Anja sentia que o coração batia com muita força. Ficar nervosa de vez em quando era aceitável porque só o via alguns minutos por dia, mas algo lhe dizia que tudo isso pioraria no momento em que vivessem sob o mesmo teto.—Milo, não posso me mudar com você, não é correto. Você tem sua privacidade e não seria certo eu invadir...—O que você está dizendo, Anja? Minha privacidade é o que menos deve te preocupar. Você já se meteu na boca do lobo com o assunto do Hamish Randall para descobrir quem está me roubando, e combinamos que se você quer fazer isso, então não vou te perder de vista, um trato é um trato. Ou você pretende me decepcionar logo de cara?—Ei! —reclamou ela, mas a expressão de Milo parecia determinada—. Não quero ser um incômodo.Milo quase revirou os olhos.—Como você pode pensar isso? Esqueceu que fui eu que cruzei um monte de fronteiras para te encontrar? Você não é um incômodo, além disso, Niko também precisa ir se adaptando a você. Seria muito bom para ele se você estiv
Milo se sentia como se estivesse no melhor restaurante do mundo, desfrutando da companhia de sua família improvisada, mas deixou claro uma e cem vezes que não comeria aquela sobremesa tão horrível.Depois do jantar, decidiram assistir a um filme juntos na sala de casa. Milo acendeu a lareira e ajeitou o sofá para que os três se deitassem para ver... todos os episódios do Pica-Pau!—Se acostume —sussurrou Milo por cima da cabeça de Niko, que se acomodava entre Anja e ele—. Não somos mais donos da TV.—Não se preocupe —respondeu ela no mesmo tom—, quando ele dormir a gente se vinga com um filme de terror.Milo fez uma careta, como se fosse uma criança assustada, e Anja cobriu a boca para não rir porque Niko já estava cochilando de tanto sono. Finalmente, meia hora depois, o menino respirava tranquilamente, dormindo como uma pedra sobre o peito da sua mãe.—Posso levá-lo para dormir? —pediu Anja e Milo assentiu com doçura, mas cinco minutos depois ela não tinha se movido do lugar.—Não va
—Isso não é trapaça! Você prometeu! Disse que provaria minha sobremesa se gostasse do filme, e como nós dois sabemos que você vai gostar, acho que está na hora de cumprir sua palavra —sentenciou Anja com a maior seriedade.Milo estremeceu um pouco, aparentemente desconfortável com a ideia, mas não teve escolha a não ser segui-la até a cozinha com um gesto de resignação.Observou o prato que Anja segurava nas mãos depois de tirá-lo da geladeira e franziu a testa.—Mas Anja, é que a sobremesa parece realmente... feia —protestou Milo, tentando encontrar uma desculpa para evitar prová-la.Anja deixou escapar uma risadinha travessa e sacudiu um guardanapo limpo diante dos olhos de Milo.—Não se preocupe, o que os olhos não veem, o coração não sente —garantiu dobrando o guardanapo e aproximando-o dele—. Se fechar os olhos, não vai saber como ela parece. Só se concentre no sabor —sugeriu, piscando um olho.A contragosto, Milo fechou os olhos e deixou que ela colocasse aquele guardanapo. Prepa
Depois do que pareceu um suspiro, decidiram continuar seu caminho até o edifício dos escritórios da empresa. Mas antes o pequeno correu até Milo e se abraçou ao seu pescoço, dando-lhe um beijo na bochecha.—Tenha uma linda manhã, filho. Virei buscar você em algumas horas.Niko ainda não entendia esse conceito, mas a segurança de que sempre haveria um pai cuidando dele era tudo o que precisava.E para surpresa dos dois, também levantou seus bracinhos para Anja e ela o abraçou bem forte, dando-lhe um beijo.—Até logo meu amor, nos vemos daqui a pouco.Niko se afastou correndo e Milo passou um braço sobre os ombros de Anja.—Não chore... não... não... conte até dez...Ela fez um biquinho, mas realmente tentou não chorar por mais emocionada que estivesse.Subiram na caminhonete e chegaram ao edifício de escritórios.Milo levou Anja ao escritório principal depois do seu para apresentá-la a Denzel Cage, o CEO operacional encarregado da gestão da companhia.—Senhor Keller, um prazer tê-lo por
