LUTAR POR VOCÊCapítulo 55. Você é um perigo danado!O plano era realmente muito básico:1. Subir até o telhado.2. Não quebrar o pescoço rolando da beirada.3. Alcançar a chaminé.4. Descer por ela.5. Apertar devagar o pescoço da Adriana enquanto a beijava, forte, para que ela soubesse que estava sendo castigada.Falhas do plano:1. Estava com as mãos congeladas por causa do frio maldito que fazia.2. O telhado da cabana estava coberto de neve.3. A neve estava se solidificando e aquele gelo estava um verdadeiro escorregador.4. A fumaça que saía da chaminé não deixava ver até onde dava pra descer.5. Adriana provavelmente o mataria com uma das toras ou algo parecido se ele tentasse beijá-la naquele momento, quanto mais com intensidade incluída.Conclusão?Tinha tudo pra dar errado. Mas mesmo assim, como todo cavalheiro elegante, amante generoso e homem bruto, imaturo e pouco funcional, Kyle Orlenko subiu pela lateral da casa, xingou enquanto tentava não escorregar no
LUTAR POR VOCÊCapítulo 56. Me diz que não é por minha causa—Você não pode fazer isso...! Me solta! —rosnou Adriana mordendo seu lábio inferior com tanta força que o fez sangrar, mas mesmo assim a língua de Kyle mergulhou em sua boca e seus braços a envolveram com tanta força que por um segundo Adriana achou que ia sufocar.Bateu no peito do lutador com toda força que tinha, tentando empurrá-lo para longe, mas tudo que conseguiu foi que ele segurasse seu rosto e a beijasse com muito mais determinação.Sua língua continuava dominante e única. Seu corpo continuava quente e poderoso, e seu instinto continuava feroz. A faísca ainda estava viva, mas Adriana não estava muito certa se queria reacendê-la naquele momento, e sua resistência aos poucos foi cedendo até que Kyle a sentiu parar de lutar.Sentiu ela parar de resistir, mas não a sentiu se entregar, e Kyle separou sua boca da dela percebendo que consentimento era muito diferente de indiferença.—Adriana...—Me avisa quando term
LUTAR POR VOCÊCapítulo 57. Esther KieganEle estava furioso. Ela estava furiosa. Lá fora o clima parecia estar pior que os dois juntos, porque as rajadas de vento batiam contra os lados da cabana como se fossem sólidas.Kyle tinha se atentado a tudo antes de levar Adriana até lá, a tudo menos ao clima. Então relaxou completamente sentado naquele sofá, sabendo que ninguém em sã consciência chegaria até eles naquela tempestade. Mantinha o fogo aceso e a cabana estava aquecida, e sabia que o efeito retardado dos remédios que tinha usado para fazê-la dormir, deixaria Adriana fora de combate antes do que pensava.E não estava errado, porque uma hora depois ela já estava encolhida de novo junto ao parapeito de uma das janelas. Resistiu à vontade de levantá-la nos braços e levá-la para a cama, e teve que lutar contra a terrível suspeita de que tudo que estava acontecendo era por sua causa.No entanto, talvez fossem os barulhos lá fora, o ranger das árvores ou sua própria confiança, porq
LUTAR POR VOCÊCapítulo 58. DorKyle estava atordoado, a pequena explosão focalizada tinha destruído suas pernas abaixo dos joelhos de metal.Que não ia matá-lo? Verdade. Que doía como o diabo? Também! Porque mesmo que aquelas pernas fossem falsas, o jeito como as placas base estavam unidas às redes nervosas de suas extremidades fazia doer até o infinito e um pouquinho mais longe.Olhou para Vance com ódio concentrado e durante um segundo terrível entendeu que não poderia fazer nada para impedir que ele levasse Adriana.—Solta ela agora! —sibilou—. E talvez eu possa garantir que você continue respirando...—Você sabe que isso não vai acontecer!—Então não deixa que eu te encontre —rosnou Kyle—. Porque se você machucar um fio de cabelo dela, te garanto que vai passar o resto da sua triste, longa e miserável vida numa sala de três por três metros, comigo, amarrado numa cadeira enquanto arranco um pedaço seu depois do outro. Entendeu?E com a raiva que havia em seu olhar era impos
LUTAR POR VOCÊCapítulo 59. Onde está essa memória?O mundo girava de uma forma estranha, estava tonto, desconfortável e uma dor seca se espalhava pelo seu corpo, como se literalmente tivesse passado um caminhão por cima dele, no entanto abrir os olhos e se sentir amarrado só fez todo seu corpo reagir para se soltar.—Calma, calma, sou eu, seu tio! —apressou-se Caleb e Kyle respirou com certo alívio até perceber que estava em algo parecido com uma mesa de hospital enquanto um aparelho passava sobre seu corpo—. Tranquilo, só estou me certificando que você não tem danos internos. Suas pernas estão em pedaços, então quero garantir que a onda expansiva daquela maldita carga não tenha ferido nenhum órgão.Kyle apertou os lábios porque honestamente não estava seguro disso, tudo doía demais, começando pelas pernas, mas não disse nem uma palavra sobre isso.—Trouxe outras? —perguntou e ambos sabiam ao que se referia.—Sim, trouxe outro par de próteses. Daqui a pouco falamos sobre isso.
