O que para Jocellyn parecia pouco, para Kwami parecia perfeito, estar com ela. Isso bastava, apesar de desejá-la só a teria em sua cama quando pudesse ficar. Odiava a ideia de se tornar como alguns homens que encaravam qualquer entrega como uma oportunidade para satisfazer o corpo.Voltou para a casa em que estava ocupando, tomou um banho, preparou mandazi, uma espécie de bolinho frito que ele amava comer, arriscou apesar de não saber se a médica apreciava aquele tipo de comida. Separou algumas frutas e acendeu uma fogueira no quintal de casa.No horário marcado não precisou bater na porta, a encontrou esperando por ele.A cada passo que Kwami deu em direção a ela ficava mais óbvio que o conceito de encontro que eles possuíam também era bem diferente.Jocellyn parecia vestida para o Oscar, estava impecavelmente elegante. O vestido longo de seda azul marinho deixava as curvas do corpo da médica tão evidentes que beirava a perfeição.O tecido deslizava sobre a pele como se tivesse sido
Kwami tentou ler cada reação de Jocellyn, sabia que não era aquilo que ela esperava, ainda assim, era exatamente o que ele queria oferecer, um pedaço dele, uma parte do que sentia, uma demonstração de quem era.— Eu sei que é pouco para uma mulher como você, mas— É lindo!Dessa vez foi ele quem se surpreendeu, não esperava ver os olhos de Jocellyn brilharem daquela forma.E foi apenas a primeira vez durante aquele encontro, ela amou cada um dos detalhes, a música que parecia uma poesia apesar de ela não conhecer o idioma, a forma como ele afastou os cabelos dela antes de beijá-la e até quando acabou rasgando o vestido em um prego mal colocado no banquinho improvisado.— Desculpa por issoEla balançou a cabeça em negativa enquanto sorria, realmente não havia absolutamente nada que ele precisasse se desculpar.Talvez só uma coisa, Kwami não pretendia ficar e a cada minuto com ele, Jocellyn desejava mais que ele ficasse.— Eu escolhi esse vestido para usar no dia em que chamou para jant
Kwami a deixou daquela forma, o corpo colado a parede fria enquanto a boca quente percorria suas costas e as mãos ásperas pareciam querer ir muito além dos toques firmes e quase dolorosos.Os polegares desceram pela lateral da cintura feminina e se encaixaram no cós da calcinha enquanto os dentes de Kwami deslizaram na curva do pescoço da médica. O som suave que escapou dos lábios dela fez um sorriso satisfeito se formar nos dele.— Eu amo o seu cheiro, nyotaEle falou passando o nariz na pele de Jocellyn e por um segundo ela se frustrou, quis ouvir que ele a amava e não apenas um perfume que podia ser comprado pela internet.Quis e se sentiu uma adolescente por isso.Relaxou o corpo e se deixou levar porque ainda que não fosse amor era mais do que qualquer outro homem já tinha lhe oferecido.Era real!Kwami voltou as mãos para a barriga da médica como se quisesse gravar aquele momento na memória, na pele, na alma.Ele passou o indicador em torno do umbigo, e Jocellyn se surpreendeu
Jocellyn arqueou o corpo na cama, as unhas cravaram nos lençóis, o corpo já não tinha controle nenhum além do que servir aos desejos daquele homem.— Kwami...Ele não respondeu com palavras, apenas com a língua, aumentou a pressão, sugou até que Jocellyn gritasse. Ele a queria perdida, completamente desfeita por ele e estava conseguindo.Os dedos se juntaram à boca, dois de uma vez com o mesmo ritmo em que sugava seu ponto de prazer.Um fio de suor escorreu por entre seios de Jocellyn, fez o caminho até o colchão, ela não era mais dona do próprio corpo. Ele a comandava, a guiava, e a fazia se desfazer em ondas cada vez mais fortes.— Eu sou seu, doutora. Só seu, nyota.Jocellyn só conseguiu gemer, um som rouco e rendido, porque naquele momento não existia mais nada além dele. Tentou colocar a mão no peito dele e pedir para que Kwami esperasse, mas estava tremendo.Ele sorriu.— E eu ainda nem comecei.Deixou o corpo sentir a pele macia de Jocellyn, amou cada segundo daquela brincadeir
