ERIC Sair para almoçar teria sido mesmo uma ótima ideia se não tivesse recebido as duas ligações que me deixaram preocupado, tentei disfarçar, mas era óbvio que Diana perceberia. Eu odiaria admitir, mas ela já me conhece como a palma da mão. — Está tudo bem — falei apenas gesticulando a boca. — Não se preocupe. Depositei um beijo em sua testa e começamos a almoçar, tentei manter o assunto leve para distrair a mente. Somente quando Thaís e Diana foram ao banheiro, foi que voltei ao assunto das chamadas, eu precisava da ajuda de Gustavo mais uma vez, porém dessa vez, tinha que ser mantido em segredo. Não queria preocupar Diana, a minha irmã ou meus pais. — Gustavo, você poderia me ajudar numa coisa? — Se estiver ao meu alcance, eu ajudo. — Mas você não pode comentar nada com ninguém, nem com a minha irmã. — Sem problemas. — Me passa seu contato que a gente vai se falando. Helena reclamou no carrinho, então peguei-a no colo e rapidamente troquei contato com Gustavo e dei o assun
DIANA Depois que Eric me deixou em casa, me dediquei a cuidar da minha pequena, que estava meio enjoadinha depois da viagem e de ter saído com a gente para almoçar. Dei um banho quentinho para relaxar ela e uma mamadeira, como num passe de mágica ela logo adormeceu. Deixei ela na minha cama, cercada por travesseiros e me deitei ao lado dela. Era bom poder deitar sem ficar pensando que toda a cidade me odiava, Eric tinha conseguido tirar um elefante de cima das minhas costas e foi pensando nisso que acabei pegando no sono. Estava tão cansada que quando voltei a abrir os olhos, já estava escuro, procurei meu celular para ver a hora, mas infelizmente estava sem bateria. Saí de fininho do quarto e fui até a sala, peguei o carregador dentro da bolsa e o conectei a tomada. Fui à cozinha com a intenção de comer alguma coisa, mas acabei desistindo de preparar o sanduíche já que teria que ir ao mercado, comprar algumas coisas então decidi pedir uma pizza porque seria mais rápido. Pouco te
ERIC Depois de passar uma noite mais do que agradável com Diana, não consegui pegar no sono e, por volta das cinco da manhã, meu celular começou a vibrar em cima da mesinha de cabeceira. Era Marlon. Saí da cama de fininho para não acordar Diana, vesti o short e saí do quarto. "O pior aconteceu e o seu voo sairá daqui a duas horas, você irá para Londres e um advogado vai te procurar no hotel." Duas horas. Eu tinha duas horas para embarcar num voo que poderia mudar para sempre a minha vida. Só de pensar que eu estava viajando para ver Gisele pela última vez antes de a colocarem a sete palmos abaixo da terra já me embrulhava o estômago. Ela que sempre foi uma amiga maravilhosa, uma mulher bonita, carismática e piadista. Foi pensando nela que cheguei a conclusão de que a vida era mesmo um sopro, numa hora estávamos bem e no minuto seguinte podíamos não estar mais aqui. O que mais me preocupava e me angustiava era não saber o motivo de eu ter sido citado no testamento dela. Gisele er
DIANA No quarto dia sem notícias de Eric, eu já estava ficando muito preocupada de ter acontecido algo de ruim com ele. Já estava pronta para convencer Thaís a procurar a polícia quando de repente meu celular vibrou em cima da mesa. — Ai. Meu. Deus. — Foram as únicas palavras que saíram da minha boca quando vi a mensagem na minha tela. "Estou voltando para casa." Fiquei na dúvida se era uma mensagem verdadeira ou era alguém passando algum trote. Fui tomada por um misto de sentimentos. Raiva por ele ter sumido, angústia por ele não ter dado notícias, insegurança por ele não ter confiado em mim e medo de ter acontecido alguma coisa com ele. Peguei o telefone da minha mesa e liguei para minha melhor amiga. — Fala, Di. — Thaís, você está no restaurante? — Sim, vim mais cedo para rever alguns papéis. — Por acaso você recebeu alguma mensagem meio suspeita do seu irmão? — Sim, eu acabei de receber uma mensagem dele. Você também recebeu? — Sim. Será que é de verdade? — Sem dúvida,
