LUTAR POR VOCÊCapítulo 58. DorKyle estava atordoado, a pequena explosão focalizada tinha destruído suas pernas abaixo dos joelhos de metal.Que não ia matá-lo? Verdade. Que doía como o diabo? Também! Porque mesmo que aquelas pernas fossem falsas, o jeito como as placas base estavam unidas às redes nervosas de suas extremidades fazia doer até o infinito e um pouquinho mais longe.Olhou para Vance com ódio concentrado e durante um segundo terrível entendeu que não poderia fazer nada para impedir que ele levasse Adriana.—Solta ela agora! —sibilou—. E talvez eu possa garantir que você continue respirando...—Você sabe que isso não vai acontecer!—Então não deixa que eu te encontre —rosnou Kyle—. Porque se você machucar um fio de cabelo dela, te garanto que vai passar o resto da sua triste, longa e miserável vida numa sala de três por três metros, comigo, amarrado numa cadeira enquanto arranco um pedaço seu depois do outro. Entendeu?E com a raiva que havia em seu olhar era impos
LUTAR POR VOCÊCapítulo 59. Onde está essa memória?O mundo girava de uma forma estranha, estava tonto, desconfortável e uma dor seca se espalhava pelo seu corpo, como se literalmente tivesse passado um caminhão por cima dele, no entanto abrir os olhos e se sentir amarrado só fez todo seu corpo reagir para se soltar.—Calma, calma, sou eu, seu tio! —apressou-se Caleb e Kyle respirou com certo alívio até perceber que estava em algo parecido com uma mesa de hospital enquanto um aparelho passava sobre seu corpo—. Tranquilo, só estou me certificando que você não tem danos internos. Suas pernas estão em pedaços, então quero garantir que a onda expansiva daquela maldita carga não tenha ferido nenhum órgão.Kyle apertou os lábios porque honestamente não estava seguro disso, tudo doía demais, começando pelas pernas, mas não disse nem uma palavra sobre isso.—Trouxe outras? —perguntou e ambos sabiam ao que se referia.—Sim, trouxe outro par de próteses. Daqui a pouco falamos sobre isso.
LUTAR POR VOCÊCapítulo 60. Não posso prometer issoOs olhos de Kyle se dirigiram com incredulidade para as placas base que tinha conectadas ao seu corpo. Essas nunca eram trocadas a não ser com operações cirúrgicas e eram completamente independentes das próteses, por isso podia trocá-las por novas quando fosse necessário.Seu tio se aproximou de uma delas e lhe mostrou um compartimento minúsculo, como a entrada para um chip de telefone. Era tão pequeno que ninguém teria notado, e dele extraiu um cartão micro SD que parecia um grão de areia preta na enorme mão do lutador.—Preciso saber o que tem —declarou Kyle—. A essa altura já não importa que diabos acontece se conectarmos. Esse cara tem a Adriana e é um profissional, se conheceu minha mãe deve ter sido do MI6 ou... —durante um momento se deteve, pensativo e olhou para os três homens ao seu redor—. Ou é um peão.Seu pai franziu a testa e pôs a memória nas mãos de seu tio enquanto o interrogava.—Acha que pode ter mais alguém e
LUTAR POR VOCÊCapítulo 61. Uma vantagemDoía. Deus sabia que doía, mas não estava disposto a dizer isso naquele momento!—Você tem que entender os riscos... —tentou dizer Victor enquanto recolocava uma das próteses e via seu irmão mais velho fazer um grunhido de dor.—Você não é meu fornecedor de garantia, maninho, poupa o sermão.—Ei, chega! Isso pode ser perigoso pra você! —resmungou Victor—. Não pode simplesmente fazer o que der na telha, porque se arruinar as placas base vai ter que operar de novo, idiota!—E você acha que isso me importa?! —replicou Kyle com desespero—. A Adriana está em perigo, está... por minha culpa, entende?! Não posso deixar nada de ruim acontecer com ela!Victor estava prestes a responder quando seu pai os interrompeu.—Chega! Não vão resolver nada brigando. Você —apontou pra Victor—. Coloca as próteses nele. E você... —virou-se para seu filho mais velho—. Aceita as consequências e lida com elas, sejam quais forem.Kyle fez um gesto de assentimento
