— Mãe? — Marina se assustou, sua mãe controladora tinha vindo na velocidade da luz até seu alojamento do nada?
— Eu estava a dois quarteirões daqui, com um cliente, quando recebi uma ligação interessante do diretor da faculdade onde você frequenta e eu pago. — ela cruzou os braços. — Você malditamente não se inscreveu no fudido projeto Skyfall — ela gritou totalmente irritada. — Eu… — Marina não sabia o que dizer. Os outros ocupantes da sala estavam mudos observando a cena. — Eu… eu… — debochou — Você por acaso é burra? Sabe o que você fez com um ano da sua vida? Com um ano do meu dinheiro? Com a candidatura do seu padrasto? — agora a mulher tinha chegado a um novo nível de irritação. Ethan sentindo que sua companheira estava cada vez mais triste resolveu se apresentar. — Eu sou Ethan das casa dos Furg’s, próximo na linha de sucessão ao trono do meu planeta. Estou muito feliz com a iminente junção de nossas famílias. — ele foi firme. Sua feição séria, como se aquela mulher tivesse o ofendido gravemente. — Um príncipe? — a voz jacosa da mulher se tornou suave. — Oh… é realmente um prazer, eu só gostaria de falar com minha filha a sós. — ela falou docemente. As mulheres no recinto estavam incrédulas, Marina já esperava por aquilo. Um a um todos se retiraram deixando mãe e filha para conversar. Um longo momento de silêncio se estendeu quando elas ficaram sozinhas. — Bem! Isso saiu melhor do que deveria. — a mulher murmurou olhando para a filha que estava até então quieta. — Não entendi. — a filha murmurou olhando confusa para a mãe que estava em pé. — Vamos ser bem sinceras Marina. Você não tem perspectiva nenhuma na advocacia, você não é ambiciosa, é uma porta. Mas graças a Deus, o que eu fiz de bom é ter uma filha bonita — ela sorriu, parecendo feliz. Marina sabia que o elogio que ela tinha lhe feito, era na verdade uma forma de se auto elogiar, ela fez Marina bonita, não era mérito dela isso, uma vez que tudo o que Marina fazia aos olhos dela, era ruim. — Apesar de você ter feito a besteira de se inscrever sem todo o anúncio que nos ajudariam a alavancar a carreira política do seu padrasto, pelo menos você conseguiu o melhor partido. Um príncipe, você será vestida de ouro, não vai precisar trabalhar — riu com gosto. — É claro que você precisará da minha ajuda, imagino. Quando iremos? — questionou feliz. — Iremos? — Marina parecia assustada com a possibilidade. — Claro sua boba, você não tem porte de princesa Marina, vai precisar da minha ajuda para arrancar tudo o que quiser desse príncipe. E é claro, uma vez que a vida toda você teve do bom e do melhor que eu te dei, chegou o momento da retribuição. Então, quando iremos? — ela questionou. — Você não vai! — falou dura. — Como? Você ficou doida? — a mulher mais velha parecia ofendida que sua filha a tivesse desafiado. Ela era uma mãe controladora, sua filha sempre seguiu suas regras e suas ordens e ela gostava assim. — Eu não sei se vou me casar com ele, irei cumprir o contratado e… — ela se calou quando a mãe lhe deu um olhar mortal. — Você é muito burra mesmo, a única coisa que você tem a oferecer é a beleza e não vai durar pra sempre. — ela gritou irritada. — Eu vou largar o emprego e irei com você e farei de você rainha, porque se depender de você… — a altivez da mulher assustava. — Você não irá. — a menina murmurou. — Escuta uma coisa Marina, se você acha que vai virar rica e me esquecer… se eu não for, quando você voltar, vai se sustentar sozinha, porque eu lavarei minhas mãos. — ela sabia, tinha encurralado a filha. Marina não era preparada para a vida, sempre sua mãe que tinha ditado as regras, era a mãe que escolhia tudo na sua vida e agora não seria diferente, na menor perspectiva de que teria que se virar sozinha, ela iria se agarrar a mãe e a mais velha sabia disso, sabia que venceria fácil. Era isso que ela pensava. — Eu sinto muito, eu não posso… se é assim que você quer. — a filha murmurou. A mulher deu um olhar gélido, antes de sair batendo o pé e a porta. Marina precisou de um tempo antes de se acalmar, tempo esse que suas amigas e Ethan lhe deram antes de entrar no alojamento. Quando ela saiu dali para uma nova vida, ela tinha uma certeza na vida. Não iria se impedir de viver o que tinha pra viver, e daria um jeito na vida dela. . . . — Ethan e Marina, vocês estão iniciando o primeiro estágio do programa Skyfall, lerei para vocês os termos do programa. Sei que vocês leram o acordo, mas segundo a lei do programa um juiz, eu, deve ler novamente os termos e sacramentar o contrato em um ano terrestre. — o juiz estava protocolando os últimos detalhes. Depois daquele momento, seriam um ano na companhia daquele alienígena, Marina tentava manter a mente aberta quanto aquela questão. — É de acordo dos dois que ao assinar o programa Skyfall ambos devem permanecer cinco anos no cadastro e quando achado um companheiro deve estar disponível, podendo conseguir libertação se houver um outro companheiro. — Marina se lembrava dessa primeira parte do acordo, tinha buscado na internet e essa era a parte que ela se sentiu mais indignada, como ela não pensou nisso? — A mulher terráquea se compromete em dar um ano terráqueo de oportunidade para o homem poomeriano durante o período de namoro. Depois desse tempo, haverá