E ele não estava errado ao pensar que, de fato, o senhor Nikola não estava lidando bem com aquelas brigas.—Não importa como eu soube, o que importa é que eu sei —respondeu a Zack vivamente—. Minha neta não tem meu sobrenome e quero saber por quê.Zack tentou explicar a situação e se desculpar pelo bebê não ter seu nome. Apelou para a cidadania canadense, o seguro, ao santo e a Deus, mas seu pai não parecia entender as razões.—Foi minha escolha —disse Andrea com voz firme e clara, e os dois olharam para ela—. Sinto muito, senhor Nikola, mas essa foi minha decisão. Eu não tenho mais família, Adriana é tudo que eu tenho...—Andrea...—Sinto muito, Zack, mas você sabe que é verdade —replicou ela com determinação—. Minha filha é a única coisa que tenho no mundo, e independentemente de quão bem as coisas estejam indo entre Zack e eu, ter o controle legal sobre minha filha me faz sentir... segura. Quando Zack se estabelecer definitivamente no Canadá e obtiver sua residência e tudo o necessá
Andrea lançou a Zack um olhar interrogativo quando ele pegou sua mão e a guiou para um dos jardins da casa. Dentro do pequeno coreto de madeira estava arrumada uma mesa com um jantar romântico, música, velas, tudo o necessário para o melhor pedido de casamento, e ele estava tão nervoso como se fosse de verdade.O céu estava pintado de um negro fechado com algumas nuvens, e o jardim estava cheio de luzes suaves.—Zack? Não me assuste! O que é isso? —sussurrou ela.Zack puxou uma cadeira para Andrea e ambos se sentaram.—Já te conto, só me siga a corrente.Ela se acomodou e olhou para o jantar tão lindo enquanto Zack servia champanhe.—Isso parece delicioso... mas sinto que vou me engasgar com a comida —sussurrou Andrea, com os olhos brilhando de ansiedade—. Por que sinto que vou me engasgar com a comida, Zack?Eles se olharam nos olhos e ela viu que ele estava igualmente preocupado.—Porque estamos em DEFCON 1, Docinho! —replicou ele.—Esse significa que tudo está normal, Thorzinho! —di
—Tudo bem, pai, como você qui...—Não. —Aquela palavra saiu única e com mais determinação do que Andrea esperava, fazendo com que todos a olhassem.—Não? —murmurou o senhor Nikola surpreso.—Sinto muito, mas não —repetiu ela e Zack se aproximou enquanto Andrea negava.—Andrea...—É muito cedo, não —insistiu antes de se virar e sair dali.Todos ficaram mudos vendo como ela se afastava de volta ao terraço e Zack correu atrás dela.Além da mal disfarçada satisfação no rosto das gêmeas, só outro rosto mostrava emoções e era o de Luana antes de se virar para seu marido.—Por que você fez isso, Nikola? —ela o questionou.—O que tem de errado? Só fiquei feliz que eles fossem se casar! —murmurou o homem.—Mas você não devia pressioná-los! O que eles fizerem deve ser no tempo deles, não no seu! —replicou Luana.—Pelo amor de Deus, eles já têm uma filha! —disparou Noémi.—Você não se meta nisso —rosnou Milo.—Mas é que ela tem razão —disse Nikola confuso—. Eles já têm uma filha, não entendo o qu
Ninguém mencionou o casamento novamente naquela noite. Andrea sorria, conversava e brincava com sua filha, mas para os senhores Keller bastava ver o rosto de Zack para saber que nada estava bem. Finalmente o bebê começou a chorar por sua mamadeira e Andrea pediu licença para se retirar.Quando Zack entrou no quarto meia hora depois, ela já havia se trocado e estava tentando fazer o bebê dormir. Ele passou as mãos pelos cabelos devagar, sentando-se na frente dela em um pequeno banco e tentou encontrar seus olhos.—Sinto muito, eu não devia ter falado com você assim —murmurou e ela o olhou—. Sinto ter dito aquilo, por favor me perdoe.Andrea respirou fundo, mas não parou de balançar sua filha.—Não tenho nada para perdoar, Zack. Você não disse nada que não fosse verdade —respondeu com firmeza.—Sim, eu disse —negou ele com frustração—. Você não é minha funcionária, você é minha am...—Não, eu não sou sua amiga —replicou ela interrompendo-o—. Sua amiga não teria cobrado por isso, e eu est
