Levi ficou atônito. Não podia acreditar no que sentia pela mulher loira que tinha na sua frente. Estava certo de ter acabado com tudo isso, de que nunca mais voltaria a sentir algo assim. Estava certo de que tinha aprendido a lição e poderia se manter longe de mulheres como ela. Afinal de contas, só traziam complicações.Mas seus olhos baixaram sem que pudesse evitar até aquela linha onde seus seios se juntavam, e por onde corria uma gota de suor. E Levi percebeu que teria dado qualquer coisa para tirá-la com a língua.Sua reação foi instintiva: gritar com ela.A dela foi melhor: colocá-lo em seu lugar de tal modo que Levi passou a hora seguinte com o bebê conforto de seu filho sobre o colo porque não havia forma de disfarçar aquela ereção.Metade do tempo fechava os olhos, e na outra metade fervia só de imaginar que todos os homens que estavam na loja queriam fazer exatamente o mesmo que ele.—Está feliz? —resmungou quando finalmente tudo ficou vazio.—Quase feliz —respondeu ela antes
Noémi respirou fundo diante daquela porta. Tinha ido à loja no dia anterior só para colocar em seu lugar o idiota do chefe da Danna que a tinha chamado de "senhora idosa". O problema era que o idiota tinha uma voz e um caráter capaz de fazer calar todos os homens naquela loja, e quando tinha chegado ao seu lado Noémi tinha percebido que ele já tinha tudo... em seu lugar.Tinha desfrutado vê-lo incomodado cada vez que provocava algum de seus clientes, e não tinha podido evitar se maravilhar ao ver como seus olhos se iluminavam quando sorria. Algo a atraía para ele e não sabia o que era, mas sim sabia que com Levi Ferguson acontecia o mesmo. Não tinha parado de olhá-la enquanto vendia a mercadoria, e quase podia sentir seu ciúme quando ela beijou o rapaz que lhes comprou a moto de neve."Em que problemas você se mete, Noemi", resmungava enquanto subia a montanha no teleférico. Só queria esquiar um pouco, esquecer de tudo e que o corpo esfriasse um pouco com a neve porque a verdade era qu
—Quando são assim pequenininhos, os acalma o calor, o cheiro conhecido e o som do seu coração batendo —murmurou acariciando o bebê. Inclinou-se para dar um beijo na cabecinha e Levi parou de respirar quando seus lábios roçaram sem querer a pele de seu peito.Peter dormiu logo e ela colocou seu casaco dirigindo-se à porta.—A paternidade combina com você, senhor Chefe —sorriu com uma piscadela—. Você parece muito... apetitoso.Levi quase se engasgou com sua própria língua enquanto ela saía rindo, e um segundo depois aceitava: gostava daquela mulher. Muito.No entanto isso não mudava o fato de que estavam em extremos opostos do tabuleiro. Ela era a rainha, e ele era só mais um dos peões no jogo.Respirou fundo, sabendo que possivelmente não voltaria a vê-la, mas isso não evitou que essa noite, enquanto colocava a máquina de lavar com os lençóis sujos, voltasse a pensar nela.E não deixou de fazê-lo. Maldição, não deixava de fazê-lo! Sua risada retumbava em seus ouvidos e seu corpo era a
Levi ficou vermelho até a raiz do cabelo ao ouvi-la dizer isso, e não tinha precisamente algo a ver com a moralidade, mas sim com aquele instante de imaginação que o fez pensar nos gemidos de Noémi Keller enquanto se tocava."Vai me matar!"—Está entediada e não tem nada mais para fazer? É isso? —sussurrou tentando afastá-la.—Bem, para ser franca vim com toda a intenção de ajudar no lugar da Danna. Agora, no entanto, pouco me importa se precisa de ajuda ou não, me contentarei em ficar para te irritar. Então pode ir se incomodar e fazer sua cara feia por lá, que eu estarei por aqui bem feliz... existindo.Levi mordeu o lábio inferior diante do desafio, mas a realidade era que não podia expulsar da loja a irmã do dono se quisesse conservar o trabalho. Deu-lhe as costas e foi continuar com o que estava fazendo.—Ah! Não precisa colocar a camiseta de novo —provocou ela com um sorriso—. Gosto da vista.Levi abriu a boca para protestar mas Noemi já tinha começado a caminhar em direção a uma
