Capítulo 5

— Amiga! Não é possível isso! Por que aceitar tão pouco se você pode ter tudo? Ive, você merece um amor tão lindo quanto o seu coração. — Dani fala segurando minha mão por cima da mesa. Mesmo falando calma, percebo que ela está tentando se controlar para não me xingar. Abaixo a cabeça pensando no que ela disse.

— Isso eu concordo. — Levanto rápido com a entrada do meu chefe. Com as pontas dos dedos, limpo minhas lágrimas que só agora percebi que voltaram a cair.

— Bom dia, chefe! Desculpe, hoje o dia não começou muito fácil!

— Sinto muito, Ive. Você não merece passar por isso. — Olho em seus olhos. Ele é tão bom comigo, sempre me aconselha a lutar pela minha felicidade. — Já disse, não uma, mas várias vezes, você é incrível demais para receber migalhas. A partir do momento que você conseguir enxergar como realmente é, não aceitará menos do que merece ter.

Concordo com a cabeça e fico em silêncio, olhando para ele. Todos sabem que sou casada, mas não sabem que o meu adorável marido é o cara com quem eles terão reunião hoje.

Ninguém sabe o que eu passo nas mãos do meu sogro. Ninguém sabe que meu casamento é só de fachada. Digo, só a Dani. Contei por alto em um dia de crise, mas não disse quem é o meu marido. Ela desde então é meu único apoio daquele inferno e odeia com todas as forças Taylor, mesmo sem saber quem ele é.

— Obrigada, senhor! — Agradeço e volto ao meu modo profissional.

— A sala está pronta?

— Sim! Preparei ontem à noite. O contrato está na sua mesa para que o senhor possa revisar. Se estiver tudo ok, tiro as cópias para os convidados da reunião lerem e assinarem.

— O que seria da minha vida sem você? — Abro um sorriso e ele retribui. Com sua maleta preta em mãos, ele vai entrando no seu escritório. Antes de fechar a porta, ele dá uma olhada na minha direção. Eu faço o mesmo por alguns segundos.

Hoje ele está mais bonito. No escritório, ele não usa terno, só quando vai ter algum evento ou reunião, seus olhos verdes têm um brilho neles que não sei explicar. Ele é alto, tem 1,90 de altura. Seus lábios carnudos ficam lindos sorrindo, formando suas covinhas. Renan não é apenas lindo na aparência, mas também no caráter. Realmente, ele é uma pessoa admirável. Daria tudo para que Taylor seja um terço do homem que Renan é.

— O homem gostoso, pena que perde tempo amando uma pessoa que está cega por outro. — Olho para Dani sem entender, mas acabo rindo da forma como ela sempre fala dele.

— rsrsrs, você não existe. Ainda bem que não preciso ir à reunião hoje. — Falo me sentindo aliviada.

— Por que não quer ir? Dizem que esse investidor é muito bonito e muito pegador. Vai que você se encanta com ele e esquece o babaca do seu marido.

— É, é o que dizem, mas não tenho interesse. — Ela revira os olhos e vai para sua sala.

Depois de duas horas de trabalho, Renan me liga. Atendo e com a voz rouca ele fala.

— Ive! Pode vir à minha sala, por favor?

— Sim, senhor. Agora mesmo! — Desligo o telefone e me levanto, arrumando meu terno. Aproveito e passo na cozinha para pegar seu café. Entro e ele está com os olhos no computador.

— Hum! Café? Obrigado. — Renan toma um pouco do seu expresso e me olha. Acabo ficando nervosa por ele perceber que eu estava observando seus movimentos.

— A reunião com o senhor Jolins vai ser em um restaurante. Ele disse que não pode vir ao escritório.

Deve estar com uma ressaca da bebedeira da semana inteira. Sou para Taylor tão insignificante que, quando comecei a trabalhar, contei que era em um escritório, falei o nome do CEO e tudo mais. Só que ele nunca se interessou. Acho que ele nem lembra que trabalho aqui. Eu tentava me aproximar, pelo menos para ter um pouco de paz, para que eu pudesse ao menos ter sua amizade novamente. Mas paz e Taylor não fazem parte da mesma frase.

— Ok, senhor, já preparei os documentos, deixei tudo separadinho.

— Obrigado! Mas você vem comigo!

— E... eu? — Que pergunta idiota, claro que sou eu.

— Claro que sim! Você vai, não como minha secretária, e sim como minha amiga, Ive! Você precisa distrair a cabeça, fugir um pouco da sua realidade.

— Não, senhor, eu não preciso, digo, não posso ir. — Falo nervosa, tentando encontrar uma boa justificativa para não o acompanhar.

— Se não pode ir como minha amiga, vai como minha secretária!

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