Uma estrela solitária

Não queria e nem precisava de desculpas, mas agarrou no ar a caneta que o capo jogou. Talvez nem fosse o que Endi pensava, de alguma forma cuidar dele podia ter sido só uma forma da médica pedir desculpas, não importava! Ela estava lá e isso bastava.

Bateu na porta da médica segurando a caneta dela como quem se agarra a esperança.

Ficou impaciente, ansioso, preocupado. Por que ela não abria logo aquela porta? Estava no banho? Ou com alguém? Teria visto por alguma câmera e não queria falar com ele?

Se fez várias perguntas e nenhuma delas fazia o coração bater mais devagar.

Enquanto isso, nos fundos da casa, a médica conversava com um réptil que trouxe de Zanzibar e que por alguma razão teria a resposta que o nganga achava que ela queria.

Segurou a serpente com carinho, pela primeira vez não a viu como um objeto de estudo e sim como um ser vivo. Precisava desabafar com alguém.

— Você sabe? Sabe por que nunca consegui ser feliz?

Uma pergunta carregada de sentimento, de culpa, se arrepend
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