SarahÉ claro, que Samuel escolheria o exato momento em que estou abraçada a Lucas, para entrar.Seus olhos, uma das suas características mais significativas, miram os braços que Lucas, envolve em minha cintura.Por breves segundos, é como estar de volta aquela festa da faculdade, onde ele me pegou tentando beijar ao Lucas, onde eu o magoei e uma barreira pareceu se formar entre nós dois, uma barreira que ainda perdura até hoje.Tento me afastar, mas o braço de Lucas me segura no lugar, os olhos indo até Samuel com intensidade.Troco um olhar assustado com Silos, o medo de que ambos os irmãos, se desentendam logo hoje, me acometendo. Eu entendo o ponto que Lucas está querendo delimitar, só não sei ainda, se é uma boa ideia provocar Samuel em um dia tão importante.Vejo a forma com que Silos encara seus dois filhos, a expressão indo de preocupada a resignada. — Nina meu anjo, quer ir experimentar alguns dos aperitivos caros da festa, enquanto os três aqui, resolvem o elefante branco n
Sarah— Muito prazer. — A voz nos cumprimenta e mesmo em meu estado catatônico, eu percebo que tem algo errado na voz, pois com toda certeza não é a mesma — Creio que ainda não fomos devidamente apresentados, pode me chamar de Demétrio Rigns e quando soube que minha única sobrinha iria se casar, tive que vir.Pisco, o medo fazendo um caminho estranho por minha pele. Sobrinha? Do que diabos esse homem está falando?— Que brincadeira é essa? — Rosno, começando a chamar atenção de alguns convidados — Eu nunca soube que tinha um tio.Demétrio ou o que seria uma cópia exata do meu pai sorri, a fileira de dentes brancas, me fazendo perceber que existem algumas diferenças. Meu pai quando vivo, era tão dependente do álcool e cigarros, que era sempre uma versão meio doentia de si mesmo.Esse homem a minha frente é a cara da saúde.— Sua mãe não nos deu a chance de nos conhecermos, não é mesmo? — Demétrio se inclina, a voz soando conspiratória — Infelizmente meu irmão foi brutalmente assassina
Sarah“Eu estava cansada, muito cansada. Existe um perigo real em mentes cansadas. Meu pai dormia tranquilamente no sofá, uma garrafa quase vazia de gim em seu colo, enquanto eu me encolhia no canto, as partes doloridas em meu corpo ardendo como um lembrete.Desviei o olhar e vi minha mãe fitar o ponto onde meu pai dormia, o mesmo olhar vazio em seu rosto machucado. Era sempre a mesma expressão.“Não deveria ser assim...” eu pensava.Ela veio para onde eu estava, seus passos já conhecendo o ponto exato onde eu me escondia, depois que ele finalmente se cansava de mim.“Não deveria ser assim.”Eu senti seus dedos finos pegarem em meus braços e me levantarem, só para depois me firmarem.Eu estava destruída. Cada poro meu, pedia por descanso. “Não deveria ser assim.”Quando chegamos ao quarto dela, eu a vi fechar a porta com um cuidado extremo para não fazer barulho, o rosto se voltando para o meu, me olhando de verdade.Ela só me olhava desse jeito quando estávamos sós, nunca com ele.
