LUTAR POR VOCÊCapítulo 43. CiúmesEra linda. Aquela forma de gemer deixava Kyle nas nuvens, ao infinito e além. Mas todo o resto de Adriana Keller também causava o mesmo efeito. Vê-la em frente ao computador, trabalhando e especialmente dando ordens... isso simplesmente o encantava.O que definitivamente não o agradava nem um pouco era o cara novo que tinha entrado na empresa. Devia ser uns doze anos mais velho que ele, mais ou menos. Não era tão velho, mas também não era nenhum garoto, embora se notasse que era bem "cuidadinho", como se se esforçasse demais com a aparência.Kyle tinha sentido aquela sensação desagradável assim que apertou sua mão, como se ela fosse macia demais para ser a de um homem. Mas não se deu ao luxo de comentar porque não queria parecer o... "algo" ciumento e possessivo que realmente era.— Ei, bebê... esse tal de senhor Burgges... de onde ele saiu? — perguntou, colocando na frente dela um dos pratos que tinha preparado enquanto a via trabalhar.— Do RH
LUTAR POR VOCÊCapítulo 44. Uma reunião arruinadaEstava frustrada? Um pouco.Adriana estava acostumada a ser profissional e trabalhar incansavelmente. Jamais um de seus atletas tinha reclamado dela, porque sabia dar a eles o lugar e a atenção que mereciam.Por isso, por mais sentimentos que tivesse por Kyle, não podia deixar que ele interferisse em uma reunião de trabalho, porque no ambiente profissional de outros atletas, não podia permitir que o relacionamento entre eles roubasse o papel principal.Queria chegar cedo ao escritório para terminar todo o trabalho possível antes do bendito almoço e poder voltar cedo pra casa, sem saber que algo impediria isso.A manhã foi uma completa loucura de assinaturas, reuniões e estratégias de publicidade para novos lançamentos.— Está tudo bem, senhorita Keller? — perguntou uma voz do outro lado da sala de reuniões e Adriana levantou a cabeça para ver Vance Burgges.— Sim, estou bem... e pode me tratar por você, ninguém aqui me chama ass
LUTAR POR VOCÊCapítulo 45. LimitesSair daquele restaurante não era o problema. A questão era fazer isso com aquela montanha de frustração que era Kyle na sua frente.— Ei, Adriana... Adriana, espera...— Agora não, Kyle. Tenho que voltar pro escritório — respondeu ela com um tom tão gélido que fez o lutador bloquear seu caminho.— Agora sim! Olha, eu não queria que isso acontecesse...!— E o que exatamente você queria?! — sibilou ela. — Me fazer a vida mais fácil, me deixar trabalhar, respeitar o espaço que tenho com meus clientes, era isso que você queria? — perguntou com sarcasmo. — Ou o que você fez foi limpar a por** bunda com o que eu te disse hoje de manhã e vir se meter "por acaso" numa reunião profissional que não tinha nada a ver com você?— É que eu não pensei que fosse acabar assim! A gente só estava conversando e ele distorceu tudo que eu falei...! — tentou se defender Kyle, mas Adriana estava furiosa demais.— Esse é exatamente o problema! Você não pensa! — dispa
LUTAR POR VOCÊCapítulo 46. O maior erroO coração de Adriana batia em seu peito com força demais enquanto sentia os freios de emergência daquele elevador sendo ativados e desativados por momentos, como se uma criança gigante estivesse brincando com ele ou como se tivesse se soltado e estivesse prestes a cair.Ela nem conseguia começar a descrever o medo que sentia, ou o desespero que tomou conta dela ao perceber que se aquilo caísse mais de trinta andares, o impacto certamente a mataria.—Por favor, atende...! Atende! —soluçou angustiada enquanto uma nova sacudida a fazia bater contra o vidro da parede, e Adriana sentiu o calor do sangue manchando sua testa.O telefone escorregou de suas mãos e foi parar no chão, enquanto ela se encolhia sobre ele e tentava ligar novamente.—Por favor, atende...! —chorou aterrorizada, mas por mais que discasse aquele número, cada tentativa terminava em poucos segundos.Tremendo, em pânico e com o maldito coração partido, Adriana ligou para o 91
LUTAR POR VOCÊCapítulo 47. DesesperoNão conseguia pensar. Não conseguia respirar. Pisar no acelerador do McLaren e se perder no trânsito com a maior imprudência possível parecia ser a única coisa que Kyle Orlenko era capaz de fazer bem enquanto as ligações chegavam uma após a outra em seu celular. Seu pai. Sua mãe. Seus irmãos. Mas finalmente a única que atendeu foi a do seu tio Caleb.—Me diz pra onde estão levando ela, preciso saber pra qual hospital estão levando ela! —gritou enquanto batia com força no volante e a buzina fazia com que os outros carros fossem abrindo caminho para não se arriscarem a um acidente—. As perguntas depois, Caleb! Me diz pra onde caramba estão levando ela!"Já vou, já vou!", ouviu seu tio bufar com irritação, mas com semelhante cumprimento era óbvio que seu sobrinho estava bem e isso era o que importava. "Pro hospital do distrito, estão levando ela pro hospital do distrito! Agora você quer me dizer que diabos aconteceu?!"Kyle apertou os dentes com
LUTAR POR VOCÊCapítulo 48. Esperanças e medosKyle nem conseguia explicar aquele nó que sentia na garganta. Era algo insuportável, como uma daquelas chaves de seu pai das quais era impossível se soltar e o sufocavam até que se rendesse. O problema era que naquele momento se render não servia de nada.Era apenas mais um dos que davam voltas por aquela salinha, desesperado, rezando para que os médicos saíssem logo e dissessem que Adriana estava bem... Porque ela tinha que estar bem! Não é?Mas os exames não eram exatamente rápidos, então ainda demoraram mais uma hora para ter notícias dela, e quando o médico saiu, tinha uma cara de cansado e preocupado.—Familiares de Adriana Keller? —perguntou e todos se aproximaram apressados—. A senhora Keller está estável —anunciou, mas Kyle tinha certeza de que havia algo mais—. Os exames não indicam nenhum traumatismo severo, o cérebro tem uma leve inflamação pelos golpes mas estamos tratando com medicação...O médico se deteve por um instan
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab