Capítulo 3

As coisas se tornaram confusas naquele momento. Era de fato estranho saber que elas estavam totalmente bêbadas, tinham cometido um ato tão sério quanto aquele.

— Você pode nos explicar o que aconteceu, Jully? — Lais perguntou parecendo bem brava.

Depois do desmaio de Marina, as coisas tinham se tornado confusas, uma aglomeração se formou, e por fim o diretor da faculdade veio intervir, levando todos eles para a secretaria.

O homem alienígena tinha se mantido colado em Marina, rosnando para qualquer um que sugerisse que ele se afastasse da mulher. As amigas estavam em volta, mas ninguém tinha se atrevido a falar nada até aquele momento, quando o choque tinha sido substituído pela raiva.

Ela sabia o que aquilo significava, suas vidas já não mais lhes pertenciam. A qualquer momento um alienígena, como aquele que agora orbitava dia amiga desmaiada.

— E por que diabos você não nos contou antes?! — a mulher completou extremamente chateada.

— Espera! Você está com raiva de mim? Ohhh, essa é boa. Eu nem queria inscrever-me se você quer saber. A ideia foi sua, eu só me lembrei disso ontem e… — Jully estava bem agitada, atropelando as palavras.

— Calma aí, deixa ver se eu entendi bem — Lais deu uma risada sádica — Você descobriu sobre isso ontem e achou que seria uma boa nos contar somente hoje? — a loira estava tão nervosa que seu olho esquerdo estava tremendo involuntariamente.

— Eu não queria falar por telefone e não imaginei que seria tão rápido assim — ela se defendeu.

— Obviamente você estava errada!!! — Raissa gritou. Respirando fundo por fim.

— Ei! Nada de brigas, vocês beberam muito e agora estão numa bela encrenca — Ana pontuou, recebendo olhares de volta, seguido de um longo silêncio — O que? — questionou.

— Ué, estamos esperando você terminar. Me pareceu maldade acabar assim — Jully deu de ombros.

— Eu não vou passar a mão na cabeça de vocês. Vocês erraram! Quer dizer que assinaram um contrato que pode criar uma guerra planetária, e acham que tá tudo bem?! — Ana parecia irritada.

— Jully, o que exatamente você se lembra? — Tenten questionou.

— Marina quase fez sexo com aquele poste… — ela começou se lembrando dos fatos da noite passada.

~~~~~~~~~~~~Lembrança~~~~~~~~~~~~~~

— Dois anos sem sexo — Marina gritou totalmente bêbada se esfregando no poste. As amigas riram da menina que estava absurdamente fora de si, com certeza era a que estava pior entre as quatro.

— Acho que devemos arrumar um homem pra você amiga, daqui a pouco dá teia de aranha — Lais sorriu perdendo um pouco do equilíbrio.

— Quem me dera um homem gostoso — a voz de Jully estava bem arrastada.

Um casal escolheu exatamente aquele momento para passar perto do grupo. Era uma mulher baixa e roliça com um homem alto e musculoso, uma alienígena.

— Eu tenho a solução perfeita — Raissa gritou feliz — O programa Skyfall! — gritou feliz.

— Quê?! — Sakura gritou em protesto largando o poste e tentando andar até a direção das amigas.

— Já falamos sobre isso, não obrigada — Jully reagiu.

— Vocês que sabem… eu fiquei sabendo que o sexo é muito bom com um alienígena — Lais se levantou.

— Bem, Lais e eu vamos nos inscrever, então… vocês vão nos dar apoio moral — Raissa riu, fazendo sinal para um carro que passou. O homem parou.

— Quanto tá o programa? — o infeliz questionou.

— Programa? Que programa? — Lais parecia bem confusa com aquela situação.

— O filho da puta tá achando que eu sou a mãe dele! — Raissa berrou, fazendo o homem arrancar com o carro enquanto continuava a gritaria.

— Tá maluca porra?! Vão nos bater. Eu vou ligar pra mandarem um táxi — Lais a repreendeu.

— Isso mesmo, chama logo o táxi, quem sabe eu não conheço o futuro pai dos meus filhos no projeto Skyfall — Raissa se animou.

~~~~~~~~~~~~Lembrança~~~~~~~~~~~~~~~~

— Ei, espera aí — Raissa chamou Jully no meio da história — Eu me lembro dessa parte. O motorista do táxi era um gato que deu em cima de mim, e me deu o número dele — ela completou. As amigas a olhavam, pareciam se lembrar desse fato de outra forma.

