Dou uma última olhada no espelho e me apresso para ir aonde mais gosto de ir. Amo o meu trabalho. Lá as coisas são leves e as pessoas são alegres. Sair dessa casa é o momento mais gostoso do meu dia.
— Força, garota, você consegue!Coloco um sorriso nada sincero no rosto e desço os inúmeros degraus da escada dessa casa e vou em direção à sala de jantar para tomar café. Na mesa estão Gerson, Cecília e Taylor. Todos param de comer quando me aproximo.— Olha se não é a vadia da casa. — Cecília fala destilando seu veneno.— Bom dia para você também. Logo cedo se rastejando? Poxa, até as cobras não são tão peçonhentas assim. — Falo a encarando.— Dá um jeito nessa vadia, Taylor!— Chega dessa discussão. Estou indo trabalhar, filho. Depois passo no escritório. — Gerson fala sem tirar os olhos do celular e, graças a Deus, esse maldito sai, como sempre fingindo ser um homem respeitado.— Senta para comer, já que está contaminando o ar com sua presença de vadia imunda. — Cecília fala rindo.— É, talvez eu seja isso mesmo, pois só assim explica por que o seu marido vive atrás de mim.— Cala essa sua boca e senta para comer, Ive.— Taylor fala batendo na mesa.— Bom dia, amado marido. Vejo que a sua noite foi bem longa, não é?— Você não vale nada. M*****a hora que lhe comprei.— Realmente, Taylor, fez um péssimo negócio. Comprou um lixo de mercadoria. Nem filhos foi capaz de ter. Só sabe gastar o seu dinheiro.— Ah, mas já que você faz tanta questão que ele tenha um filho, por que você não faz isso com ele? Lhe garanto que você vai gostar. Assim não vai precisar sondar ele tomando banho. E sobre dinheiro, eu trabalho. Não sou como umas aí que vivem encostadas.Respiro fundo, tentando manter meu autocontrole. Não vou deixar que eles vejam o quanto as ofensas deles me afetam. Pego uma rosquinha e coloco na boca. Me viro para sair, mas Cecília insiste em me encher.— Já vai tarde, m*****a!— Tenham um bom dia vocês também. — Falo rindo.Acelero meus passos. Quando estou saindo pela porta, meu pesadelo volta a me atormentar. Gerson está na minha frente, impedindo minha passagem. Tento sair de suas mãos, mas é inútil.— Oi, gostosa. Já disse o quanto você fica uma delícia nesse terno? — Ele segura meu cabelo com brutalidade e beija meus lábios com força. Consigo morder sua boca nojenta, tirando sangue dela. — Desgraçada. — Ele murmura entre os dentes.— Por favor, me dê licença. Preciso ir trabalhar. — Tento sair de sua frente, mas é inútil.Com o polegar, ele limpa o sangue dos lábios e me prensa na parede com brutalidade.— O que é isso, delícia? Isso é jeito de tratar seu sogro?Estou encostada na parede. Tudo em mim dói. Meu corpo dói. Minha dignidade está no chão. Há dois anos e quatro meses, venho aguentando seus assédios. No começo, eu contava para Taylor, mas ele não acreditava. Então, recorri a Cecília, mas adivinha? Ela disse que me insinuei para ele. Fui à delegacia denunciar, mas falsificaram um exame e alegaram que eu tinha problemas com drogas e bebidas. Até me ofereci para fazer os exames para provar que tudo é mentira, mas ninguém acredita que o delegado faria algo assim.O empurro, mas é em vão. Gerson tem o dobro do meu tamanho. Ele passa os dedos no contorno da minha boca me fazendo tremer por inteira de medo, quando ele tenta me beijar novamente, fico com raiva e cuspo em sua cara. Com força, ele aperta meu pescoço; mal consigo respirar. Levo minhas mãos para tentar escapar, mas não consigo. Com a outra mão, ele desliza para meus seios. Tento me soltar de todo jeito, parece que as forças me abandonaram de vez.