Sterling arqueou levemente as sobrancelhas, e seus olhos negros e profundos pousaram sobre o rosto de Clarice. Será que aquilo era ideia dela? Clarice sustentou o olhar dele, firme, com os olhos ardentes de indignação. — Eu nunca pensei nisso! — Respondeu, sem hesitar. Com o avô dizendo aquelas coisas, Sterling certamente pensaria que era ela quem queria aquilo. Três anos atrás, no dia em que se casou com Sterling, ela de fato havia desejado tornar pública a união. Ela o amava, e, naturalmente, queria que o mundo inteiro soubesse que estavam juntos. Mas na noite do casamento, Sterling a deixou com uma única frase: “Não quero que ninguém saiba do nosso casamento. Cuide da sua vida.” E ele saiu. Naquela noite, ele nunca voltou. Ela passou a noite de núpcias sozinha, encarando o vazio. Depois disso, qualquer desejo de anunciar o casamento desapareceu. Agora, com o divórcio já em seus planos, não fazia sentido que mais pessoas soubessem sobre aquela união fracassada. Seri
O corpo de Clarice bateu contra a mesa de reuniões, causando uma dor aguda. Um grito escapou de seus lábios involuntariamente. Sterling se aproximou, pressionando-a contra a mesa. Com uma das mãos, ergueu o queixo dela, obrigando-a a encará-lo. Seus olhos estavam sombrios, quase predatórios, cheios de uma fúria contida. — Passei uma noite com você. No dia seguinte, seus pais apareceram no hotel com uma equipe inteira, trazendo fotos tiradas por paparazzi. Eles me ameaçaram, dizendo que, se eu não me casasse com você, as fotos seriam divulgadas para toda a mídia. Eu concordei. Sua família exigiu cinquenta milhões, e eu paguei. Nestes três anos de casamento, investi bem mais de cinquenta milhões na empresa da sua família. Além disso, reduzi pela metade os custos do tratamento da sua avó no hospital, alegando que era para fins de pesquisa médica. Ele aproximou o rosto ainda mais do dela, a voz carregada de desprezo. — Depois de tudo isso, você ainda acha que está em posição de me
E se Sterling fosse bruto e acabasse machucando o bebê? Sterling, ao vê-la com aquela expressão de "donzela ofendida", sentiu o sangue ferver ainda mais. — Clarice, nós ainda não nos divorciamos! Por que eu não poderia te tocar? — Disse, com a voz carregada de raiva. Clarice respirou fundo, tentando manter a calma. Olhou diretamente para ele e respondeu: — Porque eu acho você sujo! Ele já tinha um filho com Teresa, e agora queria tocá-la? Era nojento! Os olhos de Sterling se estreitaram, e ele abaixou a cabeça, mordendo o lóbulo macio da orelha dela. Sua voz saiu baixa, mas cheia de provocação. — Você acha que eu sou sujo? Pois é exatamente por isso que eu quero transar com você. O coração de Clarice disparou, mas ela tentou se manter firme. — Se está frustrado porque a Teresa está grávida, posso te arranjar outra pessoa. Alguém limpa, eu garanto. — Disse, com uma ironia cortante, enquanto sua mente era invadida por imagens de Sterling e Teresa na mesma cama. O pensam
— Ninguém sabe quem é o novo dono que comprou a firma, mas parece que é alguém bem misterioso. Não se preocupe, amanhã vamos conhecer a pessoa! E ouvi dizer que o novo chefe comprou a Torres Advocacia só para dar de presente para a noiva! Quem manda ser ricaço, né? Ser noiva de um homem assim deve ser bom demais! Sra. Clarice, você é tão bonita. Tenho certeza de que vai encontrar um marido rico no futuro. Clarice apertou os lábios, forçando um sorriso discreto. Lilian não sabia, mas ela já tinha se casado com um homem rico. O problema era que ele não a amava. — Ah, quase esqueci! — Lilian exclamou, animada. — Hoje à noite tem aquele jantar no Estrela do Paladar. Está marcado para as seis horas. Meu Deus, fiquei tão ocupada fofocando com você que quase deixei passar a informação mais importante! Clarice não pôde deixar de sentir certa inveja da energia contagiante de Lilian. Dois anos trabalhando juntas, e a garota estava sempre de bom humor, transbordando otimismo. Ela, por out
