NinaOs espasmos demoram a me abandonar e eu apoio minha cabeça na parede as minhas costas, sentindo-me ainda muito desconexa com a realidade, para fazer qualquer outra coisa que não seja arfar.Dylan se levanta, a língua lambendo os últimos resquícios do meu gozo em sua boca e se eu achava que meu orgasmo serviria para aplacar o desejo por ele, eu estava muito enganada, pois só olhá-lo agora, já recheia minha mente com as mais devassas imagens.Puxo-o pela camisa, sorrindo languidamente e acredito que se eu tivesse um espelho agora, seria o retrato perfeito da satisfação. — Acho que eu cometeria um crime, só pra ter você entre minhas pernas de novo. — Comento, vendo um sorriso puramente presunçoso se espalhar por seu rosto.— Posso repetir quantas vezes você quiser. — Ele me responde, os lábios raspando em meu pescoço, sua mão massageando meu seio novamente.Me arqueio em sua direção, sentindo seus dedos resvalarem no bico sensível de sua exploração mais cedo.Começo a retirar sua c
Sarah Procuro o corpo de Samuel na cama, percebendo que ele se levantou antes de mim. Fico uns bons minutos na cama, pensando na noite de ontem e em minha conversa para lá de estranha com Rui. O senhor de idade avançada e fala tranquila, me ajudou em níveis que ele nunca vai entender. Mesmo não tendo a menor ideia de como ele soube as palavras exatas para me ajudar, eu vou ser completamente grata a ele. Levanto-me da cama, sentindo um renovo na minha determinação, que a muito eu não sentia. Posso não ser a pessoa mais corajosa, tranquila e santa que existe, mas vou lutar com unhas e dentes por aqueles que amo. Vou em direção ao banheiro, tomo um banho e lavo bem minha cabeça, percebendo que Samuel comprou produtos caros de cuidados pessoais. Tem alguns que conheço e outras, que sei valer mais do que meu guarda roupa inteiro. Acho um pouco exagerado, mas não me passa despercebido que o gesto foi atencioso. Eu nem me preocupei com isso antes de vir morar aqui... Olho-me no espel
Sarah— O que você me deu? — Becka pergunta, a voz quase inexistente.— Ué... — Digo, a cara da inocência — Eu só preparei as amoras que havia pedido... por Deus... será que eu coloquei pimenta no lugar da calda de morango? — pergunto, vendo como os olhos dela me miram com um ódio puro neles.— Sarah. — Samuel diz e leva a mão ao rosto, mas eu posso ver o sorriso que ele tenta esconder.— Me desculpe de verdade, só quis ajudar, pois achei que as amoras não estavam tão doces quanto deveriam. — Digo, mas percebo como minha fachada inocente começa a ruir, a vontade de rir aumentando.Becka se aproxima um passo e eu ajeito minha postura, tão pronta para ela, que provavelmente ela só vai saber o que a atingiu quando já estiver caída.Samuel percebe e se coloca a minha frente. Não vejo seu rosto, mas seja lá qual for o olhar que meu marido dá a ela, a faz recuar, a expressão pálida.— Acho que minha esposa se enganou. Peço desculpas, mas acho que nossa reunião termina por aqui. — Samuel dis
Sarah A tarde já começa a escurecer quando saio do quarto, meu estômago vazio me obrigando a isso. Na primeira hora que me decidi deixar isso que rola entre Samuel e eu simplesmente acontecer, a vergonha veio com força, depois de refletir como fui irracional e até cruel. Não me arrependo de ter provocado Becka, pois ela devia ter um pouco de noção ao ficar dando em cima de homens casados. Ela sabia e ficou feliz em vir aqui me provocar... bem, agora ela não deve estar mais tão disposta a isso. O que me envergonhou, foi a minha atitude com Samuel. Eu poderia ter sido mais fria, ter segurado a barra, mas ao invés disso agi por impulso, lhe mostrando tudo. Agora ele deve estar me achando o ser mais louco dessa terra. Caminho pelos corredores, vendo como a casa já denota aquele silêncio característico de quando os empregados se recolhem. O padrão já parece ter se estabelecido entre eles, sendo na manhã a maior parte do movimento, que vai diminuindo com o passar das horas. Hoje nós
