E se Sterling fosse bruto e acabasse machucando o bebê? Sterling, ao vê-la com aquela expressão de "donzela ofendida", sentiu o sangue ferver ainda mais. — Clarice, nós ainda não nos divorciamos! Por que eu não poderia te tocar? — Disse, com a voz carregada de raiva. Clarice respirou fundo, tentando manter a calma. Olhou diretamente para ele e respondeu: — Porque eu acho você sujo! Ele já tinha um filho com Teresa, e agora queria tocá-la? Era nojento! Os olhos de Sterling se estreitaram, e ele abaixou a cabeça, mordendo o lóbulo macio da orelha dela. Sua voz saiu baixa, mas cheia de provocação. — Você acha que eu sou sujo? Pois é exatamente por isso que eu quero transar com você. O coração de Clarice disparou, mas ela tentou se manter firme. — Se está frustrado porque a Teresa está grávida, posso te arranjar outra pessoa. Alguém limpa, eu garanto. — Disse, com uma ironia cortante, enquanto sua mente era invadida por imagens de Sterling e Teresa na mesma cama. O pensam
— Ninguém sabe quem é o novo dono que comprou a firma, mas parece que é alguém bem misterioso. Não se preocupe, amanhã vamos conhecer a pessoa! E ouvi dizer que o novo chefe comprou a Torres Advocacia só para dar de presente para a noiva! Quem manda ser ricaço, né? Ser noiva de um homem assim deve ser bom demais! Sra. Clarice, você é tão bonita. Tenho certeza de que vai encontrar um marido rico no futuro. Clarice apertou os lábios, forçando um sorriso discreto. Lilian não sabia, mas ela já tinha se casado com um homem rico. O problema era que ele não a amava. — Ah, quase esqueci! — Lilian exclamou, animada. — Hoje à noite tem aquele jantar no Estrela do Paladar. Está marcado para as seis horas. Meu Deus, fiquei tão ocupada fofocando com você que quase deixei passar a informação mais importante! Clarice não pôde deixar de sentir certa inveja da energia contagiante de Lilian. Dois anos trabalhando juntas, e a garota estava sempre de bom humor, transbordando otimismo. Ela, por out
— Você pode não ter medo dela, mas a Clarice já é outra história. Você sabe do que a Virgínia é capaz. — Sterling declarou, com tom neutro, apenas expondo os fatos. — Me dá os documentos! Vou embora agora! — Túlio respondeu, já ciente do que Sterling queria dizer. Após uma pausa, acrescentou. — Transfira suas ações para a Clarice. Daqui a alguns dias, eu faço meu testamento e deixo tudo pra você! — Eu não quero suas ações, e você não vai fazer testamento nenhum! Você vai viver muito ainda! — Já tenho 80 anos, Sterling! Vivi o suficiente. Agora, meu maior desejo é pegar meu bisneto nos braços. Pode até ser uma bisneta, tanto faz! Vocês já estão casados há três anos, por que a Clarice ainda não engravidou? Será que você não consegue? — Túlio resmungou, claramente frustrado. No grupo de amigos de sua idade, todos viviam postando fotos de netos e bisnetos fofos. Ele morria de inveja! Sterling tinha uma aparência saudável, uma condição física invejável. Então, por que não consegui
— Preciso avisar a Sra. Clarice com antecedência? — Isaac perguntou. Se avisasse, Clarice poderia escolher os vestidos ela mesma. No fim das contas, ela ficaria mais à vontade com algo que escolhesse. — Não precisa. Eu mesmo aviso no momento certo. — Sterling respondeu, com um meio sorriso. Ele queria ver uma boa cena, e se contasse com antecedência, perderia toda a graça. — Recebemos uma ligação do instituto de pesquisa. Parece que alguém os procurou oferecendo um valor alto para comprar o novo medicamento experimental. Fiz uma verificação no comprador e descobri que era... A Sra. Clarice. — Isaac finalmente revelou, depois de pensar um bom tempo em como trazer o assunto à tona. As sobrancelhas de Sterling se arquearam levemente. — A avó dela não recebe uma verba específica todo mês para o tratamento? Se precisar de algum medicamento, o hospital pode providenciar. Por que ela precisaria comprar remédios? E, mais estranho ainda, por que pagar caro? Isso realmente não fazia
