Os irmãos de Zack, os quatro, pareciam desesperados com a forma como a situação se complicava.—Mamãe ficou com o bebê, não é? —perguntou Loan inquieto.Pelo menos estava em boas mãos enquanto eles se encarregavam de acompanhar Andrea.—Sim, e ela também tem tentado encontrar Zack a noite toda, mas o maldito nem sequer atende o telefone —respondeu Chiara.—Nenhum dos seus assistentes em suas muitas filiais conseguiu localizá-lo também —acrescentou Noémi.Desde que Andrea havia adoecido, todos pressentiam que as coisas piorariam se Zack não estivesse lá, mas por mais que tivessem tentado, nenhum deles tinha tido sucesso em falar com ele.Finalmente, o médico entrou no quarto de Andrea com os resultados do seu exame.—Ela tem uma forte infecção bacteriana nos pulmões —explicou-lhes.—Mas... como? Nós a vimos ontem de manhã e ela estava bem! —Milo desesperou-se.—Talvez parecesse estar bem, mas este tipo de bactérias se incuba por semanas e não são detectadas até que de repente aparecem —
Despediu-se de todos, e prometeu a Adriana que muito em breve traria o emocionalmente atrofiado do seu pai de volta. Subiu no avião privado e antes que tivesse tempo de perceber já estava aterrissando na costa oeste dos Países Baixos.Localizar o tribunal não foi difícil. Descobrir sobre o Diretor de Crime Organizado da CIA também não, mas chegar até ele era um assunto muito diferente.—Preciso falar com John Hopkins —disse ela a um dos guardas, mas este negou.—O senhor Hopkins está ocupado agora, você precisa marcar um horário.Chiara olhou além da corrente, o homem que parecia estar dando as ordens era imponente, dava para notar de longe que sabia como comandar e era extremamente atraente. Mas não era apenas um homem bonito, não. Ele carregava o charme na alma, assim como a escuridão e certo grau de maldade estratégica que Chiara sabia reconhecer muito bem.—Vá e diga a ele que há uma mulher que precisa dele com urgência, por favor.—Já disse que não posso...—Você está a três maldi
Chiara desceu do avião com elegância, com os olhos brilhantes e a cabeça erguida. Não havia um único fio de cabelo fora do lugar, nem uma única ruga em sua roupa. John, por outro lado, se apoiou na porta daquele avião como se um tornado tivesse passado por cima dele, com a gravata torta, o cabelo despenteado e o rosto corado como se tivesse levado um par de boas bofetadas. Estava mais do que claro quem tinha se agarrado a quem... e que certamente não foi ele quem ganhou aquele assalto.Mas mal teve tempo de assimilar o que acabara de acontecer antes que seu telefone começasse a tocar no bolso. Parou por um momento e percebeu que a mensagem era de um dos rapazes da sua equipe de tecnologia. Dava-lhe a informação que precisava sobre onde Zack poderia estar.Rapidamente olhou para Chiara, que assentiu com a cabeça como se estivesse esperando essa informação. Sem dizer uma palavra, dirigiram-se ao estacionamento. Os dois se moveram rapidamente, e logo encontraram um carro esperando por ele
Enquanto isso, Zack já entrava pelas portas do hospital com o desespero vibrando em seu corpo. Não demorou a encontrar o quarto de Andrea e quase deixou de respirar quando a viu ali deitada.Correu até ela e pegou sua mão com suavidade, acariciando seus dedos e beijando-a enquanto tentava conter as lágrimas.—Bolinho... amor —suplicou com voz embargada—. Por favor, acorde...Zack acariciou a bochecha de Andrea, tentando fazê-la reagir.Ela abriu um pouco os olhos e sorriu para ele, embora seus lábios se movessem lentamente tentando dizer algo. Não tinham passado nem dez segundos quando ela voltou a adormecer e Zack cerrou os punhos, assustado. Um par de enfermeiras entrou para ver o que estava acontecendo, mas quando viram seu rosto entenderam a situação e saíram imediatamente para buscar o médico.Um minuto depois o médico chegou para falar com ele. O doutor explicou os detalhes do diagnóstico e o que estavam fazendo para tratá-la, ao ver a preocupação nos olhos de Zack decidiu sair p
