Guilherme continuaram firmes. O amor deles não virou rotina, virou base. Cresceu junto com os filhos, amadureceu com os desafios, e se fortaleceu nos pequenos gestos: no beijo antes de sair, no olhar de longe durante uma reunião, no silêncio confortável de quem não precisa dizer nada pra se entender.Gustavo agora corre pela casa com passos firmes e risadas que preenchem cada canto. É curioso, esperto e cheio de energia. Onde ele passa, deixa bagunça… e amor. Já Gabi, com seu jeitinho mandona e coração enorme, virou irmã mais velha de verdade, daquelas que briga, protege, ensina e ama com tudo que tem. Os dois são in
Gabriela narrandoTem gente que diz que aos vinte anos a vida tá só começando. Que é tempo de festa, de experimentar, de errar e aprender. Mas a verdade é que a minha vida sempre andou um pouco mais rápido que o normal. Enquanto as minhas amigas ainda tavam decidindo o que fazer da vida, eu já administrava uma empresa. Enquanto outras curtiam baladas e namoros sem compromisso, eu tava planejando um casamento.E não era qualquer casamento. Era o meu casamento. Com o homem que eu acreditava ser o amor da minha vida.Eu faço Administração, tô no terceiro ano da faculdade. Mas na prática, já atuo como empresária desde os dezoito, quando meu pai como forma de me dar responsabilidade e independência, comprou uma concessionária de carros e colocou no meu nome.Foi tipo um presente… mas também um voto de confiança. A empresa, que era pequena, virou meu projeto de vida. Eu cuidei dela como se fosse um filho: reformei, troquei a equipe, implantei sistema novo, mudei a comunicação visual e fui
Gabriela narrando :— Explicar o quê?! — minha voz saiu alta, trêmula, doída. — Que tu tá transando com o meu noivo? Que tu destruiu uma amizade de dez anos por… isso?Henrique veio até mim, ainda tentando se vestir, com o rosto branco de pavor.— Eu ia te contar, eu juro, mas foi acontecendo, a gente foi se aproximou, tu tava muito ocupada com a empresa, com os preparativos, e eu me senti… esquecido…— Então tu me traiu. Porque te sentiu esquecido?Eu ri. Um riso nervoso, amargo, sufocado. Me senti ridícula. Senti meu mundo inteiro desabar ali, de pé, na frente da cena mais nojenta da minha vida.Olhei pros dois. Me deu vontade de gritar, de quebrar tudo, de cair no chão.Mas eu só respirei fundo.— O casamento tá cancelado — falei firme, olhando direto nos olhos dele. — E tu… — virei pra Luísa — tu morreu pra mim.O silêncio dentro do loft era pesado, quase sufocante. Eu já tinha dito tudo o que precisava. Mas meu corpo… meu corpo gritava por mais. Pela raiva, pela dor, pela decepçã