ERICPassei os três dias restantes na companhia de Marlon e de Angel e aproveitando para resolver as últimas pendências com o advoagdo. Angel me contou tudo sobre a sua nova vida depois que voltei para o meu país. Eu já não estava mais conseguindo ficar longe de casa e das minhas meninas, a saudade de Diana começava a apertar o peito.Arrumei todas os meus pertences de volta na mochila e parti apressado para o aeroporto, enviei uma mensagem rápida para Diana e minha irmã antes de me dirigir a um guichê para comprar uma passagem e embarcar de volta para o Brasil.Eu sabia que teria que enfrentar um problema quando chegasse em casa, afinal não seria nada fácil explicar para Diana o motivo de não ter falado nada antes de sumir e, com certeza, minha irmã também criaria um escarcéu. Eu tinha que pensar em algum presente que pudesse agradar Diana e diminuir a bronca que eu levaria.Quando desembarquei no aeroporto, o dia já estava amanhecendo por isso eu tinha grandes chances de conseguir e
DIANA Eu podia estar errada em aceitar almoçar com Eric, mas eu precisava vê-lo com meus próprios olhos, saber se ele estava inteiro e que nada de ruim tinha acontecido. Foi pensando nisso que propus o almoço no meu apartamento, eu precisava ficar sozinha com ele, ouvir dele o motivo para o seu sumiço e só então decidir se eu o aceitaria ou não de volta. Quando abri a porta do apartamento e me deparei com Eric parado, bem ali, na minha frente, tive vontade de me jogar em seus braços para um daqueles abraços de urso, mas fui forte e resisti. Não podia dar a ele o gostinho de saber que poderia me ter de volta sem nem ao menos ouvir sua explicação. — Oi. — Ele me cumprimentou, mas dava perceber que tinha ficado sem saber se deveria me abraçar ou dar um beijo. — Oi, Eric. Entre, por favor. — Diana, eu... — Agora não é um bom momento para falarmos sobre esse assunto — cortei-o. — Vamos comer primeiro.— Tudo bem. Saí em direção a cozinha e deixei-o na sala fazendo compnahia a minha
ERICO almoço com Diana foi um pouco diferente do que eu estava esperando, mas não a culpo, já que a culpa foi toda minha. O clima estava tenso quando nos sentamos para comer, apesar de tudo a comida estava deliciosa. Helena era a única mais alegrinha por me ver de novo e passei um tempo brincando com ela na sala antes de ajudar Diana com a louça.Nossa conversa na varanda do apartamento dela foi um pouco menos pior. Só dela ficar sabendo a verdade e ter dito que me perdoava, já era um elefante tirado das minhas costas. Ela pediu um tempo para pensar se me aceitaria de volta em sua vida, e isso foi um balde de água fria jogada na minha cabeça, mas estava disposto a esperar, tudo para ter ela de volta.Depois que saí do apartamento de Diana, peguei meu carro na garagem e dirigi até a casa dos meus pais. Por sorte, eles estavam em casa. Logo que toquei a campainha, a porta foi aberta por uma das empregadas, que me informou que meus pais estavam na biblioteca.Quando cruzei as portas do
DIANAPela manhã, quando abri os olhos, percebi que o quarto estava tomado pelos raios solares que entravam pela fresta entre as cortinas, olhei o relógio sobre a mesinha de cabeceira e vi que já eram sete e meia. Droga! Eu estava tinha menos de meia hora para me arrumar e sair para a reunião na empresa. Olhei a tela da babá eletrônica e me assustei quando não vi Helena no berço.Joguei a coberta para o lado e levantei da cama num pulo, será que Joana tinha chegado e pegado minha menininha? Eu precisava verificar e rápido. Quando saí do quarto, senti cheiro de café por todo o apartamento, ao passar pela sala, percebi que o sofá estava vazio e o edredom dobrado sobre o travesseiro.— O que está fazendo? — perguntei assim que cheguei a porta da cozinha e vi Helena sentada no cadeirão de alimentação enquanto Eric se movimentava pela minha cozinha.— Ah, vejo que você acordou. Quer café?— Aceito. — Ele encheu uma xícara enquanto eu dava um beijo no topo da cabeça da minha filha.— Aqui e