Anja se apressava pelos corredores do escritório em direção à sala de reuniões, com a mente cheia de ideias e planos para o projeto, mas também alerta porque algo estava prestes a acontecer. No entanto, sua pressa foi interrompida bruscamente quando sentiu alguém puxar seu braço com força, arrastando-a para uma sala escura e feia que reconheceu imediatamente como um depósito de materiais.Ao redor estava cheio de instrumentos de limpeza e cheirava muito forte a desinfetante.Porém, nem a surpresa nem o medo invadiram Anja porque ela já sabia quem era o autor do fato. Antes que pudesse fazer uma pergunta ou protestar, uma voz familiar ressoou no ambiente, a de Hamish.—Senhor Randall. O que está fazendo aqui? Por que está me arrastando para este lugar? —perguntou Anja fingindo irritação enquanto seu coração batia aceleradamente—. Não havia escritórios suficientes?Hamish sorriu e soltou seu aperto no braço de Anja.—Desculpe por assustar você, mas precisava falar com você urgentemente e
—Esta noite, Hamish. Os nomes.A moça fechou a porta atrás dela e caminhou apressada em direção à sala de reuniões, sentindo que sua preocupação se dissipava pouco a pouco. Não era que tivesse medo de Hamish, mas era inteligente o suficiente para não esquecer do que um homem transtornado ou irritado era capaz de fazer.Chegou à sala de reuniões e esperou, porque sabia que Milo não demoraria muito para chegar. Tinham uma importante reunião com o corretor de imóveis para finalizar a compra do prédio que seria o novo lar de seu projeto.Ao abrir a porta da sala, Milo lhe dirigiu um olhar significativo e ela assentiu, sinalizando que o que tinha ido fazer ali, já estava feito.—Desculpe a demora, tive que resolver um assunto urgente —explicou chegando junto dela—. Pronta para irmos? Precisamos ir fazer os últimos trâmites para o prédio —disse ele.—Sim, claro, vamos logo —assentiu Anja e sorriu porque os dois eram bons atores e pelo menos naquele contexto, eram a equipe perfeita.—Perfeito
Milo olhou fixamente para ela, e Anja deu de ombros, um pouco nervosa. Não havia como ela esconder o que tinha acontecido, era importante demais, e ela não queria colocar a segurança de ambos em risco.—Bom... ele disse que achava que nós éramos muito próximos — começou Anja, sua voz quase um sussurro —, e eu disse que sim, que éramos... bom...—Namorados? — perguntou Milo com incredulidade, porque isso derrubaria sua farsa.—Não! Muito menos formal!—Amantes?—Isso! — Anja respirou fundo e olhou ao redor antes de falar baixinho. —Eu disse a Hamish que estava me deitando com você, que só por isso eu tinha conseguido que você me desse o projeto...—Isso é mentira!—Claro que é, Milo, cai na real, nós não estamos nos deitando! — retrucou ela.—Eu sei, mas mesmo que estivéssemos, eu não te daria um trabalho só por isso! Já me deitei com dezenas de mulheres e nenhuma delas recebeu um trabalho meu!Anja arregalou os olhos e ele se enrijeceu ao perceber o que acabara de dizer.—Merda! Escape
— Siiiim, não pare! — disse fazendo uma careta sugestiva para Milo para que soubesse que o sujeito estava por perto.— Não vou parar, boneca, não vou parar! Está gostando?— Estou adorando! Quero mais! — gemeu Anja sentindo as mãos de Milo apertarem seus quadris como garras.Fingir que estavam tendo um momento íntimo não era o difícil, o difícil era continuar se movendo e se esfregando daquela maneira sem se excitar de verdade. O calor entre eles era palpável, a sensação de seus corpos se roçando fazia com que o desejo ardesse em ambos. Começaram a se mover mais rápido enquanto o carro balançava e Anja fechou forte os olhos para espantar aquelas sensações, mas a escuridão e o calor de Milo embaixo dela só piorou tudo.Fazia muito tempo que não tinha intimidade com ninguém, e seu corpo traidor estava precisando desesperadamente. E ainda por cima Milo ser um bombom de chocolate belga não ajudava. Os gemidos não paravam e Milo retirou as mãos de seus quadris para acariciar suas costas e d