— Na verdade, você deu em cima do coitado que pareceu bem assustado, e quase deu o número dele abaixo de ameaça. Acho que o nome era Flávio, ele esperou do lado de fora para não voltarmos bêbadas para casa — Jully respondeu.

— Verdade! Raissa deixou a boca dele toda vermelha de batom quando o atacou — Lais riu. Era obviamente uma forma delas implicarem com a Raíssa, o motorista parecia bem interessado na menina.

— Ei! Ele me mandou "oi" no w******p — Raissa parecia contrafeita.

— Então é isso? Assinamos o contrato? — Lais questionou, muito embora sabia a resposta.

— Acho que todas nós — Jully concordou olhando para a Marina que ainda estava no meio de uma síncope, ainda desmaiada.

— Mas como Marina foi escolhida rapidamente? Ei, qual o seu nome? — Lais questionou.

— Sou Ethan, da casa dos Furg's, décimo primeiro da minha linhagem. Sou do planeta Groop, na galáxia Poomer — explicou.

— Que apresentação normal — Jully ironizou cruzando os braços.

— Na verdade, não tem nada de muito normal na situação… — Raissa concordou olhando para o homem com desconfiança, que parecia ainda extremamente tenso, pronto para atacar qualquer um que fizesse ameaça a mulher que ele vigiava.

— Espera...Como falamos a mesma língua? — Ana era a única com um pouco de sensatez ainda.

— Eu fiz um curso da sua língua quando uma companheira terráquea apareceu no meu roll de compatibilidade — murmurou.

— Seu nome é Ethan mesmo? — Jully questionou, um nome humano totalmente comum para um alienígena.

— É o mais próximo da tradução para sua língua — concordou.

— Passamos anos aprendendo uma nova língua e eles simplesmente fazem um cursinho… — Raissa murmurou contrafeita. Marina escolheu esse momento para começar a acordar. As atenções rapidamente se voltaram para ela, que parecia confusa conforme acordava.

— Minha cabeça, eu acho que eu estava sonhan… — sua voz se perdeu quando ela olhou para o alienígena que estava a sua volta. Ele se levantou vendo que ela já tinha recuperado a consciência. Agora de perto ele parecia ter mais de dois e dez de altura. Comparado ao seu tamanho que era um e sessenta, a diferença era gigantesca.

— Pequena companheira, você está bem? — ele parecia preocupado. A cauda inquieta se movia no ar.

— Eu… eu… o quê ? — ela parecia muito confusa ainda.

— Marina… nós assinamos o acordo Skyfall — Jully foi direta. Marina a olhou assustada, ela sabia que a vodca era má ideia, os efeitos que isso tinha causado em sua vida estava apenas começando.

— Sim! Seu perfil de compatibilidade genética e de gostos se alinharam ao meu com quase 95% de chance de dar certo. É um record! — ele gabou.

— Eu… não entendo. Isso significa que eu e você…? — ela perguntou.

— Estamos indo para iniciar a nossa primeira etapa, a corte. No final na primeira etapa seguiremos para a segunda, se for da vontade de ambos e seremos companheiros irrevogáveis. — falou feliz.

— Eu não posso... Eu...como isso poderia dar certo?! Não podemos… — ele pareceu ligeiramente confuso. Algo iluminou na sua cabeça, pois ele recomeçou a falar.

— Não se preocupa companheira, apesar de você ser muito pequena, acho que não teremos problemas em levar a ligação até o final — a boca de Marina escancarou, ele fudidamente estava falando de sexo?

— Puta que pariu — Jully guinchou.

— Que bizarro — Raissa parecia chocada também.

— Nós iremos deixá-los para conversarem sozinhos — Ana falou puxando Jully, que parecia ser a mais resistente em deixar a sala.

— Olha… qual o seu nome? — Marina começou.

— Ethan, eu me chamo Ethan — murmurou, parecendo sem graça por causa do último acontecimento.

— Ethan, olha quando eu assinei o contrato eu estava muito bêbada e não sabia muito bem o que estava fazendo… eu não posso ser sua companheira, ir para outro planeta — conforme ela dizia, ele ficava cada vez mais desanimado, sua cauda que antes balançava no ar excitada, caiu entre as pernas triste — Como eu faço para cancelar isso? — ela perguntou.