uma cerimônia de casamento se ambos concordarem. Os dois juntados pelo contrato devem permanecer juntos na mesma casa e seguir o protocolo de corte do país habitado. No primeiro mês, o protocolo é imposto pelas leis terráqueas. Você gostaria de exigir algo ou comunicar algo? — o juíz questionou a Marina. — Não! — ela murmurou. — Pois bem, o mês poomeriano equivale a onze meses terrestres, durante esse tempo o protocolo é Poomer. Você gostaria de explicar a ela? — agora ele se referiu a Ethan. — Sim! — ele falou decidido, olhando a mulher que apesar de tudo o que tinha acontecido, ainda se mantinha assustada. — Nossa corte tem uma coisa essencial, os casais dormem juntos todas as noites no período de corte. Isso faz com que os laços afetivos aumente mais no período e nossa cultura acredita que a confiança é forjada nos momentos de maiores vulnerabilidade, e no sono é quando ficamos mais vulneráveis. — ele observou toda indignação que surgiu em seu rosto. — No contrato tem essa cláusula específica, pois sabemos que nem todas as terráqueas se sentem bem em dormir com alguém até então desconhecido. — deu de ombros. — Eu não vou fazer sexo com você. — ela gritou indignada. — Você me entendeu mal pequena companheira, não falei de sexo, estou falando de dormir. É claro que no momento que fizermos sexo, pois te garanto que vamos, você vai ver que tem perdido os momentos mais divertidos da vida. — ele riu quando ela chegou a um nível de vermelhidão que ele jamais vira. — Eu como seu companheiro devo me certificar de que você tenha todo descanso necessário, sem sentir frio ou calor a noite. Devo cuidar de todas as suas necessidades. — ele a olhou sério. Algo subiu dentro dela, ele falará sobre necessidades com tanto ardor que sua mente caminhou para um terreno perigoso. — Posso continuar? — o juiz questionou. — Sim! — ambos murmuraram. — Em um ano vocês devem se apresentar a essa corte e trazer ou a certidão de casamento nos dois planetas ou a anulação do contrato. — murmurou dando por encerrada aquela situação. Marina sabia que tinha se enfiado em uma bela encrenca… aquele alienígena era lindo, forte e gostoso, ela admitia e isso era perigoso. Ela estava presa a um alienígena que era tudo o que ela gostava, mas não queria. E era tudo culpa dele.O grande homem sabia que as coisas não podiam ficar mais erradas do que já estavam. Seu pai, já velho, agora dormia como se a crise de a poucos instantes não tivesse ocorrido.A foto da família na cabeceira pesava o ambiente, o lembrando de tudo o que havia se passado. — Ele está mais calmo? — ouviu a voz sussurrar ao seu lado. Não se virou, sentia que esganaria a mulher se o fizesse. Ela tinha causado aquilo! Privada da atenção que ele não podia dar naquele dia, tinha perturbado seu pobre pai até que ele estivesse doente, apenas para controlá-lo. Não sabia mais o que fazer, já tinha passado pela seleção antes e todas as vezes que dava errado, ele voltava a se relacionar com a Miwa. Sabia que a pressão que ela e o planeta dela faziam por aquela união era quase indigesta, mas não tinha escolha quando nenhuma outra parceira lhe era apresentada.Mas daquela vez era diferente, ele não tinha aceitado a chantagem e ela estava chegando a patamares perigosos A mulher era mesquinha, queria
Marina estava irritada, sua mãe era, pra dizer o mínimo, controladora demais. Fazer a filha sair da sua rotina para acompanhá-la em uma festa apenas para mostrar a família perfeita que tinha era no mínimo intragável. A verdade é que não existia a família perfeita! Ela nem ao menos sabia que elas poderiam ser chamadas de família. Em seu sonho, a família era aqueles que se apoiavam e se amavam acima de tudo e sua mãe estava longe disso. Mas nada abalava Mary Carter.Aparência, era tudo o que importava. Revirou os olhos quando o marido perfeito da sua mãe, o doutor Harold Carter, riu de forma exagerada. O advogado estava agora concorrendo a um novo cargo político e sua mãe era a esposa troféu que poderia lhe dar a vitória.— Ahhh, aí está ela. Nossa menina — revirou os olhos quando a voz jocosa do homem se fez ser ouvida, recebendo um olhar firme da mãe. Era óbvio o que significava, ela tinha que obedecer e fazer o papel dela. Ela e o padrasto nunca se deram bem, ela culpava ele pelo fim
As coisas se tornaram confusas naquele momento. Era de fato estranho saber que elas estavam totalmente bêbadas, tinham cometido um ato tão sério quanto aquele. — Você pode nos explicar o que aconteceu, Jully? — Lais perguntou parecendo bem brava. Depois do desmaio de Marina, as coisas tinham se tornado confusas, uma aglomeração se formou, e por fim o diretor da faculdade veio intervir, levando todos eles para a secretaria. O homem alienígena tinha se mantido colado em Marina, rosnando para qualquer um que sugerisse que ele se afastasse da mulher. As amigas estavam em volta, mas ninguém tinha se atrevido a falar nada até aquele momento, quando o choque tinha sido substituído pela raiva. Ela sabia o que aquilo significava, suas vidas já não mais lhes pertenciam. A qualquer momento um alienígena, como aquele que agora orbitava dia amiga desmaiada. — E por que diabos você não nos contou antes?! — a mulher completou extremamente chateada. — Espera! Você está com raiva de mim? Ohh