LUTAR POR VOCÊCapítulo 45. LimitesSair daquele restaurante não era o problema. A questão era fazer isso com aquela montanha de frustração que era Kyle na sua frente.— Ei, Adriana... Adriana, espera...— Agora não, Kyle. Tenho que voltar pro escritório — respondeu ela com um tom tão gélido que fez o lutador bloquear seu caminho.— Agora sim! Olha, eu não queria que isso acontecesse...!— E o que exatamente você queria?! — sibilou ela. — Me fazer a vida mais fácil, me deixar trabalhar, respeitar o espaço que tenho com meus clientes, era isso que você queria? — perguntou com sarcasmo. — Ou o que você fez foi limpar a por** bunda com o que eu te disse hoje de manhã e vir se meter "por acaso" numa reunião profissional que não tinha nada a ver com você?— É que eu não pensei que fosse acabar assim! A gente só estava conversando e ele distorceu tudo que eu falei...! — tentou se defender Kyle, mas Adriana estava furiosa demais.— Esse é exatamente o problema! Você não pensa! — dispa
LUTAR POR VOCÊCapítulo 46. O maior erroO coração de Adriana batia em seu peito com força demais enquanto sentia os freios de emergência daquele elevador sendo ativados e desativados por momentos, como se uma criança gigante estivesse brincando com ele ou como se tivesse se soltado e estivesse prestes a cair.Ela nem conseguia começar a descrever o medo que sentia, ou o desespero que tomou conta dela ao perceber que se aquilo caísse mais de trinta andares, o impacto certamente a mataria.—Por favor, atende...! Atende! —soluçou angustiada enquanto uma nova sacudida a fazia bater contra o vidro da parede, e Adriana sentiu o calor do sangue manchando sua testa.O telefone escorregou de suas mãos e foi parar no chão, enquanto ela se encolhia sobre ele e tentava ligar novamente.—Por favor, atende...! —chorou aterrorizada, mas por mais que discasse aquele número, cada tentativa terminava em poucos segundos.Tremendo, em pânico e com o maldito coração partido, Adriana ligou para o 91
LUTAR POR VOCÊCapítulo 47. DesesperoNão conseguia pensar. Não conseguia respirar. Pisar no acelerador do McLaren e se perder no trânsito com a maior imprudência possível parecia ser a única coisa que Kyle Orlenko era capaz de fazer bem enquanto as ligações chegavam uma após a outra em seu celular. Seu pai. Sua mãe. Seus irmãos. Mas finalmente a única que atendeu foi a do seu tio Caleb.—Me diz pra onde estão levando ela, preciso saber pra qual hospital estão levando ela! —gritou enquanto batia com força no volante e a buzina fazia com que os outros carros fossem abrindo caminho para não se arriscarem a um acidente—. As perguntas depois, Caleb! Me diz pra onde caramba estão levando ela!"Já vou, já vou!", ouviu seu tio bufar com irritação, mas com semelhante cumprimento era óbvio que seu sobrinho estava bem e isso era o que importava. "Pro hospital do distrito, estão levando ela pro hospital do distrito! Agora você quer me dizer que diabos aconteceu?!"Kyle apertou os dentes com
LUTAR POR VOCÊCapítulo 48. Esperanças e medosKyle nem conseguia explicar aquele nó que sentia na garganta. Era algo insuportável, como uma daquelas chaves de seu pai das quais era impossível se soltar e o sufocavam até que se rendesse. O problema era que naquele momento se render não servia de nada.Era apenas mais um dos que davam voltas por aquela salinha, desesperado, rezando para que os médicos saíssem logo e dissessem que Adriana estava bem... Porque ela tinha que estar bem! Não é?Mas os exames não eram exatamente rápidos, então ainda demoraram mais uma hora para ter notícias dela, e quando o médico saiu, tinha uma cara de cansado e preocupado.—Familiares de Adriana Keller? —perguntou e todos se aproximaram apressados—. A senhora Keller está estável —anunciou, mas Kyle tinha certeza de que havia algo mais—. Os exames não indicam nenhum traumatismo severo, o cérebro tem uma leve inflamação pelos golpes mas estamos tratando com medicação...O médico se deteve por um instan