— Um dia eu vou chupar todinho o seu corpo e você vai ver que todos esses anos me ignorando, fugindo de mim, foi a coisa mais estúpida que você fez. Você vai gostar, eu juro.— Por favor, me solta... — Falo quase sem voz. Gerson ouve o carro que chamei se aproximando e me solta. Começo a tossir, tentando recuperar o ar. Antes dele me deixar passar, Gerson fala perto do meu ouvido e me dá um aviso, mais como uma ameaça.— Essa mordida aqui, eu vou cobrar. Tá vendo esse sangue? Durma com os olhos abertos essa noite.Empurro ele com o resto das minhas forças, entro correndo no táxi e olho pela janela. Ele está rindo. Meu coração está destruído. Fecho os olhos, respirando devagar, tentando acalmar meu coração, mas é inútil. Eu já não aguento mais.Me olho no espelho do carro. Minha maquiagem está borrada pelo beijo forçado que ele me deu e pelas lágrimas que escorrem sem parar. O caminho inteiro só fui me perguntando o que fiz de errado para merecer tudo isso. Por que minha vida inteira foi de aprovações? Será que é um teste para ver como anda minha fé? Se for, sinto em dizer que hoje ela já não é como antes. Sei que Deus não abandona um filho seu, eu sei disso, mas estou tão cansada de tudo isso.Depois de 30 minutos, consegui me acalmar e chegar no meu trabalho, agradeci ao taxista pelo lenço e por sempre ser discreto. Ele nunca me pergunta o que acontece, pois ele sabe. Em dois anos me levando para o trabalho, ele já notou o que eu sofro. Mas sei que não se arrisca a tentar fazer alguma coisa, nem posso julgá-lo, pois eu mesma já desisti de me ajudar.Entro pelas portas da grande empresa e já vou revisar a agenda do dia. Olha que ironia, meu chefe tem uma reunião com o meu marido, havia me esquecido.— Hoje vai ser um dia de merda...— Resmungo sozinha.— Que é isso, amiga? Você está destruída. — Danielle entra sorrindo. Com ela, os dias sempre são alegres.Dani tem um brilho nos olhos que é radiante. Nos tornamos mais que amigas, é como se fôssemos irmãs. Nossa conexão parece coisa de outro mundo. Em dois anos, ela ocupa um espaço no meu coração e na minha vida que nem minha irmã de verdade foi capaz de ocupar.— Bom dia, minha loira. — Levanto e lhe dou um abraço.— Bom dia, amiga. Por que está com essa carinha tão abatida?— Minha vida é uma droga, mas isso você já sabe.— Sinto muito, amiga. Mas pensa pelo lado bom, faltam 8 meses para você se divorciar e resgatar sua dignidade que perdeu nesse casamento.— É... — Minha respiração falha só de pensar que eu não vou mais ver Taylor. Me sento com os ombros caídos em derrota. Mas eu sou uma idiota mesmo por querer continuar casada com esse babaca.— Amiga! Não é possível isso! Por que aceitar tão pouco se você pode ter tudo? Ive, você merece um amor tão lindo quanto o seu coração. — Dani fala segurando minha mão por cima da mesa. Mesmo falando calma, percebo que ela está tentando se controlar para não me xingar. Abaixo a cabeça pensando no que ela disse.— Isso eu concordo. — Levanto rápido com a entrada do meu chefe. Com as pontas dos dedos, limpo minhas lágrimas que só agora percebi que voltaram a cair.— Bom dia, chefe! Desculpe, hoje o dia não começou muito fácil!— Sinto muito, Ive. Você não merece passar por isso. — Olho em seus olhos. Ele é tão bom comigo, sempre me aconselha a lutar pela minha felicidade. — Já disse, não uma, mas várias vezes, você é incrível demais para receber migalhas. A partir do momento que você conseguir enxergar como realmente é, não aceitará menos do que merece ter.Concordo com a cabeça e fico em silêncio, olhando para ele. Todos sabem que sou casada, mas não sabem que o meu adorável marido é o