Danna olhou para ela sem acreditar naquilo nem por um segundo. Não tinha ideia de que apesar de ter a família mais amorosa, Noémi carregava um segredo que só ela conhecia, um segredo tão difícil que nem mesmo à sua própria gêmea havia contado.—E então? O que você vai fazer? —perguntou.—O que sempre faço, vou ficar elegante, vou ao melhor bar da cidade e vou tomar todos os Martinis que quiser sem pagar nenhum.—Porque o bar é seu.—Pois é por isso! —riu sua cunhada—. Já sei que é um mau investimento mas eu também tenho caprichos —disse Noémi e piscando saiu em direção ao seu quarto.Danna suspirou com condescendência. Sentia que no fundo Noémi estava muito sozinha, embora estivesse rodeada de gente. Então pegou o telefone e discou um número.—Oi, chefe. Só queria saber como foi o dia. Não sentiu minha falta? —perguntou com inocência."Claro que sim. Já está melhor?" perguntou ele por sua vez.—Sim, muito melhor... na verdade queria te passar um convite. Os meninos Keller vão sair hoje
Ia relaxar. Aquele era seu bar e sim, era uma compra caprichosa, mas desde o barman até o segurança a conheciam e ali estava segura. Se quisesse expulsar todos os clientes e ficar sozinha podia fazer isso, então para uma pessoa que carregava todo o estresse que ela carregava como CEO do maior banco da Suíça, aquele era seu pedacinho de céu.É claro que sempre tinha homens rondando ao redor, mas tanto Don quanto Miki, os barmans, se encarregavam de espantar os inconvenientes.—Outro Martini para a senhorita, por favor —disse uma voz rouca no final do balcão e Noémi arqueou uma sobrancelha.—Não me sirva nada, Miki, já disse que não quero beber com ele —replicou Noémi. O homem era atraente e insistente, mas não era seu tipo.—É o terceiro que você recusa esta noite —disse o rapaz com um sorriso—. Muito estressada ou muito exigente?—Muito estúpida —suspirou Noémi—. O gato que eu quero não está disponível, e não quero me contentar com menos.—Ufa! Que estranho! Você não é do tipo que espe
Levi apertou os lábios numa expressão de impotência. Nem sabia por que estava tão irritado, ele jamais tinha sido um homem mal-educado e muito menos grosseiro, mas aquela mulher tinha algo que o tirava do sério. No entanto não pôde se desculpar como deveria, porque ela entrou no carro e pisou no acelerador sem lhe dar tempo para nada.Levi olhou para o cara que se contorcia no chão, nem valia a pena dar um chutezinho de advertência, com o que Noémi tinha feito ele estaria se urinando nos próximos três dias sem poder evitar.Naquela noite não dormiu, e fique claro que foi por causa do bebê, não por ela! Ou pelo menos era isso que dizia para se consolar, mas a verdade é que estava pensando nela muito frequentemente.E Noémi também pensava nele, mas quando Danna perguntou no dia seguinte de manhã, apenas suspirou com cansaço.—Seu joguinho não saiu nada bem, cunhada —murmurou enquanto caminhavam para o teleférico—. E por sinal seu chefe é um ogro, que bom que não é marido de ninguém.Dann
Em silêncio começou a levar o que precisava até o lago, até que aquele horizonte branco foi interrompido pela figura furiosa que caminhava em sua direção. Ela tirou os óculos com um gesto de incredulidade e ele fez o mesmo.—Você ficou louca? Que diabos está fazendo aqui? É perigoso estar fora das pistas sinalizadas! —brigou.Levi parecia agitado e nervoso, e Noémi franziu a testa antes de começar a andar para longe dele.—Ai meu Deus! Este é o lugar menos perigoso da Terra! Venho aqui desde criança, e quase sempre sozinha. Até tenho meu próprio espaço! Então pare de gritar e vá embora.—Como é?—Vá embora! —disparou ela levantando o queixo—. Sua contradição não é sexy, boneco. Você vive dizendo que não quer me ver, então que diabos está fazendo aqui?—Pensei que você estava em perigo!—Você pensa demais, não é? Ainda não percebeu que isso não te faz bem? —resmungou ela—. Vá embora, você não tem nada para fazer aqui...Noémi estava prestes a se virar quando ele a pegou pelo braço e pux