AaronDesci do jatinho com passos rápidos, minha mente totalmente focada em Rebecca. Foi só então que percebi a presença de um dos meus seguranças, que vinha apenas alguns metros de distância, observando o entorno com atenção. A visão dele me fez parar por um instante, uma onda de irritação passando por mim. — O que você está fazendo aqui? — perguntei, minha voz mais áspera do que eu pretendia. Ele olhou para mim, impassível, e respondeu com calma: — Cumprindo ordens de Ettore, senhor. Eu cerrei os maxilares, detestando o fato de não ter notado sua presença antes. Isso provava que eu não estava atento ao que estava acontecendo ao meu redor, algo preocupante para um homem na minha posição. Mas, mesmo contrariado, entendi que Ettore estava apenas cuidando da minha segurança. Ele sempre pensava em tudo, e eu deveria estar agradecido por isso. Um carro já estava à minha espera, outra providência tomada por Ettore que nem mesmo havia passado pela minha cabeça. Agradeci mentalmente a e
AaronA estrada parecia se estender infinitamente à minha frente, mas minha mente estava ainda mais distante. Eu estava a caminho do aeroporto, tentando digerir todas as reviravoltas dos últimos dias, quando meu telefone tocou.— O que foi agora, Ettore? — atendi com impaciência.— Eric está em Castilho.Senti minha mandíbula travar.— O que ele está fazendo aqui? — perguntei, embora a resposta já estivesse se formando em minha mente.— Não sabemos ainda, mas isso pode significar que Rebecca realmente fugiu com ele.Minha raiva ferveu no mesmo instante.— Isso é mentira! — rosnei, cortando qualquer insinuação antes que Ettore pudesse continuar. — Eu não posso acreditar que Rebecca faria isso. Eric deve estar tentando essa jogada suja. Eu não vou deixá-lo vencer.Sem esperar resposta, desliguei o telefone e dei ordens ao motorista:— Volte para o hospital. Agora.Meu coração batia com força contra meu peito. Eu não podia perder tempo. Eu precisava de Rebecca. E mais do que isso, eu pre
PaollaEric e eu estávamos sentados dentro do carro, a um quarteirão de distância do hospital, quando vimos o carro que levava Aaron voltar pelo mesmo caminho de onde veio. Eric sorriu, satisfeito, e bateu com as mãos no volante, comemorando.— O plano funcionou! — exclamou, olhando para mim com um brilho de triunfo nos olhos. — Eu disse que ele não ficaria. Eu, porém, não compartilho do entusiasmo imediato dele. Cruzei os braços e franzi a testa.— Não comemore antes da hora — alertei. — Precisamos esperar António chegar para confirmar se tudo saiu como o esperado. Ainda há muita coisa que pode dar errado.Eric revirou os olhos, mas não contestou. Ele sabia que eu não era do tipo que se contentava com suposições. No entanto, antes de precisarmos esperar muito, o carro de Antônio fez o sinal combinado. Sem perder tempo, Eric seguiu na mesma direção, parando em um estacionamento vazio de uma obra inacabada. Desço do carro e encaro Antonio e Judite, que saem do veículo hesitantes.— Fe
RebeccaA declaração de amor de Aaron tocou profundamente em mim. Suas palavras ecoavam em minha mente, e por um momento, senti uma pontada de esperança. Mas não conseguia simplesmente confiar que tudo daria certo entre nós agora. Havia tantas coisas atrapalhando, tantas dúvidas e medos que ainda me assombravam. Eric parecia disposto a tudo para nos afastar, e eu tinha medo de que Aaron, mais uma vez, virasse as costas para mim. Enquanto Aaron segurava minha mão, seus olhos cheios de sinceridade, ele pediu que eu voltasse para São Paulo com ele. Ele falou sobre o apoio que eu teria lá, sobre a estrutura muito melhor do que aquela que o pequeno hospital poderia oferecer. Mas a forma como ele olhou em torno do quarto, como se menosprezar o lugar onde eu estava, me deixou irritada. Eu afastei minha mão da dele, sentindo um nó se formar na garganta. — Eu não aceito que você fale dessa forma sobre o lugar onde eu nasci e vivi toda a minha vida — disse, minha voz firme, mas carregada de