DylanMeus olhos passeiam pelos registros a minha frente, a sensação de ter algo errado na história contada por Laura Leggings ainda se fixando em minha mente.Segundo o que eu leio, Sarah estava abalada demais para dar qualquer depoimento e respeitando sua idade muito tenra, os policiais responsáveis pelo caso não a pressionaram por mais informações.Não precisaram muito também, afinal, Laura deixou muito clara sua confissão.O mais estranho nisso, entretanto, é que quanto mais eu procuro do passado de Carlos Rigns, mais difícil fica, achar algo que faça sentido.Ele veio de uma longa linhagem de filhos homens de uma grande empresa no Texas, mas de um ano para outro, o cara simplesmente se distanciou de tudo e ficou uns bons dez anos sem nenhum rastro ou notícia a família, muito tradicional dele.O que ele fez nesses dez anos? Quando voltou, ele já estava casado com Laura. Ninguém sabe de um familiar dessa mulher que seja ou o que ela fazia, antes do casamento.Laura nunca denunciou
NinaMeus saltos fazem um clique persistente no estacionamento subterrâneo e sinto falta das minhas botas confortáveis. Tive anos odiosos com essas pecinhas infernais em minha época de modelo e sempre que posso agora, prefiro algo bem mais baixo ou algum salto mais confortável.Eu me produzi toda, só para ser despachada daquela forma?Dylan é lindo como só ele consegue, mas tem uma língua afiadíssima.Foi por muito pouco que não perdi a compostura com aquele homem. Muito pouco, mas eu aprendi a lidar com homens arrogantes e Dylan é um belo espécime do tipo.Belo demais.Sua negativa ainda me incomoda terrivelmente, mas ao menos eu tentei.Desde o casamento de Sarah, eu fiquei com a perspectiva de que eu praticamente babei no homem, mas não tomei nenhuma atitude.Eu não sou assim.Cada problema ou conquista que tive até hoje foi por seguir meus instintos e quero chegar na velhice, sabendo que o saldo foi positivo.Eu fui atrás do homem que estava dominando cada sonho pervertido meu e l
NinaOs espasmos demoram a me abandonar e eu apoio minha cabeça na parede as minhas costas, sentindo-me ainda muito desconexa com a realidade, para fazer qualquer outra coisa que não seja arfar.Dylan se levanta, a língua lambendo os últimos resquícios do meu gozo em sua boca e se eu achava que meu orgasmo serviria para aplacar o desejo por ele, eu estava muito enganada, pois só olhá-lo agora, já recheia minha mente com as mais devassas imagens.Puxo-o pela camisa, sorrindo languidamente e acredito que se eu tivesse um espelho agora, seria o retrato perfeito da satisfação. — Acho que eu cometeria um crime, só pra ter você entre minhas pernas de novo. — Comento, vendo um sorriso puramente presunçoso se espalhar por seu rosto.— Posso repetir quantas vezes você quiser. — Ele me responde, os lábios raspando em meu pescoço, sua mão massageando meu seio novamente.Me arqueio em sua direção, sentindo seus dedos resvalarem no bico sensível de sua exploração mais cedo.Começo a retirar sua c
Sarah Procuro o corpo de Samuel na cama, percebendo que ele se levantou antes de mim. Fico uns bons minutos na cama, pensando na noite de ontem e em minha conversa para lá de estranha com Rui. O senhor de idade avançada e fala tranquila, me ajudou em níveis que ele nunca vai entender. Mesmo não tendo a menor ideia de como ele soube as palavras exatas para me ajudar, eu vou ser completamente grata a ele. Levanto-me da cama, sentindo um renovo na minha determinação, que a muito eu não sentia. Posso não ser a pessoa mais corajosa, tranquila e santa que existe, mas vou lutar com unhas e dentes por aqueles que amo. Vou em direção ao banheiro, tomo um banho e lavo bem minha cabeça, percebendo que Samuel comprou produtos caros de cuidados pessoais. Tem alguns que conheço e outras, que sei valer mais do que meu guarda roupa inteiro. Acho um pouco exagerado, mas não me passa despercebido que o gesto foi atencioso. Eu nem me preocupei com isso antes de vir morar aqui... Olho-me no espel
Sarah— O que você me deu? — Becka pergunta, a voz quase inexistente.— Ué... — Digo, a cara da inocência — Eu só preparei as amoras que havia pedido... por Deus... será que eu coloquei pimenta no lugar da calda de morango? — pergunto, vendo como os olhos dela me miram com um ódio puro neles.— Sarah. — Samuel diz e leva a mão ao rosto, mas eu posso ver o sorriso que ele tenta esconder.— Me desculpe de verdade, só quis ajudar, pois achei que as amoras não estavam tão doces quanto deveriam. — Digo, mas percebo como minha fachada inocente começa a ruir, a vontade de rir aumentando.Becka se aproxima um passo e eu ajeito minha postura, tão pronta para ela, que provavelmente ela só vai saber o que a atingiu quando já estiver caída.Samuel percebe e se coloca a minha frente. Não vejo seu rosto, mas seja lá qual for o olhar que meu marido dá a ela, a faz recuar, a expressão pálida.— Acho que minha esposa se enganou. Peço desculpas, mas acho que nossa reunião termina por aqui. — Samuel dis