—Olá, ruiva —ele a cumprimentou com um gesto, mas não a beijou.—Olá, senhor tóxico —respondeu ela chegando ao seu lado.—Como foi seu dia? Teve sua sessão de esqui com aquele Thor pirata? —perguntou Loan tentando disfarçar seu ciúme.Danna começou a andar em direção à casa sem responder e Loan quase tinha os ouvidos zunindo. Ele ficou todo o caminho incomodando-a para que ela dissesse o que havia acontecido, mas ela só respondia com evasivas.Finalmente, ele pegou sua mão e, em vez de entrar pela frente da casa, arrastou-a por um dos lados até o terraço dos fundos. Antes que Danna percebesse, ela já estava com as costas pressionadas contra a parede e os pés separados do chão pela força com que Loan a levantava.—Não me provoque, ruiva. Você sabe que estou morrendo aqui, então coopere comigo, ok? —quase implorou enquanto se aproximava de sua boca e Danna fechou os olhos.Ele cheirava deliciosamente, como menta e licor, e ela se derreteu.—OK, não. Houve muito trabalho, então hoje não h
Loan já sentia o calor das velas antes de acender a última. Sua família havia se reunido ao redor da mesa de jantar, cantando parabéns enquanto colocavam cada pavio aceso na cobertura branca e cremosa do bolo. Faziam-no sentir-se como uma criança pequena, mas assim eram os Keller.E então, todos pararam de cantar e todos os olhares se concentraram nele. Loan sorriu, fechou os olhos e fez seu pedido. Abriu os olhos e soprou as velas com um longo suspiro.Logo voltou a algazarra e Danna sorriu apoiada no batente de uma das portas. Cada vez que a via, Loan sentia como se o coração tivesse saído do peito e agora batesse em suas mãos.—Feliz aniversário —disse ela em voz baixa e suave enquanto o abraçava.Loan sorriu, mas não pôde falar. Tinha a garganta muito apertada e as palavras ficavam presas dentro. Arrastou-a para fora da casa, para um lugar onde pudessem ficar sozinhos, e sentou-a sobre suas pernas.—Não tenho um presente de aniversário para você —disse Danna com um suspiro—. Me mat
—Diabos. Eu também tenho uma emergência... ia te pedir para ficar encarregada da loja —murmurou Levi preocupado.—Bem... nesse caso, eu adio...—Não, você não vai adiar nada! —exclamou Noémi—. Isso é importante, Danna, você não vai fugir disso. O que é preciso, alguém que cuide da loja? Eu posso fazer isso.Se Levi estava surpreso, não se notou em sua voz, havia apenas incredulidade e educação.—Desculpe, e a senhora é...?—Noémi Keller, a irmã do dono da loja que você gerencia —disse ela com muita propriedade—. Já estou encarregada do maior banco da Suíça, posso me encarregar da sua loja por algumas horas e assim vocês dois resolvem seus problemas.Levi pareceu pensar, mas a verdade era que tinha uma séria emergência, porque a babá de seu filho havia adoecido de apendicite de repente.—Está bem, senhora Keller, Danna pode lhe dar a chave, eu tentarei passar por lá um momento para me certificar de que tudo está correndo bem. Tenho certeza de que uma senhora mais velha e respeitável com
Levi ficou surpreso ao ver sua loja cheia de gente. Havia dezenas de homens, se não chegavam a centenas. Aglomeravam-se dentro da loja e fora, olhando pelas vidraças e esperando sua vez para entrar. Ficou paralisado por um momento, olhando para todos esses desconhecidos lutando para serem notados, a tal ponto que ele mesmo espiou por uma das vidraças para ver que atrás de seu balcão não havia uma mulher... aquilo era uma deusa.A garota tinha o cabelo loiro, longo e liso preso em um coque desarrumado. Olhos claros, narizinho arrebitado, sorriso de sereia e um corpo de morrer e reviver três vezes. E Levi sabia disso porque ela não usava casaco! Em vez disso, usava um conjunto esportivo mini de top e minissaia plissada, com calcinha que só cobria até a metade das nádegas, que ficavam à mostra quando ela se inclinava... e ela se inclinava muito!Havia um concerto de ofegos cada vez que ela se inclinava para alcançar alguma caixa... o que ninguém sabia era que quanto mais perto do chão est
