Capítulo 3

NO DIA SEGUINTE em que Carina e Rodrigo flagraram os pais em pleno ato sexual na sala da casa de praia fez um sol de quase quarenta graus no litoral e a família toda decidiu aproveitar. Fausto, Marina e Lucas saíram de bugue pela ilha para explorar o lugar recém-adquirido enquanto Rodrigo preferiu se banhar no mar. Carina, a caçula, estava se sentindo bastante à vontade naquele final de semana. Logo que chegou à areia estendeu uma toalha, firmou bem o seu guarda-sol e ficou deitada a se bronzear. A imagem do pai penetrando a mãe com força no sofá havia ficado em sua mente desde a noite anterior e por vezes, ela se pegou sentindo sensações no ventre que não sabia explicar.

— Eu devo estar ficando maluca. Isso não parece normal — balbuciou ela em sua inocência, ainda arrepiada e confusa pelos próprios sentimentos.

Enquanto dormia abraçada ao irmão na noite anterior, sentira a calcinha molhar-se e massageou o falo dele por sobre o calção mais de uma vez. Estava duro e espigado. Aquilo a deixou ainda mais quente.

Naquele dia, conforme ele nadava no mar, Carina sentou-se na areia e passou a observá-lo. Estava próxima o suficiente para que visse os contornos de seu corpo em desenvolvimento. A barriga chapada, os braços começando a ganhar cada vez maior tonicidade… e aquele volume dentro da sunga. Estava realmente muito quente aquela manhã.

Carina sabia que tinha pouco tempo até que os pais e seu outro irmão voltassem de bugue para a praia e soube armar bem o momento. Rodrigo estava voltando do mar para próximo de onde ela estava deitada de bruços e quando ele chegou, percebeu que ela estava completamente nua tomando sol.

— Ei, o que está fazendo? — ele deu uma boa olhada nas nádegas dela já tão empinadas e duras, viradas para cima. Fingindo total desconhecimento do que ele estava dizendo, a menina virou-se de frente.

— Fazendo o que?

Não era a primeira vez que Rodrigo via a irmã nua. Estavam acostumados os três, ele, ela e Lucas a tomarem banho juntos, a se vestirem e a se despirem um na frente do outro. Mas foi a primeira vez que ele viu o desejo brilhar dentro de seus olhos castanhos. Carina abriu levemente a perna quando se virou e o deixou dar uma boa olhada. Ela estava úmida.

— Estou fazendo alguma coisa? — o sorrisinho no canto da boca entregou suas intenções e Rodrigo pareceu desnorteado ao sentar-se na areia. A seu lado, voltou a olhar o triângulo entre as pernas dela. Tinha pelinhos castanhos, ralos. A reação dentro de seu calção foi imediata. Carina olhou para o volume se formando e provocou:

— Tem algo muito duro aí dentro.

Ele desviou o olhar para o mar. As ondas começavam a quebrar fortes na praia. Os dois sabiam que seus pais e o Lucas podiam voltar a qualquer momento. Não tinham muito tempo a perder.

O Renegade de Rodrigo parou na portaria do prédio onde ele morava enquanto o porteiro Alcides acionava o portão automático para que ele entrasse. Já era quase noite e o céu já apresentava tons mais escuros de um azul cinzento.

— A dona Natalie subiu para o apartamento de vocês quase agorinha, seu Rodrigo. — falou o porteiro logo que o rapaz abaixou o vidro elétrico do carro. Alcides era um velho conhecido da família e trabalhava naquele prédio desde que ele e seus irmãos eram crianças. Era muito comum que a família revezasse entre a mansão nos Jardins e o belíssimo “apart-hotel” — como era chamado na época — da Vila Mariana, e as crianças aprenderam desde cedo a morarem nos dois lugares quase que ao mesmo tempo.

— Não sabia que ela já tinha voltado para São Paulo. Mas obrigado por avisar, Alcides.

O senhor meio roliço de cabelos quase completamente ausentes no topo da cabeça sorriu e em seguida acenou para Rodrigo que embocou com o Jeep para dentro do estacionamento do prédio. Depois, enquanto ele caminhava para o elevador ao fundo do largo estacionamento do prédio, ele começou a se lembrar dos últimos momentos que tinha passado com a namorada há quase quinze dias, pouco antes dela viajar para o Rio de Janeiro. Um sorriso abriu-se em seu rosto espontaneamente.

Um cheiro bom de chocolate atingiu seu nariz quando ele abriu a porta do apartamento no décimo andar e após pousar as chaves, o celular e a carteira na mesinha de vidro ao lado da porta, ele a encontrou na cozinha.

— Ó de casa!

Antes que ele desse dois toques no batente da porta da cozinha, ela já tinha se virado e o visto chegar. Pousou uma tigela branca lambuzada de chocolate na pia e precipitou-se rápido até ele, abraçando-o calorosamente.

— Humm, que saudades, amor! — ela deu-lhe um beijo na boca intenso com gosto de chocolate. Enlaçando os braços ao redor do seu pescoço, ela o apertou muito forte, como se ambos não se vissem há muito tempo. Quinze dias era demais para dois jovens namorados.

Enquanto seus lábios ainda se tocavam amorosamente, ele perguntou a ela:

— Por que não me avisou que chegaria hoje? Eu iria te buscar no aeroporto, Nat.

