As pessoas ao redor não conseguiram conter as gargalhadas ao ouvirem o conteúdo da carta.Alice Houtt lia em voz alta, com entonação propositalmente dramática e zombeteira:— “Ah, minha querida Amara, eu te amo como os ratos amam seu arroz... como o gato ama seu peixe... como o cachorro ama seu osso...”À medida que lia, mais e mais pessoas se aproximavam, formando uma pequena multidão, todos rindo e comentando em meio a risos.— “Haha! Isso é mesmo hilário! Essa carta de amor parece ter sido escrita por alguém que mal terminou o ensino fundamental! Ou então... nem saiu do jardim de infância!”— “Ainda existe gente que escreve cartas de amor hoje em dia? É isso mesmo que estou vendo? Preciso de um gole d’água!”— “Nem precisa perguntar. Deve ser algum fã lunático, apaixonado e sem noção!”Risos generalizados tomaram conta do ambiente.— “Sejam mais sérios, gente! Ainda não terminei de ler!” — pediu Alice, encarando todos antes de continuar, tentando conter o riso.— “Agora, apresento-
"Eu ouvi direito? Você disse que será o subchefe? Então... quem é o chef principal? Quem teria qualificação suficiente para fazer com que você aceitasse esse cargo de assistente?""Para mim, ser assistente dessa pessoa é uma verdadeira honra", respondeu Alain com um brilho de respeito nos olhos.Os outros chefs presentes não conseguiam acreditar no que estavam ouvindo. Para que Alain aceitasse de bom grado ser subchefe, o chef principal teria que ser alguém extraordinário — alguém realmente fora do comum. Mas quem seria esse mestre da cozinha capaz de uma façanha dessas?Curiosos, um dos chefs perguntou:"E esse jantar, afinal? Para quem será preparado?"Alain balançou a cabeça, sem saber ao certo:"Não perguntei muito, mas ouvi que uma das convidadas se chama Amara.""Amara...? Quem é ela?" Os chefs trocaram olhares, claramente confusos. Até que um deles pareceu se lembrar de algo e disse:"Seu aluno, William Faustino, também é do país Central. Talvez ele saiba quem é essa mulher. Se
Ellma Instan estava visivelmente ansiosa. Acreditava que Amara havia sido profundamente afetada pelos boatos recentes e temia que ela não conseguisse se recompor a tempo. Sem saber o que fazer, Ellma apenas seguiu as instruções firmes de Gracy Maldovan: agir como sempre, manter a postura e escutar com atenção.A noite pertencia a Melissa, sem sombra de dúvida. Por isso, o único pedido que Gracy fez a Amara antes do evento foi claro e direto: “Estável. Apenas isso. Seja estável.”Amara seguiu a recomendação à risca. Optou por uma maquiagem discreta, porém elegante, e vestiu um clássico Chanel champanhe da última coleção outono/inverno — sofisticado, mas sem chamar atenção exagerada. Ela não queria ser o centro dos olhares naquela noite.O jantar aconteceria no hotel mais luxuoso do Imperial, o único classificado com seis estrelas. Amara chegou um pouco antes do horário e logo notou a movimentação ao seu redor: membros da equipe do evento corriam de um lado para o outro, finalizando os
O calor parecia incinerar cada célula do corpo de Amara. Era um incêndio interno, ardente como lava, e a única chance de alívio estava no toque do homem à sua frente...Instintivamente, seus dedos se agarraram à pele fria e marmórea. A sobrevivência falava mais alto, eliminando qualquer resistência. A dor misturava-se ao prazer, crescendo devagar, intensificando-se como fogos de artifício iluminando o céu noturno de sua mente. Era como estar à deriva em um mar escaldante, subindo e descendo sem controle, completamente incapaz de escapar.“Ei, acorde... Está frio aqui, você pode pegar um resfriado.”Um toque em seu ombro fez Amara abrir os olhos ligeiramente. O olhar preocupado da enfermeira trouxe-a de volta à realidade. Ainda desorientada, ela sentiu o calor ruborizar seu rosto, como se tivesse sido pega em flagrante.Droga. Mesmo depois de tanto tempo, aquela noite, cheia de calor e descontrole com Asllan, continuava invadindo seus sonhos.Por estar bêbada a ponto de perder a consci