—Que ela vai se esforçar para entrar melhor no papel.—Não, não tem conserto, você estragou tudo.—Mãe! —exclamou ele.—O que você quer que eu diga? —sua mãe o repreendeu—. Você está aqui há apenas três dias e já ficou sem namorada! Deve ser um recorde ou algo assim!Zack respirou fundo e sua mãe podia sentir o desespero nele. Era desnecessário dizer que ela nunca o tinha visto ficar assim por ninguém, muito menos por uma simples funcionária.—Sabe o que é pior de tudo? —murmurou ele—. Que agora quando ela sorrir, não vou saber se é de coração.—Bem... é para isso que você está pagando a ela, Zack, para que ela sorria. Se você quer o coração dela também, filho... acho que vai ter que roubá-lo, porque por isso ninguém pode pagar —sentenciou Luana dando tapinhas em seu ombro.Zack ficou ali por mais um tempo, sozinho, até que procurou nas gavetas por uma tesoura e pegou um pote de sorvete da geladeira para subir. Mas quando chegou de volta ao quarto, Andrea já tinha adormecido na cadeira
Andrea olhava fixamente para o chocolate em sua xícara, como se ali pudesse encontrar uma resposta enquanto o senhor Nikola esperava que ela falasse.Por que ela não queria se casar com Zack? Andrea sabia que a resposta a essa pergunta não era fácil de explicar. Permaneceu em silêncio por um momento, tentando organizar seus pensamentos. Então, respirou profundamente e começou a falar.—Senhor Nikola... antes de conhecer Zack, eu já fui casada.O homem à sua frente fez uma expressão surpresa por um minuto, mas depois seu rosto relaxou.—Entendo. Não terminou bem —murmurou.—Terminou da maneira mais horrível possível. Na verdade, meu casamento foi uma experiência muito infeliz. No início, me senti muito animada com a ideia de me casar, era jovem e estava apaixonada. Imaginei que o casamento me traria felicidade, amor e satisfação. Mas nada mais distante da realidade. —Andrea suspirou, se não tinha outra opção senão mentir, pelo menos o faria com uma parte da verdade—. Me custou muito tra
—Boa jogada! —sussurrou sua mãe passando por ele e pegando um biscoito da bandeja—. Parece que você não é tão tonto quanto eu pensava!—Você está louca? Acha que queimei minha mão de propósito? —sussurrou Zack em resposta.—Ah, isso foi um acidente? Corrijo minha sentença, você é tão tonto quanto eu pensava, mas pelo menos aproveite. Te amo, filho!Zack revirou os olhos, mas realmente não precisava fingir que estava doendo, porque estava doendo muito de verdade. Andrea voltou alguns minutos depois com um kit de primeiros socorros e tirou a mão dele da água fria, deixando que secasse um pouco antes de começar a passar um creme. Seu toque era suave e doce e ela tinha uma expressão preocupada que revirou tudo dentro dele porque ele queria que não fosse fingida.—Pronto, isso vai te fazer sentir melhor, vamos colocar uns curativos para ver se cura mais rápido —murmurou ela e Zack sentiu que estremecia cada vez que ela o tocava.—Obrigado —murmurou e a viu sorrir.Depois disso não foi muito
—E como você quer?A pergunta era simples, mas ele não conseguia responder."Voluntário, sincero, verdadeiro", pensou Zack, mas em vez disso apenas deu um passo para trás, deixando o ar correr entre os dois.—Eu posso sozinho —sorriu suavemente e Andrea saiu do banheiro, percebendo quando fechou a porta que estava sufocando.Fechou os olhos por um momento e sentou-se na beira da cama. Ele era muito bonito, literalmente era sexy aquele homem a ponto de tirar o fôlego, mas ela não podia se dar ao luxo de cair por ele.Mas estava difícil! Especialmente quando o maldito saía do banheiro meio pingando água sobre todas aquelas tatuagens.—Pode me ajudar com a camiseta? —perguntou ele com tom inocente e Andrea assentiu, porque ele já tinha feito o mais difícil que era colocar a calça do pijama.Mas colocar a camiseta era tocá-lo e parecia que tocá-lo por onde quer que fosse era perigoso, porque Andrea o sentia mais quente do que nunca.Deitar naquela cama foi um desafio, mas a verdade é que e