LUTAR POR VOCÊCapítulo 49. Uma torturaO rosto de Zack Keller parecia prestes a explodir de raiva porque sabia muito bem o que aquilo significava: se Adriana não queria vê-lo, ainda mais depois de um acidente como aquele, era porque algo muito ruim devia ter acontecido entre eles. Algo que nem o medo de morrer, ou talvez justamente por isso, não se podia apagar.—Que merda foi que você fez com a minha filha?! Responde! —disparou Zack levantando-o pela gola do sobretudo e Kyle ergueu as mãos na altura da cabeça como aviso de que não se defenderia—. Você teve alguma coisa a ver com isso?!—Não, claro que não! Eu juro senhor Keller! Adriana e eu só... só tínhamos discutido. Eu devia estar lá com ela, mas em vez disso estava em casa...—Discutir por quê?! —interpelou Zack e Kyle sentiu todos os olhares da família Keller sobre ele.—Eu... fiquei com ciúmes, estraguei uma negociação dela com um cliente, Adriana estava brava comigo, então fui pra casa e ela pro escritório —explicou ele
LUTAR POR VOCÊ. CAPÍTULO 50. Dezesseis vezesSe fosse sincero, tinha que reconhecer que aquela ausência total de emoção na voz de Adriana não o surpreendia. Afinal, ela tinha passado longos, longuíssimos minutos tão perto da morte que era um milagre que estivesse falando sequer, mas virar-se e ver aquela faixa em um lado da sua cabeça e como tinham precisado cortar tanto seu cabelo que agora estava com um pixie... Isso simplesmente partiu seu coração.—Adriana...—Você poderia ter entrado pela porta da frente, ninguém ia te impedir —respondeu a moça pensativa, subindo os pés para colocá-los debaixo do corpo naquela poltrona.—Você disse pra sua mãe que não queria me ver.—E desde quando o que eu quero foi algo que te impede? —murmurou Adriana e Kyle caminhou até aquele canto do quarto junto à lareira, se agachando na frente dela.—Boneca, não diz isso. Eu não... eu não queria...—Me dá seu celular e um abraço —murmurou Adriana olhando para aqueles olhos azuis e nesse momento c
LUTAR POR VOCÊ. CAPÍTULO 51. Um homem vulnerável—Você não pode sair da empresa! Adriana, isso é loucura! —exclamou Mauro no momento em que viu a carta de demissão sobre sua mesa—. Quer me matar do coração? Por que está fazendo isso?—Porque loucura é ter quase morrido e perceber que a única coisa que fiz na minha vida foi estudar e trabalhar, Mauro —suspirou Adriana coçando com um gesto nervoso o cabelo da nuca, que agora estava bem curtinho—. Você é um excelente CEO, merece a presidência e não vai sentir minha falta. Mas te juro que preciso fazer isso.Mauro se levantou, dando a volta na mesa e abraçando sua prima, que considerava mais como uma irmã.—Não era assim que eu queria ganhar a presidência —resmungou.—Acredite, neste momento sinto que a única que está ganhando sou eu —respondeu a moça—. E te prometo que no mesmo momento em que você descobrir que também precisa de um tempo fora, eu venho te substituir. Combinado?Adriana se despediu bagunçando o cabelo do primo, com
LUTAR POR VOCÊ. CAPÍTULO 52. Um passado que volta"Estão te rastreando"Kyle sentiu o coração dar um pulo no peito quando recebeu aquela primeira mensagem, mas sabia que a explicação não demoraria a chegar."Encontrei um bug de rastreamento no software do avião. Alguém hackeou pra ver o destino final"Caleb não dava voltas, mas Kyle sabia o que isso significava e como podia agir em consequência.Durante todo esse tempo ele tinha estado na cabine dos pilotos, e nenhum deles tinha se atrevido a abrir a boca quando receberam ordens de transportar um "passageiro inesperado" sobre o qual a dona do avião não podia saber nada. Obviamente ajudava muito aquela identificação da Interpol que carregava, mais falsa que palhaço de circo, mas os pilotos não estavam em posição de fazer perguntas.—Vamos mudar a rota —ordenou e os pilotos se entreolharam com preocupação—. Peçam acesso a um aeroporto no Canadá, o mais próximo, e solicitem reabastecimento na Irlanda.A dúvida estava ali, mas hav