Estou a uns minutos tentando pensar em algo para que ele desista dessa ideia, Taylor e eu na mesma mesa, será uma tragédia.— Mas.— Tento argumentar, mas sou interrompida.— Ive por favor.— respiro fundo em sinal de derrota.— Tudo bem senhor.— Ah! Ja fiz as reservas, o restaurante é o linonios.— Não brinca com coisa séria.Era tudo que eu precisava, Linonios é o restaurante mais caro e sofisticado da cidade, uma simples secretaria será barrada na porta, até as vestimentas tem que estar impecável. Percorro meus olhos em meu uniforme, ele é bonito, mas não é algo apropriado para o local que estou sendo obrigada a ir.— A Dani já está encarregada de arrumar o vestido, provavelmente ela já chegou, é só ir se trocar, vamos sair daqui uma hora.— Tem certeza? Eu acho que vou estar com dor de barriga, não vai querer ouvir os dragões brigando dentro de mim!— Você não vai escapar de almoçar comigo Senhora Thompson!— Dor de cabeça?— Nãoo!— Ataque cardíaco?— Vai trabalhar kkkkk.— Acho q
Coloco ele com cuidado, é um vestido muito caro, mesmo que eu não entenda de roupas caras, só pelo tecido da pra saber que dois mêses do meu salário ficou nesse vestido. Me olho no espelho e realmente gostei muito de como ficou no corpo, a muito tempo não me vejo assim, sempre estou com os termos da empresa, ou quando Renan tem alguma reunião e precisa de mim, ele sempre compra roupas para a ocasião, mas nunca algo como esse.Dani entra com uma maleta de maquiagem me olha com um sorriso enorme.— Aí como está linda minha amiga. — Graças a você que tem um exelente gosto para roupas. — Olho nas suas mãos e fico curiosa de onde saiu tanta maquiagem.— Amiga, de onde tirou tudo isso?— Uma boa amiga sempre anda preparada, nunca se sabe quando o chefe bonitão vai te convidar pra sair.— aí aí aí, você com suas ideias malucas.— Bora dar um jeito nessas olheiras, e nesse cabelão todo.Foram longos 40 minutos, ela passou uma arga massa na minha cara, acho que nunca levei tanta pancada no ros
— Wouu, onde tomaram banho de perfume? O cheiro de vocês da pra sentir do outro lado do escritório, e vocês estão lindos.— Fábio chega chamando nossa atenção, falando alto como sempre, ele também está muito bem vestido, com um terno azul, sobre medida, seus cabelos estão penteados de lado, olho para os lindos olhos azuis da minha amiga, que estão hipnotizados nele.— haha, depois diz que eu sou lenta.— Dou um sorriso para chamar a atenção dela, que me olha com os olhos fuzilando de raiva. Finjo de desentendida e volto a falar com Fábio.— O senhor também não fica atrás, está muito perfumado, né Dani? rsrsrs— É, está muito elegante.— Tive que caprichar, porquê a última vez que fui nesse restaurante, tive que voltar com minha acompanhante trocar de vestido.— Meus olhos desviam para a Dani, que abaixa o olhar com o que ele diz.Fábio é o melhor amigo do Renan, eles fizeram faculdade juntos, e desde então estão em primeiro lugar no ramo empresarial.Taylor é ótimo em tudo que faz, mas el
