Capítulo 114

O tribunal estava frio, não pelo ar-condicionado ou por uma brisa externa, mas pelo peso do ambiente em si. A sala era uma espécie de cápsula de silêncio e tensão. Cada detalhe parecia amplificado: o som de páginas sendo viradas, os sussurros ocasionais dos advogados, o leve estalar de uma cadeira. Eu estava sentada entre meus defensores, mas, ainda assim, me sentia incrivelmente só, desejando que Bernardo pudesse estar ali ao meu lado. O juiz, com o semblante austero e inabalável, ocupava sua posição elevada, observando tudo com um olhar analítico. Era como se estivesse decidindo o meu destino com uma única análise.

Minhas mãos estavam suadas e trêmulas. O cansaço acumulado da noite anterior ainda pesava sobre mim, mas o que me mantinha acordada era a pura adrenalina, misturada com o pavor do desconhecido. Meu advogado se levantou, ajeitou seu terno e se dirigiu ao juiz com uma confiança que me trouxe um pequeno conforto momentâneo.

— Meritíssimo, estamos aqui hoje para provar que mi
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