Judith— A Senhora só precisa estar ao lado dela, sua graça. — O instrutor diz chegando mais perto. — Cabeça erguida — fala, erguendo o meu queixo com dois dedos cruzados. — Olha no horizonte e um sorriso largo no rosto.Sorrio.— Mantenham a postura ereta. — O homem caminha para atrás de nós e logo o seu bastão nos faz erguer a coluna.Lydia acha graça, mas mantenho-me instável.— Agora caminhem! — Ele pede e nós obedecemos. — Não! Não! Não! O que estão fazendo?!— Caminhando! — Lydia rebate segurando o riso.— Deem passos graciosos, coo plumas levadas ao vento. Mantenham a postura e não se esqueçam do sorriso no rosto.Mas ao erguer os meus olhos para o horizonte, o vejo em pé no espaldar na porta larga. O seu olhar parece diferente. Está rígido como sempre, exigente como sempre, mas parece ter um brilho nele. Um brilho que eu não consigo decifrar. Mas o fato de um sorriso sutil brincar no seu rosto anguloso, me faz sorrir também.— Sua graça, a Senhora está bem?— O que? — inquiro
Judith— O que é isso? Uma entrevista?Minhas bochechas queimam como o inferno agora.— Não! — exaspero. — É… só… Deixa pra lá, você não precisa me responder. Na verdade, me desculpe se estou parecendo…— Uma esposa dedicada?Balbucio.— Estou feliz que acatou o meu pedido. — Mudo de assunto outra vez.— Qual pedido?— Sobre o Adam.— Ah, o assediador.— É. Você não fez nada com ele, não é? — Seu telefone começa a tocar e ao visualizar a tela percebo uma estranheza no seu olhar.— Desculpe, eu preciso atender!— É claro — retruco e resolvo deixá-lo sozinho. Do lado de fora me repreendo mentalmente.Onde estava com a cabeça quando resolvi fazer perguntas sobre o seu paradeiro?O que é isso, Judith Evans?Desde quando a vida do Duque lhe interessa?Bufo irritada comigo mesma e vou direto para o meu quarto.***No dia seguinte…— Bom dia, Darly! Estou atrasada. A reunião já começou?— Já e já. E já tem alguns minutos. — Paro completamente sem ação.— E, quem a está administrando?— O Sen
Judith— Chegamos, Senhora! — Oscar avisa assim que para o carro em frente as portas largas da mansão. Organizo alguns papéis que decidir ler enquanto ele dirigia e saio do carro ansiosa para ver o meu marido.— Judy! — Lydia me cumprimenta animada assim que me vir.— Violet, como você está linda! — sibilo para a garota de vestido lilás e laços da mesma cor nos cabelos, que esbanja um lindo sorriso infantil. — E Abigail, minha pequena flor! — Agacho-me para falar com ela, a abraçando logo em seguida. — Seu irmão já chegou? — inquiro para Josephine.— Ainda não.— Eu vou tomar um banho e desço em alguns minutos — aviso, deixando um beijo carinhoso cada uma delas. — Estou ansiosa para ouvir sobre o dia de vocês.— Está? — Sophie parece surpresa.E é verdade, eu realmente quero ouvir o que elas têm para me contar sobre o seu dia.— Estou — confirmo com um sorriso largo e subo os degraus.Entretanto, assim que abro a porta do meu quarto sou surpreendida por um estonteante vestido vermelho
Judith— Você ficou maluca?! — berro, caminhando para mais perto dela. — O que você fez, sua louca?!— Só mostrei o que você não quer ver, sua graça. — Ela rebate debochada. No entanto, lanço lhe um olhar interrogativo. — Thomas só está com você por causa da semelhança entre vocês duas. Não é amor, Judith. Não há sentimento algum. É pura pena... — Desfiro uma tapa no seu rosto com tanta força que a minha mão chega a reclamar e no ato, ela engole as suas palavras.— Você é doente, sabia?! — rosno entre dentes, porém, os seus olhos ganham uma irritação ímpar e ela parece soltar fumaça pelas narinas.— Eu vou matar você! — A governanta grita enfurecida, mas antes que ela chegue a milímetros de mim os seguranças a seguram no seu lugar. Atrevidamente chego mais perto dela e olho dentro dos seus olhos.— Eu te avisei, Flora. Disse que não ia aturar mais uma das suas.Ela sorrir.— Arrume as suas coisas e saia dessa casa...— Você não pode me demitir. — Ela me interrompe furiosa. — Não sou s