— Eu quis fazer surpresa. Chegar do nada na sua casa. Não deu certo, né?

Ele segurava firme a cintura dela levantando sua camiseta. Acenou negativamente com a cabeça.

— Não, o Alcides te entregou.

Ela revirou os olhos ainda pendurada no pescoço dele e dando-lhe vários selinhos seguidos, resmungou:

— Maldito Alcides!   

Era brincadeira e os dois continuaram abraçados um pouco mais, se curtindo. As mãos dele já haviam encontrado lugar nas nádegas dela que ele passou a massagear sobre a calcinha fio dental branca que usava. As dela seguravam a nuca dele enquanto se beijavam. Matavam as saudades.

Algum tempo depois, o casal estava no sofá da sala conversando alegremente enquanto dividia a tigela de brigadeiro que ela havia feito pouco antes da chegada do namorado. Ele já havia tirado a camisa social branca que usara aquele dia e os dois estavam sentados bem próximos.

— Como está o Henrique lá no Rio? Já se adaptou? — perguntou ele, se referindo ao irmão da moça que havia se mudado para outro estado.

— Mais que adaptado. Ele está num apartamento na Barra da Tijuca. A Valéria está bem perto da família dela. Não tinha lugar melhor para os dois morarem.

Há algum tempo, Henrique havia decidido morar no Rio de Janeiro com a noiva Valéria que era nascida e criada no estado. Ainda em São Paulo, seu pai, o velho Augusto Schneider, era um investidor imobiliário que passou a fazer negócio com Fausto Monterey regularmente, o que fez com que as duas famílias acabassem se tornando amigas. Na época, era muito comum que frequentassem um a casa do outro em reuniões comemorativas. Rodrigo e Natalie tinham quase a mesma idade e começaram a se curtir no começo da adolescência. Quando parecia que o namoro ia mesmo se desenvolver, os pais da menina resolveram se mudar com a família toda para o Rio de Janeiro e eles acabaram perdendo o contato por um tempo. Anos depois, ela e o irmão decidiram retornar para São Paulo a fim de estudar e deixaram seus pais por lá com os negócios de família. Valéria, a linda namorada carioca que Henrique conhecera na escola decidira vir junto e na cidade eles ficaram alguns bons anos até que o rapaz completasse a faculdade. O sonho do velho Augusto era que o primogênito se formasse em administração, mas isso nunca aconteceu, para sua frustração.

— Você ficou onde nesses quinze dias?

Os olhos azuis dela fitaram os dele e ela pareceu surpresa com a pergunta. Assim que terminou de lamber a colher melada de chocolate, quis saber:

— Como assim “onde”? Fiquei na casa do meu irmão, claro. Onde eu ficaria?        

  Ele parecia um pouco desconfortável.

— Me refiro aonde dentro da casa dele...

Ela ficou sem reação por um tempo olhando para ele. Deu mais uma colherada no brigadeiro, lambeu a colher após colocá-la na boca e deixou a tigela de lado no sofá.

— Ciúmes de novo? A gente já não teve essa conversa?

Por mais que soubesse em detalhes da relação nada fraternal que Natalie mantinha com o irmão Henrique desde a tenra idade, para Rodrigo, ainda parecia complicado tê-la que dividir com o amigo. Era algo inexplicável, já que ele mesmo não havia parado de se relacionar com Carina totalmente desde que ele e Natalie haviam assumido um namoro.

— Vocês fizeram...? Você e o Henrique?

A camiseta masculina que ela usava já estava quase toda amarrotada na altura de sua cintura. Naquele momento, Natalie apoiou-se no ombro dele e sentou-se em seu colo. Após fazer um carinho em seu rosto, falou, olhando-o nos olhos:

— Eu não vou voltar a ver meu irmão por um bom tempo enquanto ele se estabelece lá no Rio, amor. Fiz essa viagem para ajudar os dois com a mudança.

A mão dele apoiou-se na cintura dela, por baixo da camiseta.

— Mas isso não responde a minha pergunta.

Os olhões azuis dela iam de um lado para o outro, encarando-o. Ela segurou firme o rosto dele e respondeu:

— A gente se amou sim. Uma vez. Tava de noite… a gente bebeu um pouco além da conta. A Valéria quis comemorar que a gente tinha terminado de arrumar as coisas. Foi só isso.

Os olhos dele desviaram. Ela os trouxe de volta, levantando seu queixo com as mãos.

— Que foi? Quantas vezes já fizemos isso? Eu faço amor com o Henrique, você faz com a sua irmã... a Rafa e o Max também fazem... por que agora você está encanado?

Ele não possuía uma resposta racional. Aquilo só o incomodava agora mais do que antes.

— Por acaso parou de fazer amor com a Carina nesses quinze dias em que estive fora?

— Já tem algum tempo que não fazemos.

— Mas não é uma pausa definitiva. Sei disso. Se ela aparecer aqui no apartamento sem calcinha na sua cama tenho certeza que você vai pegar ela. E qual é o problema?

Qual é o problema, Rodrigo? A pergunta ecoava em sua mente.

— Deixa de besteira. Eu tô aqui agora pra você. Sem Henrique, sem Carina. Não quer aproveitar?

De repente, as neuras se esvaneceram feito fumaça e quando perceberam, os dois estavam se relacionando no sofá da sala intensamente, matando as saudades daqueles dias em que haviam ficado separados.

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