— sim, claro— Fábio fala sem jeito, pelo tom provocativo de Eduarda — quer escolher Ive? Renan fala puxando a cadeira para eu sentar, ele fala perto do meu ouvido me fazendo arrepiar, meus olhos vão para o Taylor que parece não se importar.— O que o senhor pedir, para mim está perfeito.Entre algumas falas sobre negócios, começamos a comer até que reparo que Eduarda está se mexendo de mais na cadeira.— Ahha...— Ela solta um gemido abafado e só aí percebo o que está acontecendo, Taylor esta com a mão dentro do seu vestido a tocando.— Meu Deus.— Sussurro desapontada com a situação. Meu peito se afunda em uma dor indescritível, meus olhos começam a arder formando minhas lágrimas que forço para não derramar. O celular do pai do Taylor toca e o maldito do Gerson atende logo em seguida ele teve que sair, pelo menos Isso. Me aproximo do ouvido de Renan e falo baixinho, minha voz está embargada pelo choro.— Senhor Renan, se me der licença, vou ao banheiro.— Ele coloca meu cabelo que esta
Estamos no estacionamento, estou louca pra ir embora.— Ive, vamos te deixo em casa. —Renan fala percebendo minha frustração — Se puder me levar para a empresa, meu uniforme ficou lá.— Amanhã você pega.— Por favorzinho.— Falo com carinha de cachorrinho abandonado, ele abre um largo sorriso — Vamos, não tem como dizer não a você.— Obrigado pelo almoço, estava tudo exelente.— Fábio fala apertando a mão do Taylor em despedida.— Obrigado! Vi que é vocês que vão levar a senhorita, se não for incômodo, deixa que eu levo sua secretária.— Não! Obrigada! Não costumo entrar no carro de estranho senhor Jolins.Fecho a cara percebendo o quanto idiota ele é. Taylor continua fingindo que não me conhece, ele diz secretária com um ar de deboche, miserável. Eduarda o abraça e ele beija ela, um beijo longo que parecia estar levando minha alma junto. Eles terminam de se beijar e continua insistindo em levar a "secretaria" embora.— Hoje ela não está como secretária, e sim como minha convidada e a
Desço do carro e vou em direção para meu quarto, des do casamento durmo em quarto separado do Taylor, apesar de que a maioria das vezes eu acordo com ele do meu lado.A casa está um silêncio, minha conversa com Renan foi até escurecer, cada palavra que ele disse foi como se tivessem me dado um choque de realidade, eu sei de tudo isso, mas enquanto estiver nesse casamento ele vai continuar me procurando quando quer, e me dispensar pela manhã, eu queria ser forte e manter o meu "não" mas ele me tem em suas mãos quando quer, e ele sabe disso.Abro a porta do meu quarto e o que tem nele me surpreende.— Taylor? O que faz aqui?— Boa noite, você demorou.— Ele está calmo, de banho tomado, cigarro na mão sentado na poltrona que tem perto da janela me olhando.— O que quer? — Falo de forma seca, sem muita emoção.— Você.— Já não foi o suficiente o que me fez hoje? Por que falou aquilo para meu Chefe? Ficou louco, qual seu problema comigo hem?— Eu não tive a intensão! E você não me deu escol
Ive narrando Empurro ele com toda força que tenho, mas ele nem se mexe.— Vai gostosa abre essas lindas pernas pra mim.— Começo a me debater tentando me livrar do toque da sua boca na minha pele, Gerson senta em cima de mim e paraliso quando sinto algo gelado, com a ponta afiada no meu pescoço.— Se gritar faço picadinho desse seu perfeito rosto.Mal consigo respirar, desde de pequena quando fico com muito medo, meu corpo paraliza, minha voz mal tem som, para conseguir gritar, e des que me casei com Taylor esse medo vem ficando cada vez mais forte, cada vez que tento lutar, parece que as minhas forças somem.— Por favor... me solta...— suplício baixinho, forçando a voz sair.— Ah! Como amo uma mulher implorando.—Ele solta minhas mãos para tirar o cinto, ao sentir seu membro duro contra meu corpo, me desespero, junto toda minha força que nem sabia que tinha, e jogo todo no meu joelho, fazendo ele cair da cama.— Ahh, desgraçada. Levanto correndo e consigo chegar até as luzes, corro pra