SarahSinto as mãos de Samuel girarem a banqueta em que estou e ele se coloca bem entre minhas pernas, sua mão levantando meu queixo com suavidade, seus olhos me dizendo muito mais do que estou preparada para ver.— Depois de uma longa conversa com Rui e olha que aquele senhor gosta de conversar... — Samuel sorri, sem conseguir esconder o afeto pelo idoso — Eu percebi que se eu estivesse em seu lugar, provavelmente nem teria usado pimenta ou manteria a calma como tentou fazer. Se fosse comigo, provavelmente já estaríamos tendo que contatar Dylan. Eu ficaria furioso, então me desculpe não ter percebido a tempo. Encaminhei Becka para outro executivo na empresa, claro, depois de indenizar todos os gastos com o médico.Travo meu olhar em seu queixo, uma emoção boa me fazendo ficar sem palavras, os pensamentos correndo soltos por cada palavra que saiu da sua boca.Ele pode não me amar, mas está tentando e isso poderia bastar, não é?Por enquanto, sim. Levo minhas mãos ao seu peitoral, sen
SarahDivido minha atenção em Samuel que está de um lado da mesa e Dylan do outro. Samuel olha para os papéis que o advogado pôs a sua frente e Dylan olha para mim, como se pudesse retirar na base do poder mental, qualquer informação que o agrade.Olho para os dois homens, que apesar de estarem me irritando profundamente com esse silêncio interminável, se tornam uma visão e tanto para qualquer mulher que respire.Dylan hoje está um pouco mais informal, que na verdade consiste em uma blusa social um pouco aberta no peitoral, a pele negra mostrando alguns músculos muito bem torneados. Ele chegou com o paletó em um dos braços e a sua bolsa pesada em outro.Ele parece estar cansado até a alma, os olhos acinzentados estando um pouco avermelhados.Me pergunto se esse cansaço tem pernas longas e quase um metro e oitenta. Quando perguntei a Nina sobre o que tinha acontecido sobre o plano dela e ir atrás do que ela queria, ela só me respondeu que Dylan Monet era o ser mais idiota da face da t
SarahO silêncio constrangedor no veículo é quase sepulcral. Quando Dylan me disse que iria ver minha mãe, eu não imaginava que viríamos os dois no mesmo carro. Eu não tenho nada contra ele, mas também não é como se nós dois fossemos pessoas com assuntos em comum. Desde nossa reunião na outra semana, eu senti que Samuel nos isolou em uma bolha de descobertas sensuais, das quais eu não reclamei nem um pouco.Eu sei o que ele quer me conhecer, me deixar em um ponto de desejo em que eu não consiga fazer muito se não ceder, mas sei também que ele me envolveu nisso, para me impedir de pensar muito nas descobertas, que ainda vamos ter que lidar e as lembranças que isso vai trazer.Samuel me conhece bem o suficiente para saber como essas visitas a minha mãe me deixam arrasada e quis vir comigo, mas eu já o tive a minha volta o bastante por esses dias.Gosto do seu apoio, mas preciso lidar com meus demônios, como Rui mesmo me dissera, ao meu jeito.Agora, entretanto, começo a me arrepender d
Sarah — Eu sou sua filha, não teria como ser de outra forma. — A respondo devagar, impedindo que a emoção me tome a oportunidade desse momento.Os lábios dela se esticam em um sorriso gentil e por esse instante, é quase como se nada tivesse mudado, como se nós ainda fossemos as mesmas.— Ser minha filha, foi o que tornou sua vida tão difícil, querida. — Ela me explica, balançando a cabeça com um desgosto real.Bloqueio as imagens do passado, não querendo que elas poluam esse momento, mas sabendo que isso é impossível.— Vamos te ajudar, mãe. — Afirmo.Vejo o olhar dela ir mudando, uma rudeza firme deixando a linha da sua testa e lábios tensos.— É tarde pra mim, Sarah. — Ela respira fundo — Esse advogado que arranjou é perigoso.— Dylan é a melhor chance que temos. — Ele é problema. — Ela retruca, a voz abaixando — Não permita que ele mexa no passado, não deixe que ele traga aquelas pessoas de volta.Sinto meu rosto se fechar, a confusão me dominando.Minha mãe balança a cabeça em u