Já fazia tempo que o sol tinha se posto quando Zack parou na entrada e desligou o carro. A casa estava iluminada na escuridão e ele podia ver as silhuetas dos móveis nas janelas, iluminados pela suave luz amarela dos abajures. Abriu a porta do carro e saiu, com os pés rangendo no asfalto arenoso e o coração apertado no peito. Só ia tomar um banho, não havia tempo para mais antes de voltar a ficar com Andrea, mas o médico tinha sido claro: se queria estar com ela, precisava tirar de si o pó da África.Procurou não demorar muito e depois passou pela casa de seus pais, para dar um beijo em Adriana, que já dormia em seu bercinho.Quando ele chegou de novo ao hospital, seus irmãos aproveitaram para ir descansar também.—Você deveria ir, tem estado muitas horas viajando —disse Zack a Chiara e ela assentiu.—Irei daqui a pouco, mas primeiro vou me certificar de que você esteja bem —disse sua irmã acariciando seu cabelo.Zack sentou-se ao lado de Andrea e pegou sua mão, queria abraçá-la e dize
Zack assentiu com um suspiro. Ele sabia muito bem onde Andrea tinha pegado aquela doença, e o que mais lhe doía de tudo era que ainda estavam pagando as consequências do ódio de Mason.O médico se despediu e Zack passou toda a noite ali, rezando enquanto apoiava sua testa na mão de Andrea e repetia uma e outra vez o quanto a amava. De tempos em tempos vinham algumas enfermeiras para revisá-la, até que quase de madrugada uma delas saiu apressada e voltou com o médico.Zack sentiu que o coração subia à garganta quando o tiraram às pressas do quarto, e pouco depois o médico saiu com semblante sombrio.—Ela está bem?! Andrea está bem?!O doutor assentiu devagar, mas Zack podia sentir o cheiro das más notícias.—Sua esposa está bem... mas aconteceu o que estávamos esperando. Ela começou a sangrar e acabamos de fazer um teste para comprovar: o embrião se desprendeu —informou o médico—. Sinto muito, senhor Keller.Zack apertou os lábios e os punhos enquanto tentava assimilar aquela notícia, m
Passou muito tempo antes que a respiração de Zack se normalizasse, mas embora tenha adormecido, em nenhum momento deixou de envolvê-la com seus braços.Andrea acariciou seu rosto com suavidade e lhe deu um beijo. Recuperar-se fisicamente de tudo o que estava acontecendo era o primeiro passo. O segundo era recuperar Zack de uma vez por todas, mas para isso tinha que conseguir de volta o homem que tinha conhecido, então se ele não se deixasse ajudar, ela teria que obrigá-lo.Os rapazes e moças Keller foram passando por ali ao longo do dia. A senhora Luana foi também para levar Adriana e Andrea se aconchegou um pouco com sua menina, ouvindo todas essas palavras de consolo que só uma mulher com a idade e a experiência de Luana podia dar.—O médico diz que talvez amanhã à tarde eu possa te levar para casa —murmurou Zack nessa noite—. O resto do tratamento será com comprimidos, então em casa você estará mais confortável.Andrea sorriu suavemente.—Vou estar confortável em qualquer lugar que
—Só me diga o que tenho que fazer... qualquer coisa. Por favor, Andrea, só me diga o que tenho que fazer para que você não vá embora... —suplicou apertando suas mãos e beijando-as.—É que eu não vou a lugar nenhum —sentenciou Andrea e Zack a olhou com um gesto de incompreensão—. São suas malas, o que restava seu aqui... quem vai embora é você.Os lábios de Zack se abriram e fecharam várias vezes enquanto tentava digerir a notícia.—Hum... você... você está me expulsando? —perguntou atordoado.—Não usaria essa palavra, mas sim, você não vai mais ficar com Adriana e comigo —disse ela.Zack se levantou e levou as duas mãos à cabeça. De verdade que sua vida era uma maldita ironia, justo quando mais queria ficar ela lhe colocava as malas na porta!—Andrea, eu te amo... pelo menos você sabe disso, não é? Que eu te amo? —murmurou com desespero—. Não quero que isso termine, Andrea. Sim, é verdade que tendo a correr, mas é porque sinto que é melhor que um confronto com alguém que amo... E eu te