Thomas— O que está fazendo, sua graça? — Ela pergunta perto demais da minha boca.É inevitável perceber o quanto Judith está trêmula, ansiosa e… com medo. Isso me intriga, e me instiga também. Essa perigosa mistura de inocência e sensualidade aumenta ainda mais o meu desejo. Contudo, a sua visão dentro daquele vestido me faz sufocar um pouco e eu me lembro do porquê estou nesse estado deplorável agora.No que ela estava pensando quando o vestiu?O que ela queria provar com isso?De alguma forma não me sinto atingido por ela trazer de volta uma lembrança que deveria fazer o meu coração sangrar outra vez. Na verdade, eu fiquei com raiva por ela desejar ser igual a Rebecca, quando eu amo essa sua simplicidade e meiguice. Eu não quero outra Rebecca na minha vida. Eu quero essa Judith que está bem aqui diante de mim com esse seu ar inocente, fitando-me cheia de receios e nervosa só por estar me despindo, e querendo me levar para debaixo do chuveiro. Eu quero essa mulher determinada a ter
ThomasEu preciso pensar em algo que a deixe ainda mais envolvida. Algo que a faça se entregar plenamente para mim. Levá-la ao cansaço para tê-la do meu lado na cama todas as noites não vai funcionar por muito tempo.Meu telefone começa a vibrar e eu sou obrigado a sair da cama. Portanto, visto um short que está largado em cima de uma poltrona e atendo a ligação no corredor.— François, aconteceu alguma coisa?— Preciso que venha a empresa com urgência. Temos um problema com a exportação de alguns produtos.— Agora?Bufo mentalmente, olhando para a minha esposa esparramada em cima do meu colchão.— Sua graça, sei que está adorando dormir ao lado da sua linda e jovem esposa, mas você tem obrigações. — O seu tom humorístico não esconde o seu sarcasmo.— Estarei aí em alguns minutos. — Encerro a ligação e retorno para o cômodo. Contudo, paro para admirá-la mais um pouco e vou direto para o banheiro.Tomo um banho rápido e após me secar, saio do banheiro. Entretanto, não encontro a minha
Judith Mãos hábeis e quentes. Hálito suave e morno. Corpo forte e ardente. Uh! Como vou trabalhar com esses pensamentos preenchendo a minha mente o tempo todo? Resmungo mentalmente, fitando o manuscrito volumoso bem na minha frente. Manuscrito esse que eu já deveria ter lido pelo menos a metade. … Você gosta quando eu faço assim? O delírio me entorpece quando me lembro do seu toque íntimo demais. E o meu coração acelera ao perceber que estou sentindo as mesmas sensações que ele me infligiu durante a madrugada. — Que merda, Judy! Se concentre no seu trabalho! — retruco áspera e abro o manuscrito. “Ele segurou-a firme nos seus braços e tomou-a em um beijo tão envolvente, quase profano, arrancando-lhe alguns gemidos…” Fecho imediatamente o livro e me levanto exasperada da cadeira, para aproximar-me de uma parede de vidro. E ao contemplar a linda cidade, puxo a respiração algumas vezes. — O que você está fazendo comigo, Senhor Duque? — ralho baixinho e levemente ofegante, d
Judith— Somos recém-casados. Um Duque muito visado almoçando sozinho vai dar motivos para falatórios. — Seu rosto se inclina um pouco mais na direção do meu e eu sinto o meu ar faltar outra vez.— Tudo bem — concordo.— Ótimo! — Ele finalmente se afasta. O ar volta a preencher os meus pulmões. Só então vejo alguns funcionários se matando para nos ver.Ah claro, o público!— Eu vou… pegar a minha bolsa.***— Espero que goste de massa italiana. — Thomas fala quando surpreendemente ele abre a porta do carona para mim. E surpresa, me acomodo no banco. Os meus olhos o acompanham enquanto se dirige para a porta do motorista.— O que houve com o Alfred? — inquiro assim que ele liga o motor.— Dei-lhe folga.— Ah! — Ele me olha rapidamente e o veículo ganha movimento.— Na verdade, eu queria ficar sozinho com você.Não é motivo para o meu coração mudar o seu ritmo, certo? Quer dizer, é só um almoço com encenação de um casal feliz para o público.— Eu amo massas! — respondo-o enfim.— La Nost