— Você pode não ter medo dela, mas a Clarice já é outra história. Você sabe do que a Virgínia é capaz. — Sterling declarou, com tom neutro, apenas expondo os fatos. — Me dá os documentos! Vou embora agora! — Túlio respondeu, já ciente do que Sterling queria dizer. Após uma pausa, acrescentou. — Transfira suas ações para a Clarice. Daqui a alguns dias, eu faço meu testamento e deixo tudo pra você! — Eu não quero suas ações, e você não vai fazer testamento nenhum! Você vai viver muito ainda! — Já tenho 80 anos, Sterling! Vivi o suficiente. Agora, meu maior desejo é pegar meu bisneto nos braços. Pode até ser uma bisneta, tanto faz! Vocês já estão casados há três anos, por que a Clarice ainda não engravidou? Será que você não consegue? — Túlio resmungou, claramente frustrado. No grupo de amigos de sua idade, todos viviam postando fotos de netos e bisnetos fofos. Ele morria de inveja! Sterling tinha uma aparência saudável, uma condição física invejável. Então, por que não consegui
— Preciso avisar a Sra. Clarice com antecedência? — Isaac perguntou. Se avisasse, Clarice poderia escolher os vestidos ela mesma. No fim das contas, ela ficaria mais à vontade com algo que escolhesse. — Não precisa. Eu mesmo aviso no momento certo. — Sterling respondeu, com um meio sorriso. Ele queria ver uma boa cena, e se contasse com antecedência, perderia toda a graça. — Recebemos uma ligação do instituto de pesquisa. Parece que alguém os procurou oferecendo um valor alto para comprar o novo medicamento experimental. Fiz uma verificação no comprador e descobri que era... A Sra. Clarice. — Isaac finalmente revelou, depois de pensar um bom tempo em como trazer o assunto à tona. As sobrancelhas de Sterling se arquearam levemente. — A avó dela não recebe uma verba específica todo mês para o tratamento? Se precisar de algum medicamento, o hospital pode providenciar. Por que ela precisaria comprar remédios? E, mais estranho ainda, por que pagar caro? Isso realmente não fazia
Mas, quanto à Beatriz e à família Preston, isso já era outra história. Será que eles estariam envolvidos? Difícil dizer. E se não fosse Asher, quem seria o novo dono? — Dra. Clarice, sua cara não está muito boa, hein. O que foi? Está preocupada que, com a chegada do novo chefe, você não vai mais ter os privilégios de antes? Está se remoendo por dentro, né? Ao ouvir a voz, Clarice ergueu o olhar e viu Isabelly parada à sua frente. Isabelly havia começado no escritório no mesmo dia que ela, mas até hoje nunca tinha liderado um caso no tribunal. Seu trabalho se resumia a mediar conflitos em casos civis. Clarice, por outro lado, havia conquistado seu espaço. Era uma advogada renomada, com uma reputação impecável. Ela sabia que Isabelly a invejava. E a odiava. Clarice já estava acostumada com o tom venenoso de Isabelly. Se respondesse, seria acusada de abusar de sua posição para intimidá-la. Isso daria munição aos outros colegas que a invejavam e que, sempre que possível, tent
Isabelly ficou furiosa com a provocação de Clarice e avançou para tentar arranhar o rosto dela, gritando: — Cala a boca! Você está inventando tudo! Clarice, que já havia percebido o comportamento suspeito de Isabelly há muito tempo, nunca tinha comentado nada. Estava guardando essa carta na manga para o momento certo. Desviando do ataque, Clarice estendeu o braço e empurrou Isabelly para longe. — Se estou inventando, por que não vai verificar as câmeras de segurança? Assim fica tudo muito claro. Clarice sabia que, se não colocasse Isabelly no lugar hoje, os outros no escritório iriam querer atacá-la também. Ela não era idiota para deixar que isso acontecesse. — Se a Dra. Clarice está mentindo, é só checar as câmeras! — Alguém na sala comentou, claramente querendo ver o circo pegar fogo. — Vamos lá! Vamos todos ver a verdade! — Isso, Isabelly, vamos! Os colegas começaram a incentivar a situação, transformando tudo em um espetáculo. Isabelly ficou pálida de repente. Se