Jhon se apoiou contra o vidro do chuveiro enquanto esperava que a água esquentasse e sua mente mergulhou em todas aquelas lembranças. Ainda tinha seu suor grudado na pele, talvez por isso duvidasse tanto em entrar debaixo da água. Tinha sentido falta de seu cheiro mais do que qualquer coisa no mundo, a amava tanto quanto antes e embora ela tivesse se encarregado de culpar os hormônios, Jhon não podia evitar se perguntar se ela ainda sentia o mesmo por ele.Finalmente entrou debaixo do chuveiro, sentindo o calor da água quente relaxar seus músculos. Desejava poder fechar os olhos e abri-los novamente para encontrar-se com ela. Desejava poder tê-la ao seu lado todos os dias, mas sabia que isso não seria uma realidade tão cedo. Não podia se esgueirar na prisão todos os dias sem risco de ser descoberto, por isso estava consciente de que seus encontros só podiam ser fugazes.Perguntou-se como se sentiria ao estar sempre com ela novamente, desfrutar de cada momento, de sua filha, de cada ato
Jhon não estava seguro se devia atender ou não, mas três ligações depois a insistência era demais. Finalmente alcançou aquele telefone e atendeu.—Hopkins, quem fala?Do outro lado uma vozinha melodiosa lhe respondeu."Agente Hopkins, código e número de acesso, por favor".Durante um segundo Jhon ficou pensativo.—Não tenho —respondeu secamente e quase pôde sentir a dúvida do outro lado."Acho que não o ouvi, agente. Seu código e número de acesso para poder comunicá-lo, por favor".—Me ouviu perfeitamente, disse "Não tenho". Não tenho código nem número de acesso.A vozinha de repente se tornou irritada."Agente, sem a informação solicitada não poderemos comunicá-lo" repreendeu a mulher.—Pois isso me parece perfeito, porque para começar não fui eu quem ligou para vocês —respondeu ele e imediatamente desligou a chamada.Não tinham passado nem cinco minutos quando o telefone voltou a tocar e do outro lado ouviu um tom rouco e irritado que já conhecia muito bem."Que diabos acontece com v
Jhon se ajoelhou na frente dela, seus olhos se fechando para evitar as lágrimas ao sentir o movimento de sua filha dentro de Chiara. A dança de sua vida, o tesouro mais precioso que jamais tinha tido. Uma sensação de profunda emoção se espalhou por sua alma enquanto as lágrimas escapavam de seus olhos. Concentrou-se naquele momento e se perguntou como seria sua vida depois que aquela pequena finalmente viesse ao mundo, e soube que seria capaz de fazer qualquer coisa por ela.Chiara ficou olhando para ele enquanto ele apoiava a testa na redondeza de sua barriguinha, não podia evitar que tudo dentro dela se derretesse ao vê-lo assim. Aproximou os dedos de sua cabeça e os enterrou em seu cabelo, acariciando-o. Sabia que o momento era delicado para os dois, que estava compartilhando algo íntimo e único, e desejou que tudo pudesse estar bem de novo.—Jhon —disse com suavidade—. O que está acontecendo?Ele abriu os olhos e os ergueu para ela. Não podia negar que ela o conhecia bem demais. O
—Não.Aquela palavra saiu de sua boca com mais determinação do que Jhon ou ela mesma esperavam.—Quê...?—Não, eu não quero! —repetiu com firmeza.Chiara olhou para John, com o coração apertado por aquele sofrimento que parecia que nunca acabaria. Sabia que o caminho pela frente seria difícil, mas também sabia que o único caminho era um novo começo, apagar tudo e começar do zero.—Chiara... isto é o melhor para...—Você tem que me dar melhores opções —replicou ela interrompendo-o—. Você sabe quanto amo minha família e sabe... —Não ia dizer-lhe quanto o amava porque ele ainda não merecia!—. Você tem que me dar melhores opções, Jhon! Não posso aceitar que você volte para a CIA. Seria um sacrifício que só nos daria paz por alguns momentos, porque depois tudo seria pior. Não deixarei que a vida da nossa filha se envolva nisso. Não quero que ela cresça assim.Os olhos de John se umedeceram ao olhar para Chiara.—Você tem certeza disso? —murmurou com a respiração entrecortada—. Você poderia
—Você tem que me prometer que vai me deixar fazer o necessário —disse ele enquanto acariciava sua pele com gestos suaves—. Lamento te colocar em uma posição como esta, a última coisa que eu queria era que você se visse envolvida na sujeira da agência.Chiara sentou-se na cama, enrolando-se no cobertor e olhou para ele pensativa.—Isso tem passado pela minha cabeça muitas vezes ultimamente, mas é algo do qual não posso e você não pode se culpar —disse ela—. Se eu tivesse sido ignorante do que acontecia, se eu não tivesse conhecido sua identidade, poderia ter me sentido mal por estar no meio disso. Mas a verdade é que sempre soube onde estava me metendo.—Não acredito nisso nem por um segundo...—Você esqueceu que fui eu que te procurei? —replicou Chiara—. Sabia muito bem quem você era, não cometi o erro de acreditar que o diretor de Crime Organizado da CIA não traria uma enorme e perigosa bagagem. —Abraçou o próprio corpo e sorriu—. Tenho visto você fazer de tudo desde que te conheço e
Do outro lado da linha fez-se um silêncio cheio de surpresa e impotência.—Exatamente. E se eu pude encontrá-lo, não ache que ninguém mais poderá encontrá-lo —murmurou Jhon—. Foi muito inteligente mudar o sobrenome do seu filho para protegê-lo, o que não foi muito inteligente foi usar sua influência para conseguir uma vaga em Harvard para ele, o rastro de favores que você deixou é muito evidente. Você imagina o que aconteceria se encontrassem um pacote de cocaína em sua mala? E se alguém denunciasse uma série de contatos com uma célula terrorista?—Você não se atreveria...! —disparou o diretor.—Se vai fazer ameaças, certifique-se primeiro de ser capaz de recebê-las —sentenciou Jhon com voz calma—. Seria bom que você não esquecesse quem eu sou e que mesmo não estando na agência, sou o melhor que você já teve. A CIA e eu não vamos mais nos cruzar. Vou me encarregar de me manter fora do radar, mas não vou voltar, meu tempo de serviço já terminou, já dei uma grande parte da minha vida à a
Chiara se recostou na cama e Jhon sentou-se junto a ela e apertou sua mão com um gesto ansioso enquanto Elías colocava o gel sobre o ventre de Chiara. O doutor Martínez começou a mover o transdutor lentamente sobre seu abdômen para encontrar o bebê. Pouco a pouco foram se tornando visíveis os contornos do crânio e depois os ombros, braços e pernas.À medida que iam aparecendo os detalhes de sua pequena na tela, Jhon dirigia seus olhares alternadamente entre esta e Chiara com uma expressão de assombro que inundava seus olhos por completo. Ainda não podia acreditar no que estavam vendo, aquela era sua bebê.Depois de vários segundos de silêncio expectante, uma batida se fez claramente audível e Jhon deu um sobressalto emocionado.—Esse é...? —perguntou com uma voz entrecortada.O doutor Martínez sorriu enquanto confirmava sua pergunta.—Sim, esse é o coração do seu bebê. Está batendo com força, já podem escutar perfeitamente.Jhon e Chiara trocaram um olhar repleto de emoção e alegria, a
De repente, só por aquele instante em que Chiara se encontrava frente a Viktor, desafiando-o com aqueles olhos determinados, sentiu que o quarto era pequeno e estreito, frio demais para ela.—Não esperava isso de você —murmurou ele negando com tom resignado—. Desde que você chegou tenho procurado fazer com que se sinta bem, que esteja feliz...—E agradeço infinitamente por isso! —replicou ela—. Mas parte de me sentir bem é colocar minha gravidez nas mãos de um médico de confiança, e eu não confio nessa mulher.—Não lhe parece que seus instintos para confiar estão um pouco atrofiados? —sibilou ele e Chiara conteve a respiração—. Afinal, confiar em quem não devia foi o que te colocou nesta jaula, não é?Ela deu dois passos à frente, aproximando-se dele e olhando-o diretamente nos olhos, porque ninguém, ninguém! nem mesmo ele, tinha permissão para julgar seus erros.—Você tem razão, por isso não estou disposta a me equivocar outra vez. Se me obrigar a me consultar com ela, pedirei uma tra