PRINCESA... DE DIA.Capítulo 17. Um ataque inesperadoCameron esperava um dia tranquilo. Por sorte Dandara tinha deixado de lado sua necessidade iminente de fazê-lo carregar cadeiras e mesas, embora isso não significasse exatamente que ela não o usasse de vez em quando para entreter as crianças.Era óbvio que ele não se incomodava nem um pouco em fazer de trem, avião, barco ou cavalo para nenhuma daquelas crianças, então era justo dizer que não estava passando mal, nem de longe.No entanto, mesmo que a moça estivesse levando as coisas com mais calma, isso não significava que não tivessem atividades que exigiam energia extra dos dois, porque se alguém pensava que levar as crianças ao Museu de História não requeria nenhum esforço, estava completamente enganado.As salas não estavam muito cheias, só uma em especial que trazia uma nova exposição de antiguidades, recuperadas debaixo de sabe-se lá qual pedaço de gelo numa antiga barcaça, o certo é que aquela excursão de repente mudou quando
PRINCESA... DE DIA.Capítulo 18. Uma super-heroínaE não precisava mais, a verdade era que Cameron jamais tinha visto uma ferocidade como aquela nos olhos de nenhuma mulher, muito menos em uma tão doce como Dandara... Porque tinha que encarar: o fato de que ela fosse louca e não tão inocente como seu pai acreditava, não mudava em absoluto o fato de que era uma pessoa muito doce e preocupada... no fundo... bem no fundo... e profundo...E aquele pensamento se interrompeu no mesmo momento em que ela apontou para a parede que tinham atrás, onde havia uma pequena janela de vidro fumê.—Isso está no nível do chão, significa que tem uma sala aí embaixo —declarou ela que já tinha olhado tudo ao redor e tinha percebido que aquela era a única possibilidade de escapar, ou pelo menos de esconder as crianças—. Você consegue abrir sem quebrar?Cameron assentiu enquanto se aproximava e tentou forçar aquela pequena janela sem fazer muito barulho, porque sabia que quebrar o vidro era como chamar a aten
PRINCESA DE DIA...Capítulo 19. Não deixe a tiara te enganarE claro que aquela danada não podia ser como o resto das mulheres normais, comuns, sem drama. Ela simplesmente se virou para ele e deu um pequeno beijo em sua bochecha, como se ele fosse um cachorrinho bonzinho ou um político decente.—Vou fazer algo melhor que isso, vou te levar pra beber —prometeu com uma piscadela e depois se levantou com aquela posição defensiva que dizia a Cameron que aquele vestido de princesa era o mais enganador na história dos vestidos de princesa.Dandara Hopkins estava mais treinada que um cavaleiro medieval, mas mesmo assim ele continuava tendo muito presente qual era seu trabalho, e que esse trabalho era servir de escudo a todo custo. Por isso assim que a viu fazer o primeiro gesto entusiasmado para ir ver onde estavam os atacantes, a pegou pelo antebraço, a colocou atrás de seu corpo e fez um gesto preciso para que fosse ela quem o seguisse.Contornaram as cercas vivas e entraram por um dos corr
PRINCESA... DE DIA.Capítulo 20. Uma excelente pontariaDandara apertou os lábios, embora não fosse exatamente por raiva. Mesmo no meio de uma situação tão difícil, o fato de que Cameron tivesse a ideia de dizer a um cara que tinha acabado de assaltar um museu que ela o deixaria como "uma senhora", definitivamente era algo que não ocorria a qualquer um.O homem na frente deles parecia mais que dolorido, Dandara estava completamente convencida de que tinha quebrado o joelho dele, mas ao lado dela Cameron nem sequer se mexia, como se tivesse toda a confiança de que ela ia arrancar a informação.—Se eu tiver que repetir a pergunta vou abrir outro buraco pra você respirar direto nos pulmões, entendeu? —rosnou ela olhando pro cara nos olhos—. Me diz quem diabos te mandou e qual das minhas crianças vocês querem levar. Agora!O homem pareceu hesitar mas ao primeiro gesto furioso da moça levantou as mãos.—OK, OK, sua maluca, viemos atrás de uma das crianças, a do assessor do governo!—Schneid
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja