Jhon caminhava com passo apressado em direção à casa, ao ponto de que quase pulou os degraus da varanda, emocionado. Sabia que Chiara não podia esperar mais para abraçar sua pequena filha e ele tinha feito tudo o necessário para que isso acontecesse.Estava amanhecendo quando finalmente abriu a porta do quarto e encontrou Milo, cochilando meio dormindo na frente da cama enquanto sua pequena Dandara dormia placidamente.—Jhon? O que você está fazendo aqui? —perguntou ainda meio dormindo porque aparentemente não tinha percebido a hora.—Já está feito —respondeu ele e Milo despertou num segundo.—Quer dizer...? Não, melhor nem perguntar, só quero saber se minha irmã e minha sobrinha já estão seguras.—Tranquilo, Milo, está tudo bem. Chiara e a menina estão fora de perigo —disse Jhon com um sorriso tranquilizador—. Todos os inimigos delas foram eliminados. Então já podemos levar a princesa pra rainha mãe —murmurou Jhon se aproximando de sua filha e observando-a com amor.Milo sabia muito b
John concordou, mas antes que a enfermeira voltasse a vesti-la e a tirassem do consultório, o diretor do hospital entrou.—Senhor Hopkins, acabaram de me informar sobre a situação ocorrida com o bebê —disse ele—. Na verdade, eu suspeitava que algo estava errado desde o momento em que Viktor Hanover exigiu retirar a senhora Keller, por isso não a deixei ir embora.—E agradeço muito por isso —respondeu John apertando sua mão.—Não me agradeça, era meu dever, assim como também é meu dever reportar à polícia tudo o que está acontecendo —explicou com calma—. Tenho uma mulher que foi forçada ao parto e operada sem sua autorização, uma menina declarada morta que graças a Deus está muito viva, e o diretor de uma prisão supostamente envolvido no tráfico de crianças. Não posso ficar calado sobre isso.—E nem me ocorreria pedir isso. O senhor tem um dever com cada paciente deste hospital —sentenciou John—. Faremos as declarações necessárias e espero que possa testemunhar a favor de Chiara porque
John e Chiara tinham finalmente encontrado um momento de paz em meio ao caos que tinha envolvido suas vidas nos últimos meses. Depois de resgatar sua filha das garras daqueles monstros, ambos estavam esgotados emocional e fisicamente. Estavam sentados juntos em um pequeno quarto, afastados dos demais, tentando processar tudo o que tinha acontecido e desfrutando da beleza que era sua pequena Dandara.Mas embora agora estivessem seguros, ele não podia evitar se sentir culpado por não ter conseguido proteger Chiara e sua filha. Voltou-se para ela e pegou sua mão com um gesto de súplica.—Sinto muito mesmo, Chiara. Deveria ter sido capaz de mantê-las em segurança, as duas. Sinto que falhei com vocês.—Não diga isso —replicou ela—. Você trouxe nossa bebê de volta sã e salva. Isso foi culpa do Viktor e da Atkins. Aquele par de monstros teve a culpa, então quando voltar a se sentir mal só pense nisso: Você salvou a vida da nossa filha. Arriscou tudo para garantir que ela estivesse segura. Não
—Não tem com que se preocupar —disse Billy a John três dias depois—. Estive monitorando a decisão do juiz.—Espionando?—Não é o que fazemos?—Ah, sim, desculpe, esqueci por um minuto! —zombou John—. O que encontrou?—O juiz está perdido, o chefe da polícia está histérico e o governador do distrito está se borrando nas calças para que isso não chegue aos ouvidos do Presidente ou do Procurador Geral —contou Billy—. Tiveram três reuniões em segredo e em todas falam a mesma coisa: se chegar a ser conhecido um caso de crime organizado ou de tráfico de bebês nas prisões estaduais... bem, digamos que rolariam muitas e muito importantes cabeças.John assentiu pensativo. Talvez para o resto do mundo não fosse justo ocultar algo como aquilo da opinião pública, mas ele era um homem acostumado a guardar segredos para seu próprio benefício e naquele momento a única coisa que desejava era que o maldito Comitê de Liberdade Condicional se reunisse e permitissem que Chiara saísse da prisão.Nem sequer
