LUTAR POR VOCÊCapítulo 34. Um homem de volta às suas memóriasOs corações de Adriana e Kyle aceleraram enquanto avançavam pelo trânsito da cidade. As mãos de Kyle agarravam o volante com força, seus nós dos dedos ficavam brancos a cada curva e desviava daquele carro que cada vez parecia ter intenção de se aproximar mais.Uma caminhonete preta de vidros escuros os seguia de perto e seus faróis projetavam um brilho assustador sobre seu veículo. A respiração de Adriana ficou entrecortada enquanto observava como, por mais que Kyle manobrasse ou virasse, não paravam de segui-los, se aproximando cada vez que tentavam ultrapassar.—Kyle, o que vamos fazer...? —perguntou e sua voz estava mais irritada que trêmula—. Quer que eu chame a polícia?O maxilar de Kyle se apertou enquanto se concentrava na estrada à sua frente.—Só mantenha a calma —disse alcançando uma de suas mãos por um segundo.Seu carro virou bruscamente numa curva, os pneus cantaram contra o asfalto, e ele pisou no acele
LUTAR POR VOCÊCapítulo 35. AbraçadosAs luzes da sala eram suficientemente baixas para não chamar a atenção de ninguém que estivesse vigiando àquela hora, mas também eram suficientes para que Adriana visse em todo seu esplendor a ira do Rei.Ele tinha os punhos cerrados num esforço para controlar a tempestade de adrenalina que ameaçava consumir sua racionalidade. Podia sentir o pulso quente em suas veias, um tamborilar rítmico que coincidia com a respiração entrecortada e poderosa.—Olha pra mim! —exigiu ela, sabendo que o que acabara de acontecer tinha revirado sentimentos dolorosos demais para serem contidos.—Só faça o que eu digo... —A voz de Kyle era um rosnado baixo, áspero e com a mesma energia tumultuosa que vibrava através dela—. Só me obedeça, só dessa vez...Mas Adriana se aproximou, olhando para aqueles olhos azuis que de repente tinham se transformado em dois poços escuros de algo selvagem e tácito. Suas mãos roçaram os antebraços de Kyle, provocando um arrepio que
LUTAR POR VOCÊ. CAPÍTULO 36. Uma nova estratégiaVê-la dormir era uma das coisas mais doces que se podia imaginar, mas vê-la dormir descoberta no chão de uma jaula, encolhida contra seu corpo, fez Kyle Orlenko sentir emoções que nem sabia que tinha.Era a mulher ideal para ele. Nem tinha certeza de como sabia, apenas sabia que sabia.Puxou um cobertor para cobri-los juntos e beijou seus cabelos suavemente, enquanto a envolvia num abraço possessivo. No entanto, no dia seguinte acordou com o cheiro de café recém-passado, mas definitivamente sozinho naquela jaula.Seu coração acelerou e quase gritou seu nome quando a viu sair de seu quarto, perfeitamente tomada banho e vestida, para colocar uma xícara do líquido aromático em suas mãos.—Oi —sussurrou suavemente ficando na ponta dos pés para dar-lhe um beijo na bochecha e Kyle não se importou de estar completamente descoberto para abraçá-la e deixar um beijo possessivo em seus cabelos.—Oi, boneca.Os minutos seguintes foram tragi
LUTAR POR VOCÊCapítulo 37. Um treinoKyle estava acostumado com as jaulas, as lutas, mas jamais tinha imaginado que o talento de Adriana para publicidade chegaria tão longe.Parecia uma formiguinha maluca organizando tudo, e seu pai apenas a observava com aprovação, como se aquilo fosse exatamente o que esperava para seu filho.—Não dá pra negar, essa menina tem uma inteligência natural, e além disso tem um talento impressionante pra comandar —riu Aaron—. Você percebeu quanta gente ela conseguiu reunir em tão pouco tempo? Ela tem metade de Mônaco mobilizada por uma simples luta de exibição! Te confesso que no meu tempo tive muitas lutas aqui e ninguém conseguiu uma audiência nem parecida.Kyle sorriu intimamente mas sabia que era verdade, porque naquela sala de reuniões de uma das redes hoteleiras mais importantes de Monte Carlo, Adriana Keller tinha reunido jornalistas, donos de emissoras de TV, investidores e representantes de diversos negócios e cassinos da cidade.Todos quer
LUTAR POR VOCÊCapítulo 38. Exterminação!Banhado, perfumado, pronto, limpo, bonito, atraente e irresistível.Com um buquê de flores nas mãos que tinha pego do primeiro vaso do hotel que encontrou pela frente, e uma caixa de chocolates que um dos assistentes do evento tinha conseguido às pressas.Assim Kyle tinha batido na porta do quarto de Adriana, e ela tinha aberto com expressão desesperada e atordoada, apenas para se afastar e revelar a multidão louca que tinha chegado para se instalar há apenas alguns minutos.—O que é isso?! —sussurrou Kyle impressionado.Mas antes que Adriana pudesse responder, já um par de mãos tinha puxado seu paletó para dentro e toda a família Keller o abraçava, o cumprimentava, o conhecia e o bombardeava com perguntas.Era óbvio que tinham chegado de surpresa e todos juntos, como uma manada. Era óbvio que Kyle sorria para todos com a maior educação. E também era óbvio que, embora sua família fosse grande, nada se comparava ao regimento que eram os K
LUTAR POR VOCÊCapítulo 39. Com ênfase no "todo dia"O Hotel de Paris Monte-Carlo havia sido preparado até no menor detalhe. Suas portas se abriam para um público que não era exclusivamente hóspede, e tiveram que contratar mais de quinhentos garçons extras para poder atender a quantidade de pessoas que estavam chegando.Parecia que não havia mais espaço para ninguém, era uma completa loucura, os corredores estavam lotados, os salões, os restaurantes, até os jardins estavam abarrotados de pessoas.Enormes telões estavam instalados por todo o hotel e até nas áreas externas, porque o acesso ao jardim que cercava a área de luta e a jaula tinha segurança reforçada e custava extra ter a possibilidade de ficar perto do evento.Em todas as sacadas podiam ser vistas dezenas de pessoas observando, e graças a Deus não tinham descoberto exatamente em quais quartos os lutadores estavam hospedados!Adriana nem se preocupou em bater, em vez disso deslizou o cartão de emergência que tinha do seu
LUTAR POR VOCÊCapítulo 40. Reis não se ajoelhamA voz do comentarista ecoava até mais alto que a multidão, mas definitivamente não havia som mais forte que o coração de Adriana, que retumbava em seus ouvidos enquanto observava Kyle e seu pai dando voltas dentro daquela jaula.Pareciam dois predadores famintos, dois cães de briga observando a pequena tigela de comida que era a vitória. Não havia emoção ali, só sobrevivência. E ninguém voltou a duvidar nem por um minuto no mesmo momento em que se atacaram como se fossem tudo menos família.Adriana cobriu a boca com as mãos, assustada com a ferocidade daquela luta porque nem sequer tinha imaginado.Os treinos eram uma brincadeira, mas aqueles punhos tiravam sangue e cada parte de metal se chocava entre si, golpeando com tanta força que soltavam faíscas e se ouvia o chiado penetrante das peças se soltando ou quebrando.—ISSO JAMAIS FOI VISTO, SENHORAS E SENHORES! ISSO É UMA LOUCURA! —gritava o comentarista—. HOMENS MODIFICADOS! HOME
LUTAR POR VOCÊCapítulo 41. Para onde vamos?Tirá-la dali era como Missão Impossível XII para apaixonados, mas certamente não havia nada que um Orlenko não pudesse conseguir se quisesse. Eles escapuliram do hotel e Kyle dirigiu até um pequeno e remoto farol perto da costa.—Estou muito orgulhosa do que você conseguiu esta noite —sorriu Adriana—. Mas pra ser sincera, a única coisa que quero saber é se você está bem... A briga ficou intensa e...Kyle inclinou seu banco para trás e puxou o corpo dela até sentá-la sobre ele.—Estou mais do que bem —garantiu olhando em seus olhos—. E estou prestes a ficar muito melhor.O corpo de Adriana se inclinou sobre o dele enquanto ele acariciava a curva de suas costas até as nádegas. Seus lábios roçaram o lóbulo de sua orelha antes de percorrer seu pescoço, e sua mão encontrou caminho até sua coxa por baixo da saia. Ela suspirou suavemente quando o sentiu afastar a calcinha e tocar sua pele nua.—Você não tem ideia do quanto eu preciso disso!