LUTAR POR VOCÊCapítulo 60. Não posso prometer issoOs olhos de Kyle se dirigiram com incredulidade para as placas base que tinha conectadas ao seu corpo. Essas nunca eram trocadas a não ser com operações cirúrgicas e eram completamente independentes das próteses, por isso podia trocá-las por novas quando fosse necessário.Seu tio se aproximou de uma delas e lhe mostrou um compartimento minúsculo, como a entrada para um chip de telefone. Era tão pequeno que ninguém teria notado, e dele extraiu um cartão micro SD que parecia um grão de areia preta na enorme mão do lutador.—Preciso saber o que tem —declarou Kyle—. A essa altura já não importa que diabos acontece se conectarmos. Esse cara tem a Adriana e é um profissional, se conheceu minha mãe deve ter sido do MI6 ou... —durante um momento se deteve, pensativo e olhou para os três homens ao seu redor—. Ou é um peão.Seu pai franziu a testa e pôs a memória nas mãos de seu tio enquanto o interrogava.—Acha que pode ter mais alguém e
LUTAR POR VOCÊCapítulo 61. Uma vantagemDoía. Deus sabia que doía, mas não estava disposto a dizer isso naquele momento!—Você tem que entender os riscos... —tentou dizer Victor enquanto recolocava uma das próteses e via seu irmão mais velho fazer um grunhido de dor.—Você não é meu fornecedor de garantia, maninho, poupa o sermão.—Ei, chega! Isso pode ser perigoso pra você! —resmungou Victor—. Não pode simplesmente fazer o que der na telha, porque se arruinar as placas base vai ter que operar de novo, idiota!—E você acha que isso me importa?! —replicou Kyle com desespero—. A Adriana está em perigo, está... por minha culpa, entende?! Não posso deixar nada de ruim acontecer com ela!Victor estava prestes a responder quando seu pai os interrompeu.—Chega! Não vão resolver nada brigando. Você —apontou pra Victor—. Coloca as próteses nele. E você... —virou-se para seu filho mais velho—. Aceita as consequências e lida com elas, sejam quais forem.Kyle fez um gesto de assentimento
LUTAR POR VOCÊCapítulo 62. Primeira perguntaTinham jogado uma jaqueta por cima dela pra aguentar o frio, mas Adriana não sabia onde estava.Vance Burgges tinha arrastado ela até aquele lugar, mas depois de falar com Kyle tinha vendado seus olhos pra movê-la. Percebeu que não estava amarrada, mas ao seu redor cada parede era acolchoada e macia.Levantou-se num puxão e viu um homem recortado contra a pouca luz da madrugada.—O que é isso?! Onde estamos?! —perguntou assustada enquanto Vance Burgges jogava várias barras de luz química de grau militar a seus pés.Adriana pegou uma e quebrou, vendo que estava num espaço fechado de uns quinze metros quadrados. Ela e uma garrafa d'água era tudo que havia ali.—Não se preocupe. Em algumas horas seu namoradinho vai me dar o que eu quero e então ele vai ter sua localização. Enquanto isso... tenta não morrer —sibilou Vance com zombaria.Adriana viu aquela porta se fechar e sabia que seria inútil bater nela ou gritar, não acreditava realm