John guardou silêncio sobre sua reunião com o diretor, não queria levantar suspeitas nem causar problemas desnecessários, mas não podia se livrar da certeza de que alguém os estava vigiando, informando todos os seus movimentos ao diretor da CIA.Já havia decidido que não voltaria à agência, e estava mais que certo de que nenhum dos seus homens o estava traindo, mas o fato de que Milo Keller estivesse metido nisso era algo privado que não havia compartilhado com mais ninguém. Por isso devia se assegurar de que nenhuma das pessoas que amava ou apreciava estivesse em risco.Preparou sua jogada e nessa mesma tarde Milo se encontrou com uma bolsa preta na cabeça, sendo empurrado para um carro, amarrado e amordaçado. Passou meia hora antes que o libertassem e quando olhou ao redor apertando os olhos, só viu John junto dele. John, ele e o carro no meio de um descampado de quilômetros e quilômetros ao redor.—Você está maluco! —gritou para seu cunhado enquanto este cortava as algemas plásticas
John estava desesperado, seu coração batia com força enquanto suplicava a Noemi que lhe dissesse onde estava Chiara. Tinham desaparecido do hospital sem deixar rastro e nem mesmo seus homens, agora relaxados porque aparentemente não havia inimigos à espreita, tinham notado como ou para onde ela tinha ido.—Por favor, me diga onde ela está, preciso vê-la —disse John a Noemi, com a voz tremendo de ansiedade.—Não posso te dizer onde ela está, John —respondeu a gêmea com tom firme—. Minha irmã tomou uma decisão e eu vou respeitá-la.—Mas...! —John caminhou ao redor daquele escritório mexendo nos cabelos—. Não entendo, Noemi! Achei que estávamos bem! Achei que ela tinha me perdoado, que estaríamos juntos quando ela fosse livre!—E esqueceu que foi você quem a mandou para a prisão? Que tudo o que aconteceu foi por sua culpa? Chiara só queria estar livre para se afastar de você, John, só por isso.John ficou em silêncio por um momento, encaixando dolorosamente as palavras que acabava de ouvi
Os olhos do Diretor da CIA pareciam a ponto de saltar das órbitas ao perceber que era John quem estava esperando-o na casa. Ele tinha conhecido cada uma de suas missões encobertas e sabia que era um agente muito perigoso, mas não entendia por que estava ali.—O que está fazendo aqui, John? —perguntou tentando manter a calma, mas um sorriso no rosto do homem à sua frente a tirou.—Vim te deter —respondeu John, sem se mover do seu lugar e como se suas palavras tivessem um efeito especial, uma chuva de disparos se ouviu lá fora.O Diretor não precisava de mais para saber que tinha caído em uma armadilha, e que no exterior seus homens estavam sendo abatidos.—O que está fazendo!? —gritou furioso—. Me deter? Do que está falando? Fizemos um acordo, estou tentando devolver sua filha!—Não! —disparou John levantando-se—. O que você fez foi espionar minha família e usá-la como chantagem contra mim.O Diretor ficou em silêncio enquanto uma careta se desenhava em seus lábios. Sabia que tinha orde
—Então me mate logo! Não temos mais nada para dizer! Me mate! —grunhiu e John se agachou na frente dele.—Não, claro que não. Jamais disse que ia te matar, porque isso não foi o que te prometi na última vez que conversamos —declarou e o Diretor ficou pálido porque John tinha deixado muito claro que não iria atrás dele mas sim de seu filho.—Nãooo... não pode machucá-lo, não pode machucar meu filho! —A voz do homem tinha se tornado uma mistura de desespero e raiva.—E por que não?! —perguntou John com toda a frieza que pôde reunir—. Você veio assaltar a casa onde estavam minha mulher e minha filha, e a rodeou de homens armados sem se importar que pudessem machucá-las! Tem ideia de quantas coisas podem dar errado quando há uma arma no meio, maldito imbecil!? —disparou.O Diretor o olhou horrorizado, sabendo que um erro assim jamais seria perdoado.—Não, não tem nem ideia, mas vai ter —grunhiu—, porque eu sim sou um homem de palavra. Te disse que se voltasse a me perseguir seu filho ia pa