—É a primeira vez na minha vida que eu gostaria de usar fralda —riu um homem da fila e todos o apoiaram.Noémi levantou uma sobrancelha maliciosa e olhou Levi nos olhos.—Para começar, senhor Chefe, você não é meu chefe, a senhora Keller é —disse levantando um dedo indicador na frente do seu nariz—. Ela virá dentro de uma hora e lembro que ela é a irmã do dono; e garanto que ela não ficará nada feliz sabendo que me tirou do meu trabalho. Então você pegue este bebê... pequenino, amor, lindo, te como, um beijão...! —suspirou porque o bebezinho era realmente uma beleza e o devolveu ao pai. Bastou um segundo para entender que o bebê era a causa de sua emergência—, que eu vou continuar atendendo os clientes. Agora com licença... vá para lá.Ela o empurrou para um cantinho em uma cadeira e pegou um marcador e o quadro de informações.—Querem voltar às fraldas? Perfeito! Novos preços! —declarou.Um minuto depois havia um concerto de vivas na loja enquanto no quadro de informações dizia:COMPR
Danna estava nervosa. Nem conseguia ficar quieta, batia o pé no chão e mordia agressivamente as unhas. Tinham se passado horas desde que tinha feito o teste, mas sentia que mal podia esperar até o dia seguinte. Começava a sentir que o mundo girava cada vez mais rápido, como se o universo se fechasse sobre ela e não pudesse escapar.—Querida... querida, o que está acontecendo? —Loan tinha estado observando-a de perto.Ele tinha percebido seu comportamento, o quanto estava quieta e distraída durante toda a tarde. Tinha notado a preocupação em seus olhos, o medo que a consumia lentamente a cada segundo que passava. Sabia que algo estava errado.—Danna? O que está acontecendo? —perguntou com voz preocupada.Ela o olhou com olhos temerosos e ansiosos. Queria dizer a verdade, mas não se atrevia a pronunciar as palavras. Forçou um sorriso e negou com a cabeça.—Não é nada —disse—. Estou bem.—Você sabe que não posso te ajudar se não me contar as coisas, não é? —disse beijando suas mãos. Por f
—Amanhã também não tem trabalho? —perguntou Noemi com curiosidade a Danna naquela tarde.—Você não deveria estar de volta em Zurique? —perguntou a moça com curiosidade.—Chiara está passando por uma pequena crise com Jhon, e prefiro não estar no meio disso. Então aqui estou, inútil e entediada, esperando que alguém dê um propósito à minha vida.—Bem... amanhã chegam os caminhões de reabastecimento —disse Danna como quem não quer nada—. Sim, tem que ir e organizar o almoxarifado. Eu realmente não queria porque... imagine só, Levi tem que fazer tudo isso e descarregar os caminhões e... bem... você sabe... sua, tira a camiseta...! E seu irmão é tão ciumento!—Muito muito possessivo! —garantiu Noémi com um gesto de afirmação—. Ciumentíssimo!—Exato, então tenho medo de ter um problema com ele por isso...—Então você não deveria ir. Loan e você estão finalmente se entendendo. De jeito nenhum você pode colocar em risco seu relacionamento! Além disso! Eu me sacrifico! Se é para ver seu chefe
Danna percorreu a casa com o olhar e sua respiração foi cortada. As paredes eram de cristal ou pelo menos pareciam, eram completamente transparentes e brilhavam à luz opaca da lua. Era possível ver o céu acima, as árvores ao redor e até a terra abaixo do primeiro andar. Uma pequena lâmpada percorria os bordos do quarto, iluminando o mobiliário simples e fazendo as paredes brilharem. Era impressionante, e Danna sentiu que uma lágrima caía por sua bochecha ao pôr os pés no chão de cristal.— É lindo — sussurrou, caminhando devagar, como se temesse cair.Loan se pôs ao lado dela, com um olhar doce e compreensivo, e limpou suas bochechas.— É para você — disse em voz baixa —. Queria construir algo especial para você, algo que a fizesse se sentir livre.Ela o olhou, com o coração cheio de amor e admiração. Ele havia feito isso por ela, para dar-lhe um lugar próprio, um lugar onde pudesse escapar do mundo e encontrar a paz.— Não posso acreditar que você fez isso por mim, Loan — disse com a