— Eu sinto muito, você é a sexta companheira que é me dada, as outras não chegavam a 80% de compatibilidade. Infelizmente não há como cancelar — ele murmurou — Eu sou prioridade número um no banco de compatibilidade — ele confidenciou.

— Por isso foi rápido… — ela murmurou e ele concordou.

— Eu não entendo. Então é isso? Eu devo passar pelo estágio um? — ela questionará.

— Sim, segundo as leis intergalácticas seria considerado uma quebra no acordo Skyfall e, isso daria motivos ao meu povo para atacar o seu — ele murmurou.

— Mas por quê? Por um homem? — ela se perguntava quão bárbaro era aquele povo.

— Desculpa, eu não quero nada disso, porém meu pai está ficando velho, e os anciãos do meu povo esperam que eu tome seu lugar para governar meu planeta, mas para isso preciso estar casado — ele murmurou. A mulher agora parecia não querer acreditar naquilo, com certeza era algum tipo de brincadeira.

— Você é um príncipe ? A porra de um príncipe?!! — ela praticamente gritou.

— Sinto muito, eu rejeitei o estágio dois com as cinco primeiras companheiras, estou sendo pressionado para o casamento. Se você me der uma chance, no final a escolha será sua, sempre será. Não será forçada a nada — as feições dele eram imperativas. Marina queria dizer que não, Deus sabia que ela queria dizer não, mas sabia que não podia. O projeto Skyfall era muito contundente sobre aquilo.

— Você sabe que eu não posso dizer não — ela murmurou.

— Eu sinto muito, muito mesmo — ele murmurou novamente.

— Eu não acredito nisso. Eu… tô fazendo faculdade, não posso… eu não posso — ela estava em negação.

Ele apenas a observou, enquanto ela dava o surto de negação. Ele se manteve afastado, a olhando preocupado.

— Isa…? — Jully a chamou, do lado de fora da sala. Preocupada com a recente movimentação.

— Deixe-a, ela precisa disso — o estranho disse, olhando agora a mulher falar sozinha.

.

.

.

O clima entre os seis não estava nada bom, cinco meninas e um alienígena, todos em silêncio indo até um dormitório. Todos olhavam com curiosidade. Marina sabia que uma vez que ela esteja ligada a um alienígena, a sua vida toda planejada terá ido por água abaixo.Ela se perguntava por que parecia tão chateada com aquilo, uma vez que nenhum projeto sobre sua vida era de propriedade sua, mas sim de sua mãe. Talvez ela estivesse chateada pelo fato de que não tinha sido ela a abandonar os planos, mas sim uma interferência externa.

Agora ela não poderia mais ficar no dormitório, uma vez que segundo o terceiro item do projeto Skyfall, no qual fala sobre a corte e especificamente sobre ambos os companheiros, estes que deverão viver juntos durante a primeira fase.

— O diretor pareceu muito feliz em aceitar seu trancamento especial — Jully falou desgostosa, já dentro do dormitório ajudando a embalar as coisas — Aonde vocês vão ficar mesmo? — ela olhou com desconfiança para o estranho.

— Minha comitiva encontrou um apartamento pequeno, confesso, mas que será o suficiente para nós dois por um mês terrestre — ele murmurou.

— Isso é tão bizarro — Raissa murmurou olhando para o alienígena.

— Desculpa, mas não acho que conheço essa palavra — ele a olhou com curiosidade.

Eles demoraram quase três horas para juntar tudo, sendo feito num total ambiente de tensão. Marina parecia chocada ainda em total letargia.

— Marina?! — Jully praticamente gritou, parecendo ter uma epifania.

O alienígena se colocou em posição de ataque na frente de sua recém companheira, pronto para defendê-la de qualquer coisa.

— Ei, ei… — Ana murmurou levantando os braços para aliviar a tensão.

— Desculpa… — ele murmurou depois de um tempo saindo da defensiva.

— Eu só ia… você vai ter que contar pra tia Mary… — Jully soltou.

— Merda, minha mãe… — Marina se deu conta que sua mãe não acharia seus novos planos para o futuro nem um pouco empolgantes.

— Sim! Merda sou eu… — lá estava sua mãe na porta de seu dormitório, olhando o caos e o grupo nada comum dentro. Seu olhar avaliador e crítico já diziam tudo. Ela não estava feliz e como de costume, Marina sabia…

Era tudo culpa sua.

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