LUTAR POR VOCÊCapítulo 62. Primeira perguntaTinham jogado uma jaqueta por cima dela pra aguentar o frio, mas Adriana não sabia onde estava.Vance Burgges tinha arrastado ela até aquele lugar, mas depois de falar com Kyle tinha vendado seus olhos pra movê-la. Percebeu que não estava amarrada, mas ao seu redor cada parede era acolchoada e macia.Levantou-se num puxão e viu um homem recortado contra a pouca luz da madrugada.—O que é isso?! Onde estamos?! —perguntou assustada enquanto Vance Burgges jogava várias barras de luz química de grau militar a seus pés.Adriana pegou uma e quebrou, vendo que estava num espaço fechado de uns quinze metros quadrados. Ela e uma garrafa d'água era tudo que havia ali.—Não se preocupe. Em algumas horas seu namoradinho vai me dar o que eu quero e então ele vai ter sua localização. Enquanto isso... tenta não morrer —sibilou Vance com zombaria.Adriana viu aquela porta se fechar e sabia que seria inútil bater nela ou gritar, não acreditava realm
LUTAR POR VOCÊCapítulo 63. Dê a um homem uma esperançaOnde está minha mulher?Essa era a pergunta do milhão, e Kyle estava certo de que mais cedo ou mais tarde Vance Burgges acabaria abrindo o bico. Não que ele gostasse de tortura, mas não podia negar que esmagar os dedos daquele cara até as unhas literalmente estourarem não era algo extremamente satisfatório pra ele. No entanto doze horas depois ainda não tinha notícia de Adriana ou de onde ele tinha levado ela.—Intervalo! —chamou Aaron e Kyle se distraiu por um segundo, o suficiente para que aqueles pistões se dirigissem a uma das argolas do chão em vez do dedo dele, golpeando com força.O lutador rosnou baixinho e se afastou de um choroso Vance Burgges para ir falar com seu pai.—Ele não vai te dizer nada... —murmurou Aaron afastando Kyle dali, e por breves cinco minutos se reuniram com Caleb fora do armazém.—Vai dizer, eventualmente —garantiu seu filho.—É um agente treinado, não vai soltar uma única palavra, e acredite
LUTAR POR VOCÊCapítulo 64. O fim do jogoKyle respirou fundo vendo como o rosto de Vance Burgges ficava lívido, e isso só confirmava que o que tinha pensado não estava muito longe da realidade.—Você mandou ela longe num maldito contêiner, não é? —sibilou com raiva segurando o rosto do homem—. Nesse cais só saem cargueiros e um cara como você... certamente tem contatos suficientes pra enfiar um em um desses navios, não é?Durante um longo instante se olharam nos olhos e Vance rosnou com impotência.—Você não vai encontrar ela!—Caleb! Os cargueiros! —exigiu Kyle com desespero, imaginando o que Adriana estaria sentindo sozinha e trancada na escuridão de um contêiner.—Tenho aqui! Saíram dezesseis cargueiros nas últimas vinte e quatro horas —disse se aproximando de seu sobrinho—. Mas só um tem um itinerário de viagem tão longo. O Emeril; vai pro Japão, saiu há dezoito horas.O lutador apertou os lábios e esperou a má notícia, porque ainda estava olhando nos olhos de Vance Burgge
LUTAR POR VOCÊCapítulo 65. Você tem que estar prontaNão havia um único barulho lá fora, ou movimento. As barras de luz química não duravam muito, e Adriana só as usava quando não tinha outra opção. Sabia que as paredes daquele lugar eram acolchoadas, mas não estava certa se era para não deixar o barulho sair ou para que ela não se machucasse.Tinha percorrido aquele lugar com uma das pequenas barras, mas por mais que tivesse tentado, não tinha encontrado forma de arrancar aquele revestimento.Estava mais que certa que um cara como Vance, capaz de surpreender Kyle e sua família, também não colocaria ela num lugar movimentado arriscando que pudessem resgatá-la, então chorar ou gritar não valia a pena.Eventualmente acabou se esgotando e se deixou cair num dos cantos, se encolhendo para manter o calor porque as temperaturas iam baixando e o frio se infiltrava em seus ossos. Não tinha mais que água pra beber e pouca, nada de comida, então sua única esperança estava em Kyle poder enc