Cinco anos se passaram.No bar Eton, em um corredor isolado no último andar, Amara estava com a cabeça latejando após horas acompanhando alguns investidores. Procurando um lugar tranquilo para se recompor, ela encontrou um canto discreto. Porém, antes que pudesse relaxar, ouviu os passos determinados de Pillar, sua empresária, que a seguira até ali.Amara respirou fundo, reunindo energia para encará-la.– Pillar, o que você quer? – perguntou, visivelmente cansada.– Amara, deixe-me ser direta: você se inscreveu para o teste do papel principal feminino em Se Amar nas Estrelas? – Pillar cruzou os braços, a expressão carregada.– Sim. E daí? – respondeu Amara, erguendo uma sobrancelha.– Você não tem permissão para ir amanhã! – Pillar declarou com firmeza.Embora soubesse que deveria se surpreender, Amara apenas sorriu de leve.– E qual seria o motivo?– Agiu pelas minhas costas! Como sua empresária, eu já havia providenciado para Melissa fazer o teste.– Isso não impede minha inscrição,
Na sala de recepção do Eton Bar, o ambiente era sufocante.O chefe do bar, gerentes, seguranças e todos os funcionários relacionados estavam alinhados, com os rostos tomados pelo pavor. A tensão era palpável, pois o pequeno príncipe da Família Rideel, o precioso filho de Pitter Rideel, havia desaparecido dentro do estabelecimento.Sentado no sofá, Pitter permanecia impassível, com o rosto tão frio quanto mármore. Não demonstrava emoção alguma, mas a autoridade que exalava parecia sufocar todos na sala. As pernas de alguns tremiam visivelmente, e o suor escorria de seus rostos, como se estivessem à beira de um julgamento final.Diante dele, ajoelhado, estava Pietro, o irmão mais novo de Pitter, que chorava desesperadamente: — Irmão! Me perdoe! Foi culpa minha! Eu não deveria ter levado Pequeno Théo para um bar! Se algo acontecer com ele, eu não me perdoarei!Mal terminou de falar e Pitter desferiu um chute certeiro contra seu peito.O som do impacto ecoou, seguido de um leve estalo. Os
Pitter observava Amara atentamente, seu olhar fixo parecia querer penetrar na mente dela, como se buscasse a verdade por trás de sua surpresa. Ele analisava cada traço do rosto dela, tentando entender se o espanto era genuíno ou uma farsa bem elaborada.Depois de um longo momento de silêncio, parecia que ele finalmente acreditava que Amara não tinha ideia da identidade de Théo. Sua voz soou fria, como se fosse esculpida em gelo:— Faça seu pedido.— Pedido? Que pedido? — Amara franziu o cenho, confusa.— Meu irmão quer agradecer por salvar Théo. Ele está pedindo que você declare seu pedido! — Pietro Riddel respondeu com uma expressão animada, como se tivesse acabado de encontrar um tesouro perdido.Amara processou rapidamente as palavras. Cautelosa, ela respondeu:— Vocês realmente não precisam me agradecer. É verdade que salvei o Théo, mas ele também me salvou. Se não fosse por ele saindo para buscar ajuda, eu ainda estaria presa lá. Podemos considerar que estamos quites.Ela sabia q
Como era hora do rush, o trânsito estava especialmente ruim. Quando Amara chegou, ela já estava atrasada.Pillar e Melissa estavam sorrindo de orelha a orelha enquanto saíam do prédio de audição. Eles estavam cercados por uma multidão que ofereceu parabéns.Vendo Amara de longe, suando enquanto corria para o prédio, Melissa olhou para ela com o mesmo olhar de cinco anos atrás.Era o olhar de uma divindade observando uma formiga.Um rastro de poeira foi deixado para trás quando Melissa arrogante saiu em sua minivan. Amara correu rapidamente para dentro do prédio depois de ver Melissa partir.Não era tarde demais!De repente, Amara correu para um grupo de pessoas que estavam conversando alegremente enquanto caminhavam. Eles eram os jurados do painel para as audições de Se Amar nas Estrelas.“Desculpe, estou atrasada!” Amara fez uma profunda reverência.Observando que Amara havia bloqueado o caminho deles e os interrompido, alguns juízes trocaram olhares, claramente infelizes.Ninguém go