Mas, quanto à Beatriz e à família Preston, isso já era outra história. Será que eles estariam envolvidos? Difícil dizer. E se não fosse Asher, quem seria o novo dono? — Dra. Clarice, sua cara não está muito boa, hein. O que foi? Está preocupada que, com a chegada do novo chefe, você não vai mais ter os privilégios de antes? Está se remoendo por dentro, né? Ao ouvir a voz, Clarice ergueu o olhar e viu Isabelly parada à sua frente. Isabelly havia começado no escritório no mesmo dia que ela, mas até hoje nunca tinha liderado um caso no tribunal. Seu trabalho se resumia a mediar conflitos em casos civis. Clarice, por outro lado, havia conquistado seu espaço. Era uma advogada renomada, com uma reputação impecável. Ela sabia que Isabelly a invejava. E a odiava. Clarice já estava acostumada com o tom venenoso de Isabelly. Se respondesse, seria acusada de abusar de sua posição para intimidá-la. Isso daria munição aos outros colegas que a invejavam e que, sempre que possível, tent
Isabelly ficou furiosa com a provocação de Clarice e avançou para tentar arranhar o rosto dela, gritando: — Cala a boca! Você está inventando tudo! Clarice, que já havia percebido o comportamento suspeito de Isabelly há muito tempo, nunca tinha comentado nada. Estava guardando essa carta na manga para o momento certo. Desviando do ataque, Clarice estendeu o braço e empurrou Isabelly para longe. — Se estou inventando, por que não vai verificar as câmeras de segurança? Assim fica tudo muito claro. Clarice sabia que, se não colocasse Isabelly no lugar hoje, os outros no escritório iriam querer atacá-la também. Ela não era idiota para deixar que isso acontecesse. — Se a Dra. Clarice está mentindo, é só checar as câmeras! — Alguém na sala comentou, claramente querendo ver o circo pegar fogo. — Vamos lá! Vamos todos ver a verdade! — Isso, Isabelly, vamos! Os colegas começaram a incentivar a situação, transformando tudo em um espetáculo. Isabelly ficou pálida de repente. Se
No passado, ele era tão carinhoso com ela. Nunca tinha levantado a voz, nem mesmo falado com um tom mais firme. Henriques franziu a testa, claramente irritado, e seu tom saiu ríspido: — Agora que a situação chegou a esse ponto, se o novo chefe decidir demitir um de nós, você vai dizer que foi você quem me seduziu. Diz que aquele dia no escritório foi a primeira vez! Isabelly ficou tão chocada que até esqueceu de chorar. — O que você está dizendo? Era esse mesmo o Henriques que ela conhecia? Aquele homem responsável, protetor e confiável? Não podia ser. Ela devia estar ouvindo errado! — Você é só uma mediadora. Nunca liderou um caso no tribunal. Sair da Torres Advocacia não vai afetar sua carreira. Mas, se eu for demitido por causa de problemas de conduta, nunca mais vou conseguir um bom emprego em outro lugar! Se você perder o trabalho, eu posso te sustentar. Mas, se eu perder o meu, você consegue me sustentar? — Ele a olhou com intensidade e urgência, tentando convencê-la
Clarice colocou o garfo de lado e levantou o olhar, encarando Esther. Quando começou no escritório, as duas saíam juntas para negociar contratos com empresas. Os clientes sempre dificultavam as coisas, e muitas vezes elas acabavam tendo que beber tanto que chegavam a passar mal. Ainda assim, Clarice nunca reclamou. Sempre aguentou firme. No fundo, ela sempre sentiu uma gratidão genuína por Esther ter estado ao seu lado naqueles dias difíceis. Nos últimos dois anos, embora não trabalhassem juntas com tanta frequência, ocasionalmente se uniam para investigar a verdade por trás de alguns casos. Trabalhar com Esther sempre tinha sido uma experiência tranquila e eficiente. Clarice não era do tipo que expressava suas emoções ou criava laços profundos com facilidade, mas, de alguma forma, Esther ocupava um lugar especial em seu coração. Agora, no entanto, algo dentro dela parecia se despedaçar. Lilian percebeu que o semblante de Clarice havia mudado. Sem pensar duas vezes, pegou a