Ivan estava sentado no balcão de um bar com o amigo. Sara e o filho estavam em uma mesa mais afastada, saíram para jantar assim que Elijah e a afilhada se encontraram.No começo Nick ficou relutante em deixar a namorada sozinha com o padrinho, mas depois de um tempo ficou óbvio que os dois precisavam daquele momento.Tinham feridas que precisavam de cuidados e se amavam de um jeito estranho, com um tipo de respeito que não dependia de DNA e nem mesmo de convivência. Ele havia cuidado dela à distância, mas foi seu exemplo, a figura que ela não queria decepcionar, o homem que escondido em suas orações ela chamava de pai.— Senhor, um padrinho é o pai que ganhamos de presente não é? Então cuida dele para mim, faz tudo ficar bem no trabalho dele para ele ter tempo de vir na minha apresentação da escola. Se não puder me ajudar com isso, só faz ele ficar bem, tá? Amém.Olívia tinha repetido aquela oração noite após noite, mas nunca foi atendida, ou melhor, foi atendida todas às vezes, só nu
Sombra deu um gole da cerveja e levantou a garrafa para o garçom já pedindo outra, pela forma como Ivan virou o copo de Vodka estava claro que estavam com um problema, começou pelo óbvio.— Que isso, Grandão. Mano, foi melhor assim. Começar uma guerra as vésperas de uma votação seria burrice. Vamos lá, a gente sempre confiou um no outro, sei o que estou fazendo. Estamos juntos e isso aqui, meu irmão é a nossa família.Sombra tinha certeza de que o amigo ainda estava com raiva por ele não ter permitido que Ivan matasse Paolo, tinha lógica. Provavelmente estaria tão perdido quanto ele se alguém tivesse feito mal a Endi.E Nick nem mesmo parecia o mesmo rapaz que saiu do condomínio há um ano.A mente ainda o traiu brincou internamente que pelo menos com aquela aparência Olíe nunca mais precisaria se preocupar com a competição. Nenhuma garota se interessaria por Nick.Não fez a brincadeira, sabia o peso dos socos de Ivan.Mas a resposta que recebeu foi completamente diferente da que esper
Sombra olhou para a mensagem no celular e deslizou o aparelho em cima do balcão dando risada.— Bicho burro da porra! Depois vem dizer que era o grande CEO. Um filhinho de papai isso sim.Ivan pegou o telefone, leu, releu, não entendeu.— Mas tem o meu nomeFez exatamente essa pergunta para Lara pelo celular do amigo.“Por que tem o nome do Ivan?”Perguntou como se fosse Sombra, porque achava que as chances de ser respondido com a verdade eram maiores.“Mando tudo com o nome dele. Imagine eu mandar um pedido de exame com o nome de Fera, Dragon, Russo”Lara ficou olhando para o celular por um tempo, não entendeu o motivo da pergunta e muito menos o porquê elas tinham acabado sem uma despedida, Sombra costumava ser educado.Ivan piscou algumas vezes com a testa franzida, coçou a cabeça e tomou mais um gole da vodka, como se o álcool pudesse ajudar a processar a informação.— Então eu nã...eu não tô morrendo?Sombra começou a rir, parte pela expressão confusa do amigo, mas principalmente
Ainda estavam rindo, Ivan estava embriagado, mas dessa vez pela felicidade, ainda havia muitas lutas para vencer, mas tudo o que realmente importava era que veria sua caçula crescer, envelheceria ao lado da esposa e estaria no casamento do filho. A rua ainda parecia um palco para os beijos que roubava da esposa a cada vez que Sara perguntava o que estava acontecendo.— Eu ainda vou perturbar muito a sua vida, minha pequena! É isso que está acontecendo, EU TE AMO.Sombra também sorria olhando para a felicidade do amigo, por mais Ivan fosse a amizade mais conturbada e trabalhosa que teve durante toda a vida, também era um dos caras que mais amava.E foi nesse clima adocicado que estavam quando a noite foi rasgada pelo som agudo de um pneu queimando no asfalto.O motor de um carro roncou. O mundo, que segundos antes era feito de gargalhadas e alívio, se corrompeu em medo. Ivan segurou a esposa nos braços e deu as costas para o perigo. Morrer era assustador, mas não mais apavorante do qu