AaronA questão lançada por Rebecca ecoou no quarto, e eu fiquei ali, em silêncio, aguardando com expectativa a resposta de Antônio. Algo estava errado, e eu precisava saber o quê.Antônio respirou fundo, como se estivesse se preparando para algo difícil. Ele olhou para Rebecca, depois para mim, e finalmente falou, sua voz carregada de um peso que eu não conseguia decifrar.— Foi Paolla — ele disse, suas palavras saindo devagar, como se ele ainda estivesse processando o que estava prestes a revelar. — A ex-esposa de Aaron Baumann,s. Ela entrou em contato comigo.Eu senti meu corpo congelar. Paolla? Como ela tinha encontrado os pais de Rebecca? E por quê? O olhar de Rebecca oscilava entre mim e os seus pais, e eu sabia que ela estava tão surpresa quanto ele.— Paolla entrou em contato com vocês? — Ele perguntou, sua voz baixa, mas carregada de tensão.— Ela me procurou na igreja — Antônio continuou, sua voz agora mais firme, mas ainda hesitante. — Não sei como ela me encontrou, mas ela
RebeccaO trajeto de volta para São Paulo foi tranquilo, mas exaustivo. Os últimos dias têm sido intensos, emocionalmente desgastantes, e a exaustão me dominou de forma implacável. Eu estava cansada, tanto física quanto emocionalmente, e acabei adormecendo no banco de trás do carro que Aaron providenciou para nos levar do aeroporto até em casa. A última coisa que lembro é da sensação do carro balançando suavemente enquanto minha cabeça descansava no ombro de Aaron, que segurava minha mão, seus dedos entrelaçados aos meus, como se quisesse garantir que eu estivesse segura, mesmo enquanto dormia.Quando Aaron me acordou, eu me senti um pouco desorientada, mas logo percebi que estávamos parados em frente a um portão enorme, que se abria lentamente para revelar uma mansão imponente. Meus olhos se arregalaram, e eu me sentei rapidamente, tentando processar o que estava vendo.— Por que estamos aqui? — perguntei, minha voz ainda um pouco grogue do sono. Aaron inspirou profundamente antes
AaronDepois de instalar Rebecca e vê-la adormecer, finalmente senti que podia respirar um pouco. Ela estava segura, pelo menos por enquanto, e eu precisava garantir que continuasse assim. Peguei meu telefone e liguei para Ettore, precisando atualizá-lo sobre tudo o que havia acontecido nas últimas horas. Eu também precisava de respostas. Precisava de um rumo. Precisava fazer algo.— Ettore — comecei, minha voz baixa para não acordar Rebecca. — Preciso que você descubra onde posso encontrar Paolla e Eric. Eles estão por trás de tudo isso, e eu quero enfrentá-los.Ettore ouviu atentamente, e eu pude sentir a tensão na voz dele quando respondeu.— Aaron, diante dos últimos acontecimentos, já estou monitorando aqueles dois constantemente. Mas eles são espertos, estão se escondendo bem. Vou precisar de mais tempo.Dois dias se passaram, e Ettore ainda não tinha informações concretas. A espera estava me consumindo, mas eu sabia que não podia fazer nada além de confiar nele. Enquanto isso,
AaronPaolla revirou os olhos, como se aquela conversa estivesse deixando-a entediada. De maneira fria e claramente dissimulada, ela sentou-se sobre um dos sofás, indicando que sentássemos no outro que estava à sua frente.— A que devo a honra da visita? — Paolla perguntou, cruzando as pernas e fingindo desinteresse.Leonel, com sua imponência natural, tomou a dianteira.— Chega de jogos, Paolla. Sabemos exatamente o que você e Eric fizeram. E vocês terão que responder por isso.A falsa compostura de Paolla vacilou por um breve segundo, mas logo ela sorriu, jogando os cabelos para o lado.— Eu não faço ideia do que está falando, Leonel. Será que Aaron veio chorar para o vovô porque perdeu a namoradinha? — ela debochou, lançando um olhar frio na minha direção.Eu me inclinei para frente, cerrando os punhos com tanta força que minhas unhas quase perfuraram a palma das mãos. A fúria queimava dentro de mim, mas eu sabia que precisava manter o controle. — Você pagou Antônio para mentir pa